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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Resumo

POMBO, Mariana Ferreira. Da recusa à demanda de diagnóstico: novos arranjos da medicalização. Arq. bras. psicol. [online]. 2017, vol.69, n.3, pp. 5-20. ISSN 1809-5267.

Este artigo pretende analisar como se deu o processo de medicalização do sofrimento no século XIX e o que mudou na passagem à contemporaneidade. Inicialmente, será descrita a função da psiquiatria moderna de normalizar desvios e corrigir o "doente mental" "perigoso". Veremos as variações na percepção social da loucura, desde o século XV até o XIX, quando foi classificada como doença mental. Nessa época, o diagnóstico estigmatizava o paciente e gerava angústia, porque a doença mental estava ligada a moralidade e desejo. Em seguida, veremos que a medicalização de emoções e comportamentos ocorrida a partir da reforma psiquiátrica no final dos anos 1970 é bastante diferente da medicalização do século XIX. Ela contribui para a desestigmatização da doença mental e para a modificação da função do diagnóstico, que reconhece e legitima um sofrimento. Como já não define anormalidade, e sim uma condição normal, é mesmo reivindicado pelo sujeito, que adquire papel ativo no cuidado de sua doença.

Palavras-chave : Doença mental; Medicalização do sofrimento; Psiquiatria; Diagnóstico.

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