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Interamerican Journal of Psychology

versão impressa ISSN 0034-9690

Interam. j. psychol. v.40 n.1 Porto Alegre abr. 2006

 

 

Resiliência psicológica: revisão da literatura e análise da produção científica

 

Psychological resilience: literature review and analysis on scientific production

 

 

Marilza Terezinha Soares de SouzaI,1; Ceneide Maria de Oliveira CervenyII

IUniversidade de Taubaté, Brasil
IIPontifícia Universidade Católica, São Paulo, Brasil

 

 


RESUMO

Este artigo traz uma revisão da literatura sobre a resiliência psicológica, apresentando um extenso levantamento das pesquisas publicadas, desde a introdução do conceito no campo das Ciências da Saúde. O levantamento abrange publicações nacionais e internacionais indexadas nas Bases de Dados Medline, Lilacs, APA, SciELO e, teses e dissertações constantes no Banco de Dados da CAPES e Universia. É realizada uma análise sobre a evolução dos temas pesquisados e apresentadas propostas para futuras pesquisas no assunto.

Palavra-chave: Resiliência, Pesquisa bibliográfica, Pesquisa científica.


ABSTRACT

This paper brings a literature review on psychological resilience, with a large survey about the researchs published since the concept was introduced in Health Sciences field. The survey includes national and international publications indexed in Medline, Lilacs, APA, SciELO Data Bases and, thesis and dissertations from Data Bases of CAPES and Universia. It is presented an analysis about the evolution of resilience issues and proposals for following researches.

Keywords: Resilience, Scientific research.


 

 

Originário das Ciências Físicas, a utilização do conceito de resiliência no campo das Ciências da Saúde data da década de 70, com estudos sobre pessoas que a despeito de terem sido submetidas a traumas agudos ou prolongados - fatores estes considerados de risco para o desenvolvimento de doenças psíquicas - não adoeciam como seria o esperado. Uma das primeiras pesquisas em que se cita a resiliência foi de Gayton, Friedman, Tavormina, e Tucker, (1977) sobre o impacto emocional em pessoas da família de crianças portadoras de fibrose cística.

Aliado a teorias da psicopatologia, desenvolvimento e estresse, o conceito de resiliência foi definido a princípio como um conjunto de traços de personalidade e capacidades que tornavam invulneráveis as pessoas que passavam por experiências traumáticas e não desenvolviam doenças psíquicas, caracterizando assim, a qualidade de serem resistentes (Anthony & Cohler, 1987).

Mais tarde autores como Masten e Coatsworth (1998) conceituaram a resiliência como a manifestação de competências e habilidades na realização de tarefas inerentes ao desenvolvimento humano tais como, o desempenho acadêmico, profissional e de parentalização na vida adulta. Essas competências eram observadas em pessoas que na infância tivessem passado por situações de privação social e emocional que pudessem levar a dificuldades futuras.

Posteriormente, com o avanço dos estudos, novas facetas desse fenômeno foram sendo descobertas, admitindo-se então a vulnerabilidade das pessoas a situações adversas, considerando então resilientes aquelas que conseguiam recuperarse possuindo um desenvolvimento saudável na vida adulta. Nessa ocasião atribuiu-se grande importância ao relacionamento com figuras de apego na infância como parte do processo de recuperação e desenvolvimento saudável (Fonagy, Steele, Higgitt, & Target, 1994). Admitiu-se portanto a possibilidade do desenvolvimento da resiliência por meio do relacionamento com pessoas significativas.

McCubbin, Thompson e McCubbin (1996), tomando como base a teoria do estresse e adaptação estudaram a resiliência no âmbito da família, considerando esta última em sua totalidade, submetida a desafios próprios do ciclo vital e outros inesperados. Estes autores definiram a resiliência familiar como um processo de adaptação aos eventos estressores que ultrapassa o simples ajustamento, pois envolve a mudança de crenças e de visão do mundo. Enfatizaram que este processo passa pelos recursos internos da família e os externos da comunidade, levando-se em conta ainda o fator espiritual.

Nesta mesma linha de pensamento, Walsh (1996, 1998) definiu a resiliência familiar como um processo de superação de desafios, trazendo como resultado o crescimento e a transformação pessoal. Salientou a importância dos processos de comunicação, das crenças e da organização familiar.

Ao considerarem a resiliência no âmbito familiar estes últimos autores acompanharam a mudança a respeito da visão da família, que a princípio era considerada somente como um fator de risco para seus membros e a partir de então, passou a ser vista também como fonte de recursos. Com a importância atribuída a redes de suporte social e a crenças construídas socialmente, a resiliência deixa de ter um caráter individual absoluto, e passa a ter um caráter sistêmico e ecológico.

A Evolução dos Estudos

Com o objetivo de oferecer um panorama sobre a evolução da produção científica em resiliência, realizamos um levantamento de publicações nacionais e internacionais. Foram consultadas as bases de dados Medline/Lilacs, APA, CAPES, UNIVERSIA e SciELO e selecionadas as obras que abordassem a resiliência relacionada aos aspectos psicológicos. Após a leitura dos resumos, as publicações foram classificadas e quantificadas em categorias temáticas e agrupadas por intervalos em anos. Inicialmente as categorias foram criadas a partir dos descritores de assunto. Porém, dada a diversidade de termos descritores optamos por ler os resumos e adotar categorias que melhor representassem o objeto de pesquisa. Por meio das tabelas podese observar que algumas categorias não são excludentes, podendo um mesmo artigo pertencer simultaneamente à categoria Adulto e à categoria Cuidador por exemplo. Entretanto procuramos escolher categorias que representassem a temática mais enfatizada pelo autor. No exemplo anterior, em algumas pesquisas, ser Cuidador é a condição considerada mais significativa no objeto de pesquisa. Da mesma forma, em outros casos, enquanto que em alguns resumos é enfatizada a resiliência nos adultos frente a adversidades vividas na infância, outros chamam a atenção para a questão de gênero como fator de risco, independente da faixa etária. Assim, as tabelas e gráficos apresentados a seguir trazem categorias associadas à faixa etária e outras representativas de situações especiais de vida relacionadas a fatores de risco.

A maior parte das pesquisas constantes na base de dados Bireme – Medline/Lilacs refere-se ao estudo exploratório e comparativo das características pessoais e ambientais presentes em grupos de pessoas consideradas resilientes e não resilientes. A Tabela 1 demonstra a evolução das pesquisas sobre resiliência realizadas, em sua maior parte, na América do Norte.

 

 

De forma geral, podemos observar que a quantidade de artigos publicados sobre o assunto vem crescendo expressivamente, quase que triplicando a cada período de cinco anos. Notamos que, a partir de 1985, o número de artigos publicados abordando pesquisas realizadas com crianças corresponde a 49% do total, diminuindo essa proporção no entre 1993 e 1998 (16 %), quando no mesmo período surgem publicações sobre adolescentes e adultos (cerca de 15% e 18% respectivamente) juntamente com as publicações relacionadas a outras categorias. No último período, o percentual do total de publicações referente à crianças continua em declínio (cerca de 12%), enquanto que a categoria adulto corresponde a 25%. Esse quadro indica a novos métodos de investigação sobre a resiliência, de delineamentos longitudinais para estudos retrospectivos com adultos, a ampliação sobre o que se considera como fatores de risco e a inclusão de temáticas psicossociais.

Em geral, a maior parte dos temas pesquisados inclui refugiados sobreviventes à guerra e ao holocausto, fatores protetores e de risco relacionados à saúde física, abuso sexual na infância, exposição de afro-americanos à violência familiar, uso de drogas por adolescentes, saúde do cuidador de doentes agudos e crônicos, filhos de alcoólatras e drogadictos e estresse familiar, violência e etnia, crianças com necessidades especiais, estresse ambiental, fatores relacionados ao desempenho acadêmico e divórcio. A partir de 1999 surgem temáticas relacionadas a resiliência do idoso e do adulto frente a morte de pessoas da família.

A base de dados da American Psychological Association (APA) apresenta mais de 1.800 artigos publicados com a palavra-chave resiliência. Decidimos então por refinar o termo, realizando a busca sobre artigos que abordassem a Resiliência Familiar. Os resultados podem ser visualizados na Tabela 2 a seguir.

 

 

Pode-se constatar que o número de pesquisas é crescente, concentrando-se mais sobre a criança (incluindo o abuso, maus tratos e adoção), o adolescente (associandoo principalmente ao uso de substâncias psicoativas), programas preventivos e interventivos, estudos teóricos, e a resiliência familiar associada a membros familiares com problemas de saúde (incluindo a doença crônica física/ mental e as deficiências).

A partir de 1999 surgem novas categorias temáticas, englobando racismo, religião, violência familiar, violência política e homossexualidade. A sobrevivência ao terrorismo e as ações governamentais visando a favorecer a resiliência àquela experiência traumática, também são temas estudados atualmente.

As pesquisas sobre etnia abordam, em sua maior parte, as minorias raciais nos Estados Unidos, principalmente os afro-americanos. Surgem também outros temas como a resiliência em vítimas de abuso físico, aqueles relacionados à saúde da mulher, à adaptação ao local de trabalho e sobre experiências de estresse pós-traumático. Incluemse também os estudos com idosos e com mulheres que passaram por violência.

Os programas preventivos e interventivos envolvem mais projetos psicoeducacionais, visando ao desenvolvimento de competências em crianças e pais. Tais programas enfatizam a prevenção à utilização de drogas e álcool por adolescentes, mães adolescentes provenientes de ambientes de alto risco, perda parental, mães doentes mentais como fator de risco para o desenvolvimento dos filhos, e os transtornos afetivos – principalmente a depressão – como fator de risco para os filhos. Nesses programas são abordados principalmente os aspectos relacionados à comunicação, o compartilhamento de informações úteis e a realização de atividades alternativas como elementos fortalecedores da resiliência.

Mais especificamente, as pesquisas com enfoque na família são, em sua maior parte, de caráter exploratório descritivo e comparativo, dos fatores de risco que dificultam e dos fatores protetores que facilitam a emergência da resiliência. Os temas abordados são: famílias com crianças portadoras de necessidades especiais, satisfação profissional da mãe relacionada com a resiliência da criança, famílias com algum membro portador de doença física ou mental, refugiados sobreviventes a guerras, fatores de risco e protetores em famílias afro-americanas, maus tratos e desempenho escolar, influências multigeracionais na resiliência da criança, percepção da mãe sobre a criança e relacionamento conjugal.

Observamos que tanto na Base de Dados Medline/ Lilacs como na APA, houve uma diminuição na percentagem sobre refugiados e imigrantes relativa ao total de publicações (de 11% no 3º período para 2,2% no 4º período (Tabela 1); de 2,5% no 2º período para 1,7% (Tabela 2) e o surgimento de pesquisas sobre etnia e racismo. Sabe-se que a manutenção de valores étnicos é considerado um fator protetor, o que já foi comprovado em estudos sobre imigração (Heller, 1982). Uma hipótese a ser considerada para a diminuição das pesquisas na área de imigrantes é a possibilidade de que atualmente o processo de imigração legal é mais restrito, não significando entretanto que não exista um grande número de pessoas que imigram clandestinamente principalmente para os Estados Unidos. Esta parcela da população provavelmente encontra-se fora das pesquisas, devido à necessidade de se manterem no anonimato. Uma outra possibilidade é de que a categoria imigração tenha se diluído em pesquisas sobre o aspecto psicossocial, o relacionamento intrafamiliar e os desafios enfrentados pela família na atualidade, como o preconceito e a violência urbana.

As Pesquisas Brasileiras

No Brasil, onde o tema ainda é recente, Simon (1989) não abordou resiliência diretamente, porém, ao tratar sobre o conceito de adaptação, já criticava o diagnóstico como um instrumento classificatório de discriminação entre o normal e o patológico, sugerindo, ainda, uma leitura mais compreensiva do ser humano, sujeito ao desenvolvimento e constante transformação. Sugeriu, ainda, que fossem realizados programas de prevenção em que se avaliassem os focos de risco cujos fatores impedissem o encontro de soluções adequadas e os fatores positivos que as favorecessem.

Os primeiros trabalhos no país relacionados à resiliência surgem entre 96 e 98, com estudos sobre crianças expostas a situações de risco, fatores de proteção e vulnerabilidade psicossocial, (Hutz, 1996a, 1996b; Hutz, Koller & Bandeira, 1996), redes de apoio social e afetivo de criança em situação de risco (Hoppe, 1998) e na área ocupacional associando a resiliência ao perfil do executivo (Giuliani, 1997). Na verdade, as pesquisas sobre resiliência como tema central ou associada a outros aspectos tiveram seu desenvolvimento maior nos últimos cinco anos, conforme demonstra a Tabela 3.

 

 

Observamos que as pesquisas brasileiras basicamente acompanham as estrangeiras no que se refere à concentração nas temáticas crianças e adolescentes. Entretanto, embora as categorias sejam as mesmas, as temáticas abordadas ressaltam algumas diferenças culturais e peculiares do Brasil.

A maior parte das pesquisas realizadas com crianças refere- se ao desenvolvimento perceptomotor em filhos de mães hipertensas (Leite de Moraes & Moron, 1999); a empatia e competência social em crianças em situação de pobreza (Cecconello & Koller, 2000; Koller, 2000); caracterização sócio-emocional e fatores protetores em crianças (Ribeiro do Vale, 2001); as estratégias de enfrentamento em crianças vítimas e não vítimas da violência doméstica (Lisboa et al., 2002); a intervenção psicoterápica com grupos de crianças vítimas da violência doméstica (Sauaia, 2003); a intervenção lúdica com crianças favorecendo a inclusão (Consoni, 2000); o luto em crianças vítimas de abandono (Casellato, 2004); dificuldades de aprendizagem na escrita (Bazi, 2003); subsídios para intervenção com crianças de rua que usam drogas (Brito, 1999); o relacionamento de apego em crianças institucionalizadas (Alexandre & Vieira, 2004) e a resiliência em crianças submetidas a maus tratos (Junqueira & Deslandes, 2003). Incluem-se ainda a vulnerabilidade e resiliência de crianças que trabalham e vivem na rua (Koller, 1999) e o uso de drogas por esta população (Brito, 1999). Álvarez (1999) acrescentou o estudo da resiliência em moradores de rua incluindo crianças e adultos e Álvarez et al. (1998) pesquisaram a resiliência em pessoas institucionalizadas.

Nos estudos sobre a resiliência familiar foram abordados o fenômeno da resiliência em famílias de baixa renda (Yunes, 2001), intervenções educativas com famílias de crianças com dificuldades escolares (Martins, 2001), o cuidado com idosos no contexto familiar (Sommerhalder, 2001), a psicoterapia familiar como meio de desenvolvimento da resiliência (Souza, 2003); a relação de apego em famílias em situação de risco (Cecconello, 1999) e uma proposta metodológica para o estudo de famílias em situação de risco (Cecconello & Koller, 2003).

Com os adolescentes foram pesquisados o impacto do ambiente familiar dos primeiros anos de vida no ajustamento psicossocial de adolescentes (Bastos et al., 1999); as variáveis associadas ao risco em adolescentes e a proposta de um instrumento de medida dos eventos estressantes de vida (Trombeta, 2000); o desenvolvimento de instrumentos para a avaliação de coping (Antoniazzi, 2000); a percepção de adolescentes maltratadas sobre a vulnerabilidade e resiliência (De Antoni, 2000); a caracterização de adolescentes em situação de risco (Santos, 2000); a relação entre local de moradia e a vulnerabilidade de jovens infratores da cidade de São Paulo, Brasil (Brandão, 2000); estratégias de enfrentamento de situações de risco pelo adolescente (Alcântara, 2001) e características da adolescente grávida na resistência ao consumo de drogas (Martinez & Ferriani, 2004). Observamos que tem sido dada atenção à crianças vítimas da violência e do abandono e aos grupos moradores de rua, grupos estes que fizemos questão de separar numa categoria especial, uma vez que não pertencem às configurações familiares usualmente organizadas, mas que convivem diariamente conforme apontou Alvarez (1999).

Na categoria adultos incluem-se temáticas relacionadas à saúde tais como o estudo dos fatores de resiliência em mulheres mastectomizadas (Oliveira, 2001) e transtornos psicossomáticos e resiliência (Tinoco, 2003). No mesmo patamar, estão as pesquisas com idosos sobre o estudo da resiliência em sobreviventes do Holocausto (Job, 2001); as condições de envelhecimento associadas à deficiência física (Resende, 2001); o bem estar psicológico e bem estar subjetivo associado a metas de vida na velhice (Freire, 2001; Queiroz, 2003), a criação de condições para vivenciar a velhice de forma prazerosa (Varella, 2003) e a trajetória de vida do idoso (Brito, 2001).

Com relação à resiliência associada à área ocupacional, destacam-se os estudos de Morán Sánchez e Ferriani (2004) sobre a percepção de pais e professores dos fatores de risco para o uso de drogas pelos filhos, os ganhos provenientes da experiência baseada em pesquisa-ação com profissionais da saúde (Zuza, 2003), os recursos utilizados por sobreviventes do Holocausto Nazista como subsídios para a criação de uma organização resiliente (Job, 2000) e o burnout em professores (Carvalho, 2003).

Barros (1999) estudou a mídia, cultura e resiliência ao investigar o impacto dos meios de comunicação de massa na transformação e mudança de valores da sociedade contemporânea, chamando de “processo resiliencial” o anti-tabagismo e a visibilidade da cultura negra e gay. Nas propostas de projetos interventivos, o estudo de Almeida (2001) traz a resiliência como modelo de estratégia e intervenção no Programa de Saúde da Família no Ceará, Brasil, e abordagens ecológicas para o desenvolvimento de projetos rurais (Diaz, 2001).

Reflexões sobre a Literatura

A Resiliência é um conceito que tem sido explorado e aplicado nas mais diversas áreas que envolvem o ser humano e seu ambiente de relacionamento, de acordo com o momento histórico, a necessidade e o interesse de quem estuda e pesquisa o assunto. Neste sentido constatamos algumas linhas de estudo qualitativo e quantitativo da resiliência os quais podemos sintetizar em: 1) verificação e compreensão de características pessoais e processos de superação e enfrentamento; 2) construção de instrumentos e metodologias para a avaliação da resiliência; 3) compreensão dos significados atribuídos à resiliência; e, 4) projetos de intervenção visando desenvolver ou fortalecer a resiliência.

Embora haja uma evolução nas pesquisas dirigidas do âmbito individual ao relacional, em alguns trabalhos ainda podese notar a prioridade na avaliação ou intervenção envolvendo apenas alguns aspectos da resiliência, tais como traços de personalidade, características, resistência e enfrentamento. Como delineamento de pesquisa tem-se desde os estudos longitudinais que definem a resiliência como um processo até os estudos transversais que buscam compreender a presença ou ausência de determinadas características, eventos ou traços de personalidade.

Estudos retrospectivos com pessoas consideradas resilientes ou bem sucedidas, também têm sido realizados, como forma de obter informações sobre os desafios enfrentados e as estratégias e recursos utilizados. Os resultados destes estudos fornecem informações que sugerem novas metodologias de pesquisa. Tais resultados apontam para a importância das crenças e significados, da esperança, espiritualidade e sentido de vida, como fatores que influenciam no processo de avaliação dos eventos estressores, de busca de recursos e ao aprendizado com a experiência aliado à visão otimista de futuro (Job, 2001; McCubbin et al., 1996; Souza, 2003; Walsh, 1996, 1998). Assim, pensamos na possibilidade de que estudos prospectivos envolvendo a resiliência possam ser desenvolvidos, buscando compreender as crenças e significados atribuídos não só ao presente mas também ao futuro, bem como o sentido que a vida possui para as pessoas. Outros esforços têm sido feitos no sentido de se construir instrumentos de medida da qualidade de ser resiliente, o que é algo questionável e que como Yunes (2001) alertou, deve ser olhado de forma crítica, uma vez que pode-se com isso estabelecer uma classificação divisória entre pessoas resilientes e não resilientes.

Revendo o panorama das pesquisas apresentadas e estabelecendo- se uma comparação entre os estudos brasileiros e estrangeiros, podemos apontar questões interessantes. Uma delas é a imigração. Embora no Brasil, a imigração não seja considerada um problema atual, a migração interna é constante. Dados do IBGE de 2001 (Souza, 2003) informam que menos de 39% das pessoas permanecem no Estado em que nasceram, sendo que a maior parte migra do Norte para o Sudeste. Famílias inteiras que saem do Estado de origem em busca de melhores condições de vida, permanecem na clandestinidade, sem condições de uma vida com dignidade. Considerando que o Brasil é um pais geograficamente amplo e que cada região possui características étnicas próprias e diferentes, ao emigrarem de seu Estado de origem, as famílias deixam laços, valores, costumes e hábitos para trás. Seria interessante pesquisar quais fatores de resiliência estão presentes no ajustamento, adaptação e superação de dificuldades destas famílias migrantes. Um outro tema de importância é a mulher em todas as faixas de idade em situação de risco de abuso e violência, situação esta tão presente em nosso país.

Considerações Finais

A resiliência é um conceito construído socio-historicamente, impregnado de valores e significados próprios da cultura em que ele se insere. Fatores de risco e protetores são diferentes dependendo da população e de suas origens. Portanto, o significado do que é resiliência, fatores protetores e fatores de risco, pode ser diferente para diferentes populações, da mesma forma que as pesquisas são um retrato dos problemas enfrentados por cada país e/ou região em particular.

A literatura mostra que, inicialmente, a resiliência referiase a traços de personalidade, e que, embora mais tarde o contexto e as redes de relacionamento fossem consideradas fatores protetores, enfocava-se o desenvolvimento individual saudável em condições difíceis, no ambiente familiar ou em situações ambientais, tais como guerras, imigração, problemas sociais, entre outras. A trajetória das pesquisas sobre a resiliência é interessante do ponto de vista que segue o desenvolvimento humano no sentido vertical e a orientação indivíduo- mundo externo no sentido transversal, isto é, inicia abordando a criança, o adolescente e o adulto e por último o idoso. Da mesma forma, a definição do conceito evolui do indivíduo (traços de personalidade), para a família (construção relacional) e redes sociais mais amplas (visão ecológica).

Os estudos iniciaram-se com as pesquisas sobre a superação de enfermidades, posteriormente focalizaram mais a criança pré-escolar e o adolescente, havendo preocupação em conhecer como essa criança ou adolescente vencia os desafios impostos pela convivência familiar, escolar e urbana. Enquanto isso, o adulto e idoso apareceu como sobreviventes às catástofres da guerra e movimentos de imigração, e depois, como cuidador de pessoas da família e sobrevivente ao luto. A família, que anteriormente era investigada no enfrentamento de adversidades, por possuir um filho deficiente, agora é vista como atingida por um amplo espectro de desafios, tais como os normativos do ciclo vital, bem como aqueles do ponto de vista social, como por exemplo a violência urbana, o desemprego, e a moradia nas ruas.

Considerando a amplitude das pesquisas sobre resiliência, e as controvérsias a respeito do conceito em si, sugerem-se também que sejam realizados levantamentos e revisões da literatura focalizados em temas específicos, tais como aqueles indicados nas categorias deste trabalho. Através da coletânea por temas específicos poder-se-á compreender com mais profundidade como a resiliência tem sido conceituada e aplicada, particularmente na realidade brasileira. Finalmente, o panorama ora apresentado, não tem por objetivo de esgotar a temática, mas sim, instigar o leitor a extrair outras leituras e interpretações, despertando seu pensamento crítico sobre o assunto.

 

Referências

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Received 05/01/2005
Accepted 04/10/2005

 

 

Marilza Terezinha Soares de Souza. Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, Mestre em Saúde Mental pela UNICAMP e docente do Departamento de Psicologia da Universidade de Taubaté. Suas principais áreas de interesse são as pesquisas em resiliência familiar e comunitária e a avaliação dos processos de mudança em psicoterapia.
Ceneide Maria de Oliveira Cerveny. Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, Mestre em Psicologia Social pela PUC-SP e Docente do Programa de Pós Graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP. Suas principais áreas de interesse são as pesquisas na área da intergeracionalidade e ciclo vital familiar.
1 Endereço: Av. Tiradentes, 195, 3º andar/ap. 34, Taubaté –SP, Brasil, CEP 12030-180. E-mail: marilza@unitau.br