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Psicologia em Revista

versão impressa ISSN 1677-1168

Resumo

MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; DRAWIN, Carlos Roberto; COSTA, Domingos Barroso da  e  SILVA, Ana Carolina Dias. Pandemia e direitos humanos: reflexões sobre (ab)usos da metáfora da guerra. Psicol. rev. (Belo Horizonte) [online]. 2020, vol.26, n.3, pp. 1080-1100. ISSN 1677-1168.  http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2020v26n3p1080-1100.

Questionamo-nos se a vinculação da covid-19 ao significante "guerra" poderia esvaziar a força legal da Declaração dos Direitos Humanos, atingindo-a em seu pilar fundamental: a dignidade humana. Retomamos as considerações de Clausewitz, para quem, não se constituindo como episódio inesperado, a guerra consiste em continuação da política, para chegar a Foucault, que desvela que as relações de poder produzem uma regulamentação da vida e da morte, o que nos relança no campo de vulnerabilidade que a metáfora bélica indica e oculta. No momento dramático da pandemia, a convocação de todos para a guerra, a convocação solidária contra o inimigo comum, embora justificável como medida de emergência e apelo necessário para o isolamento social, também pode servir como anverso da necropolítica (Mbembe, 2016), a morte visível produzida pelo vírus revestindo a morte invisível dos excluídos e descartáveis, dos "matáveis" de sempre.

Palavras-chave : Pandemia; Direitos humanos; Metáfora da guerra; Necropolítica.

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