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Boletim de Psicologia

versão impressa ISSN 0006-5943

Bol. psicol vol.66 no.145 São Paulo jul. 2016

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

 

Os significados do trabalho face ao envelhecimento para servidoras de uma instituição pública de ensino superior

 

Meanings of working facing the aging process for servents of a public institution of higher education

 

 

Rosane Antunes de Sá*; Ana Claudia Nunes de Souza Wanderbroocke*

Universidade Tuiuti do Paraná - PR - Brasil

 

 


RESUMO

O presente estudo teve como objetivo apreender os significados atribuídos ao trabalho face ao envelhecimento para servidoras de uma instituição pública de ensino superior. Estudo qualitativo e exploratório, do qual participaram 10 servidoras públicas com idade entre 45 e 70 anos, pertencentes à carreira de docente e de técnico administrativo em Educação. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e analisados a partir da perspectiva construcionista social. Os discursos e repertórios produzidos acerca do trabalho foram organizados em três categorias: valores atribuídos ao trabalho, trabalho como espaço de pertencimento e visões sobre a aposentadoria. Discutiu-se que o trabalho é valorizado por possibilitar maior aproximação com a juventude e afastamento da inatividade, por garantir um espaço de socialização e de pertencimento, de organização da vida, manutenção da identidade e estar menos ligado ao espaço doméstico. O processo de aposentadoria é permeado de dúvidas e de angústia.

Palavras-chaves: Mulheres; trabalho; envelhecimento feminino; construcionismo social.


ABSTRACT

This study aimed to apprehend the meanings attributed to work in view of the aging process for servants of a public institution of higher education. This is an exploratory qualitative study, in which participated 10 public servants, aged 45 to 70 years who worked in teaching or as administrative technician in Education. Data were collected through semi-structured interviews and analyzed from a social constructionist perspective. The speeches and repertoires produced about work were organized into three categories: values attributed to work, work as a space of belongness and views about retirement. Results point that work is valued due to allowing closer ties with youth and taking away from inactivity, ensuring a space to socialize, belong, organize life, preserve identity and reduce ties with the domestic space. The retirement process is permeated with doubts and anguish.

Key words: Women; work; female aging; social constructionism.


 

 

INTRODUÇÃO

As últimas décadas do século XX inauguraram um interesse crescente em relação ao envelhecimento e à velhice. No Brasil, esse fenômeno impressiona pela velocidade com que vem ocorrendo, deixando de ser um país jovem para tornar-se um país com mais de 32 milhões de pessoas idosas (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2011).

Convencionou-se dizer que idosa é a pessoa que completa 60 ou 65 anos de idade, conforme viva em um país desenvolvido ou em desenvolvimento, respectivamente. Por outro lado, não há um marcador inconteste para se definir o início do processo de envelhecimento. Em geral, se aceita que os efeitos do envelhecimento humano passam a ser progressivos e cada vez mais evidentes, a partir da terceira década de vida. O envelhecimento e a velhice são compreendidos neste estudo, de acordo a perspectiva proposta por Néri (2006), ou seja, como construtos heterogêneos e multideterminados, que variam de acordo com o momento histórico, a cultura, a etnia, a classe social, o modo de viver, o gênero e a atividade profissional, dentre outros.

Um dos aspectos que se deve destacar ao contextualizar o envelhecimento é a feminização deste fenômeno. A presença maciça de mulheres idosas caracteriza o envelhecimento na contemporaneidade, por estar relacionado à maior longevidade das mulheres em comparação com os homens, fato observado no Brasil e no mundo (Rapp, LaCroix & Shumaker, 2016; Dobson et al., 2015). Atualmente, segundo o Fundo de População das Nações Unidas (2012), para cada 100 mulheres com 60 anos ou mais em todo o mundo, há apenas 84 homens. Da mesma forma, para cada grupo de 100 mulheres com 80 anos ou mais, existem apenas 61 homens. Em 2050, a proporção será de 100 idosas para 76 idosos homens, portanto quase duas mulheres para cada homem idoso.

Nesta perspectiva, com o fenômeno da feminização do envelhecimento, observa-se a presença cada vez maior de mulheres envelhecendo no mundo do trabalho, que por diversos fatores, buscam além da sobrevivência, um referencial de integração social. Para Buriti (2013) o trabalho fora de casa se tornou uma forte referência social, o qual se constitui numa das mais evidentes características da mulher na contemporaneidade.

A concepção de trabalho varia de acordo com o momento histórico de cada sociedade. Etimologicamente, a palavra trabalho tem sua origem no latim e significa tripalium, instrumento utilizado por agricultores feito de três paus aguçados, ou provido de uma ponta de ferro. Também foi utilizado como instrumento de tortura. Por isto, a palavra trabalho significou por muito tempo algo como sofrimento, dor e prisão. Ao conteúdo semântico de sofrer, acrescentou-se o de obrar, esforçar-se e laborar (Albornoz, 2012). De acordo com Moreira (2011) o sentido e o lugar do trabalho passaram da desvalorização, da obrigação de subalternos da pré-modernidade para a valorização na Modernidade. Em linhas gerais, o trabalho contribui para a sobrevivência, para o desenvolvimento pessoal e para a adaptação dos indivíduos na sociedade.

O fazer algo material ou intelectual também está relacionado ao reconhecimento social, à realização profissional, prestígio e enfrentamento de desafios como um todo. Neste sentido, a atividade humana em qualquer exercício de caráter físico ou intelectual contribui para o desenvolvimento pessoal e a adaptação dos indivíduos na sociedade. Morin (2002) destaca o seu caráter existencial, identificando dentre as causas pelas quais os indivíduos trabalham, a possibilidade de estabelecer relações interpessoais, o sentimento de vinculação, a ocupação, a fuga do tédio e a necessidade de ter um objetivo na vida. Zanelli (2010) diz que o trabalho assume para cada indivíduo, um significado, uma função relacionada aos seus desejos e necessidade, transformando-se, portanto, em um instrumento de realização e central na vida das pessoas.

Afastar-se do contexto de trabalho nem sempre é fácil e muitos adiam a aposentadoria, inclusive por um período de tempo maior do que o previsto na legislação, pois manter-se vinculado ao emprego também é uma forma de pertencimento a uma comunidade (Antunes & Moré, 2016; Loureiro, Pedreiro, Silva, Camarneiro & Mendes, 2016; Costa & Soares, 2015) apontam que as atividades realizadas ao longo da vida laboral, nas quais os horários, atividades e relacionamentos pessoais funcionam como ponto de referência é fundamental para a vida social, o que pode justificar a dificuldade em aposentar-se, bem como de o aposentado encontrar um espaço social para si.

A partir deste panorama, que envolve o crescente envelhecimento populacional, caracterizado pela presença numericamente superior de mulheres, muitas inseridas no mercado de trabalho, o objetivo da presente pesquisa é compreender o significado do trabalho para mulheres em processo de envelhecimento. Como os significados em torno do envelhecimento e do trabalho são construções sociais sujeitos a mudanças de acordo com os valores presentes em cada momento histórico e grupo social, adotou-se nesta pesquisa a perspectiva construcionista que, de acordo com Gergen e Gergen (2010), considera a produção de sentidos uma construção social, que se dá num contexto, por meio do qual as pessoas, nas relações sociais, históricas e culturais, constroem os termos a partir dos quais compreendem as situações e fenômenos ao seu redor.

De acordo com Spink e Medrado (2004) os pressupostos do construcionismo social fornecem novas maneiras de compreender e refletir sobre a construção de sentidos nas relações humanas, ou seja, as maneiras como as pessoas compreendem o mundo e a si mesmas, questionando e problematizando ideias, valores, conceitos e verdades estabelecidas na história da humanidade. O conhecimento é compreendido como um processo coletivo, em que as ações e as interações cotidianas constroem concepções de mundo. Todas as formas de interação são importantes, mas fundamentalmente o foco está na linguagem em uso e, por esta via, busca-se compreender as produções discursivas que ocorrem nas interações cotidianas e os repertórios linguísticos utilizados, tendo em vista o potencial que a linguagem tem para a construção de realidades.

 

MÉTODO

O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória, de cunho qualitativo, que de acordo com Flick (2009), é utilizada no estudo das relações sociais ao buscar os significados subjetivos das experiências e das práticas cotidianas, a fim de se levantar opiniões, atitudes e crenças a respeito do tema. A pesquisa foi realizada nas dependências de uma instituição de ensino superior federal na cidade de Curitiba-PR. A amostra foi estabelecida por conveniência com base nos critérios: idade 50 anos ou mais, pertencentes à carreira de docente e de técnico administrativo em educação, com nível de escolaridade médio e/ou superior e em atividade laboral. Inicialmente, a pesquisadora submeteu o projeto à apreciação dos responsáveis na instituição de ensino e de um Comitê de Ética em Pesquisa, recebendo deste a aprovação sob parecer número 398.093. Após obter as aprovações, enviou por meio de convite nominal, impresso e entregue pessoalmente a 30 servidoras do círculo de convivência da pesquisadora que se encaixavam nos critérios de inclusão.

Para aquelas que demonstraram interesse em participar, foi agendado horário para a realização da coleta de dados, que consistiu em entrevistas semiestruturadas. Antes do início dos encontros, a pesquisadora explicou o objetivo da pesquisa e solicitou a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Esses encontros foram realizados nas dependências da universidade, com duração média de uma hora. O roteiro de entrevista versou sobre os seguintes temas: vida laboral, concepção sobre o envelhecimento, relação entre trabalho e processo de envelhecimento e expectativas quanto à aposentadoria.

Foram entrevistadas dez servidoras públicas, nove eram casadas e uma, divorciada; uma servidora com ensino médio, duas com ensino superior completo e sete com pós-graduação. Sete servidoras ocupantes do cargo de técnico-administrativo e três, do cargo de docente. Uma servidora era evangélica, uma judia, uma espiritualista e sete católicas. Duas servidoras tinham três filhos, uma quatro e sete, dois filhos. Como faz parte do aspecto ético desta pesquisa manter o anonimato das entrevistadas, as mesmas foram tratadas por nomes de flores.

Na determinação do número de participantes, utilizou-se o critério de saturação de dados, segundo o qual o pesquisador na sua avaliação entende a coleta como satisfatória, pois há redundância ou repetição de dados, não sendo relevante persistir na coleta, portanto com a suspensão da admissão de novos participantes (Fontanella, Ricas & Turato, 2008).

Para o exame dos dados, foi utilizada a análise das Práticas Discursivas, tal como proposta por Spink e Medrado (2004), que são o eixo central de análise na perspectiva construcionista. O foco desloca-se da pessoa para a esfera do social, bem como, critica a naturalização dos fenômenos sociais, os modelos tradicionais, os princípios ou verdades que já estão pressupostos, buscando dar conta das construções que os indivíduos elaboram coletivamente. As autoras indicam uma metodologia, que pesquisa o modo pelo qual as pessoas produzem sentidos, e a maneira como se posicionam, em suas relações sociais. Assim, a análise das Práticas Discursivas admite uma postura construcionista que tem como foco os processos de construção do uso da linguagem.

Iniciou-se a análise dos dados pela transcrição na íntegra das entrevistas. Após, delineou-se a construção do mapa dialógico (Spink e Medrado, 2004), organizado de acordo com o objetivo do estudo e de forma a sistematizar o processo de análise das práticas discursivas. A análise dos discursos e repertórios produzidos e compartilhados acerca do trabalho permitiu a construção de três categorias: valores atribuídos ao trabalho, trabalho como espaço de pertencimento e visões sobre a aposentadoria. As categorias foram discutidas de forma a dialogar com as literaturas da área da saúde e da Gerontologia, sob a perspectiva construcionista social e serão apresentadas a seguir.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Valores atribuídos ao trabalho

Neste estudo, um dos repertórios mais recorrentes nos discursos das mulheres, atribuiu ao trabalho o significado de utilidade pessoal e social. Exemplo disso é o que Hortência, 51 anos, disse:

"Eu acho que é muito importante. Eu acho que o trabalho é sempre importante em qualquer fase da vida porque ele te mantém útil." E Íris, 52 anos: "Na medida em que você se sente útil. Você produz algo pra sociedade, faz diferença, né? "

As atividades administrativas ou de docência desenvolvidas regularmente foram consideradas gratificantes e úteis para as participantes. Perceberam-se fazendo algo que transcende os limites pessoais e os da instituição. Dados que vão ao encontro do proposto por autores como Antunes e Moré (2016) e Oliveira, Scortegagna e Oliveira (2011) ao ressaltarem a importância de o indivíduo continuar tendo um papel e lugar na sociedade, no qual ele possa se adequar à nova etapa da vida e superar as perdas decorrentes do processo de envelhecimento. A satisfação com as suas atividades e o contentamento em se sentir útil, são também fatores considerados pelos autores.

Sobre envelhecer e continuar trabalhando Angélica, 64 anos, comenta:

"Envelhecer? Pra mim eu... não sinto diferença pra mim, pra mim eu continuo trabalhando, eu continuo ativa, eu acho que é isso que faz bem, né?"

No mesmo sentido, Hortência, 51 anos, se mantinha ativa, para não se sentir envelhecendo:

que eu, em relação ao meu dia a dia, é o trabalho principalmente, quem me ajuda a levar e não sentir muito o envelhecimento, nem a idade chegando."

Para Magnólia, 63 anos, o seu envelhecer sereno se deve também ao fato de ainda estar trabalhando:

"Nossa! Eu acho que o envelheci tranquila porque eu trabalho... Mas eu acho que o processo de envelhecimento tranquilo, que eu tive, está relacionado com o meu trabalho. Porque você não tem tanto tempo de pensar bobagem e nem de ter conflitos maiores ou mais, porque você tem outras coisas pra pensar também."

Para Violeta, 54 anos, o trabalho significou um desafio, que fez com que ela superasse as limitações do envelhecimento:

"É, eu acho que dá outra condição. O desafio no trabalho, no dia a dia, faz com que a gente se supere na questão do envelhecimento, não se entrega àquela condição, apesar desse respeito às limitações."

Historicamente a noção de velhice esteve associada à doença, incapacidade, inutilidade e passividade. A imagem negativa sobre a velhice e o envelhecimento começou a ser desconstruída somente no final do século XX, mas ainda permanece presente na cultura ocidental atual (Gontarski & Rasia, 2012). Desta forma, continuar desempenhando atividade laboral, pode ser considerado um meio de afastar as pessoas dos estereótipos construídos acerca da velhice.

Os efeitos do envelhecimento podem ter significados diferentes para as pessoas que continuam trabalhando, quando conseguem perceber os ganhos decorrentes do mesmo. Isso pode ser exemplificado pela narrativa de Margarida, 50 anos:

"Quando a gente é jovem o trabalho parece que é um peso, é um fardo. Hoje pra mim o trabalho é algo bom, me faz... não me faz parar. O trabalho me estimula, o trabalho me acrescenta, o trabalho me faz crescer como pessoa."

Continuar trabalhando, promove em Margarida um sentimento de bem-estar, o que pode ser associado a um autoconceito positivo e maior satisfação pessoal. A Psicologia do desenvolvimento vem demonstrando que apesar do declínio físico, quando o ser humano se encontra em um contexto estimulante é capaz de manter suas capacidades cognitivas em padrões de desempenho semelhante às etapas anteriores e algumas, como a criatividade e a habilidade de resolução de problemas, podem aumentar. Sendo assim, percebe-se o constante tensionamento entre perdas e ganhos ao longo do processo de envelhecimento e o trabalho pode configurar um contexto para ampliar os ganhos (Neri, 2006).

Entre outros ganhos associados ao trabalho, o respeito social adquirido pela experiência foi mencionado também por Margarida, 50 anos:

"Você adquire uma respeitabilidade pela tua experiência... respeito, experiência."

Percebe-se nesta narrativa, que o trabalho proporciona um lugar social, a possibilidade de ser visto, reconhecido e valorizado pelo outro, como discutido por Costa e Soares (2015).

Além de garantir um lugar social, o trabalho foi apontado como tendo o potencial de aproximar a pessoa da juventude, seja pelo contato com os mais novos ou pela manutenção de atitudes atreladas aos jovens. Magnólia, 63 anos, expos sobre esta questão:

"A gente que trabalha fora, você está em constante contato com as mudanças, você se obriga a estar renovando, não só fisicamente, se cuidar, fazer ginástica, porque a mídia tá aí, a propaganda tá aí, você tem mais recursos, né? ... a gente se obriga, eu acho que está mais informada, participa mais das coisas, mais vontade própria. Acho que tudo isso ajuda você se manter jovem, né?"

De acordo com Neri (2006), o convívio entre indivíduos pertencentes a diferentes gerações, não apenas familiar, mas em outras esferas sociais, ajuda a conferir um novo significado ao envelhecimento e à velhice, a qual passa a ser mais interessante e criativa. Magnólia se justifica pela obrigatoriedade imposta pela profissão, pela imposição da mídia, a necessidade de se manter jovem, reproduzindo assim o discurso construído socialmente de que é possível adiar o envelhecimento por meio de atividades físicas, por exemplo. Ela também compartilha da crença construída coletivamente sobre o culto à beleza e a juventude.

A mudança no papel social, de dona de casa para servidora pública, promoveu mudanças na autoestima de Camélia, 59 anos, a valoração positiva do trabalho na construção da identidade profissional:

"Então, eu acho que, quando eu fui trabalhar fora, quando eu fui pra faculdade, então eu, apesar de eu ser mais velha, mas eu comecei a me cuidar melhor, comecei a me ver mais mulher, mais assim... me arrumar mais, passar um batom, fazer uma unha que eu mesma fazia, né? Então, acho assim, eu me sinto... mais bonita hoje, né? Menos feia, vamos dizer né? Mas vamos dizer isso, menos feia"

(risos).

Pela narrativa de Camélia pode-se notar que o trabalho foi importante para a reconstrução de sua identidade, uma vez que a construção do self se dá nas interações sociais (Gergen & Gergen, 2010). A preocupação com a aparência denota a preocupação com o modo como os outros iriam vê-la, pois antes do trabalho ela não se incomodava com este aspecto. Desta forma, o se preparar para o outro também provocou um novo olhar para si mesma, na medida em que também reconheceu a sua transformação.

Com base nos dados pode-se pensar que as participantes atribuem valor ao trabalho na medida em que este contribui para que se distanciem da ideia do envelhecimento, por tirar o foco de atenção das perdas decorrentes do processo, manutenção das capacidades cognitivas ou por meio da aproximação com o jovem e adoção de práticas e atitudes a eles associadas. Por outro lado, o trabalho garante a manutenção de um espaço social por meio da experiência conquistada, capaz de conferir a diferenciação e respeito pessoal.

Trabalho como espaço de Pertencimento

O trabalho de casa, circunscrito ao espaço doméstico, foi associado a um espaço que limita, que é improdutivo e monótono, onde ocorre dependência, nada se aprende e onde não há novidades. Desta forma, algumas participantes não se sentiam pertencendo ao espaço doméstico, como exemplificado pela narrativa de Camélia:

Ah! Ficar em casa você enlouquece. Pára né? Não ficar em casa, porque eu falo: meu trabalho, mas é muito importante você ter o teu salário, você se sentir ativa, você tem que sair, você tem uma responsabilidade pra fazer, né? Se ficar parada, se eu não tiver esse compromisso, eu acho que eu vou enlouquecer.

Percebe-se no seu discurso uma desvalorização do espaço doméstico, como um espaço pouco estimulante e que não produz rendimentos. A fala da participante remete à construção social contemporânea do trabalho doméstico o qual é desvalorizado socialmente por ser normalmente desempenhado por mulheres, visto como não trabalho, por ser não remunerado e invisível, além de ser uma tarefa repetida e desfeita continuamente.

Para Áster, 53 anos, o sentido do trabalho está no distanciamento dos problemas domésticos e familiares. Na opinião da participante, o trabalho proporciona o equilíbrio entre a vida familiar e a vida laboral.

"O trabalho fora de casa, vamos dizer assim, eu acho importante, porque você desliga ... Se eu ficasse unicamente olhando o problema, quando dá uma distância no problema... pensando no trabalho, tem alguma coisa lá que você precisa fazer no dia seguinte, então esse distanciamento da casa eu acho muito saudável."

Outro aspecto presente nas narrativas foi a avaliação do espaço doméstico como um espaço que aliena, no sentido que não proporciona à mulher a mesma possibilidade de participação e transformação. Gardênia, 68 anos, quando fala da família faz uma crítica às mulheres que estão envelhecendo como donas de casa.

"Minha irmã tem duas faculdades e sempre foi dona de casa, porque casou muito bem... então ela não precisou trabalhar né? Aquela cabeça que ela tem. Três anos só mais nova, e a cabeça totalmente diferente. Na verdade, ela já tem problemas de saúde, ela se preocupa com ... Ela parece mais velha do que eu no comportamento, com certeza, embora seja toda madame. Mas a cabeça dela, assim, parece que ela é bem mais desligada das coisas, alienada."

Na perspectiva da mulher que desenvolveu uma carreira profissional, a dona de casa é aquela que se submeteu a uma posição tradicional, à dependência do companheiro e não arriscou ocupar outros espaços na sociedade. Desde que a mulher foi inserida no mercado de trabalho, a construção social do espaço doméstico como alienante vem se fortalecendo, o que pode justificar a resistência da mulher trabalhadora voltar a ocupar este espaço. Ponto de vista que se coaduna com a de Santos (2008), ao colocar que algumas mulheres que se dedicam exclusivamente ao trabalho doméstico tendem a viver exclusivamente para os outros e acabam muitas vezes se descuidando de si mesmas.

Desta forma, a percepção de que o trabalho oferece um espaço de socialização diferente do doméstico, de pertencimento e vínculo social foi manifestado por Magnólia, 63 anos:

"O trabalho te obriga a de certa forma, a diferentes tipos de contato com o outro. Eu acho que isso é importante. Você não fica chorando as mágoas em casa também, né? Eu acho que a relação com o outro, a vida social, e o trabalho te proporciona isso."

Ressalta-se a importância dos vínculos sociais por meio das relações estabelecidas com os colegas de trabalho, principalmente os da mesma geração, o que pode vir a favorecer o apoio social. No caso de Rosa, 65 anos, ela se relaciona com outros colegas que também estão passando pela mesma experiência do envelhecer:

"A gente discute um pouco, conversa um pouco a respeito, e essa troca assim é saudável, porque nos mostra que isso não acontece com certas pessoas. Que o que a gente sente não é só conosco que acontece isso, então nesse sentido, a gente sente uma certa união minoritária entre alguns colegas e é tanto do sexo masculino quanto do feminino."

O sentimento de comunidade e as formas como seus membros satisfazem suas necessidades de pertença e nesses contextos formais ou informais, os indivíduos podem desenvolver afinidades pessoais e sentimentos de identidade, de integração e de comunidade por meio das relações com o outro (Ornelas, 2008). A ideia de comunidade sugere a noção de um espaço demarcado, pessoas próximas umas das outras, intimidade, cotidianidade, identificação, bem como se caracteriza por fatores, tais quais: sentimento de pertença, participação na mesma cultura e vinculação a um território comum ... (Góis, 2005, p. 61).

Gardênia, 68 anos, mencionou o relacionamento com as pessoas mais jovens proporcionada pelo seu trabalho:

"A gente procura brincar junto e participa e acha graça e quer ouvir, né brinca com eles, que você tem uma motivação também, eles ficam aqui o dia inteiro. Então você leva na brincadeira, você entende."

Gardênia participa ativamente na comunidade na qual trabalha, reforçando o sentimento de pertença. Para Guareschi (2010), a comunidade integra as relações entre as pessoas, que se conhecem pelo nome, possuem uma vinculação afetiva e participam da construção da vida individual e coletiva.

As narrativas nos permitem perceber que o contexto do trabalho foi significado pelas participantes como um espaço de socialização, que permite dar continuidade a um projeto de vida e a uma identidade, continuamente construídos e afirmados por meio das relações estabelecidas neste espaço.

Visões sobre a Aposentadoria

Violeta, 54 anos, está prestes a se aposentar e ainda tem dúvidas se está tomando a decisão certa.

"Vou parar com o trabalho. O trabalho ajuda, tem importância, mas tem tanta coisinha que eu quero por nessa caixa... quem sabe? Que vai se esvaziar de enriquecimento pessoal, que eu acho que posso quebrar a cara, mas eu acho que estou no caminho."

Quando se aposentar, não sabe exatamente o que vai fazer para substituir o "vazio" antes ocupado pelo tempo dedicado ao trabalho. De acordo com Moragas (2009), durante a vida profissional o que mais se deseja é a liberdade das obrigações e exigências profissionais, mas o difícil é encontrar uma atividade que sorva tantas horas de atenção e vigília como o trabalho.

Apesar do medo e da insegurança, Violeta estava se abrindo para a possibilidade de fazer outras coisas depois da aposentadoria. Ela utilizou a metáfora da caixa para representar o trabalho e a ideia de que irá preenchê-la com outros significados. Este movimento da participante demonstra que na sua trajetória de vida, o sujeito vai tomando suas escolhas, se posicionando, colhendo vivências e criando narrativas, que vão formar sua identidade e seu modo de ver e estar no mundo.

Por outro lado, Rosa, 65 anos, optou pela aposentadoria depois de mais de 25 anos dedicados ao magistério:

"Então, atualmente eu estou na expectativa de aposentadoria, já consegui trabalhar isso comigo. Foi difícil. Eu fiquei esse tempo de 2 a 3 anos, em torno de 3 anos para me acostumar com a ideia e ver nessa ideia da aposentadoria algo melhor, mas o trabalho pra mim ainda é muito importante e eu não pretendo deixar de fazer coisas que faço, só que vou fazer as coisas que eu mais gosto agora e não o todo que é exigido, quando a gente tá na ativa."

Para Rosa a aposentadoria passou a ser reconhecida como uma nova maneira de viver. Essas mudanças deverão redefinir sua vida, pois a aposentadoria não significa que ela irá se afastar completamente das atividades acadêmicas. Outras atividades poderão ser incorporadas àquelas que ela já realizava.

Algumas das entrevistadas manifestaram o desejo de não se aposentarem, independentemente de terem tempo e idade suficientes para tal. Além disto, por serem servidoras públicas e gozarem de estabilidade no emprego, muitas trabalham no mesmo lugar e com as mesmas pessoas há anos, portanto o pertencimento e os vínculos são muito importantes, neste sentido, a possibilidade de quebrar esta estabilidade pode gerar insegurança.

Margarida, 50 anos, não aceitava nem pensar na possibilidade de se aposentar, justificando o adiamento da aposentadoria:

"Eu não penso em me afastar do trabalho, porque eu não quero parar, eu quero continuar aprendendo, eu quero continuar crescendo, minha função hoje é ensinar o tempo todo, eu estou ensinando alguma coisa ... aposentadoria pra mim hoje significaria interromper muitas coisas que eu não quero interromper. Então por isso eu vou adiar, claro, eu tenho consciência que vai chegar um determinado momento da minha vida que eu vou ter que optar pela aposentadoria."

Refletir sobre a aposentadoria significa pensar num processo, que envolverá mudanças e transformações na rotina do indivíduo, com desdobramentos tanto na vida pessoal como social, como consideram Nalin e França (2015) e Loureiro et al. (2016). Desta forma, a aposentadoria também pode representar uma perda se comparada às perdas pessoais e sociais decorrentes do envelhecimento.

Margarida construiu o seu eu por meio de um personagem que por mais de 30 anos desempenhou esse papel na instituição. A aposentadoria significaria abandonar este papel e desempenhar um novo, num outro contexto, o que inicialmente pode gerar medo e insegurança por conta da perda de um lugar social e, por conseguinte do status que lhe era próprio por meio do trabalho. Moragas (2009) chama a atenção para o fato de que se o indivíduo não tem outros objetivos de vida além do trabalho e não sabe ocupar o seu tempo livre com outros interesses, pode vir a sofrer uma reação negativa, quando se aposenta.

Apesar da satisfação relatada em relação ao trabalho, Angélica, 64 anos, disse que:

"No inverno às vezes é muito frio, dá vontade de ficar um tantinho mais, daí eu penso na responsabilidade, no compromisso. Tem que levantar, tem que trabalhar, mas acho que isso tudo te faz bem, sabe? Esse compromisso diário."

Percebe-se que a vida foi se organizando por meio das rotinas e atividades no trabalho, mesmo diante das demandas da vida pessoal, como estar com o marido, com as filhas ou com o primeiro neto. Angélica já poderia estar aposentada e admitiu que às vezes sentia vontade de ficar em casa, mas reconheceu que a sua rotina de trabalho lhe fazia bem. Conforme exposto por Antunes e Moré (2015), o trabalho exerce um papel organizador nas atividades diárias. Os horários e atividades são fundamentais para a vida social e as atividades desempenhadas ao longo do tempo, servem de ponto de referência para as pessoas, sendo difícil desarticular-se delas.

Gardênia, 68 anos, apesar da idade, também optou por continuar trabalhando:

"Enquanto eu puder. Eu sei que no órgão público não mais do que dois anos até os 70, né? Mas enquanto eu tiver meios de ter uma atividade, uma coisa que me ocupe, vou continuar sim, fazendo alguma coisa. Já tive até gente que me convidou pra trabalhar depois que eu me aposentar.

Em dois anos ela terá tempo e idade para requerer a aposentadoria conforme a lei nº 8.112/90 CF (Brasil, 1990), a qual especifica que a aposentadoria é obrigatória ao servidor público que completar 70 anos de idade. A servidora deverá afastar-se no dia imediato àquele em que completou a idade limite de 70 anos.

Esta categoria contribui para compreender que o significado dado ao trabalho deve ser considerado, quando as pessoas precisam decidir sobre aposentar-se ou não. As narrativas das entrevistadas indicam que esta decisão é dificultada, quando as pessoas temem abrir mão de um lugar social conquistado, receiam perder a função estruturante que a rotina pode conferir à vida ou ainda, perder ou afastar-se de seu círculo de amizades mais próximo, construído ao longo de muitos anos de relações diárias (Gvosd, Haddad & Sakai, 2015). Por outro lado, se aposentar pode ser visto como uma alternativa viável e satisfatória, quando as pessoas conseguem significar as conquistas da vida profissional como parte de sua vida, mas se permitem exercitar a participação em outros espaços sociais que conduzam a novas possibilidades de estar em relação com os outros (Nalin & França, 2015).

Algumas pesquisas (Oliveira, Traesel & Berni, 2013; Marra, Brito, Oliveira & Dias 2011) apontam que o processo de aposentadoria para a mulher pode ser facilitado, uma vez que voltar a ter maior envolvimento com o ambiente doméstico e familiar representaria um retorno a um papel já conhecido e desempenhado. As narrativas das participantes desta pesquisa explicitam que o processo de aposentadoria envolve questões de ordem prática e emocional complexas, e que a tomada de decisão é permeada pela angústia frente ao novo. Portanto, o olhar para esta questão não deve ser superficializado, quando se trata da aposentadoria feminina.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa buscou compreender os significados do trabalho para mulheres de uma instituição pública de ensino superior em processo de envelhecimento. As narrativas das participantes explicitaram que o trabalho é valorizado por possibilitar maior aproximação com a juventude e afastamento da inatividade, característica socialmente atribuída ao envelhecer e à velhice. O trabalho foi valorizado também por garantir um lugar social e de respeito. O contexto de trabalho garantia às participantes um espaço de socialização e de pertencimento, de organização da vida, manutenção da identidade e do pertencer e estar menos ligado ao espaço doméstico. Pela valorização positiva do trabalho, foi possível compreender que o processo de aposentadoria é permeado de dúvidas e de angústia.

Importante salientar a importância que a atividade profissional demonstrou para a estabilidade do self das participantes frente ao processo de envelhecer. Neste sentido, a carreira profissional garantia a constância frente ao novo, neste caso, as transformações percebidas como perdas. O trabalho possibilitava evitar se deparar com as transformações, se assegurar das habilidades já desenvolvidas e se aproximar do que a sociedade atribui à juventude.

Os dados desta pesquisa também indicam que as organizações devem ter um olhar atento e cuidadoso para o processo de aposentadoria das mulheres, uma vez que a saída do mercado de trabalho representa profundas transformações em termos de identidade, sociabilidade e pertencimento. As questões de gênero devem ser melhor compreendidas, porém sem que o processo feminino seja subestimado com base na construção social que associa a mulher ao ambiente e funções domésticas.

Considera-se importante que as organizações proporcionem espaços de socialização e atividades que favoreçam às pessoas debaterem sobre o processo de envelhecimento e a aposentadoria. O incentivo à conscientização dos profissionais sobre as profundas implicações que o envelhecimento e a aposentadoria acarretam para o bem-estar biopsicossocial, pode ser um caminho para a promoção de saúde nesta etapa da vida.

Esta pesquisa se limitou a um grupo de mulheres servidoras públicas numa instituição de ensino superior, carreiras com características próprias. Portanto, sugere-se que os pesquisadores com interesse nesta temática desenvolvam pesquisa com mulheres pertencentes a outros grupos sociais.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em 08/10/15
Revisto em 20/12/16
Aceito em 22/12/16

 

 

* Endereço para correspondência: Rua Prof. Sydnei Rangel Santos, 238, Curitiba-PR, 82010-330, email: rosaneschilichta@gmail. com; email: ana.wanderbroocke@utp.br, tel: (41) 3331-7700.

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