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Revista da SBPH

versão impressa ISSN 1516-0858

Resumo

ALCANTARA, Tainara Vasconcelos de et al. Intervenções psicológicas na sala de espera:: estratégias no contexto da Oncologia Pediátrica. Rev. SBPH [online]. 2013, vol.16, n.2, pp. 103-119. ISSN 1516-0858.

O câncer infanto-juvenil e sua terapêutica são fatores causadores de significativo sofrimento psicológico. Esta condição está relacionada com a falta de informações sobre a doença e o tratamento, a dor e ansiedade causadas pelos procedimentos invasivos, os efeitos colaterais indesejáveis dos métodos de tratamento, a espera, o medo da anestesia, dentre outros fatores. Visando à diminuição da ansiedade gerada tanto na criança como no acompanhante e à compreensão dos aspectos subjetivos inerentes ao adoecimento, foi criado o “Projeto Sala de Espera” no Centro Pediátrico do Câncer (CPC), desenvolvido pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com a Associação Peter Pan (APP). Este projeto envolve intervenções psicológicas com pacientes e acompanhantes no espaço da Sala de Espera de exames invasivos do CPC. As intervenções na Sala de Espera objetivam, nesse sentido, dar suporte emocional e proporcionar espaços de escuta, apoio, acolhimento e ludicidade aos pacientes e acompanhantes, no intuito de favorecer a exposição, elaboração e ventilação dos sentimentos relacionados aos procedimentos, bem como à doença e ao tratamento de forma geral. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil e identificar as demandas psicológicas de pacientes que realizaram procedimentos invasivos em oncologia pediátrica e seus acompanhantes. Trata-se de um estudo exploratório transversal descritivo, no qual foram analisados os registros dos atendimentos psicológicos do período de 01/09/2011 a 31/08/2012, com dados sociodemográficos e assistenciais. Dos resultados obtidos, em relação ao sexo, 50,3% masculino e 49,7% feminino. 41,58% entre 3 e 6 anos de idade e 21,78% com 11 anos ou mais. 62% provinham do interior do estado do Ceará. Em relação ao diagnóstico, 66% leucemias, 17% tumores sólidos e 3% linfomas. Dos assistidos pelo projeto, as intervenções psicológicas que mais se sobressaíram foram as intervenções lúdicas com as crianças para a ressignificação de suas vivências e representação de seu modo de ser e viver, a escuta psicológica e a psicoeducação com os acompanhantes e adolescentes para trabalhar angústias e dúvidas. As intervenções psicológicas realizadas apresentaram-se como um importante recurso para a melhoria do bem-estar psicológico dos pacientes e acompanhantes, possibilitando a elaboração das vivências, fortalecendo os mecanismos de enfrentamento da doença, do tratamento, da hospitalização e a adesão ao tratamento.

Palavras-chave : Câncer infanto-juvenil; Sala de Espera; rvenções psicológicas.

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