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Epistemo-somática

versão impressa ISSN 1980-2005

Resumo

SPIESS, Martine. Do "desejo à criança" à "criança-produzida". Epistemo-somática [online]. 2007, vol.4, n.2, pp. 63-73. ISSN 1980-2005.

Há várias décadas, a medicina obstétrica desenvolveu e reforçou seu dispositivo diagnóstico, preventivo e terapêutico para enquadrar a procriação: ela controla as etapas do processo gestacional e assegura uma responsabilização tecnicizada1 do parto; por outro lado, ela responde aos problemas da infertilidade mediante a implantação das técnicas de assistência médica para a procriação. Dispõe, hoje, de uma gama de conhecimentos e de meios que demonstram sua eficácia e domínio no campo da transmissão da vida. É em nome desse saber que ela impõe suas normas, suas prescrições, seu discurso. Apostando menos na dimensão do humano do que no domínio racional das coordenadas biológicas do corpo, a medicina do parto teria engajado a procriação na via da "fabricação" do vivo? Essa evolução suscita interrogações complexas que dizem respeito, notadamente: ao impacto de uma visão "mecanicista" do parto; à relação com a criança enquanto ideal de dominação que vem romper com o acolhimento da alteridade; aos riscos psíquicos da maternidade e da paternidade, que parecem ficar desconhecidos apesar das preocupações atuais com o período perinatal.

Palavras-chave : Procriação; Medicalização; Domínio; Subjetividade.

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