Servicios Personalizados
Articulo
Indicadores
Compartir
Revista Subjetividades
versión impresa ISSN 2359-0769versión On-line ISSN 2359-0777
Resumen
MATTOS FILHO, Caio de y TEIXEIRA, Maria Angélia. A ética da psicanálise e a repetição do encontro faltoso do real. Rev. Subj. [online]. 2014, vol.14, n.2, pp. 203-216. ISSN 2359-0769.
Este artigo aborda, segundo a psicanálise, o problema da repetição e suas implicações éticas diante da demanda de felicidade dos que chegam a um analista. Parte-se da premissa psicanalítica de que o mal-estar é intrínseco ao ser humano, na medida em que, em vez do programa anônimo dos instintos, o homem é um ser de linguagem, atravessado pelo mal-entendido da fala, por desejos singulares e dissimétricos, e satisfações parciais. Neste contexto, a repetição é abordada desde suas origens freudianas no âmbito do além do princípio do prazer, passando pelas contribuições de Lacan, principalmente pelo seu uso das noções da Física aristotélica: tykhe e automaton. Ademais, a demanda de felicidade é confrontada com o destino de repetir, como por acaso, o encontro faltoso do real da pulsão, que tem uma bela ilustração literária no poema Acaso de Álvaro de Campos. Dessa forma, considera-se que, não estando a serviço do encontro feliz do prazer nos bens, como em terapêuticas que oferecem receituários normativos de adaptação, a ética psicanalítica concerne à ex-sistência do sujeito fixado a uma posição sintomática de gozo, cujo tratamento se concentra nas vias do bem-dizer o sintoma, o que resulta na conquista de uma posição subjetiva que mobiliza e inclui o desejo inconsciente sem o custo de tanto sofrimento.
Palabras clave : psicanálise; ética; repetição; felicidade; desejo.