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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282

Resumo

BORGES, Luciana Souza  e  ALENCAR, Heloisa Moulin de. Violências no cenário brasileiro: fatores de risco dos adolescentes perante uma realidade contemporânea. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. [online]. 2015, vol.25, n.2, pp. 194-203. ISSN 0104-1282.  http://dx.doi.org/10.7322/JHGD.103015.

INTRODUÇÃO: Verificamos um destaque para a mortalidade por causas externas, principalmente os homicídios que ocorrem entre a população jovem masculina, caracterizada como agressora e vítima, representando atualmente um dos maiores problemas para a saúde pública. O Brasil tem, então, se preocupado com intervenções direcionadas à diminuição de vítimas jovens da violência e à promoção de uma cultura da paz OBJETIVO: Para esta finalidade, julgamos fundamental conhecer os riscos psicossociais que podem estar presentes na trajetória de desenvolvimento dessa população. Este é o propósito maior deste estudo MÉTODO: Para compreender as violências no cenário brasileiro contemporâneo, apresentamos alguns resultados alcançados por meio da pesquisa bibliográfica RESULTADOS: Assim, pesquisas recentes apontam que os fatores de risco que podem acometer jovens ao longo de seu ciclo vital são de vários níveis: físico, psicológico, econômico, sociocultural etc. Por outro lado, os fatores de proteção que os jovens adquirem em contextos adversos também terão que ser abordados para uma compreensão mais abrangente do tema em questão. Assim, encontramos como relevantes fatores de risco: baixo nível socioeconômico e percepção da impossibilidade de consumo de bens materiais; condições precárias de moradia; vivência e exposição à violência intrafamiliar e na comunidade, incluindo a violência policial; exposição e contato com drogas; histórico de maus-tratos físicos e psicológicos; baixa escolaridade; existência de familiares com baixa escolaridade, desqualificados para o trabalho e envolvidos com a criminalidade; acesso a armas; pertencimento a gangues; experiência de longos períodos de exclusão social e de pobreza; sentimento de ameaça pela violência e impotência diante da mesma; e crença de que a violência é uma solução legítima para conflitos sociais. Quanto aos fatores de proteção, os estudos salientaram redes de apoio social (escola, trabalho, amigos, instituições), habilidades para defender e negociar direitos e interesses, imagens positivas dos outros, expectativa de ajuda por parte dos vizinhos e da comunidade em geral, autoestima elevada e supervisão familiar. Foram destacados também os fatores pessoais que contribuem nesse sentido, como a autoestima e a espiritualidade CONCLUSÃO: Contudo, a interpretação dada pelo sujeito submetido a determinado estresse será determinante para o grau de prejuízo em seu desenvolvimento. Este é um dos motivos pelos quais os fatores de risco devem ser associados aos fatores de proteção, pois nem todos os sujeitos submetidos aos mesmos estressores psicológicos e sociais se tornarão vulneráveis a outros aspectos nocivos ao seu desenvolvimento, como o envolvimento com a criminalidade, por exemplo. Por esta razão, descrever grupos e fatores de risco se torna fundamental para buscarmos intervenções específicas, pois sexo, faixa etária, cor, espaço geográfico e condições sociais e econômicas são variáveis importantes para especificar formas de incidência e prevalência da violência. Contudo, será no indivíduo, considerado como um todo (físico e psíquico), que a violência se efetivará, seja como vítima ou agressor

Palavras-chave : violências; adolescentes; risco psicossocial.

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