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Natureza humana

versão impressa ISSN 1517-2430

Resumo

VASCONCELOS, Vitor. Merleau-Ponty e a aceitação da hipótese do inconsciente enquanto temporalidade. Nat. hum. [online]. 2015, vol.17, n.2, pp. 01-28. ISSN 1517-2430.

Este artigo tem como objetivo apresentar as críticas de Merleau-Ponty em relação à psicanálise e indicar uma mudança substantiva de seus posicionamentos referentes a ela ao longo da década de 1940. Procuraremos mostrar que, em primeiro lugar, a psicanálise permaneceu para ele como uma metafísica da existência humana - inspirada em larga medida pela influência dos trabalhos de Politzer -, e o inconsciente, em vez de fornecer o material para a descrição do comportamento em geral, poderia somente iluminar as formações da anomia psíquica. Em sua obra seguinte, Fenomenologia da percepção, ao reconhecer a ideia de temporalidade presente nas meditações husserlianas acerca da retenção intencional, Merleau-Ponty é capaz de caracterizar a psicanálise como uma condição de descrição do conjunto dos impasses da vida cotidiana, para além do aspecto patológico. O inconsciente passa a ser, portanto, a expressão de uma função mais primordial: a do tempo. Finalmente, destacamos brevemente algumas críticas direcionadas à interpretação merleau-pontyana do inconsciente, por consistir em uma abordagem que procura tratá-lo a partir de uma apropriação racional, dando à descoberta de Freud um lugar definido em uma teoria da totalidade das funções psíquicas.

Palavras-chave : psicanálise; Merleau-Ponty; fenomenologia; tempo.

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