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Reverso

versão impressa ISSN 0102-7395

Resumo

CECCARELLI, Paulo Roberto. Laço social: uma ilusão frente ao desamparo. Reverso [online]. 2009, vol.31, n.58, pp. 33-41. ISSN 0102-7395.

O autor parte da interface desenvolvimento cultural versus conflitos dinâmicos constitutivos do Eu para apresentar a hipótese segundo a qual a leitura dos textos freudianos sugere que o laço social, criação de Eros, é uma dentre as várias “soluções” que o ser humano utiliza frente ao desamparo. Tal solução se mostra uma ilusão, no sentido freudiano do termo: uma crença motivada pela realização de um desejo, cuja força origina-se em um dos mais prementes desejos da humanidade: a necessidade de proteção através do amor. O texto discute os principais elementos que permitem a Freud, entre 1905 e 1913, estabelecer as três fases da evolução do pensamento da humanidade - a animista, a religiosa e a científica -, cujas provas ele encontra na clínica. Antes da Primeira Guerra Mundial, Freud baseava-se em Darwin e em Lamarck, e acreditava em um progresso da civilização. Com a Guerra, entretanto, a ideia de progresso é radicalmente questionada, revelando-se ser uma utopia, e Freud é obrigado a admitir que as nações mais civilizadas são capazes dos maiores horrores. Ou seja, o retorno à barbárie é uma possibilidade sempre presente quando o ser humano se vê ameaçado em seu narcisismo, e deve enfrentar o seu estado do desamparo. Neste tipo de situação é toda a civilização, todo laço social, que corre o risco de desaparecer.

Palavras-chave : Laço social; Utopias; Desamparo; Dinâmica pulsional.

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