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Revista Subjetividades

versão impressa ISSN 2359-0769versão On-line ISSN 2359-0777

Resumo

BELARMINO, Victor Hugo  e  DIMENSTEIN, Magda Diniz Bezerra. Experiência urbana gay na cidade: uma revisão integrativa. Rev. Subj. [online]. 2021, vol.21, n.3, pp. 1-13. ISSN 2359-0769.  http://dx.doi.org/10.5020/23590777.rs.v21i2.e11060.

A experiência urbana de homens gays reveste-se de relevância social e acadêmica, visto que aponta para modos de subjetivação e de circulação na cidade que ressignificam os usos esperados dos espaços, subvertendo os mecanismos de exclusão, de disciplinarização, de higienização e de segregação dos corpos considerados abjetos e indesejáveis. Nesse sentido, buscou-se conhecer de que modo a experiência urbana de homens gays cisgêneros tem sido abordada na literatura científica. Para tanto, realizou-se revisão integrativa da literatura de artigos indexados no portal de periódicos CAPES publicados até abril de 2020, partindo dos descritores experiência urbana (é/exato) AND gay, experiência urbana (é/exato) AND homossexual?, cidade AND homossexual? e cidade AND gay. Encontrou-se 29 publicações exploradas por meio da análise temática. Observou-se que o tema tem crescido em número de publicações majoritariamente investigado nas Ciências Humanas, a partir de abordagem qualitativa de estudos empíricos feita por pesquisadores latino-americanos do sexo masculino. Dois eixos de análise condensam as principais discussões: (1) Gestão das diferenças na cidade; e (2) Homossociabilidade e fragmentação das experiências urbanas. O primeiro aborda a articulação entre os processos de generificação-gentrificação dos espaços e os marcadores sociais da diferença: espaços públicos, estabelecimentos comerciais/de consumo/de lazer e ambientes virtuais que apresentam diferentes graus de abertura à gestão das diferenças na cidade. O segundo explora as relações homossexuais mediadas por normas sociais e relações de poder, revelando uma homossexualidade estilhaçada em diversos estereótipos. A concentração em cidades metropolitanas, nos espaços e momentos de lazer/divertimento ou em usos mediados pelo consumo, são algumas limitações desses estudos ao reforçar um modelo global de gay, descarrilhado das experiências cotidianas. Logo, sujeitos como a "maricona", a "bicha negra" e a "afeminada", contrariam ainda mais os discursos e receitas homogeneizantes de se viver, fissurando as cidades para acolher as diferenças.

Palavras-chave : experiência urbana; homossexualidade; gay; cidade.

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