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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Resumo

PARENTE, Alessandra Affortunati Martins. A escrita de Moisés e o monoteísmo como gesto político: uma leitura benjaminiana. Ide (São Paulo) [online]. 2017, vol.39, n.63, pp. 217-233. ISSN 0101-3106.

A redação de Moisés e o monoteísmo de Freud ocorre entre 1934 e 1938, intervalo de tempo extremamente tenso na Europa, onde estão desenhados o poder conquistado por Adolf Hitler e o Anschluss de 1938. Neste artigo, a escrita de Moisés e o monoteísmo será considerada como um gesto político que se dará no interior de um Jetztzeit (Benjamin, 1940/2005). Ou seja, a hipótese com a qual se trabalha aqui é a de que alguns acontecimentos que se desenrolaram pouco antes e pouco depois do Anschluss teriam ressuscitado certos traços de memória de Freud - seu judaísmo e o modo como concebe a identidade ou, como pretendemos demonstrar, a não identidade de um povo -, profundamente intrincados com questões relevantes de um cenário mais abrangente na Europa - o nazi-fascismo, que desembocará na Segunda Guerra Mundial. De forma mais precisa: a hipótese é a de que, ao redigir Moisés e o monoteísmo, Freud agiu de modo coerente com o do materialista histórico benjaminiano apresentado pelo filósofo em Sobre o conceito de história, de 1940. Provas de tal hipótese se encontram tanto na forma estilística da escrita freudiana, nesse texto específico, como no conteúdo abordado por ele.

Palavras-chave : Escrita; Temporalidade; Moisés; Walter Benjamin; Freud.

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