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Revista Mal Estar e Subjetividade

versão impressa ISSN 1518-6148

Resumo

D'AGORD, Marta Regina de Leão; TRISKA, Vitor Hugo Couto; SUDBRACK, Renato Pernigotti  e  SIPPERT, Carlos Adriano. Da inquietante estranheza ao estranhamento enquanto método. Rev. Mal-Estar Subj [online]. 2012, vol.12, n.1-2, pp. 243-264. ISSN 1518-6148.

A psicopatologia fundamental pergunta pelo sujeito que padece e não pelas alterações funcionais observáveis, como aquelas que atingem a função senso perceptual. Nesse enfoque, a escuta clínica se dá considerando a forma como o sujeito narra e elabora sua vivência, de modo que um súbito sentimento de estranhamento ou uma desrealização podem levar a um enriquecimento subjetivo. Este trabalho compara duas situações de perplexidade. A primeira série de cenas se refere ao texto freudiano "Um distúrbio de memória na Acrópole", no qual um sujeito transforma a perplexidade em um saber sobre si. A segunda situação se refere a cenas do personagem Stephen Dedalus de "Um retrato do artista quando jovem" de Joyce, que, em um episódio, vive os próprios sentimentos em relação a si e aos outros como estranhos, para, em outro momento, tomar o estranhamento como um método para trabalhar a linguagem. Pode-se estranhar a própria língua, no sentido de se sentir estranho ou de sentir a língua como estranha? Nesse caso, o estranhamento se torna um método de criação poética: poder brincar com a língua por meio da desmontagem e remontagem das palavras para descobrir novos estranhamentos. A análise dessas duas situações conduz à distinção entre a ficção do caso pelo psicanalista e a ficção do personagem pelo autor.

Palavras-chave : Psicanálise; sinthoma; criação; método; linguagem.

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