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Boletim de Psicologia

versão impressa ISSN 0006-5943

Bol. psicol v.55 n.124 São Paulo jun. 2006

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Habilidades metalingüísticas e linguagem escrita nas pesquisas brasileiras

 

Metalinguistic abilities and written language in brazilian research

 

 

Maria Regina Maluf1; Maura Spada Zanella; Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

 

 


RESUMO

A relação entre o desenvolvimento de habilidades metalingüísticas e a aquisição da linguagem escrita é amplamente aceita na literatura da área. Neste estudo são apresentados os resultados do levantamento de pesquisas com falantes do português brasileiro acerca dessa relação, no período de 1987 a 2005. Os resultados mostraram 157 estudos, com aumento de freqüência ao longo do período. Estudos sobre consciência fonológica são amplamente dominantes e pesquisas de intervenção surgiram nos últimos anos. Dissertações e Teses foram mais numerosas do que artigos publicados, o que sugere a necessidade de maior disseminação do conhecimento produzido.

Palavras-chave: Habilidades metalingüísticas, Consciência fonológica, Alfabetização.


ABSTRACT

It is widely accepted that there is a strong relationship between metalinguistic abilities development and written language acquisition. A review on research carried out with Brazilian Portuguese speakers from 1987 to 2005 was done. Results showed 157 studies with a increasing frequency throughout the period. Studies about phonological awareness were predominant. Intervention research augmented in the last years. Unpublished dissertations from graduate programs predominated over published articles, which suggests the need for greater dissemination of academic production about written language acquisition and metalinguistic acquisition and metalinguistic abilities concerning Brazilian Portuguese speakers.

Keywords: Metalinguistic abilities, Phonological awareness, Literacy.


 

 

A existência de uma forte relação entre aprendizagem da linguagem escrita e consciência lingüística é amplamente aceita na literatura psicológica atual. Consciência lingüística deve ser aqui entendida como a habilidade de refletir sobre a linguagem falada (Gombert, 1990; Maluf, 2003). Esta temática reveste-se de importância para a área da Psicologia e da Educação, particularmente no que se refere às práticas de alfabetização.

A aquisição da linguagem escrita é um objetivo básico a ser alcançado na fase inicial de escolarização e dele depende o sucesso da aprendizagem escolar nas fases posteriores. O estudo do processo de aprender a ler e escrever envolve tanto as questões básicas do domínio do código alfabético, como as relacionadas à sintaxe ou gramática e até mesmo às literárias, que fazem parte da estrutura da língua.

Desde muito cedo a criança, imersa num meio social, aprende e utiliza a linguagem oral com certa eficiência. Isso ocorre de maneira espontânea e só mais tarde ela será capaz de manejar as organizações lingüísticas conscientemente, o que se denomina habilidade metalingüística. Isto não quer dizer que a criança, antes desse domínio consciente, não tenha controle sobre a sua linguagem, mas é importante perceber dois momentos distintos no processo de aquisição da linguagem escrita: a ocorrência de epiprocessos, designados também como conhecimentos implícitos e de metaprocessos, designados também como conhecimentos explícitos.

Os epiprocessos se instalam naturalmente durante o desenvolvimento. No nível lingüístico os comportamentos epilingüísticos da criança expressam conhecimentos implícitos sobre a língua, que podem ser detectados, por exemplo, em autocorreções observadas em crianças de dois e três anos (exemplo: quando a criança percebe que uma frase é agramatical, embora seja incapaz de corrigi-la), que muitas vezes são confundidos com conhecimento explícito ou comportamento metalingüístico. O que separa esses dois tipos de comportamento é mais do que uma diferença quantitativa, pois há uma diferença qualitativa nas atividades cognitivas envolvidas (Gombert 2003).

As atividades metalingüísticas são efetuadas conscientemente pelo sujeito e exigem habilidades de reflexão e autocontrole, por exemplo, corrigir a sintaxe de uma frase ou texto. A instalação das habilidades metalingüísticas depende de uma intervenção, normalmente de natureza escolar. Ler é uma atividade lingüística formal e sua aprendizagem requer que a criança desenvolva uma consciência explícita das estruturas lingüísticas que deverão ser manipuladas intencionalmente.

Desta forma, a aprendizagem da linguagem escrita difere radicalmente da aquisição da linguagem oral. Esta última é sustentada em grande parte por pré-programações inatas, biologicamente determinadas, que são ativadas automaticamente ao contato da criança com a linguagem oral. Precocemente a criança aprende a falar e entender o idioma de seu grupo social, sem, contudo, conhecer conscientemente a estrutura formal (fonológica e sintática) da língua, ou as regras que aplica no tratamento dessa estrutura, não lhe sendo possível fazer umtrabalho intencional de instalação de novos conhecimentos (Gombert, 1990).

Por outro lado, o simples contato, mesmo que prolongado, com a escrita, não é suficiente para instalar no indivíduo esse segundo nível de abstração. Uma criança nascida num meio social no qual a leitura e a escrita são hábitos rotineiros, desenvolveria algumas aprendizagens implícitas sobre a linguagem escrita, mesmo antes do inicio da alfabetização escolar. Porém, será preciso um esforço para colocar em prática as habilidades de controle intencional dos tratamentos lingüísticos, necessários para a aprendizagem da escrita propriamente dita. Desta forma, a tarefa de aprender a escrever não está restrita à instalação de habilidades específicas ou tratamento de percepções lingüísticas visuais, mas compreende a instalação de habilidades metalingüísticas, que abrangem os aspectos fonológicos, lexicais, morfológicos, sintáticos, semânticos e ortográficos da linguagem escrita.

Nos últimos 30 anos houve enorme avanço nos conhecimentos a respeito das relações entre habilidades metalingüísticas e aprendizagem da linguagem escrita, com estudos feitos em diferentes linguas. Particularmente freqüentes são as pesquisas sobre a habilidade de identificar os componentes fonológicos (unidades lingüísticas sonoras) e de manipulá-los de modo intencional (domínio metafonológico), importante sobretudo no início da aprendizagem da linguagem escrita em línguas alfabéticas (Comissão de Educação e Cultura, 2003).

Este estudo teve como objetivo identificar, descrever e analisar a produção brasileira sobre habilidades metalingüísticas e aquisição da linguagem escrita. Pretende-se por meio dele fornecer subsídios para o avanço das pesquisas nessa área temática.

 

MÉTODO

O levantamento realizado teve como foco o período de 1987 a 2005. Reuniu dissertações/teses de programas de pós-graduação credenciados e artigos publicados em periódicos com seletiva política editorial. O recorte inferior, 1987, foi escolhido porque é a partir desse ano que as teses e dissertações estão disponibilizadas na fonte utilizada, o portal da CAPES.

Foram consultadas as seguintes bases de dados:

• portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, (www.capes.gov.br - acessado em julho de 2006), no qual constam teses e dissertações aprovadas nos cursos brasileiros de pós-graduação no período de 1987 a 2004;

• portal da Biblioteca Virtual de Psicologia (www.bvs-psi.org.br - acessado em julho de 2006) com acesso direto aos sites:

• Banco de Dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde;

• SCIELO (Scientific Electronic Library Online);

• PEPsic - Periódicos Eletrônicos em Psicologia.

Para a padronização e organização da busca foram utilizadas as seguintes palavras-chave:

Consciência, conjuntamente com as especificações: Fonológica, Lexical, Metalingüística, Metatextual, Morfológica, Morfossintática, Ortográfica, Semântica, Sintática;

Habilidade, com as mesmas especificações acima;

Fonologia e Alfabetização;

Metalinguagem e Alfabetização;

Metalinguagem, Leitura e Escrita.

Foi feita a análise dos resumos de todos os trabalhos encontrados, excluindo-se aqueles que não sugeriam vinculação entre os conceitos metalingüísticos e a aquisição da linguagem escrita.

 

RESULTADOS

O resultado da análise dos resumos dos 157 trabalhos encontrados no período de 1987 a 2005, voltados para as relações entre habilidades metalingüísticas e aprendizagem da linguagem escrita, é apresentado em dois grandes blocos: as dissertações e teses, e os artigos publicados nos periódicos brasileiros analisados.

Dissertações e Teses

Foram encontradas 113 pesquisas que abordaram as relações entre habilidades metalingüísticas e aquisição da linguagem escrita, sendo 89 Dissertações de Mestrado e 24 Teses de Doutorado (Anexo 1).

A Tabela 1 mostra a distribuição desses estudos segundo o Estado Brasileiro em que foram realizados.

 

 

Como se pode ver, a freqüência maior de pesquisas sobre metalinguagem e alfabetização encontra-se nos estados de São Paulo (n=31), Pernambuco (n=25), Rio Grande do Sul (n=21) e Minas Gerais (n=10). Neles se encontram cursos de pós-graduação que abrigam grupos de pesquisa voltados para esse tema.

Considera-se relevante conhecer a distribuição dessas pesquisas no período de tempo estudado, com o objetivo de verificar como se apresenta o interesse dos pesquisadores brasileiros pelo tema (Figura 1).

 

 

A observação da Figura 1 permite um recorte em três blocos de 6 anos: de 1987 a 1992, em que só foram encontradas 5 pesquisas; de 1993 a 1998, em que houve um grande aumento, para 34 pesquisas. Nos últimos seis anos analisados, 1999 a 2004, foram encontradas 74 pesquisas.

Esses achados permitem afirmar que o interesse por essa área de estudos teve significativo aumento, sobretudo nos últimos anos. Deve-se entender que o enfoque metalingüístico, na explicação dos processos de aprendizagem da linguagem escrita, vem ocupando espaço crescente nas investigações dos estudiosos dessa temática.

Para responder à questão de saber quais habilidades metalingüísticas estão sendo mais estudadas, foram analisados os conceitos mencionados pelos autores das teses e dissertações (Figura 2).

 

 

Como se pode ver, os estudos sobre consciência fonológica aparecem em maior número (n=80). Em seguida aparecem as pesquisas sobre habilidade ortográfica (n=20) e sintática (n=16). Em 13 casos foi mencionada a habilidade metalingüística sem especificações. Oito trabalhos investigaram a habilidade lexical, quatro a metatextual, cinco a semântica e cinco pesquisas trataram da habilidade morfológica. Dois trabalhos estudaram a metacognição.

Esses achados permitem afirmar que as diferentes habilidades metalingüísticas estão sendo estudadas em suas relações com a alfabetização, mas aquela sobre a qual foram produzidas maiores evidências é sem dúvida a consciência fonológica. Em seguida destacam-se por sua freqüência os trabalhos sobre ortografia e consciência sintática.

Dos 113 estudos, 109 são pesquisas de base empírica. Destas, 85 são investigações que utilizaram diferentes metodologias de coleta e análise de dados, e as outras 24 são pesquisas de intervenção, geralmente de natureza experimental. Dos quatro estudos restantes, dois têm caráter exclusivamente teórico e sobre dois estudos não há informação.

Deve-se concluir desta análise, que estudos voltados para a produção de evidências empíricas na busca da compreensão das possíveis relações entre a aprendizagem da linguagem escrita e a metalinguagem são predominantes, o que deve ser visto como indicador positivo, no momento atual de desenvolvimento da área no Brasil.

Considera-se também que é relevante responder à questão relativa ao tipo de sujeitos investigados. Verificou-se que 94 estudos investigaram crianças, quatro foram estudos feitos com adolescentes, quatro foram feitos com adultos, três trataram de crianças e adultos, um foi feito com crianças e adolescentes e um com adolescentes e adultos. Em seis estudos não foi possível identificar a faixa etária estudada. Em 87 pesquisas foram estudados sujeitos típicos, ou seja, não portadores de deficiências ou dificuldades de aprendizagem evidentes; 19 estudaram sujeitos com alguma dificuldade de aprendizagem ou deficiência; seis pesquisas foram feitas com ambos os tipos de sujeitos e uma não tinha informação.

Esses resultados nos permitem afirmar que a grande maioria das pesquisas a respeito das relações entre aprendizagem da linguagem escrita e habilidades metalingüísticas trabalha com crianças com desenvolvimento típico. Ainda são escassos os estudos com portadores de deficiências. Também são escassos os estudos brasileiros realizados com adultos, o que chama a atenção para a necessidade de avançar nesse conhecimento, dada a importância de se atender educacionalmente os portadores de necessidades especiais e dado o número significativo de indivíduos aprendendo a ler e escrever na idade adulta.

 

ARTIGOS EM PERIÓDICOS

Foram encontrados 44 artigos no período de 1987 a 2005 (Anexo 2). A relação dos periódicos em que foram encontrados os artigos analisados encontra-se na Tabela 2.

 

 

Como se pode ver foram localizados artigos em 13 periódicos, sendo que a maior freqüência de textos encontra-se nos periódicos Pró-fono e Psicologia Reflexão e Crítica.

Quanto às datas de publicação dos artigos, seguindo-se a mesma divisão utilizada para analisar as dissertações e teses verifica-se que de 1987 a 1992 foram publicados apenas 3 artigos; de 1993 a 1998 ocorreram 12 publicações; de 1999 a 2004, foram publicados 25 artigos e quatro em 2005. O aumento da freqüência é progressivo e sugere crescente interesse pelo tema, particularmente nos últimos anos.

A análise realizada permitiu verificar que 36 artigos relatam pesquisas de base empírica e oito são textos de caráter teórico. Considera-se que este é um achado promissor, uma vez que sugere preocupação com a geração de evidências que possam levar a avanços na compreensão do processo de ensino da leitura, o que é fundamental para criar condições de aprendizagem em níveis mais adiantados de escolarização. Por outro lado, sugere também que as pesquisas brasileiras voltadas para estudar as especificidades da aprendizagem da leitura e escrita do português brasileiro encontram-se em franca expansão.

Quanto às habilidades metalingüísticas estudadas nos artigos publicados em periódicos, foram encontrados seis conceitos estudados: consciência fonológica (n=34), sintática (n=9), lexical (n=3), ortográfica (n=3), morfológica (n=2), metatextual (n=1) e uma categoria mais geral designada como metalingüística (n=2). As freqüências expressam respostas múltiplas, uma vez que a mesma pesquisa pode tratar de mais de um conceito.

Pode-se concluir que a consciência fonológica é a habilidade metalingüística mais estudada nos artigos analisados, o que responde ao esperado. Essa predominância acompanha o que se encontra na literatura estrangeira, posto que é sobre o papel da consciência fonológica na aprendizagem da linguagem escrita que foram produzidas maiores evidências empíricas.

No que se refere à faixa etária dos sujeitos das pesquisas empíricas, verificamos que, das 36 pesquisas de base empírica, 32 foram realizadas com crianças, duas com adolescentes, uma com jovens e adultos e uma com adultos. Destas pesquisas, 20 foram realizadas com indivíduos típicos, ou seja, sem dificuldade ou deficiência evidente; seis com ambos, ou seja, sujeitos típicos e sujeitos portadores de deficiência; dez foram realizadas com sujeitos que apresentavam dificuldades de aprendizagem ou algum deficit. Os oito restantes são textos teóricos.

Foi possível identificar dois grandes tipos de pesquisa empírica: as que utilizaram procedimentos de coleta de dados, como é o caso da aplicação de testes e provas (n=24) e as que tomaram a forma de intervenções experimentais, estas bem menos numerosas (n=12). Os trabalhos de cunho teórico (n=8) consistiram em revisões da literatura ou discussão de conceitos.

Seguindo tendências de cunho internacional, recomenda-se, em face desses resultados, que sejam estimuladas pesquisas de intervenção, que além de seu valor aplicado oferecem a possibilidade de teste de hipóteses causais.

 

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma primeira questão respondida é a que diz respeito à freqüência de pesquisas feitas com falantes do português brasileiro e que abordam as relações entre metalinguagem e aquisição da escrita, no período estudado. Houve aumento constante de freqüência, tanto de teses e dissertações quanto de artigos publicados, o que deve ser visto como manifestação do interesse da comunidade acadêmica pela questão.

As teses/dissertações apresentam-se sempre como mais numerosas do que os artigos publicados em periódicos, como ilustra a Figura 3

 

 

Essa constatação sugere que uma parte significativa das pesquisas resultantes de dissertações e teses não chega a ser suficientemente divulgada, uma vez que permanecem como estudo não-publicado, de difícil acesso, que só pode ser consultado nas bibliotecas das instituições ou cursos onde foram aprovadas. Nos últimos anos algumas universidades estão implementando bibliotecas virtuais, nas quais as teses defendidas podem ser consultadas via internet. Contudo esse recurso ainda está longe de representar uma solução satisfatória para o acesso do público interessado nas pesquisas resultantes de Dissertações de Mestrados e Teses de Doutorados. A melhor solução para esta falta de disseminação ainda parece ser a publicação das pesquisas em periódicos, preferencialmente naqueles reconhecidos e com rigorosa política editorial.

A divulgação da produção científica é uma condição necessária para a construção de um corpo teórico consistente sobre as relações entre as habilidades metalingüísticas e a aquisição da linguagem escrita nos falantes do português brasileiro e para propiciar a geração de práticas docentes mais competentes e eficazes.

O estudo mostrou que a consciência fonológica é de longe a mais estudada no País, estando presente em 70,8% das teses/dissertações e 77,3% dos artigos. Se por um lado essa ênfase no estudo da consciência fonológica acompanha o que se encontra na literatura internacional, por outro lado, aspectos como a morfologia, que vem sendo muito estudada em outros países, não encontra a mesma atenção entre nós, estando presente em apenas 4,4% das dissertações e teses e 4,5% dos artigos publicados. Essa diversidade de interesses pode estar relacionada às diferenças na estrutura das línguas, ou seja, do português brasileiro, em contraste com o inglês e francês, línguas nas quais as pesquisas são mais freqüentes.

De maneira geral é possível afirmar que os achados das pesquisas feitas em diferentes línguas alfabéticas ainda necessitam ser mais discutidos e comparados, embora todos eles evidenciem a importância da consciência lingüística para a facilitação da aprendizagem da leitura.

A variedade de instrumentos e procedimentos utilizados nas pesquisas vem dificultando resultados conclusivos, sobretudo considerando-se que são ainda escassos os estudos de intervenção, longitudinais e outros que possam permitir a verificação de hipóteses causais sobre as relações entre as habilidades envolvidas.

Como era de se esperar dada a natureza do tema, a grande maioria dos estudos centrou seu foco de atenção e análise nas crianças.

Com efeito, é nos primeiros anos de vida que se instalam os processos lingüísticos de conhecimento implícito a partir dos quais as crianças chegarão à análise consciente da linguagem, indispensável para a aprendizagem da leitura e escrita. O estudo e a compreensão desses processos deve propiciar a criação de práticas de educação e ensino mais bem sucedidas e favorecedoras da aprendizagem da linguagem escrita na escolarização inicial. Por outro lado, em sociedades como a brasileira, em que ainda são enfrentados gravíssimos índices de analfabetismo entre jovens e adultos, impõe-se a realização de mais estudos a respeito do conhecimento lingüístico implícito e explícito nessa população.

As pesquisas foram feitas, sobretudo, com sujeitos típicos, ou seja, considerados normais ou sem evidência de dificuldades. Esse achado parece estar vinculado ao fato da literatura na área encontrar-se ainda predominantemente voltada para a construção e teste de hipóteses teóricas sobre os diferentes aspectos da consciência metalingüística e seu papel na aprendizagem da linguagem escrita. No entanto, estudos de intervenção e longitudinais estão surgindo, sobretudo nos últimos anos. Muitos desses estudos estão voltados para aprendizes portadores de dificuldades na aquisição da leitura. Os resultados obtidos sugerem que programas voltados para o desenvolvimento das habilidades metalingüísticas, antes ou durante a aprendizagem da linguagem escrita, trazem vantagens e ganhos para os aprendizes, particularmente para aqueles que são portadores de dificuldades.

Antes de finalizar estas considerações, parece oportuna uma palavra acerca de livros publicados sobre a temática. Uma verificação atenta, embora não exaustiva, sobre os livros publicados no período analisado, mostra que eles têm surgido em número crescente a partir da década de 90. Alguns expressam trabalhos em colaboração com colegas de língua inglesa e francesa [Nunes, Buarque e Bryant (Org.), 1992; Cardoso-Martins (Org.), 1996; Maluf (Org.) 2003]. Outros tratam de questões básicas da aquisição da linguagem escrita, destacando as habilidades metalingüísticas (Guimarães, 2005), destacando a ortografia (Morais, 1998, 1999; Zorzi, 1998), tratando das dificuldades no processo de aprendizagem (Pinheiro, 1994), dos problemas de leitura e escrita numa abordagem fônica (Capovilla e Capovilla, 2000; Capovilla, 2003). São preponderantes, nesses livros, os textos resultantes de pesquisas realizadas com falantes do português brasileiro, o que evidencia avanços na construção de conhecimento baseado em investigação, em substituição à simples reprodução de idéias provenientes da especulação ou da apropriação de conteúdos que nem sempre respondem às necessidades locais.

Concluindo pode-se dizer que a construção de conhecimentos sobre a relação entre a aquisição da linguagem escrita e habilidades metalingüísticas é uma área de estudos em expansão no País, apoiada em pesquisas que levam em consideração as especificidades do português brasileiro.

 

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Zorzi, J.L. (1998). Aprender a escrever: A apropriação do sistema ortográfico. Porto Alegre: Artes Médicas.        [ Links ]

 

Recebido em 13/02/06
Revisto em 10/08/06
Aceito em 13/08/06

 

 

1 Endereço para correspondência: Maria Regina Maluf - Rua Dr. Renato Paes de Barros, 227, apto. 12. São Paulo - SP. CEP: 04530-000. Tel. 11-3078-5982; E-mail: marmaluf@ajato.com.br.

 

 

ANEXO 1

Abbud, G.A.C. (2003). Efeito de um procedimento de estimulação de consciência fonológica na aprendizagem de leitura em crianças. Dissertação de Mestrado, UP MACKENZIE, São Paulo.

Abreu, E. (2003). Uma abordagem processual dos distúrbios de sonoridade em fricativas na Fonoaudiologia: “se vigar o pijo gome, se gorrer, o pijo beca”. Dissertação de Mestrado. UTP, Curitiba.

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Alves, V.O. (2000). Qual a influência da consciência do contraste oral/nasal na aquisição inicial do sistema de nasalização da ortografia do português. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Anjos, D.A.B. (1994). Aspectos fonético-fonológicos da variedade lingüística usada pelos alunos do colégio de aplicação/UFG, no início de processo de alfabetização. Dissertação de Mestrado. UFG, Goiânia.

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Archanjo, R.V.L. (1998). Diferenças nas abordagens de ensino afetam a leitura e compreensão de textos narrativos? Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

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Guimarães, S.R.K. (2001). Dificuldades na aquisição e aperfeiçoamento da leitura e da escrita: o papel da consciência fonológica e da consciência sintática. Tese de Doutorado. USP, São Paulo.

Harten, A.C.M. (1994). O comportamento da influência da habilidade de leitura no desenvolvimento da consciência fonológica. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Heining, O.L.O.M. (2003). “É que a gente não sabe o significado”: homófonos não homógrafos. Tese de Doutorado. UFSC, Florianópolis.

Ichikawa, C.S. (2003). A interferência da oralidade na escrita em escolares com desvios de fala. Dissertação de Mestrado. UEL, Londrina.

Ilha, S.E. (2004). A aquisição da estrutura silábica na escrita inicial de crianças e adultos: uma relação com a consciência fonológica. Tese de Doutorado. PUCRS, Porto Alegre.

Kajihara, O.T. (1998). Avaliação das habilidades fonológicas de disléxicos do desenvolvimento. Tese de Doutorado. USP, São Paulo.

Leal, T.F. (1993). O uso de contexto na aquisição da leitura. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Lima, R.A.S.C. (2002). A influência das habilidades fonológicas sobre o desenvolvimento da leitura e da escrita. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Luiz, M.O.R. (2003). A memória operacional e aquisição de leitura em analfabetos adultos. Dissertação de Mestrado. USP, São Paulo.

Lustosa, S.S. (2001). Análise da produção escrita dos alunos de 3ª e 4ª séries de escolas públicas de Marília. Dissertação de Mestrado. UNESP, Marília.

Magalhães, J.S. (2000). Produção de oclusivas mais líquida não-lateral e consciência fonológica na fala de crianças em aquisição da linguagem: análise pela geometria de traços. Dissertação de Mestrado. UFU, Uberlândia.

Marchett, S.C.E. (2004). O ensino de habilidades de consciência fonológica a estudantes alfabetizados. Dissertação de Mestrado. UFSC, Florianópolis.

Mariaca, E.V.M. (2002). Princípios fonético-fonológicos aplicados no ensino da escrita na alfabetização de jovens e adultos. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Meireles, E.S. (2004). A tarefa de erro intencional prediz a competência ortográfica da criança? Investigações acerca de aspectos morfossintáticos e contextuais da língua portuguesa. Dissertação de Mestrado. UFRJ, Rio de Janeiro.

Melo, J.P. (2001). Alternativas didáticas para o ensino das regras ortográficas de tipo morfológico: um estudo em didática da língua portuguesa. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Melo, K.L.R. (1997). Uma proposta alternativa para o ensino da ortografia. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Melo, K.L.R. (2002). Efeitos do treino em consciência gramatical sobre as habilidades de leitura e escrita. Tese de Doutorado. UFPE, Recife.

Melo, T. (1989). Consciência metalingüística de relações de significado em crianças de fase intermediária. O que dizem as variáveis. Tese de Doutorado. PUCRS, Porto Alegre.

Mendonça, M.P.C. (2000). Efeito de um treino de habilidades fonológicas em crianças com dificuldades de leitura e escrita. Dissertação de Mestrado. UFSCar, São Carlos.

Menezes, G.R.C. (1999). A consciência fonológica na relação fala-escrita em crianças com desvios fonológicos evolutivos. Dissertação de Mestrado. PUCRS, Porto Alegre.

Monteiro, A.M.L. (1995). A aquisição de regras ortográficas de contexto na leitura e na escrita. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Morais, A.M.P. (1994). A relação entre a consciência fonológica e as dificuldades de leitura. Dissertação de Mestrado. PUCSP, São Paulo.

Moreira, M.A.Q. (2000). Aquisição de vocabulário por intermédio da leitura. Dissertação de Mestrado. UFPR, Curitiba.

Moussatché, A.H. (2002). Alfabetização e consciência fonológica: um estudo de intervenção com jovens pré-leitores portadores de síndrome de Down. Tese de Doutorado. USP, São Paulo.

Nunes, S.R. (1995). Comparando habilidades de leitura e escrita em crianças alfabetizadas por diferentes métodos. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Oliveira, E.M. (2003). Avaliação dos aspectos lingüísticos e metalingüísticos na aprendizagem da leitura. Dissertação de Mestrado. UFC, Fortaleza.

Oliveira, M.P. (1999). Análise do processo de ensino aprendizagem de leitura e escrita: o comportamento de atentar ao som das palavras. Dissertação de Mestrado. UFPA, Belém.

Pasquetti, M.G. (1992). Leitura e escrita: a conscientização da pontuação oportuniza uma leitura mais compreensiva. Dissertação de Mestrado. PUCRS, Porto Alegre.

Paula, F.V. (2002). Conhecimento metacognitivo de crianças de 3ª série que apresentam dificuldades na aquisição da leitura. Dissertação de Mestrado. USP, São Paulo.

Paula, G.R. (2002). A terapia em consciência fonológica no processo de alfabetização. Dissertação de Mestrado. UFSM, Santa Maria.

Pereira, S.L. (2004). Diferenças entre Crianças no Processo de Aquisição da Linguagem Escrita. Dissertação de Mestrado. UNIVALE, Itajaí.

Pestun, M.S.V. (2001). Análise funcional discriminativa em dislexia do desenvolvimento. Tese de Doutorado. UNICAMP, Campinas.

Queiroga, B.A.M. (1996). Avaliação da consciência sintática: um estudo comparativo entre três procedimentos. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Rego, M.G.S. (1999). Hiperlexia: uma análise cognitiva em Síndrome de Asperger. Dissertação de Mestrado. USP, São Paulo.

Ribeiro, G.P.B. (2003). O efeito das variáveis habilidade de leitura e DPAC sobre o teste de consciência fonológica utilizado no exame do processamento auditivo. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Ribeiro, M.S.F. (1997). Um estudo sobre a consciência fonológica em crianças de pré-escola. Dissertação de Mestrado. UFMS, Campo Grande.

Riveiro, F.L.S. (1994). Consciência metalingüística: um modelo teórico em questão. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Rizzatti, M.E.C. (2001). A consciência das relações grafo-fonológicas e os processos de aquisição da lecto-escrita. Frederico Westphalen. Dissertação de Mestrado. PUCRS, Porto Alegre.

Rizzatti, M.E.C.(2004). Consciência fonêmica e aprendizado da leitura e da escrita: implicações de uma opção metodológica mais sintética ou mais global para a alfabetização. Tese de Doutorado. UFRS, Porto Alegre.

Rochefort, T.A. (2001). A consciência fonológica na alfabetização de jovens portadores de deficiência mental moderada. Dissertação de Mestrado, UCPel, Pelotas.

Romero, M.V. (2004). Desenvolvimento das habilidades em consciência fonológica e relação com leitura e compreensão leitora. Dissertação de Mestrado. UFSM, Santa Maria.

Ruschel, S.H.P. (2001). O processo de resolução de tarefas de consciência fonológica por crianças de 1ª série. Dissertação de Mestrado. PUCSP, São Paulo.

Sá, F.K.B. (2004). Consciência fonológica: a relação entre os níveis desenvolvidos e o processo de aquisição da escrita. Dissertação de Mestrado. UFSC, Florianópolis.

Sá, J.S.N. (1999). A relação entre consciência morfossintática e escrita ortográfica. Dissertação de Mestrado. UFRJ, Rio de Janeiro.

Salles, J.F. (2001). O uso das rotas de leitura fonológica e lexical em escolares: relações com compreensão, tempo de leitura e consciência fonológica. Dissertação de Mestrado. UFRGS, Porto Alegre.

Santa Clara, A.M. O. (2000). Um estudo comparativo entre crianças avançadas e crianças atrasadas em ortografia em dois contextos escolares. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Santos, D.R. (2003). Consciência fonológica: importância relativa entre rima e aliteração. Dissertação de Mestrado. PUCRS, Porto Alegre.

Santos, G.F.L. (2000). Aquisição da ortografia: influências fonéticas, fonológicas, morfológicas ou lexicais? Dissertação de Mestrado. UFMG, Belo Horizonte.

Santos, M.J. (2004). Consciência fonológica e educação infantil: aplicação de um Programa de Intervenção e seus efeitos na aquisição da escrita. Tese de Doutorado. PUCSP, São Paulo.

Silva, R.C.D.S. (2004). Hiperléxicos com Transtorno de Asperger: Caracterização da leitura e escrita de textos e palavras. Dissertação de Mestrado. UNIFESP, São Paulo.

Silveira, F.B. (2002). Procedimentos para desenvolver consciência fonológica e ensinar correspondências grafofonêmicas em educandos com e sem distúrbios de fala. Dissertação de Mestrado. USP, São Paulo.

Simões, P.M.U. (2002). O Desenvolvimento da consciência metatextual e suas relações com a compreensão de histórias. Tese de Doutorado. UFPE, Recife.

Soares, C.D. (2000). Habilidades de processamento auditivo central e consciência fonológica: comportamento de escolares com bom e mau desempenho escolar. Dissertação de Mestrado. UFSM, Santa Maria.

Soroka, J.G. (1996). Conexões entre produção textual e consciência metalingüística. Dissertação de Mestrado. PUCRS, Porto Alegre.

Sousa, M.A.D. (1993). A aquisição da língua escrita - uma experiência realizada numa escola da periferia de Goiânia. Dissertação de Mestrado. UFGO, Goiânia.

Souza, E.Z. (1993). Aquisição e desenvolvimento de habilidades metalingüísticas. Dissertação de Mestrado. PUCRS.

Souza, L.B.R. (2004). Perfil das habilidades de consciência fonológica em crianças alfabetizadas: estudo comparativo. Dissertação de Mestrado. UFRN, Natal.

Souza, L.M.A. (2001). Análise do desempenho das habilidades fonológicas em crianças em idade pré-escolar: modelo construtivista. Dissertação de Mestrado. USP, São Paulo.

Tafla, T.R. (1994). Uma visão lingüística do desempenho ortográfico em crianças normais e em crianças portadoras de deficiência mental. Dissertação de Mestrado. USP, São Paulo.

Teixeira, L. (2000). A relação oralidade/escrita: evidências de que a criança, em fase de alfabetização não se utiliza apenas da percepção fonética da fala para representar a escrita. Dissertação de Mestrado. UFJF, Juiz de Fora.

Tessari, E.M.B. (2002). Operações fonológicas nas alterações ortográficas - a presença da fonologia na ortografia. Dissertação de Mestrado. UCPel, Pelotas.

Toneli, N.C. (1998). A construção do sistema ortográfico: uma análise das variações de escrita em pontos de instabilidade silábica. Dissertação de Mestrado. UFMG, Belo Horizonte.

Valério, T.M.M. (1998). A estimulação da consciência fonológica em indivíduos portadores de dislexia. Dissertação de Mestrado. UERJ, Rio de Janeiro.

Varella, N.K. (1993). Na aquisição da escrita pelas crianças ocorrem processos fonológicos similares aos da fala? Dissertação de Mestrado. PUCRS, Porto Alegre.

Vasconcelos, F.C. (1999). A aquisição das representações do fonema /S/ na ortografia do português. Dissertação de Mestrado. UFPE, Recife.

Volpato, A.N. (1990). A instituição fonológica do aprendiz do código escrito. Dissertação de Mestrado UFSC, Florianópolis.

Zorzi, J.L. (1997). A apropriação do sistema ortográfico nas quatro primeiras séries do primeiro grau. Tese de Doutorado. UNICAMP, Campinas.

 

ANEXO 2

Barrera, S.D. & Maluf, M.R. (2003). Consciência metalingüística e alfabetização: um estudo com crianças da primeira série do ensino fundamental. Psicologia Reflexão e Crítica, 16, 3, 491-502.

Capellini, S.A. & Ciasca, S.M. (2000). Eficácia do programa de treinamento com a consciência fonológica em crianças com distúrbio de leitura e escrita e distúrbio de aprendizagem. Temas sobre Desenvolvimento, 52, 9, 4-10.

Capellini, S.A.; Padula, N.A.M.R. & Ciasca, S.M. (2004). Desempenho de escolares com distúrbio específico de leitura em programa de remediacäo. Pró-fono, 16, 3, 261-274.

Capellini, S.A. & Ciasca, S.M. (2000). Avaliação da consciência fonológica em crianças com distúrbio específico de leitura e escrita e distúrbio de aprendizagem. Temas sobre Desenvolvimento, 48, 8, 17-23.

Capovilla, A.G.S. (2002). Compreendendo a dislexia: definição, avaliação e intervenção. Cadernos de Psicopedagogia, 1, 2, 36-59.

Capovilla, A.G S. & Capovilla, F.C. & Silveira, F.B. (1998). O desenvolvimento da consciência fonológica, correlações com leitura e escrita e tabelas de normatização. Ciência Cognitiva: Teoria, Pesquisa e Aplicação, 3, 2, 113-160.

Capovilla, A.G.S. & Capovilla, F.C. (1997). Treino de consciência fonológica e seu impacto em habilidades fonológicas, de leitura e ditado da pré-escola à segunda série. Ciência Cognitiva: Teoria, Pesquisa e Aplicação, 2,1, 461-532.

Capovilla, A.G.S. & Capovilla, F.C. (1998). Consciência fonológica: procedimento de treino. Ciência Cognitiva: Teoria, Pesquisa e Aplicação, 3, 2, 341-388.

Capovilla, A.G.S. & Capovilla, F.C. (1998). Treino de consciência fonológica do pré 1ª e segunda séries: efeitos sobre habilidades fonológicas, leitura e escrita. Temas sobre Desenvolvimento, 40, 7, 5-15.

Capovilla, A.G.S. & Capovilla, F.C. (2000). Efeitos do treino de consciência fonológica em crianças com baixo nível sócio-economico. Psicologia: Reflexão e Critica, 1, 3, 7-24.

Capovilla, A.G.S.; Smythe, I.; Capovilla, F.C. & Everatt, J.(2001). Adaptaçäo brasileira do International Dyslexia Test: perfil cognitivo de crianças com escrita pobre. Temas sobre Desenvolvimento, 10, 7, 30-37.

Capovilla, A.G.S.; Capovilla, F.C.; Silveira, F.B.; Vieira, R.S. & Matos, S.A. (1998). Processos fonológicos em paralisia cerebral: efeitos de treino sobre consciência fonológica, leitura e escrita. Ciência e Cognição, 2, 3, 209-252.

Capovilla, A.G.S; Capovilla, F.C. & Silveira, F.B. (1998). Tratamento de dificuldades fonológicas e de alfabetização. Ciência e Cognição, 2, 4, 489-536.

Capovilla, A.G.S; Capovilla, F.C. & Soares, J.V.T. (2004). Consciência sintática no ensino fundamental: correlações com consciência fonológica, vocabulário, leitura e escrita. Psico-USF, 9, 1, 39-47.

Capovilla, A.G.S; Capovilla, F.C. & Suiter, I. (2004). Processamento cognitivo em crianças com e sem dificuldades de leitura. Psicologia em Estudo, 3, 2, 449-458.

Capovilla, A.G.S; Joly, M.C.R. A.; Ferracini, F.; Caparrotti, N.B.; Carvalho, M.R. & Raad, A.J. (2004). Estratégias de leitura e desempenho em escrita no início da alfabetização. Psicologia Escolar e Educacional, 8, 2, 189-197.

Capovilla, F.C. & Capovilla, A.G.S. (2001). Compreendendo a natureza dos problemas de aquisição de leitura e escrita: mapeando o envolvimento de distúrbios cognitivos de discriminação fonológica, velocidade de processamento e memória fonológica. Cadernos de Psicopedagogia, 1, 1, 14-37.

Capovilla, A.G.S. & Capovilla, F.C. (1997). O desenvolvimento da consciência fonológica em crianças durante a alfabetização. Temas sobre Desenvolvimento, 35, 6, 15-21.

Cardoso-Martins, C. & Frith, U. (1999). Consciência fonológica e habilidade de leitura na Síndrome de Down. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12, 1, 209-225.

Cardoso-Martins, C. & Pennington, B.F. (2001). Qual é a contribuição da nomeação seriada rápida para a habilidade de leitura e escrita?: Evidência de crianças e adolescentes com e sem dificuldades de leitura. Psicologia: Reflexão e Critica, 14, 2, 387-387.

Cardoso-Martins, C. (1991). A consciência fonológica e a aprendizagem inicial da leitura e da escrita. Cadernos de Pesquisa, 76, 41-49.

Cárnio, M.S. & Santos, D. (2005). Evolução da consciência fonológica em alunos de ensino fundamental. Pró-fono, 17, 2, 195-200.

Cielo, C.A. (2002). Habilidades em consciência fonológica em crianças de 4 a 8 anos de idade. Pró-fono, 14, 3, 301-312.

Correa, J. (2004). A avaliação da consciência sintática na criança: uma análise metodológica. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20, 1, 69-75.

Correa, J. (2005). A avaliação da consciência morfossintática na criança. Psicologia: Reflexão e crítica, 18, 1, 91-97.

Godoy, D.M.A. (2003).O papel da consciência fonológica no processo de alfabetização. Pró-fono, 15, 3, 241-250.

Graminha, S.S.V., Machado, V.L.S., Francischini, E.L. & Befi, V.M. (1987). Emprego de um procedimento de treino gradual de discriminação de sílabas em crianças com dificuldades na leitura e na escrita. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 39, 1, 84-94.

Guimarães, S.R.K. (2003). Dificuldades no desenvolvimento da lectoescrita: o papel das habilidades metalingüísticas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 19, 1, 33-45.

Jeronymo, R.R.F. & Galera, C.A. (2000). A relação entre a memória fonológica e habilidade lingüística de crianças de 4 a 9 anos. Pró-fono, 12, 2, 55-60.

Maluf, M.R. & Barrera, S.D. (1997). Consciência fonológica e linguagem escrita em pré-escolares. Psicologia: Reflexão e Critica, 1,10, 125-145.

Meireles, E.S. & Correa, J. (2005). Regras contextuais e morfossintáticas na aquisição da ortografia da língua portuguesa por criança. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21, 1, 77-84.

Morales, M.V., Mota, H.B. & Keske-Soares, M. (2002). Consciência fonológica: desempenho de crianças com e sem desvios fonológicos evolutivos. Pró-fono, 14, 2, 153-164.

Navas, A.L.G.P. (1997). O papel das capacidades metalingüísticas no aprendizado da leitura e escrita e seus distúrbios. Pró-fono, 9, 1, 66-9.

Paula, G.R.; Mota, H.B. & Keske-Soares, M. (2005). A terapia em consciência fonológica no processo de alfabetização. Pró-fono, 17, 2, 175-184.

Pinheiro, A.M.V. & Rothe-Neves, R. (2001). Avaliação cognitiva de leitura e escrita: as tarefas de leitura em voz alta e ditado. Psicologia: Reflexão e Critica, 14, 2, 399-408.

Portugal, A.C. & Capovilla, F.C. (2002). Triagem audiológica na primeira série: efeitos de perda auditiva sobre vocabulário, consciência fonológica, articulação da fala e nota escolar. Cadernos de Psicopedagogia, 1, 2, 60-97.

Rego, L.L.B. & Buarque, L.L. (1997). Consciência sintática, consciência fonológica e aquisiçäo de regras ortográficas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 10, 2, 199-217.

Rego, L.L.B. (1993). O papel da consciência sintática na aquisição da língua escrita. Temas em Psicologia, 1, 79-87.

Rego, L.L.B. (1995). Diferenças individuais na aprendizagem inicial da leitura: papel desempenhado por fatores. Psicologia: Reflexão e Critica, 11, 1, 51-60.

Roazzi, A. & Dowker, A. (1989). Consciência fonológica, rima e aprendizagem da leitura. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 5, 1, 31-55.

Salgado, C. & Capellini, S.A. (2004). Desempenho em leitura e escrita de escolares com transtorno fonológico. Psicologia Escolar e Educacional, 8, 2, 179-188.

Salles, J.F. & Parente, M.A. (2002). Relação entre os processos cognitivos envolvidos na leitura de palavras e as habilidades de consciência fonológica em escolares. Pró-fono, 14, 2, 175-186.

Salles, J.F.; Mota, H.B.; Cechella, C. & Parente, M.A. (1999). Desenvolvimento da consciência fonológica de crianças de primeiras e segundas séries. Pró-fono, 11, 2, 68-76.

Spinillo, A.G.& Simões, P.U. (2003). O desenvolvimento da consciência metatextual em crianças: questões conceituais, metodológicas e resultados de pesquisas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16, 3, 537-546.

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