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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Resumo

SANTOS, Adriana Rosa Cruz. Para acabar com o juízo (de deus): Artaud, Foucault e os corpos ingovernáveis. Arq. bras. psicol. [online]. 2018, vol.70, n.spe, pp. 132-141. ISSN 1809-5267.

Este ensaio busca escapes ao sistema do juízo, que modela os corpos a partir do julgamento, da culpa e da falta. Para Artaud, este sistema esvazia a vida de sua potência de fazer-se, a partir de transcendências ordenadoras e subjugadoras do real. O juízo de deus, o invisível tribunal colado à pele, aborta a vida e gangrena processos de subjetivação, garantindo a ordem do destino suposto à custa do silenciamento do que pulsa. A crueldade é, portanto, o combate e a ética de sustentar a vida na respiração e na transpiração, afirmando o desdobrar do tempo nos corpos e acontecimentos. Se é o corpo o território onde se governa, é justamente nele onde é possível produzir enfrentamentos ao sistema do juízo, por meio da ativação de outros regimes sensíveis, da construção de corpos sem órgãos, como propõe Artaud. Deste modo, tanto para Foucault quanto para Artaud, é na materialidade do corpo que se produzem os enfrentamentos ao governo de si e das condutas e os ensaios de uma vida livre.

Palavras-chave : Artaud; Foucault; Corpo sem órgãos; Subjetivação; Política.

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