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Estudos de Psicanálise

Print version ISSN 0100-3437

Estud. psicanal.  no.47 Belo Horizonte July 2017

 

 

O enigma das paixões e suas vicissitudes amorosas

 

The enigma of passions and the variations of love

 

 

Maria das Mercês Maia Muribeca

I Centro Universitário de João Pessoa

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A moção pulsional desregrada das paixões mais arcaicas pode enfermar o campo das emoções no humano, situando-o numa seara de desrazões que o aprisiona numa relação de dependência patológica com o objeto do desejo e o impulsiona aos atos mais tresloucados e aos crimes mais bizarros. O impulso de efetuar a passagem do silêncio das fantasias ao ato só acontece no lugar da proibição, onde existe o desejo. Nas relações passionais, observamos, como disse Piera Aulagnier, que “[...] o objeto do desejo para o Eu se converte numa fonte exclusiva de todo prazer e se transporta para o registro das necessidades”. Nesses casos, há uma impossibilidade, por parte do sujeito, de se desvencilhar do objeto de sua paixão, ou seja, de redirecionar o foco de seu desejo para outro gozo, de sorte que ele responderá, de alguma maneira, aos vários desfechos dessa embriaguez alucinatória. Assim, nessa eterna dialética do desejo, não há um terreno estável para pisar quando se trata das paixões mais mundanas. Enfim, quando o inconsciente se põe a escrever sobre a subjetividade humana a coisa se desenha por si só. Portanto, nada humano se trata de certezas e verdades absolutas, mas áreas de reflexão. Somos sustentados, provisoriamente, por construções de sentido que, a qualquer momento, se dissipam para dar surgimento a novas configurações.

Palavras-chave: Desejo, Paixão obsessiva, Crimes passionais.


ABSTRACT

The drive motion riotous of the most archaic passions can tainted the field of emotions in human, placing it in a harvest of desrazões that imprisons a pathological dependency relationship with the object of desire and boosts the most distraught acts and the most bizarre crimes. The impulse to make the transition from silent fantasies to act only happens in the place of the prohibition where there is a desire. In the passionate relationships, we observe, as I said Piera Aulagnier that the object of desire for the I becomes a unique source of all pleasure, and is transported to the registration needs. In such cases, there is a failure on the part of the subject, to break away from his passion object, or to redirect the focus of his desire for another enjoyment, so that it will respond in some way, the various outcomes that drunkenness hallucinatory. So, this eternal dialectic of desire, there is no stable ground to tread when dealing with more mundane passions. Anyway, when the unconscious begins to write about human subjectivity thing is drawn by itself. Therefore nothing human is dealing with certainty and absolute truths, but areas of reflection. We are sustained provisionally by constructions of meaning that at any time, dissipating to give rise to new settings.

Keywords: Desire, Obsessive Passion, Crimes of Passion.


 

Na compulsão amorosa
a pessoa não se apaixona pelo outro,
mas sim pelo significado
que ela própria dá a ele.

WIMER BOTTURA

 

Cena inicial

Adentrando na cena do crime, fomos envolvidos por intensa emoção ao visualizar o corpo de uma mulher que jazia sobre a cama de um dormitório mal iluminado. Na parede, escrito com sangue, podíamos ler: “Se não é minha, não é de ninguém”. Mas, essa não era a única visão fúnebre. Do outro lado, ao pé da cama, numa poça de sangue estava o cadáver de um homem com a cabeça completamente destroçada pelo disparo de uma arma de fogo. Não era preciso fazer muitas especulações para entender que se tratava de um crime passional. O autor do crime havia feito vários disparos na mulher e, depois de um pequeno intervalo de tempo, em que escreveu seu bilhete de despedida na parede e sorveu mais alguns tragos de seu uísque, completou sua obra sendo também homicida de si mesmo.

Cenas como essas nos fazem pensar no que induz um ser humano a se apaixonar de maneira tão compulsivamente patológica, ardentemente visceral, sinistramente obsessiva, a ponto de sequestrar o ser amado, mantê-lo em cárcere privado, assassiná-lo e, depois, como ato final, cometer suicídio. Por que, sob a égide da paixão, queremos nos apossar do objeto amado? Como se arma e desarma o jogo do desejo erótico nas relações? Qual o termômetro da percepção entre o saudável e o patológico nas afinidades amorosas?

Acreditamos que as pulsões desregradas das paixões mais arcaicas podem enfermar o campo das emoções no humano, situando o sujeito numa seara de desrazões que o aprisiona numa relação de dependência patológica com o objeto do desejo e o impulsiona aos atos mais tresloucados e aos crimes mais bizarros. A tentação de sair do silêncio das fantasias ao ato só acontece no lugar da proibição, onde existe o desejo, por conseguinte, no campo das vicissitudes da paixão, peca-se tanto pelo excesso quanto pela escassez. A falta desse sentimento retira o humano da veia poética, mas seu transbordamento o leva a desembocar num estágio de loucura alucinatória do desejo.

Dito isso, valemo-nos da psicanálise para entender que a sexualidade abrange toda a pulsionalidade, em suas mais diversas expressões. O sexo não se restringe ao ato em si, mas engloba uma dimensão fantasmática, que supõe um jogo de encobrimento e desvelamento da existência do desejo.

 

O ser humano e a prioridade do outro em sua existência

O ser humano é constituído pelo desamparo ao emergir num mundo repleto de significantes enigmáticos, dependendo, por completo, de outra pessoa para a satisfação de suas necessidades. Portanto, é desde o alvorecer da existência, que o lactante carece da prioridade do outro adulto em sua existência.

Como propôs Jean Laplanche (1992), esse confronto do infante com o mundo adulto, que lhe envia mensagens impregnadas de significações sexuais inconscientes, é uma situação antropológica fundamental de caráter universal, à qual todo ser humano deve se submeter para se converter em um ser pulsional.

Nesse sentido, o fator biológico da etapa prematura da constituição do humano dá lugar às primeiras situações de perigo e ao imperativo categórico de ser protegido e amado, induzindo-o a uma constante e inevitável busca desse outro enigmático da sedução originária. Isso implica para o infante reconhecer a onipotência daquele que exerce a função materna, colocação imprescindível, na qual o binômio mãe-filho conforma uma unidade que resulta inseparável.

No entanto, faz-se mister que ambos se submetam à operação diferenciadora e singularizante da separação para que a criança possa devir uma alteridade. E é precisamente nesse processo de separação versus individuação que ocorrerá a acareação do sujeito com a falta. A partir dessa cisão, o ser humano tentará incansavelmente recuperar uma mítica completude perdida, sem embargo sofrerá sempre as marcas do desencontro, sustentando uma falta que lhe é básica e essencial.

Estamos diante de um ser marcado pela falta, que vive uma eterna busca, como consequência do desejo de encontrar a plenitude, o que nos remete ao Banquete, de Platão (1996), quando Aristófanes relata que, nas origens da humanidade, Zeus decidiu dividir o Andrógino em duas metades, condenando-as a uma infindável caça em prol de capturar sua alma gêmea. Assim, quando o encontro acontecia, a atração entre eles era imediata e, com muito erotismo, desejavam restaurar a velha perfeição, entrelaçavam-se e tentavam se fundir um no outro. No entanto, a fusão era sempre momentânea. Assim, a cada novo encontro segue um novo desencontro. Condenados a não entender mais do gozo um do outro, começaram a viver na incompletude de seu desejo de ser outra vez um só ser.

 

Um ser de desejo

Cada qual ama precisamente o que lhe falta, asseverou Schopenhauer (1993). Nessa vertente, o ser humano é um ser de desejo cuja satisfação é sempre ilusória e efêmera. Essa insatisfação vem desde muito cedo, quando ele percebe que seu primeiro objeto de amor é proibido e incestuoso.

Esse obstáculo condena a raiz do desejo a uma interminável busca: nunca encontra em seus objetos amorosos o substituto adequado do objeto inicial do desejo a que/ao qual um dia teve que renunciar. Portanto, a esperança de completude tem como fundamento uma perda original, colocada por Freud em termos de objeto perdido de uma satisfação primeira e origem de um profundo e permanente anseio por seu retorno, o qual recebe o nome de desejo.

Nesse aspecto, o desejo desliza sua visceralidade sob a alameda da exigência permanente de plenitude, alimentando sua sustentabilidade numa balaustrada de durabilidade infinita e irrevogável. Destarte, todo desejo representa a aspiração de algo que não temos e que apetecemos ter, compondo uma sinfonia ansiosa de possuir algo para todo o sempre, mas desemboca sempre nas entranhas da finitude e no emaranhado eficaz do processo ao qual todos somos submetidos pela lei que nos impõe uma castração evidente na manutenção dos nossos desejos. Aquilo que não temos, o que não somos, o que nos falta, eis os objetos do desejo e do amor, já nos alertava Sócrates (1999).

“Amar é dar o que não se tem para quem não o é”, corrobora Jacques Lacan ([1960-1961] 2010, p. 435). Nesse viés do pensamento sustentamos a tese de que o ser humano deseja ter o que não tem e almeja ser o que não é, por isso leva a tatuagem do desencontro incrustada na carne, porque, sob a égide da paixão, ele vende algo que não tem e diz ser quem não é para conquistar o ser amado. E é isso que a paixão evoca, a construção de um perímetro eletromagnético de ilusão.

Esse fenômeno de atração é desencadeado pela ativação dos feromônios e da ocitocina, elevando ao ápice a química do tesão, mas especialmente pela urgência e pelo ardor das carências que projetamos no outro. Ou seja, o outro é apenas objeto de nossos anseios e fruto de nossas idealizações, portanto projetamos algo de dentro para fora de nós mesmos para ser reintroduzido de fora para dentro, delimitando, com isso, um perímetro de ilusões amorosas já preconcebidas com as ferramentas de nossas fantasias mais arcaicas.

Na paixão, o sujeito alimenta a utopia de haver preenchido um imenso vazio com a aquisição de um objeto amoroso. O objeto do desejo, nas relações passionais, adquire a dimensão de um objeto não só de prazer, mas de necessidade no sentido de uma compulsividade.

Nesse sentido, Piera Aulagnier (1984) observa que, nas relações passionais, o objeto do desejo para o Eu se converte numa fonte exclusiva de todo prazer e se transporta para o registro das necessidades. Portanto, o termo paixão define o vínculo que une o sujeito ao objeto do seu desejo. É uma exigência vital daquilo que não pode faltar, do absoluto da necessidade.

 

A insensatez da paixão

Alumbrada pela insensatez, a paixão é movida por desejos conscientes e inconscientes. O frenesi da paixão deixa cicatrizes indeléveis que inscrevem e refletem no corpo aquilo que resta da loucura e do devaneio da busca pelo objeto perdido das origens. A ilusão é o instrumento de que se serve a paixão para existir e tornar-se imortal e bela. Eros é revestido de beleza e, por isso, no auge da euforia da paixão, nos embriagamos com o néctar efusivo do mais precioso dos vinhos, caímos hipnotizados pelo olhar de Baco e, enfeitiçados pelos efeitos estonteantes desse sonho imortal de felicidade, adormecemos nos braços de Morfeu, nunca sem antes espalhar os eflúvios dessa paixão pelos jardins poéticos de uma fome insaciável.

A paixão, portanto, se converte em um apetite voraz de imortalidade, porque contém uma promessa de felicidade marcadamente entrelaçada no clamor de uma quimera. Dessa forma, o ser apaixonado quer fazer do presente o tempo eterno das paixões, mas esse deslocamento no tempo só existe enquanto nutrimos as ilusões permeadas pela esperança.

Piera Aulagnier (1984) tece uma distinção entre amor e paixão calcada na simetria e assimetria. Quando se ama, um faz do outro o receptor privilegiado e não exclusivo de suas demandas de prazer, criando, assim, uma simetria dos afetos. Já na assimetria, a paixão e o prazer são imprescindíveis à vida do EU, o que torna o objeto necessário e vital para sua sobrevivência, aproximando-se de uma relação aditiva e alienada. Portanto, sob a veste da paixão é impossível enxergar plenamente o outro, especialmente quando ele assume as dimensões das nossas aspirações.

Sob a estratosfera do amor, estamos situados na via do investimento, enquanto sob a seara da paixão nos imiscuímos na emoção, tendo assim uma experiência visceral de descarga de energia. O amor e a paixão, por si sós, não são nem patológicos, nem saudáveis, pois apenas são afetos inerentes ao universo humano. O ser humano é um ser de categoria incerta, um enigma para si mesmo e uma incógnita para os que estão a sua volta.

Consequentemente, esses afetos partem de uma categoria universal para habitar na região elucubrativa daquele que o abriga. O que dará ao amor ou a paixão a dimensão de saudável ou não dependerá da estrutura psíquica e de personalidade que os alimenta. Nesse sentido, será na alteridade de cada um que esses afetos irão residir e se delinear na relação.

 

As vicissitudes da paixão

Segundo Piera Aulagnier (1984), em função da natureza do objeto da paixão, podemos diferenciar três classes de relações passionais: a do toxicômano, a do jogador e a amorosa. A relação passional, em suas três vertentes, exclui a reciprocidade. Especialmente nas relações amorosas, a reciprocidade não existe como a imaginamos, porque cada um ama segundo suas primícias de vida, ou seja, de acordo com sua alteridade. Portanto, o manancial pelo qual esse afeto amoroso nasce dentro de cada um dos protagonistas provém de fontes diferentes, nunca da mesma origem. Cada um ama o objeto de sua paixão segundo a forma como aprendeu a conhecer, através dos seus primeiros objetos amorosos, a tecelagem dessa afeição.

 

A paixão obsessiva e os crimes passionais

A paixão obsessiva enlouquece o indivíduo por transferir para o outro o termômetro de seu humor, de sua valorização, não se vê dois e, sim, um só, exatamente pelo processo de descaracterização do outro, tornando-o apenas um apêndice de seu desejo, ou seja, uma espécie de coisificação através da transformação do outro em mero objeto de seu desejo.

São inúmeras as artimanhas do sujeito para seduzir, cativar e prender o objeto desejado a sua paixão, ao seu mundo muito particular. Mas, em geral, a força motriz é intensa e avassaladora no ato da conquista, onde a sedução atinge seu ápice. Não obstante, depois de conquistado, o objeto da paixão pode ser abandonado, momento em que Eros evidencia o desamparo, condição iniludível do humano e que induz a parte rejeitada a vários destinos possíveis à sua angústia.

Aquele que é abandonado pelo objeto de sua paixão pode entrar num processo de desinvestimento libidinal, apresentando depressão, melancolia ou suicídio; nutrir um sentimento de rejeição que o induza a desenvolver um complexo de inferioridade, destroçando sua autoestima e reivindicando vingança; pela via da inconformidade, passar a vigiar e perseguir o objeto do seu desejo, infernizando sua vida de todas as maneiras até culminar em falência do afeto, tentativas de homicídio, homicídio ou homicídio seguido de suicídio ou transferir sua obsessão para a bebida, drogas ou marginalidade.

A paixão pode encontrar quatro destinos aparentes: amor, sentimento mais puro e transcendente; amizade, sentimento de ternura transbordante; ódio, sentimento envenenado pela rejeição; e indiferença, sentimento que explicita a não existência do outro.

Para Freud (1930 [1929]), nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor. Portanto, diante da perda, nosso afeto se revela vulnerável e transitório, restando apenas a elaboração do luto. Em alguns casos, porém, existe uma impossibilidade por parte do sujeito de se desvencilhar do objeto de sua paixão.

Quando isso ocorre, vamos aos umbrais do patológico, ou seja, na paixão obsessiva, o ser amado perde sua identidade, passando a ser apenas um objeto ludibriado pelas teias pegajosas de um vício incomensurável. O ciúme exacerbado e o sentimento de posse são por vezes indescritíveis. Nessa esguelha do pensamento, os crimes passionais ocorrem devido a um egocentrismo desmesurado, consistente em acreditar que existem pessoas que nos pertencem, mesmo que elas não queiram.

De acordo com Vicente Garrido (2001), a obsessão por alguém costuma ter duas motivações principais: desejar que alguém nos queira, independentemente de sua vontade, e o anseio por vingança, porque consideramos um insulto que a pessoa a qual amamos nos rejeite (ferida narcísica).

Em síntese, as motivações mais comuns para o acometimento dos crimes passionais são paixão obsessiva, permeada pelo sentimento de domínio e posse do objeto amoroso; ciúmes ou abandono; e desonra, quando a perda e o inconformismo levam a um irresistível desejo de vingança. Portanto, existem três elementos que são comuns no comportamento dos agressores: o desejo de poder, o desejo de controle e o desejo de posse.

Diuturnamente, nos inquietamos em desbravar um saber que ainda não se sabe acerca dos desejos que subvertem e transgridem as leis, no indizível lado obscuro das paixões mais lascivas de um ser que as vivencia no outro sem seu consentimento.

Alfred Hitchcock disse, com propriedade, em seu filme Assassinato, de 1930, que alguns de nossos assassinatos mais esquisitos são domésticos, executados com ternura em lugares simples e caseiros como a mesa da cozinha. Em suma, os crimes passionais ocorrem quando existe uma alienação ao desejo do outro, sem que jamais possa emergir o que é autêntico da subjetividade de cada um.

Sob as mil e uma faces de Eros, contamos e recontamos, nos palcos da vida, os mais esdrúxulos contos de fadas e as mais dilacerantes tragédias gregas. As faces e as façanhas dessas histórias são entrelaçadas à possibilidade ou à impossibilidade de vivenciar o desejo da paixão junto ao objeto ardorosamente cobiçado. Ter ou não ter o objeto amoroso marca o destino do sujeito que eclode na euforia do gozo ou desce aos umbrais da destruição. Em ambos, a loucura é visceralmente seduzida a nortear todo o artifício da manipulação em manter ou não essa relação entre a via das pulsões de vida ou de morte.

 

Considerações finais

Que no amor ou na paixão, possamos empreender trocas, pois viver é deixar marcas. Nunca passamos pela vida de alguém sem deixar parte de nós e sem levar algo conosco. Todo encontro imputa em nossos corações o registro das vivências dessa experiência. Portanto, nessa eterna dialética do desejo, não há um terreno estável para pisar quando se trata das paixões mais mundanas.

Por fim, quando o inconsciente se põe a escrever sobre a subjetividade humana, a coisa se desenha por si só, portanto nada humano se trata de certezas e verdades absolutas, mas áreas de reflexões. Somos sustentados provisoriamente por construções de sentido que a qualquer momento se dissipam para dar surgimento a novas configurações.

 

Referências

AULAGNIER, P. Los destinos del placer: alienación-amor-pasión. Barcelona: Argot, 1984.         [ Links ]

FREUD, S. O mal-estar na civilização (1930 [1929]). In: ______. O futuro de uma ilusão, o mal-estar na civilização e outros trabalhos (1927-1931). Direção-geral da tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1987. p. 74-171. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 21).         [ Links ]

GENOVES, V. G. Amores que matan: acoso y violencia contra las mujeres. Alzira (Valencia): Editorial Algar, 2001.         [ Links ]

LACAN, J. O seminário, livro 8: a transferência (1960-1961). Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Tradução de Dulce Duque Estrada. Revisão de Romildo do Rêgo Barros. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. (Campo Freudiano no Brasil).         [ Links ]

LAPLANCHE, J. La prioridad del otro en psicoanálisis. Buenos Aires: Amorrortu, 1992.         [ Links ]

PLATÓN, El banquete. Madrid: Santillana, 1996.         [ Links ]

SCHOPENHAUER, A. El amor, las mujeres y la muerte. Madrid: EDAF, 1993.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
E-mail: m.muribeca@gmail.com

Recebido em: 06/05/2017
Aprovado em: 20/05/2017

 

 

SOBRE A AUTORA

Maria das Mercês Maia Muribeca
Psicanalista. Psicóloga clínica.
Doutora em psicologia (Fundamentos y Desarrollos Psicoanalíticos) - Universidad Autónoma de Madrid/España.
Professora titular do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).
Supervisora do Estágio clínico em Psicanálise da Unipê.
Coordenadora dos cursos de especialização em Criminologia e Psicologia Investigativa Criminal e em Psicanálise, ambos pelo Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).

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