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IGT na Rede

versão On-line ISSN 1807-2526

Resumo

SANTANA, José Ricardo de Souza  e  BELMINO, Marcus Cezar de Borba. Identidades de gênero na perspectiva da teoria do self: uma leitura gestáltica acerca da sexualidade na contemporaneidadeGender identity in the perspective of the theory of the self: a Gestalt reading about sexuality in the contemporary world. IGT rede [online]. 2017, vol.14, n.27, pp. 136-162. ISSN 1807-2526.

Este artigo tem como intuito apresentar uma discussão sobre o conceito de identidade de gênero a partir de uma leitura gestáltica focada na Teoria do "Self" desenvolvida por Perls, Hefferline e Goodman (1997) no livro "Gestalt Therapy: Excitement and Grouth in the Human Personality". Pensar uma temática como a sexualidade, especificamente sobre as identidades de gênero é ao mesmo tempo uma resposta política e teórica à determinadas conjunturas específicas que são históricas e culturalmente impostas. A sexualidade não é determinada pelo sexo biológico nem se resume somente a este binarismo imposto socialmente como normativo. Por sua vez, esta abrange as expressões de gênero, a orientação sexual e as identidades de gênero. Esta última é o objeto deste estudo. A discriminação, preconceito, violência gratuita e a imposição de padrões normativos sobre a sexualidade atinge pessoas que possuem identidades de gênero que não se resumem a papéis masculino ou feminino. Na sociedade instituições lhes retiram um lugar de cidadania e impõem discursos totalitaristas de repressão e abjeção. "Queer" é considerado aquilo que é estranho, desviante, termo utilizado nos estudos sobre sexualidade. Neste sentido buscamos articular alguns teóricos "queer" com a noção de formação da função personalidade, articulando o estilo fenomenológico que origina a Teoria do" Self" numa leitura ética de acolhimento a diversidade das experiências, tal como discutido por Müller-Granzotto e Müller-Granzotto (2012). Também discutiremos, a partir das Teorias de Paul Goodman, noções conceituais sobre ser "queer" numa possível construção teórica sobre uma política de gênero. À luz das clínicas gestálticas propostas por Müller-Gransoto e Müller-Granzonto (2012), descreve-se a vivência do sofrimento ético-político-antropológico, frente à emergência de vulnerabilidades das funções do "self" nas experiências de campo das identidades de gênero, pensando numa ética anárquica inerente à Gestalt-terapia como intervenções possíveis como forma de provocação de nível teórico-prático sobre acolher e promover desvios ao que concerne ao sofrimento vivenciado pela comunidade LGBTQI.

Palavras-chave : Identidades de gênero; Gestalt-terapia; Teoria do "Self"; Goodman; "Queer".

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