SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.52 issue2Incidences of sexual difference at the end of analysis: from dual to singular author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Tempo psicanalitico

Print version ISSN 0101-4838On-line version ISSN 2316-6576

Abstract

LIMA, Vinícius Moreira. Lacan, as normas de parentesco e a castração masculina. Tempo psicanal. [online]. 2020, vol.52, n.2, pp. 6-27. ISSN 0101-4838.

Neste trabalho, tentamos apresentar algumas contribuições da psicanálise lacaniana a certos pontos de tensionamento levantados pelas autoras feministas Gayle Rubin e Judith Butler. Partimos da constatação de que ambas autoras abordam a teoria psicanalítica a partir da concepção de parentesco de Lévi-Strauss cuja consequência é, em alguns momentos, reduzir a psicanálise a um instrumento de reiteração das normas sociais que ela tenciona descrever. Diferentemente, buscamos argumentar que, ao abordar o problema do Pai e do falo na psicanálise, a obra de Lacan nos abre a possibilidade de sustentar uma distância crítica em relação a essas normas, particularmente a partir da posição do psicanalista, que recolhe da clínica os fracassos do funcionamento normativo do social. Assim, além dos semblantes de poder e consistência disseminados pelo ideal viril, somos levados a observar que o patriarcado se sustenta por um mito neurótico, ao passo que o falo no real (a despeito das insígnias fálicas que parecem conferir um privilégio simbólico aos seus portadores) constitui uma aflição para o macho, destituindo-o de qualquer segurança na abordagem do sexo. Diante disso, levantamos a hipótese de que as normas sociais buscam encobrir precisamente a castração paterna e a angústia masculina diante do falo, que ficam ocultas sob os semblantes da virilidade.

Keywords : psicanálise; patriarcado; Nome-do-Pai; falo; castração.

        · abstract in English | Spanish     · text in Portuguese     · Portuguese ( pdf )

 

Creative Commons License