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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

Resumo

ZEQUINAO, Marcela Almeida et al. Punição física em casa e reprovação escolar relacionadas ao bullying. J. Hum. Growth Dev. [online]. 2020, vol.30, n.3, pp. 434-442. ISSN 0104-1282.  http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.v30.11111.

INTRODUÇÃO: Várias situações podem afetar o desenvolvimento e a saúde de crianças e adolescentes em idade escolar. O bullying, que se caracteriza por um conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, marcado pelo desequilíbrio de poder entre vítimas e agressores, é uma das mais graves problemáticas nesse sentido, pois ocorre em um contexto em que se pressupõe segurança e o desenvolvimento da sociabilidade. Por isso esse estudo foi desenvolvido, para ampliar a compreensão sobre esse fenômeno, contemplando variáveis ignoradas em muitos estudos (interações familiares, modos de disciplina e fracasso escolarOBJETIVO: Analisar a participação de estudantes em situações de bullying e suas experiências de vulnerabilidade "apanhar em casa" e "reprovação escolar"MÉTODO: Participaram do estudo 409 estudantes, entre 8 e 16 anos, do 3º ao 7º ano do Ensino Fundamental de duas escolas públicas. Os dados foram coletados por meio de um questionário com perguntas estruturadas com finalidade de descrever os possíveis papéis de participação no bullying e caracterizar os estudantes quanto ao contexto de vulnerabilidade social em que se encontravam. Foram considerados como indicadores de vulnerabilidade: renda per capita, escolaridade da população adulta, condições de moradia e índices de criminalidade/violência. Duas escolas foram cenário da pesquisa. Os dados foram analisados por meio de estatística inferencial com o uso dos testes Qui-quadrado, para verificar a associação entre as variáveis, U de Mann-Whitney e Kruskal Wallis para comparação entre gruposRESULTADOS: Encontrou-se que apanhar em casa foi associado ao envolvimento dos estudantes em situações de bullying como vítimas, vítimas-agressoras e agressores. Esses estudantes também se diferenciaram em relação aos anos de reprovação escolar e frequência de punição física quando comparados com estudantes não envolvidos em situações de bullying. Estudantes classificados como vítimas-agressoras demonstraram maior vulnerabilidade em relação às variáveis investigadas. Não houve diferenças significativas na comparação entre o sexo dos participantes e o envolvimento em situações de bullyingCONCLUSÃO: Observou-se que a punição física utilizada como estratégia de disciplina em casa e a reprovação escolar são fatores que aumentam a vulnerabilidade dos estudantes em relação à prática do bullying ou à vitimização. Os dados sinalizam que é necessário incluir as famílias nas ações de intervenção antibullying. Ao mesmo tempo, é preciso considerar que essa inclusão não deve ficar restrita ao campo da educação ou da escola. É preciso pensar de forma intersetorial, principalmente incluindo as equipes de saúde da família que possuem momentos junto às famílias e que podem ser utilizados para pensar as técnicas de disciplina e o modo como os filhos, crianças e adolescentes são disciplinados em casa

Palavras-chave : vulnerabilidade social; violência; bullying.

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