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Stylus (Rio de Janeiro)

versão impressa ISSN 1676-157X

Resumo

IZCOVICH, Luis. Os nós do amor e dos gozos. Stylus (Rio J.) [online]. 2015, n.30, pp. 13-20. ISSN 1676-157X.

Se a demanda de análise que concerne aos impasses no amor permanece atual até hoje, uma outra demanda nela se implantou. Esta ganhou cada vez mais valor nos discursos dos analisantes, ultrapassando, algumas vezes, a queixa sobre os obstáculos no amor. Ela é referente ao gozo. Isso toma, às vezes, a forma de uma questão relativa à satisfação: será que estou satisfeito o bastante ou seria possível sê-lo ainda mais? Às vezes, essa questão se mistura ao amor. Mas, na época atual, a satisfação ligada ao gozo torna-se, muitas vezes, uma exigência endereçada ao analista e exclui radicalmente o amor. É certo que o amor visa ao ser do parceiro sexual, mas não o encontra. Com o gozo, temos uma amostra do ser sexual, o ser próprio, mas também o do outro. Entretanto, o amor faz falência, e o que motiva o gozo permanece, em parte, opaco. A questão que se coloca para nós é a de saber o que é que funda um novo enodamento do amor e do gozo e, sobretudo, o que é que permite dizer que ela é a consequência de uma análise? Penso que é aqui que se situa a verdadeira questão da orientação lacaniana, e que pode ser formulada da seguinte maneira: a satisfação de fim de análise é o efeito de uma certeza com relação à identidade sexual como condição de acesso a um novo amor. O enodamento comporta, assim, três dimensões: a identidade sexual, o amor e o gozo. É somente sobre uma operação que implica o gozo que damos uma chance a um novo amor que vai, como diz Lacan, de ser a ser, ou seja, que não é o amor do mesmo.

Palavras-chave : Amor; Gozo; Identidade sexual; Enodamento; Psicanálise.

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