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Estudos de Psicanálise

Print version ISSN 0100-3437

Estud. psicanal.  no.47 Belo Horizonte July 2017

 

 

A psicanálise e o século: a persistência do movimento psicanalítico

 

Psychoanalysis and the century: the persistence of the psychoanalytic movement

 

 

Martín Mezza

I Círculo Psicanalítico da Bahia
II Universidade Federal da Bahia

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente trabalho teve como motivação e desafio introduzir as diversas temáticas e debates que o congresso Assim caminha a psicanálise. Indagações do século XXI, do CBP (nov. 2017, Salvador-BA), pretende contemplar e promover. Apresenta-se um percurso – possível e incompleto – do descobrimento freudiano, que visa salientar a sua immixtion de Otredade com os pensamentos e saberes que marcaram o século XX, assim como levantar a tensão em que se exprime a originalidade de nosso objeto: de prática social ou razão científica? Pensar o século é uma aposta metodológica. Considerar a sua subjetividade – seus pensamentos hegemônicos e seus impensáveis – nos permite refletir sobre a novidade do movimento psicanalítico, sobre a cita que temos com nossa função de analistas e com o sentido e a função da psicanálise no século XXI.

Palavras-chave: Psicanálise, Verdade, Movimento psicanalítico, Século XXI.


ABSTRACT

The present work had as its motivation and challenge, the introduction to the different topics and debates that the XXII Congress of the Brazilian Circle of Psychoanalysis (CBP) - “This is how Psychoanalysis walks: Inquiries of the 21st Century” - (November 2017, Salvador-BA) intends to contemplate and promote. There is the possible and incomplete path of the Freudian discovery, which aims to emphasize its immixtion of Otredade with the thoughts and knowledge that marked the twentieth century. As well as to raise the tension in which expresses our object’s originality, social practice or scientific reason? Thinking about the century is a methodological bet. To consider its subjectivity – his hegemonic and unthinkable thoughts – allows us to reflect on the novelty of the psychoanalytic movement, on the quotation we have with our task as a psychoanalyst, and on the meaning and function of psychoanalysis in the twenty-first century.

Keywords: Psychoanalysis, Truth, Psychoanalytic movement, 21st century.


 

Homens, escutai, eu vos dou o segredo!
Eu, a verdade, falo.

LACAN, 1961, p. 410.

 

Transcorria apenas meio século de psicanálise, e Lacan já salientava a “[...] persistência do movimento psicanalítico” em comparação com outras empresas psicoterapêuticas que, por mais científicas que se considerassem, não teriam atingido – com vigor – cinquenta anos de existência. Na interpretação de Lacan, a razão para essa persistência, que já leva mais de um século, radica na distância que mantém com o discurso médico.

Há na psicanálise

[...] algo além da sua utilização médica [...] algo que concerne ao homem de maneira a um só tempo nova, séria e autêntica (LACAN, [1957-1958] 2016, p. 383-384).

A “coisa freudiana” situa-se além da prática médica, além do princípio de realidade, do bem e do hedonismo. O radicalmente novo, sério e autêntico, que explora a experiência psicanalítica, é o transtorno que o desejo provoca na vida do homem.

O desejo se apresenta na vida do homem como perturbação:

Ele perturba a percepção do objeto [...] esse objeto, ele o degrada, desorganiza, avilta, em todo caso abala, chegando às vezes a dissolver aquele que o percebe, ou seja, o sujeito (LACAN, [1957-1958] 2016, p. 385).

Tragédia do desejo – amarradura entre desejo e inconsciente – que Freud articulou a partir do mito de Édipo e que Lacan rearticulou por meio de Hamlet, indicando que o centro do homem já não está no mesmo lugar.

O descobrimento freudiano alcança a verdade ali onde a razão a deprecia, a infatuação do poder a desconhece, e a evidência a aniquila. A verdade fala onde menos se pensa: no sofrimento. “Isso fala”, é o levantado pela prática analítica, o efeito de verdade sobre nossa vida, sobre nossa carne, enfim, “[...] a incidência da verdade como causa” (LACAN, [1956] 1998, p. 417).

Mas como essa verdade transitou o século XX? Como tem ingressado no século XXI? A partir de que transformações, de que continuidades ou descontinuidades? Com que máscaras se oculta? Mediante que sombras aparece? A partir de que sofrimentos – de que impensáveis – fala?

No contexto das ciências sociais – reorganizadas em torno da historicidade – se discute se estamos vivendo sob os efeitos de uma pós-modernidade (LYOTARD, 1979) ou, pelo contrário, os modos de vida atual não fazem mais que refletir o clímax do projeto moderno: hipermodernidade (LIPOVETSKY; CHARLES, 2006).

Badiou (2005), a partir de outra perspectiva – que não deixa de apontar para o mesmo horizonte – pergunta: que é um século? Quantos anos tem um século? Sem desprezar os fatos históricos, pelo contrário, Badiou se propõe através deles, percorrer os pensamentos dos homens deste século. O que se pensou que antes era impensável? A pergunta é pela subjetividade do século.

Nessa análise, o descobrimento psicanalítico é colocado, junto com outras invenções cruciais da humanidade tais como a teoria da relatividade ou as elaborações de Cantor, na antessala do século XX, cujo umbral foi desenhado pelos efeitos devastadores da Primeira Guerra Mundial. Antessala da Europa capitalista e democrática, saturada pelo brilho da potência criativa – canto à humanidade – que tem no seu avesso sua alteridade negada: a dominação colonial e a escravidão dos corpos africanos (BADIOU, 2005).

No começo do século XX, os critérios de humanidade e sub-humanidade se expandem além do território colonial. O pensamento moderno ocidental é um pensamento abissal, que a partir de divisões – visíveis e invisíveis – produz uma eliminação radical do Outro. A humanidade moderna, desde as colônias até os dias atuais, não se concebe sem uma sub-humanidade moderna (SANTOS, 2007).

Esse pensamento, apesar de impedir Freud de ser professor e tê-lo desiludido e amargurado nos primeiros estrondos da guerra, não o impediu de escutar a mensagem que se articulava: os Estados que dominam o mundo e se proclamam naturalmente superiores – “guardiões das normas éticas” – compartilham a falta de eticidade e brutalidade que imputam aos povos dominados (FREUD, [1915] 1996).

A insistência em utilizar a renúncia pulsional como marco analítico não apaga das entrelinhas o esboço de um pensamento que capta a nova relação – sofrente – entre indivíduo e “Estado beligerante”. Condensada no significante desilusão, a relação moderna entre sujeito e Outro (estatal), se caracteriza pela posição desse Outro que vê o estrangeiro – que pode ser qualquer um dependendo dos momentos históricos – como inimigo e que, para combatê-lo, se entrega a todas as injustiças e violências, como a uma diversidade de fraudes e mentiras.

Transtornos dos valores, que compromete a imparcialidade e a verdade da ciência:

O antropólogo tem que declarar inferior e degenerado ao oponente, e o psiquiatra, proclamar o diagnóstico da sua doença mental ou anímica (FREUD, [1915] 1996, p. 277).

Os ecos da mensagem freudiana se expandiram pelo mundo através das disputas e desvios dos integrantes do pequeno círculo de Viena; atravessaram os campos minados da Europa, as águas agitadas do Atlântico, para serem acolhidos pela diversidade de saberes – desde a psiquiatria até a literatura – que compõem as ciências humanas (FREUD, [1914] 1996).

Assim, a psicanálise, tem articulado seus princípios no bojo onde se gestava a “obsessão do século”: criar um homem novo. Obsessão tanto comunista como fascista, que alcançava seu ápice de pureza e horror no racismo da empresa Nazi (BADIOU, 2005).

A intervenção norte-americana, menos motivada por princípios humanitários contra o racismo e mais preocupada com o expansionismo alemão, iniciou a libertação do homem da política, separou o homem – velho e novo – do projeto (BADIOU, 2005) e lhe ofereceu sua segunda natureza, sua segunda morte: o mercado.

Nele, o indivíduo encontraria a paz que a história ameaça tirar e o projeto político roubar; nele, o ser humano poderia tomar distância do papel social que o oprimia e, assim, viver sua liberdade individual sem medo de reeditar a luta de todos contra todos, própria do estado de natureza de Hobbes.

Depois de um período em que o pensamento abissal moderno se expandia pela totalidade da superfície terrestre, nada como a mão invisível para “reorganizar” os ego-ísmos, e renovar o imperativo liberal: Laissez faire et laissez passer, le monde va de lui même.

Não é apenas o mundo que anda só, também o faz o indivíduo. O individualismo moderno diagnosticado prematuramente por Hegel (1807) como uma ameaça para o laço social e pesquisado por Dumont (1999) a partir da oposição com o holismo das sociedades “tradicionais”, projeta atualmente a sombra do homem a partir de uma pequena ilha de liberdade – localizada em Manhattan – que ilumina o mundo (Liberty Enlightening the World) ao mesmo tempo que petrifica o sujeito.

O isolamento na liberdade e a “[...] privatização ou exclusão de certas esferas da vida, da interação social” sustentam um pensamento que apenas reflete a estrutura espacial das consciências: o indivíduo se identifica com algo autêntico e puro dentro de si, para somente num segundo momento se relacionar com os “Outros” que estão do lado de fora (ELIAS, 1994). “Lógica de condomínio”, que produz uma nomeação binária do mal-estar e uma cisão – social – que favorece os processos de hiperindividualização e os sofrimentos decorrentes dessa posição subjetiva (DUNKER, 2015). A partir daqui, o impensável é a relação. “Não se concebe que as relações possam ter estrutura e regularidades” (ELIAS, 1994), nem verdade.

É no seio dessa singular conformação histórica, na teia da cultura anti-histórica dos EEUU, onde apenas se acolheu o sonho diurno do pai da psicanálise (FREUD, 1925) para vedar a seus filhos todo acesso à experiência do inconsciente. A descendência somente poderá se defender do inconsciente, poderá se valer de todos os mecanismos de defesa necessários.

A psicanálise se integra à medicina e, de mãos dadas com a prática normalizadora da psiquiatria – o DSM III é prova disso –, colabora na construção da ética do indivíduo “de sucesso e felicidade” (LACAN, [1956] 1998). Detrimento da lei em função da norma; o desejo cede à demanda. Estamos no campo do biopoder.

O poder se desloca e invade a vida. Passa a administrá-la com a finalidade de aumentá-la, multiplicá-la, controlá-la e regulá-la, não sem ameaçá-la. E o faz a partir de duas formas que se articulam no dispositivo da sexualidade. Por um lado, o poder disciplinar – micropoder – extremamente individualizante, que capta ao corpo tanto na docilidade quanto na utilidade; por outro, o poder que atua na justaposição entre o corpo da espécie e a economia: biopolítica (FOUCAULT, 2003).

Foucault (2003) percorre a “hipótese repressiva” a partir da pergunta: o discurso crítico que se dirige à repressão vem se contrapor aos mecanismos de poder que a sustentam ou é parte do mesmo estofo que denuncia? O achado não evidencia um silenciamento da sexualidade; pelo contrário, há uma exigência de fala. As técnicas de poder implantam as sexualidades polimorfas; a multiplicação dos discursos está destinada a registrar, transcrever e redistribuir o que se disse do sexo.

É aqui onde se faz a crítica à psicanálise no que ela pode ter de continuidade com a confissão cristã e com os efeitos de poder da ciência. Embora a psicanálise aponte a liberação da sexualidade, “o conformismo de Freud”, o “excesso de cautela e prudência” prendem a psicanálise “a uma prática médica” que pretende a “integração na ciência” (FOUCAULT, 2003, p. 11).

Mas, assim como se faz essa crítica, que indica uma posição possível da psicanálise ou do psicanalista, o próprio Foucault também destaca outro lugar possível em relação à biopolítica. Esse lugar – sumamente destacado para não considerá-lo – é de ter restituído à lei do sistema de alianças, da consanguinidade proibida e a ordem simbólica da sexualidade, no seio da normatividade imposta pela neuropsiquiatria e no preciso momento em que o racismo, através dos dispositivos de sexualidade, fazia da pureza do sangue o exercício do poder político.

Honra política da psicanálise de ter suspeitado – desde o inicio e sua ruptura com a neuropsiquiatria da degeneração – dos mecanismos de controle e administração da sexualidade. Colocar a lei como principio da sexualidade [...] a isso deve a psicanálise ter estado em oposição teórica e prática com o fascismo (FOUCAULT, 2003, p. 182).

Duas posições possíveis da psicanálise também salientadas por Paul Ricouer (1997): de um lado, a hermenêutica, a interpretação do desejo inconsciente, como a face que se opõe à biopolítica moderna e ao racismo impregnado nela; de outro lado, a teoria da pulsão – hoje poderíamos acrescentar a noção de gozo e real – na medida em que, articulada ao corpo como modalidade primeira de entender o humano, acaba por ceder à biopolítica que comanda a modernidade ocidental.

O grito de liberdade de gênero e direito à identidade – articula uma liberação ou uma opressão? Qual é a relação com a biopolítica? Que verdade se articula ou se deixa de articular na vontade de saber? E na vontade de poder?

[...] nos faz pensar que afirmamos os direitos de nosso sexo [real] contra todo poder, quando em realidade nos prende ao dispositivo de sexualidade que tem criado a miragem, o brilho negro do sexo [...] Ironia do destino: nos faz acreditar que nisso reside nossa liberação (FOUCAULT, 2003, p 194).

Promessa pós-moderna de liberdade e identidade que, contaminada de niilismo – e iludida de real –, acaba por se liquidificar no discurso capitalista – neoliberal – produtor de novas modalidades de infinitização do gozo. No vácuo causado pela morte de Deus, onde se articulam a absolutização antropológica do projeto do homem própria do humanismo radical (SARTRE) – e a morte do homem proclamada desde o anti-humanismo (FOUCAULT); vemos surgir a “paixão do real” que, mediante a técnica – a Gestell, de Heidegger – e seu imperialismo tecnológico, ameaça realizar a mudança do homem sem projeto e sem responsáveis (BADIOU, 2005).

A psicanálise articulou seu pensamento e sua ética sobre a tragédia do desejo, no espaço entre duas mortes. A tragédia de Antígona, mas também de Sygne de Coûfontaine; a morte de Deus, mas também a morte do homem. Ali, entre os impasses do existencialismo “[...] uma liberdade que nunca se afirma tão autêntica quanto dentro dos muros de uma prisão [...] uma personalidade que só se realiza no suicídio” (LACAN, [1949] 1998, p. 102), e os excessos do anti-humanismo que levam a “diarreia estruturalista” (LACAN, 1968-1969, p. 17), assim como nos giros entre o discurso do mestre e do capitalismo. Discurso capitalista que, sob a racionalidade do neoliberalismo do século XXI, impõe um sujeito neoliberal exigido e culpabilizado pelo exercício da autossuperação constante e pela invenção e reinvenção permanente de si mesmo: “empresário de si mesmo” (ALEMÁN, 2013).

Desse modo, o sujeito submetido à exigência de “maximização do seu rendimento” (ALEMÁN, 2013) e à vontade de poder – “sim se pode”; “tudo é possível”; “viver o presente” transfigurado em “falta de tempo” e “pânico” – suportadas na hegemonia de uma culpabilização irresponsável, recorre à reivindicação dos direitos naturais do vivente articulados pelo discurso ecológico e os comitês de bioética. Luta-se pela sobrevivência, pela harmonia com a natureza, pela satisfação das necessidades básicas, ao tempo que se desenvolve a espectacularização do sofrimento humano, para reduzi-lo num “animal lastimoso” (BADIOU, 2005).

Diante desse cenário, cabe lembrar que é na articulação do poder e da verdade que Freud sustenta a impossibilidade de educar, governar e psicanalisar.

[...] é o álibi das ideias de poder, sempre prontas a produzir sua rejeição numa ação que só se sustenta por sua articulação com a verdade. É a essa articulação da verdade que Freud se refere ao declarar insustentáveis estas três apostas: educar, governar e psicanalisar. E por que o seriam, com efeito, a não ser pelo fato de que neles o sujeito só pode ser falho, por correr pelas bordas que reserva à verdade? (LACAN, [1956] 1998, p. 437).

 

Referências

ALEMÁN, G. Jacques Lacan y el debate posmoderno. Buenos Aires: Filigrana, 2013.         [ Links ]

BADIOU, A. El siglo. Buenos Aires: Manantial, 2005.         [ Links ]

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Endereço para correspondência
E-mail: mezzamartin@yahoo.com.ar
E-mail: martinmezza@hotmail.com

Recebido em: 06/05/2017
Aprovado em: 20/05/2017

 

 

SOBRE O AUTOR

Martin Mezza
Psicanalista argentino, atualmente residente em Salvador (BA), Membro do Círculo Psicanalítico da Bahia, Membro de Apertura (Buenos Aires).
Graduado em Psicologia pela Universidad de Buenos Aires.
Mestre em Saúde Mental Comunitária pela Universidad Nacional de Lanús (UNLa - AR), Doutorando do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia.
Trabalha com clínica de adolescentes e adultos.
Vinculado aos movimentos de reforma psiquiátrica.
Foi professor da Universidad de Buenos Aires (UBA) e trabalhou na gestão de saúde.

 

 

1 Sobre o paradoxo trazido – sexualidade e sexo – por Foucault, salientamos a proximidade com o sintagma de Badiou: “paixão pelo real”. Em relação à problemática em torno de gênero e identidade, sugere-se ao leitor remeter-se a debates atuais no campo das ciências sociais e políticas na pena de Nancy Fraser , Axel Honnet, Iris Marion Young, Camille Paglia.

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