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Tempo psicanalitico

versão impressa ISSN 0101-4838versão On-line ISSN 2316-6576

Resumo

OMIZZOLLO, Poliana; SILVA, Milena da Rosa  e  TABORDA, Lizia Pereira da Rosa. Experiências de (des)continuidade e o vir a ser no abrigo: entre encontros e possibilidades. Tempo psicanal. [online]. 2021, vol.53, n.2, pp. 138-163. ISSN 0101-4838.

O presente trabalho apresenta um fragmento de um projeto maior, o qual abordou as possibilidades de vir a ser em uma instituição de acolhimento. Nos propusemos a realizar uma operação de leitura (Jerusalinsky & Berlink,2008) da relação estabelecida entre bebês que se encontram acolhidos em abrigos residenciais e seus respectivos cuidadores. Discutimos as observações realizadas com dois bebês, com 14 e 18 meses de idade, acolhidos em dois distintos abrigos residenciais de Porto Alegre (RS - Brasil). Realizamos quatro visitas a cada casa, nas quais os bebês foram observados em relação com os agentes educadores, utilizando os Indicadores Clínicos de Referência para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs). Buscamos ainda, a partir de conceitos fundamentais da teoria de D. Winnicott, apoio para refletir acerca do que se mostrou em evidência na relação entre bebês e cuidadores, de modo que as concepções de ambiente e de (des)continuidade dos cuidados serviram como base nesta leitura, permitindo a emergência de alguns apontamentos: mesmo ressaltando o direito da continuidade dos cuidados que toda criança possui, a separação da mãe/família não necessariamente se faz, por si só, traumática. Compreendemos, portanto, que mesmo sendo portadores de uma marca primeira (privação da família originária), existe possibilidade de o bebê se desenvolver satisfatoriamente no contexto do acolhimento institucional desde que possa estabelecer um encontro com alguém/ambiente disponível para sustentá-lo, para proporcionar uma experiência de continuidade e para impedir que seu sofrimento inicial impossibilite seu vir a ser.

Palavras-chave : Bebê; acolhimento institucional; IRDI; Winnicott; psicanálise.

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