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Estudos de Psicanálise

versão impressa ISSN 0100-3437

Estud. psicanal.  no.43 Belo Horizonte jul. 2015

 

 

A falta de substância na relação mãe e filha

 

Anorexia and the lack of substance in the mother-daughter relationship

 

 

Débora Dias MullerI; Regina CasteloI

I Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este artigo é um estudo do transtorno anoréxico, que acomete principalmente as mulheres. A teoria psicanalítica destaca questões de ordem subjetiva, estrutural e a falta de substância inerente à relação mãe e filha, como o conjunto de fatores que se organizam no desencadeamento desse sofrimento psíquico que devasta a vida de seus padecedores, além de provocar morte em muitos casos. O entendimento do que se passa na relação mãe e filha é o propósito deste texto, articulado com a entrada do pai ou da metáfora paterna na interdição dessa relação, entrada estratégica na dimensão de cura diante do quadro.

Palavras-chave: Relação mãe e filha, Teoria psicanalítica, Falta de substância, Metáfora paterna.


ABSTRACT

This paper is a study of anorexia disorder that affects mainly women. Psychoanalytic theory highlights issues of subjective, structural and lack of substance inherent in mother and daughter relationship. This as being the set of factors that are organized in triggering that initiate the psychological suffering that devastates the lives of their sufferers, also may cause death in many cases. The understanding of what goes on in the mother-daughter relationship is the purpose of this text, with the father entry, or the paternal metaphor in the interdiction of this relationship, the strategic entry into the dimension of healing of this scene.

Keywords: Mother-daughter relationship, Phychoanalytic theory, Lack of substance, Paternal metaphor.


 

 

Este artigo, que tem como referencial teórico a psicanálise, se detém no mal-estar provindo do sofrimento anoréxico, que na contemporaneidade tem feito vítimas fatais, entre as quais as mulheres se destacam de forma evidente.

A premissa da falta de substância que se estabelece na relação mãe e filha é o ponto de reflexão que norteia este estudo e sobre o qual nos detivemos na busca da compreensão sobre o que estaria em questão nessa relação, que em sua falta de substância culmina no desencadeamento do transtorno anoréxico. O presente artigo tem também como objetivo enfatizar a relação pré-edípica entre mãe e filha sob a orientação da teoria psicanalítica, que relaciona a anorexia com questões como a própria estrutura do sujeito e a economia psíquica, bem como a relação pré-edípica e o processo de separação, ou em seu oposto: a alienação do sujeito.

Destacamos, além de nossa teoria de base, a psicanálise, o que se encontra dito sobre esse mal-estar na metáfora paterna, visto que o transtorno anoréxico é tratado como doença e implica um tratamento multiprofissional, no qual se torna necessária a presença de médico, nutricionista, bem como a do profissional de saúde mental, o psicanalista.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV, 2000), a anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado pela recusa em ingerir alimentos, um medo exagerado em ganhar peso numa tentativa de mantê-lo abaixo do normal, bem como uma perturbação referente à imagem corporal. No manual a anorexia consta com uma prevalência em sociedades industrializadas, devido à grande oferta de alimentos e à exigência da magreza como padrão de beleza, acometendo mais frequentemente indivíduos do sexo feminino em fase púbere.

Freud e Breuer, em 1893, mencionam a anorexia apontando-a para uma semelhança com a histeria e discursam sobre a presença de “[...] vômitos crônicos e anorexia levados ao extremo de rejeição de todos os alimentos” (FREUD, [1893] 1996, p. 42).

No Rascunho G ([1892-1899] 1996) Freud estabeleceu um paralelo entre anorexia e melancolia, e desta com a histeria, tendo como característica uma ‘anestesia sexual’. Foi nesse ano que o autor associou a anorexia à anestesia sexual, evidenciando a relação entre a repulsa alimentar e a aversão sexual.

Freud ([1925] 1996), em seus estudos sobre a sexualidade feminina, depara-se com a existência de uma fase pré-histórica existente no relacionamento entre mãe e filha, que ocorreria antes da entrada da menina no complexo de Édipo. Tal momento pré-edípico seria de extrema importância na estruturação da sexualidade feminina.

Bidaud (1998), em seu livro Anorexia mental, ascese, mística, enfatiza que a relação entre mãe e a filha anoréxica é atravessada por vestígios pré-edipianos e afirma que

[...] o sacrifício da filha é também o da mãe. Entre as duas, há sempre um mesmo combate, uma mesma união no sofrimento e na angústia, que o tempo, nada fazendo, reforça e consolida (BIDAUD, 1998, p. 30).

O autor pontua que, para que a menina possa se endereçar à feminilidade, é preciso que ela renuncie à crença da mãe fálica, pois é a partir dessa renúncia que a menina terá a possibilidade de abandoná-la, em parte, como objeto de amor. Menciona que o rompimento entre mãe e filha é um processo bastante delicado, no qual o pai deve interferir para que a filha possa ver nele um novo objeto a quem endereçar seu amor: “É, sem dúvida, a partir do lugar que ela ocupa no desejo do pai que a menina irá aceder à feminilidade” (BIDAUD, 1998, p. 86). E continua:

O falo, que representa, na origem, o poder da mãe, é transferido para o pai. [...] É nessa problemática da passagem, do tempo de mudança de objeto que nos parece estar no núcleo do drama da anoréxica (BIDAUD, 1998, p. 86).

No Seminário 17: o avesso da psicanálise ([1969-1970] 1992, p. 118) Lacan é enfático ao afirmar que é nessa relação que a mãe devasta a filha, que a mãe é como um crocodilo pronto para devorar algo e que a criança corre grande risco de se tornar sua presa.

Devido ao caráter passional que a relação mãe e filha imputa, o envolvimento da dupla se coloca diante daquilo que Lacan ([1972] 2003) em O aturdito chama de “devastação”, visto que não há um impulso natural que leve a menina a direcionar seu amor ao pai (ANDRÉ, 1998).

Mas é preciso uma “ruptura”, sempre protelada, devido à dupla função que a mãe exerce na organização da filha: objeto de amor e alicerce para sua identificação.

Na verdade, tínhamos de levar em conta a possibilidade de um certo número de mulheres permanecerem detidas em sua ligação original à mãe e nunca alcançarem uma verdadeira mudança em direção aos homens (FREUD, [1931] 1996, p. 260).

A relação entre mãe e filha fica, então, centrada na reivindicação fálica, e a mãe situa-se como Outro1 primordial para o sujeito, e o que importa é o lugar que ocupa no desejo do Outro.

Joël Dor (2011, p. 103) explicita que em toda mãe há a necessidade de elaboração de um luto após o nascimento da criança, mas que esse processo só encontra terreno quando a mãe vê seu filho como um sujeito separado dela. Quando esse investimento não ocorre, institui-se uma relação fusional, não dando espaço para “nenhuma intercessão mediadora”.

Para Cristina Drummond (2011, p. 5), o que importa no momento de organização da menina é se ela é ou não desejada pela mãe. A menina, escreve o autor, “[...] busca no desejo da mãe uma medida do lugar que [...] procura ocupar diante de seu Outro”, o que não exime o pai2 da sua função de terceiro nessa relação, possibilitando à menina ser significada além do imaginário materno.

Dito isso, para que a metáfora paterna funcione na sua máxima eficácia possível, é preciso que o pai esteja, para essa mãe, numa posição de objeto a ser desejado, pois é o lugar que a mãe dá à palavra do pai que possibilitará a ascensão da dimensão Nome-do-Pai (COSTA, 2010).

É através do pai que o falo, até então imaginário na relação da mãe com a filha, recebe seu caráter simbólico, através da inscrição da falta no desejo materno (ANDRÉ, 1998).

A entrada do pai na relação mãe-bebê funciona como uma castração, na medida em que a mãe tende a colocar a criança na posição de objeto de gozo na sua fantasia, na busca de tamponar sua falta-a-ser, e a metáfora paterna vem para retirar dela esse objeto substitutivo (ZALCBERG, 2003, p. 128).

É preciso que a filha se desloque da posição de saturar a falta da mãe. Se a mãe não se divide pela troca fálica, se ela é toda mãe, permanece o objeto único da filha única. A criança pode permanecer na posição de fetiche da mãe, ou ainda, converter-se num dejeto. Esta é a posição de devastação para a menina. [...] Se o sujeito entra no registro simbólico de troca, ele tem a possibilidade de metaforizar o desejo da mãe. Quando isso não ocorre, a mãe permanece numa posição de Outro real, interpretado como Outro do gozo que convoca o sujeito para uma fusão impossível ou para uma perseguição (DRUMMOND, 2011, p. 8).

Embora a menina espere mais “substância” da mãe do que de seu pai (LACAN, [1972] 2003, p. 465), é o pai que, através do chamado da mãe, pode apresentar à menina a instância da falta, visto que esse chamado é uma incorporação do desejo da mãe, que escapa à competência da filha em tamponar.

Em contrapartida, exatamente porque esta parte do corpo é convocada a obturar a falta materna, que a criança (assim como o adulto) está condenada a saber da falta sempre que estiver na presença do falo. [...], a ausência do pênis na menina não resultaria imediatamente na completa despossessão fálica; o próprio Freud reconheceu que uma das dimensões da feminilidade é esta, de produzir falicidade através dos efeitos fascinatórios da beleza e da sedução (KEHL, 2008, p. 190).

A entrada do pai na relação mãe e filha oferece uma substância possível, como barragem contra o gozo voraz e mortífero da mãe com a filha. É a presença dele, do pai, que presentifica a falta, da qual poderá ascender o desejo.

Para Zalcberg (2003) a entrada do pai funciona como um resgate impedindo a mãe de continuar depositando na filha uma representação simbólica do falo, o que a força a procurar novos objetos compensatórios, e retira a filha da posição de ser o que satisfaz a mãe; assim, pode se afastar dela e tomar o pai como objeto de amor e encontrar o caminho para a feminilidade. É a partir de como a mãe lida com a identificação da resposta do sexo feminino e de como é marcada por isso que a relação dual com a filha se torna uma relação triangular na qual inclui a voz do pai.

A autora se refere à dificuldade que a mãe da anoréxica tem em se aceitar castrada e, assim, tenta atender todas as necessidades da criança, confundindo a satisfação das necessidades com a demonstração de amor, “esmagando” a possibilidade de demanda de amor da filha à mãe, não preservando o lugar da falta.

Costa (2010), em Édipo, esclarece que o falo tem valor de terceiro na relação da mãe com a filha, pois ele representa a falta na mãe que a criança vem a tentar preencher, e acentua que

[...] se o falo é o significante da falta a estruturar o desejo para além da demanda e da necessidade, a posição da mãe frente a esse significante será um dos fatores mais decisivos para a criança poder se situar como desejante (COSTA, 2010, p. 61).

No caso da anoréxica, o pai que deveria resgatá-la da relação com a mãe é ausente, sua função fálica equivale a nada, é desvalorizada pela mãe e, posteriormente, pela menina, portanto o significante do pai não tem função alguma, já que “[...] nenhum desejo lhe atribui esse símbolo da falta que é o falo” (POMMIER, 1987, p. 31 apud BIDAUD, 1998, p. 93).

Dessa forma, por não ser desejado pela mãe, o falo paterno não possui valor para a jovem anoréxica, o que coloca a metáfora paterna diante do fracasso. Bidaud (1998, p. 85) anuncia que “[...] a inutilidade ou a impossibilidade do outro masculino está no coração da feminilidade anoréxica”.

Lacan identifica um empanturramento de substância em que o não saber lidar com a própria questão da falta faz a mãe confundir a supressão das necessidades da filha com a dádiva de seu amor.

[...] a criança nem sempre adormece sempre assim no seio do ser, sobretudo quando o Outro, que também tem suas ideias sobre as necessidades dela, se intromete nisso e, no lugar daquilo que ela não tem, empanturra-a com a papinha sufocante daquilo que tem, ou seja, confunde seus cuidados com o dom do seu amor. É a criança alimentada com mais amor que recusa o alimento e usa sua recusa como um desejo (anorexia mental). [...] Afinal de contas, a criança, ao se recusar a satisfazer a demanda da mãe, não exige que a mãe tenha um desejo fora dela, porquanto é essa a via que lhe falta rumo ao desejo? (LACAN, [1958] 1998, p. 634).

Portanto, a entrada de um terceiro que resgate tanto a mãe quanto a filha dessa paixão é crucial para o desenvolvimento da filha como sujeito. Na anorexia, essa entrada do pai fica em segundo plano, e a mãe toma conta do cenário na relação com a menina.

A partir disso, podemos pensar na convocação do pai como lei no tratamento de pacientes anoréxicas, com o intuito de barrar o gozo absoluto da mãe e permitir a ascensão da menina ao desejo causando um furo no saber absoluto da mãe.

Nota-se uma certa dificuldade no tratamento dessas pacientes, pois a “[...] inclinação à passagem ao ato, nesses casos, requer muita cautela do analista”, e que há que se ter certo cuidado, evitando assumir o lugar que a mãe tem para a jovem: o lugar de quem tudo sabe e a tudo responde empanturrando-a com respostas. Portanto, o trabalho do analista é abrir espaço no saber do Outro (RECALCATI, 2003 apud FUCKS; CAMPOS, 2012, p. 47).

A prática psicanalítica trabalha com um movimento de subtração, de criar uma falta, um furo no saber que possa abrir espaço para a dimensão inconsciente do discurso e, consequentemente, fazer o sujeito trabalhar. Porém, é necessário admitir que isso pode vir a levar bastante tempo e, nos casos mais graves, realmente não se tem este tempo (FUCKS; CAMPOS, 2012, p. 57).

A entrada do pai como lei, no caso da anoréxica, não ocorreu, ou ocorreu de forma insuficiente, visto que essa lei foi “engolida” pelo gozo mortífero da mãe, e esse pai não teve força simbólica para castrá-la. Dessa forma, compreendemos que o trabalho do analista é permitir que o furo no Outro e a falta sejam sancionados, convocando a lei, dando voz ao desejo da filha como sujeito separado da mãe,

Zalcberg (2003, p. 138) acentua que “[...] a relação entre mãe e criança é marcada por uma espécie de frustração necessária”, porém na anorexia, pensamos que a expectativa de receber da mãe a substância se concretiza. Em outras palavras, a instância da falta não é apresentada, mas substituída por uma falta da falta; a frustração necessária que menciona a autora, não ocorre; “[...] sem a falta ela não pode ter acesso ao desejo próprio” (ZALCBERG, 2003, p. 77). Dessa forma, a jovem anoréxica, compreende um corpo real magro, esquelético, mas em contrapartida psiquismo inundado de substância, pela falta da falta.

Devastar, é, como podemos ver no Dicionário escolar da língua portuguesa (1979, p. 365) “ruína proveniente de grande desgraça”, devastar é tornar deserto, despovoar. Esse é o efeito da mãe fálica sobre a filha. Apresentando a substância, ela devasta a filha no campo do real do corpo, um corpo deserto, despovoado, inabitado pelo sujeito, devido a uma inoperância do Nome-do-Pai.

Cabe ao analista o lugar da escuta do sujeito adoecido pela anorexia e de seu desejo. E a partir dessa convocação à fala, advenha a substância pela qual anseia e que o seu dizer o cure.

 

Referências

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BIDAUD, E. Anorexia mental, ascese, mítica: uma abordagem psicanalítica. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1998.         [ Links ]

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Endereço para correspondência

Débora Dias Müller
E-mail: muller_debora@hotmail.com

Regina Castelo
E-mail: reginaprudente@pucminas.cesjf.br

Recebido em: 08/04/2015
Aprovado em: 20/04/2015

 

 

SOBRE AS AUTORAS

Débora Dias Müller
Psicóloga pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CESJF).

Regina Castelo
Graduada em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
Psicóloga e mestre em psicologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CESJF).
Professora Titular do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CESJF).

 

 

1 A utilização da letra maiúscula na grafia de Outro, encontra significado na teoria lacaniana de “o grande outro”, (grifo nosso) significante que passa a fazer parte da vida de cada sujeito, enquanto vivente. No Seminário 20 Lacan objetiva que o Outro é permeado pela dimensão simbólica. Maurano (2006) aponta que a presença do Outro revela para o sujeito a existência de um além da necessidade.
2 A função paterna, ou metáfora paterna, é representada por Lacan no Seminário 3 As psicoses ([1955-1956] 1985), a partir do matema NP/DM. DM/x. Essa fórmula explicada por Costa (2010, p. 63) como “Nom 3 As psicoses ([1955-1956] 1985), a partir do matema NP/DM. DM/x. Essa fórmula ação, por meio da qual o Nome-do-Pai inscreve o falo no Outro”.

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