SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.11 número4A desautorização do processo perceptivo na negação não psicótica da gravidezO corpo na toxicomania: uma primazia da sensação? índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista Mal Estar e Subjetividade

versão impressa ISSN 1518-6148

Resumo

MOEHLECKE, Vilene  e  FONSECA, Tania Mara Galli. Oficinas de dança contemporânea: um convite à reinvenção das práticas. Rev. Mal-Estar Subj. [online]. 2011, vol.11, n.4, pp. 1547-1574. ISSN 1518-6148.

Esse trabalho aborda uma intervenção realizada em um CAPS, por meio de uma Oficina de Dança Contemporânea. Discutimos o quanto a Reforma Psiquiátrica propõe a transformação dos modos de cuidado e de novas produções de saúde e cidadania. No CAPS, a Oficina de Dança ocorre há quatro anos. Pouco a pouco, uma grupalidade foi sendo tecida, na qual o desejo de dançar passa a ser compartilhado entre os integrantes. O nome do grupo foi criado: Contágio. Assim, problematizamos a Oficina do CAPS enquanto um recurso potencializador de autonomia e expressão dos sujeitos em sofrimento. Fabricamos, pois, um método que se produz no interstício entre técnica e arte, humano e artefato dançado. Um processo que se dá no encontro entre uma singularidade e seu coletivo. A Filosofia da Diferença, de Deleuze e Guattari, coloca-se como uma ferramenta teórica para embasarmos nossas práticas, além do conceito de Dispositivo proposto por Regina Benevides. Desse modo, a proposta consiste em pensar o grupo e analisar os efeitos dessa experiência dançante. A Oficina se coloca como um dispositivo de reinvenção das práticas em saúde mental, além de apontar uma clínica que se abre à produção da diferença. Entendemos que o estar no grupo não é passivo, porque abre sujeito e corpo para novos modos de agir. Podemos, então, acompanhar suas transformações e, também, compartilhar alterações no movimento grupal, que passa a ser mais ativo e audacioso. Existem diferenças percebidas, que vão desde as conquistas no próprio ato de dançar, bem como os laços no grupo, que se tornam mais próximos e acolhedores. Ainda, vemos os integrantes produzindo novos movimentos de saúde. Portanto, a arte atravessa a clínica e convida o trabalhador de saúde mental e o paciente-bailarino a sair do seu amornamento cotidiano e lançar o corpo aos ritmos inusitados do desejo.

Palavras-chave : Grupo; dispositivo; oficina de dança contemporânea; saúde mental; reforma psiquiátrica.

        · resumo em Inglês | Espanhol | Francês     · texto em Português     · Português ( pdf )

 

Creative Commons License