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Revista Brasileira de Psicanálise

versão impressa ISSN 0486-641X

Resumo

CASSORLA, Roosevelt M.S.. Reflexões sobre não-sonho-a-dois, enactment e função alfa implícita do analista. Rev. bras. psicanál [online]. 2009, vol.43, n.4, pp. 91-120. ISSN 0486-641X.

Este trabalho aprofunda a discussão, iniciada em outros textos, sobre não-sonho-a-dois, enactment e função alfa implícita do analista em que se discutiam dificuldades da dupla analítica em lidar com áreas de mente não simbolizadas. As ideias iniciais surgiram de configurações clínicas em que o analista estava envolvido em um conluio obstrutivo, sem se dar conta dele, constituindo-se não-sonhosa- dois ou enactments crônicos. Em determinado momento (Momento M) um ato impensado, reflexo da situação da dupla analítica, indica mudança catastrófica potencialmente destrutiva do processo analítico. No entanto, surpreendentemente, após esse ato o processo se torna mais criativo. Demonstra-se que nesse momento M (nomeado enactment agudo) são revividas, em forma atenuada, situações traumáticas que não haviam sido simbolizadas e que se mantinham escondidas durante o conluio obstrutivo inicial. A observação clínica leva o autor a concluir que durante esse conluio inicial (não-sonhos-a-dois) a dupla analítica se paralisava para evitar contato com a realidade, sentida como traumática. Mas, ao mesmo tempo, através de comunicação inconsciente entre paciente e analista, este injetava função alfa implícita no paciente. Essa injeção é feita pouco a pouco, evitando retraumatismo, e recuperando áreas traumatizadas. Em determinado momento, quando ocorre suficiente recuperação, o campo analítico é tomado por não-sonhos traumáticos que estão sendo sonhados, ao vivo. Dessa forma eles podem ser incluídos na rede simbólica do pensamento. São apresentadas hipóteses sobre funções dos não-sonhos-a-dois e sobre a comunicação inconsciente entre paciente e analista que possibilitam o sonho, através da função alfa implícita. Finalmente, o autor se propõe a classificar os não-sonhos sob diferentes vértices e supõe que o analista, enquanto re-sonha o sonho de seu paciente, em área não psicótica, pode estar, em forma implícita e ao mesmo tempo, sonhando não-sonhos psicóticos, traumáticos e outros que escondem áreas de não representação da mente primordial.

Palavras-chave : trauma; sonhar; função alfa implícita; comunicação inconsciente; técnica analítica; teoria do pensamento; Bion; reversão da perspectiva; não-sonho; não-sonho-a-dois; mudança catastrófica; transformações; classificação de não-sonhos.

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