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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Ide (São Paulo) v.30 n.44 São Paulo jun. 2007

 

EM PAUTA - LINGUAGEM I

 

Histórias de linguagem e psicanálise

 

Histories of language and psychoanalysis

 

 

Deodato Curvo de Azambuja*

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O autor pretende mostrar, através de algumas histórias, onde está a essência da Psicanálise. Propõe que está na revelação, ou na busca do sentido dos sentidos das várias linguagens emergentes na situação analítica.

Palavras-chave: Linguagem. Psicanálise. Revelação. Sentido. Sentido dos sentidos.


ABSTRACT

By telling some histories the author intends to show where is the core of Psychoanalysis. He proposes that is on revelation or in the search of the meaning of meanings from the various languages emerging in the analytical situation.

Keywords: Language. Psychoanalysis. Revelation. Meaning. Meaning of the meanings.


 

 

A psicanálise não é uma linguagem, e sim um instrumento para desvendar linguagens. Essa é uma primeira idéia ou forma de articulação entre linguagem e psicanálise, e serve para muitas situações clínicas, mas também para refletirmos sobre outros tipos de linguagem.

Por exemplo, no filme de ficção científica Deep impact [Impacto profundo, 1998], dirigido por Mimi Leder, os tripulantes de uma nave salvam a Terra da colisão destruidora – iminente e aparentemente inevitável – com um cometa, sacrificando-se ao adentrar o seu núcleo para ali explodir uma enorme carga de artefatos atômicos, que desviam o cometa de sua trajetória de impacto com o nosso planeta. Antes de fazê-lo, os tripulantes se despedem de seus filhos, com desprendimento e afeto.

A idéia sacrificial de uma geração capaz de morrer pelas gerações seguintes é relativamente comum na produção cinematográfica, e tem, de um lado, um caráter pedagógico – algo como uma lição a ser muitas vezes transmitida para que não se perca o seu significado –, adquirindo, do outro, o tom de uma poderosa metáfora: assim é a vida, assim cada geração se sacrifica, em prol das novas que virão para herdar a Terra.

Essa é também uma forma de compreender Édipo. Como dizia Platão, “A vida vem da morte”. Isso não é muito claro na linguagem cotidiana, não está expresso na linguagem emocional consciente do diaa- dia, mas permeia a vida dos bilhões de habitantes do planeta, mundo afora, e em algum momento desemboca, sem dúvida, na situação analítica.

A negação do desejo de ser pai ou de ser mãe pode ser uma das formas dessa mensagem na situação analítica:“Para que teria eu que me sacrificar pelos meus filhos como meus pais se sacrificaram por mim?”, diz um paciente. O desejo – ou o movimento – em direção a esse sacrifício heróico depende da gratidão pelos pais, fundamentalmente inconsciente. O sujeito pode até rejeitar/odiar os pais, porém algum movimento de gratidão deve ser preservado para a vida fluir.Racionalizações do tipo “Serei melhor do que meu pai ou minha mãe” podem encobrir a gratidão.

Também o ataque aos pais necessita ser contrabalançado por um mínimo de compaixão. Pessoas excessivamente predadoras defendem-se de várias maneiras da comcompaixão e dificilmente conseguem procriar, ou manter e criar os filhos. Odeiam crianças e têm pavor do ódio que sentem que os filhos poderão ter deles – assim como odiaram os próprios pais. A relação com o analista parece inafetiva. O analista precisa fazer-se cargo de toda compaixão, sem esperar nenhuma gratidão, ou seja, trabalhar em um escuro absoluto de gratidão.

E como ela virá? Pode vir ou não vir. Aí entra a linguagem, ou melhor, o que Freud chamou de representação de palavra (Freud, 1915/1974). A palavra do analista fica como que dependurada, ou acaba sendo jogada para todos os cantos, lado a lado com as experiências do paciente, sem aparentemente penetrar na alma do analisando. “Não cai a ficha logo”, disse uma paciente.

Ora, o sujeito rejeitou as palavras, a linguagem dos pais, a comunicação da cultura, nem sempre sem razão. Será que aceitaria a comunicação, as palavras do analista?

Qual será o nosso poder? Pode ser que seja o poder de ajudar na recuperação de algum prazer pelo desenvolvimento – o que não está propriamente no analista. Algum prazer no desenvolvimento da linguagem deve estar na própria vida do sujeito, a fim de que seja possível buscar a recuperação desse prazer na análise.

O prazer pode vir da linguagem materna, da linguagem paterna, ou até da linguagem das ruas. Um sujeito dizia para a mãe: “Aprendi o que sei na rua e não aqui em casa” (um aprendizado típico das famílias em que o que se ensina sobre a vida emana mais dos comportamentos observados, e menos da linguagem comunicada). Se a mãe fica chocada, e se sente ferida por tal declaração, é talvez porque isso seja necessário; talvez a linguagem se arme em círculos que precisam ser rompidos um de cada vez, para que o sujeito passe ao círculo seguinte, e assim sucessivamente. Um processo através do qual ele pode “esquecer” de ser grato pela linguagem, ou pela compreensão que adquiriu anteriormente.

Esquecer corresponde, no caso, a recalcar, cindir, rejeitar a linguagem anterior por considerá-la de menor valor. De repente o sujeito busca linguagens cada vez mais estrangeiras, por acreditar serem mais valiosas; ou de maior poder; ou a linguagem do dinheiro. Nesses casos, o dinheiro pode adquirir um poder mágico em que o sujeito não precisa de ninguém, nem falar nada: é só comprar, mercadorias e também pessoas, entre as quais poderá estar o analista. E aí temos o problema jogado novamente de volta para nós.

E nós analistas iremos apenas falar, assinalar esse movimento do analisando, correndo o risco de sermos eliminados. O mensageiro, analista, pode ser “morto” por não gostarem da mensagem.

Outra articulação possível é a que vemos no filme Os doze trabalhos (2007), do diretor brasileiro Ricardo Elias, em que o protagonista central é um jovem motoboy de nome Héracles, a figura do “herói do cotidiano” que surge para dizer que “a cidade é assim, feita de cimento, madeira, ferro e pessoas; as coisas são fixas, as pessoas se movimentam, e somos jogados de lá para cá o tempo todo... e de repente surge uma história”.

Na análise, também somos jogados – analista e analisando – de um lado para outro, de um sentimento ou emoção para outro, de um pensamento ou sonho para outro – e de repente surge uma história. Histórias de sentidos, em meio ao aparente absurdo e sem sentido. Como no intrincado da cidade, que vista da perspectiva da motocicleta adquire dimensões emocionalmente diversas. Depois de assistir ao filme, emocionados, nunca mais veremos São Paulo – apesar de vivermos dentro dela – como a víamos antes. Após iniciarmos uma análise – apesar de vivermos dentro de nós mesmos –, nunca mais nos veremos do mesmo modo.

Uma analisanda conta-me uma história – “uma situação absurda” – de quando era quintanista de Medicina e, junto com outros internistas, fazia estágio no serviço de UTI, com a única recomendação de ali ficar observando os Birds dos pacientes. Trata-se de um aparelho que indica se o paciente está respirando, se ele “pia” como um passarinho a cada respiração, daí o nome. Quando o Bird de algum paciente parava de emitir seu sinal, o internista era instruído a sair correndo para “caçar” algum médico – “alguém de branco” – no corredor. Fora essa situação, só lhes restava agüentar a passagem do tempo, a angústia e a ignorância. O conhecimento estava do lado de fora, no corredor, separado deles. Cabia ao “sujeito de branco” entrar para atender e articular alguma história – do porquê o paciente havia morrido – ou não.

Assim como no filme Os doze trabalhos, em que o motoboy, serpenteando pela cidade, se defronta com várias situações absurdas e, para se defender e sobreviver, acaba criando ou reconhecendo histórias nas quais é possível encontrar algum sentido, também na situação relatada pela analisanda é a linguagem que vai ser capaz de fornecer um sentido, um significado que vai além da morte sempre à espreita.

Aquilo que o filme define como uma tarefa hercúlea – dotar de sentido os múltiplos e fortuitos encontros da vida – se repete na história dos internistas na UTI, em que a salvação aparece na possibilidade de uma linguagem articulada, compreensiva e humana, capaz de se sobrepor à simples linguagem de sinal, inarticulada, de aparelho ou simulacro. E isso pressupõe certo tipo de prazer com a linguagem simbólica, com o verdadeiramente humano, que justifique sair correndo atrás de compreensão.

Podemos pensar aqui no reencontro não apenas com a linguagem materna, como igualmente no reencontro do prazer com as várias esferas da linguagem – com a linguagem materna, a linguagem paterna, a linguagem dos grupos de referência e os vários círculos de linguagem da cultura. E incluamos nesse rol a linguagem do analista, recuperando tudo isso de outro jeito.

O relato da história da UTI reveste-se de maior significado pelo fato de estar no contexto de uma análise didática, com o analista sem dúvida surgindo na fantasia como a figura daquele que (repetindo os que estavam de branco) pode fornecer uma linguagem articulada, compreensiva – e ainda mais, no caso mencionado, com uma sala e um divã acolhedores. O “homem de branco” pode ser associado a muitas outras formas ou idéias. Penso na neutralidade analítica, ou no “laboratório” do setting analítico, um ponto a que retornaremos mais adiante.

Também no contexto de uma análise didática, outra história é a de um analisando que – depois de muita angústia – narra um sonho no qual é perseguido, em meio a muitas peripécias, por um leão.Associo (e o analisando ri) o leão com o imposto de renda; posteriormente, com a análise didática. A didática como algo imposto – e como um problema, tanto para o candidato como para o analista, que é o de lidar com essa imposição, essa lei a que ambos nos submetemos.

Tal imposição pode ser comparada à imposição de uma linguagem. Um bom exemplo nos é dado pela língua portuguesa, que foi imposta ao Brasil. Outro, pelas linguagens civilizatórias de modo geral, por intermédio das quais as pessoas aprendem a interagir e a viver em sociedade.

A análise é uma aposta na civilização, entendida como o oposto da barbárie. Nesse sentido, a psicanálise não é um movimento isolado. Ela faz parte de muitos outros movimentos civilizatórios, como a religião, a arte, a ciência, a filosofia. Seria importante encontrar o lugar da Psicanálise dentre todos esses movimentos – e este, provavelmente o seu lugar mais importante, talvez seja o de crítica de todos eles. Freud fez isso em larga medida: criticou longamente a religião, a arte, a filosofia. Foi menos crítico em relação à ciência, pois queria conquistar para a Psicanálise um lugar dentre as Ciências.

O olhar ingênuo, mas acostumado com o domínio das ciências através da linguagem médica da eficiência, por exemplo, “do que funciona”, não compreende em um primeiro momento no que consiste a psicanálise. Duas pessoas conversando? No que isso pode ajudar? Como é possível que o psicanalista não receite nenhum medicamento? Como, como isso pode “funcionar”?

Antes de mais nada, para chegar à psicanálise, é essa linguagem médica que deve ser rompida. Por exemplo, algum tempo depois de formado, mas já muito influenciado pela psicanálise, recebi como médico em um hospital psiquiátrico uma paciente carregada de medicação, acompanhada por uma família muito assustada, informando que ela tinha tentado o suicídio. Agitados ao redor da paciente, os médicos queriam o quanto antes dar início a alguma forma de intervenção para subtraí-la da depressão. Consegui assumir o caso, iniciando seu tratamento por um processo de desintoxicação com vistas a que readquirisse condições de falar; eu queria ouvi-la. Quando isso foi possível, ouvi uma longa história de abuso sexual por parte do médico psiquiatra que a estava acompanhando com psicoterapia e medicação. Ela estava se sentindo muito desamparada, com medo de ser acusada de ter seduzido seu médico. O clínico que a atendia ficou perplexo com a história, e naquele momento eu lhe pareci meio “mágico”, simplesmente por não ter entrado no frenesi ou furor curandis da equipe e por ter conseguido ouvir a paciente, que saiu do estado de depressão catatônica. Não se tratava evidentemente de ser contrário à medicação, mas de ter clareza de fazê-lo apenas após ouvir a paciente.

Como sabemos, isso nada tem de mágico – é apenas discernimento e crítica, algo que, desde o seu início, a psicanálise foi capaz de usar em relação às práticas médicas atabalhoadas. Propomos, desse modo, ao analisando a troca de repressão ou recalque por discernimento – uma troca que não depende só do analista, é claro, mas da dupla analista/analisando e da relação entre eles. Ainda que não possamos, em geral, ir além da nossa clínica nessa tarefa, discernimento e crítica, é sem dúvida o lugar da linguagem na psicanálise. Algo que Sonia Azambuja, em comunicação pessoal, descreveu como “o código comum” da análise, aquilo que Armando Ferrari denominava “romance analítico”.

De fato, o desenvolvimento de romances analíticos consiste em linguagens e criações de linguagens, contudo – além da criação – existe aí um processo de “revelação”, mais do que de “decifração” da linguagem, sem o qual a própria expansão do romance pode se perder, junto com o sujeito. Em “Amor de transferência”, Freud (1914/1969) escreveu sobre isso. Se a linguagem abre sentidos na realidade, a psicanálise indaga qual é o sentido do sentido. Assim, a psicanálise é uma metalinguagem.

Retomo aqui a idéia anterior sobre o setting psicanalítico como “laboratório”. Freud tem razão ao defender a Psicanálise como Ciência, exatamente em função de circunscrevê- la ao setting psicanalítico, o qual pode adquirir características de laboratório, no sentido de que é possível ter certo controle sobre as variáveis emergentes na sala de análise. O analista pode focalizar de preferência, por exemplo, o clima emocional emergente e deixar de lado, num primeiro momento, os fatos trazidos pelo paciente, quer pertençam ao seu passado, quer ao seu cotidiano atual. Esse enfoque acaba se desdobrando, freqüentemente, na revelação do que estamos acostumados a designar como situação transferencial.

Mais um exemplo: em uma dada sessão, tomou conta da sala um clima de tensão muito angustiante entre mim e o analisando. Ele contava histórias de seu cotidiano, aparentemente sem maiores problemas, seus conflitos com a namorada, e foi se revelando uma espécie de vazio, uma falta de sentido, uma impressão de repetição e por fim o medo de estar sendo burro ali comigo. Nesse momento identifiquei que de fato aquelas histórias estavam sendo muito aborrecidas para mim. Em vez de negar o meu sentimento, a fim de dar uma espécie de falso apoio ao analisando, perguntei-lhe o que ele pensava desse sentimento de se ver como burro e de ser visto como burro.

A conversa mudou de rumo. Não importam muito os assuntos que então emergiram. O interessante foi o ponto, a nota, o tema a partir do qual ocorreu um desenvolvimento bastante imprevisto. Isso me fez pensar, com a devida dimensão, no desenvolvimento da Quinta sinfonia de Beethoven, a partir daquele tema circunscrito a apenas quatro notas, três curtas e uma longa – “tan tan tan taaan!”.

Isso é o que faz a Ciência. Começamos com a imanência de fenômenos esclarecedores e circunscritos (fatos selecionados, conforme Poincaré) a um determinado campo da realidade e em um movimento em espiral transcendemos até as teorias. Movimentos ao contrário, da teoria à prática, também ocorrem, mas sempre pensados a partir de um campo específico. No caso da psicanálise, o campo sem dúvida é o campo da linguagem, ou dos sentidos. Só que a psicanálise busca o sentido dos sentidos abertos pela linguagem. É, portanto, um movimento de reflexão sobre os sentidos das linguagens, e não uma linguagem propriamente.

As linguagens podem usar as línguas – portuguesa, inglesa etc. – ou a linguagem das emoções, ou a linguagem do corpo, ou a dos sonhos, e por aí afora, até chegarmos à transferência, que também se articula como uma linguagem. E isso tudo pode ser material para a psicanálise, mas não é a psicanálise.

Por exemplo, a situação transferencial, como toda linguagem, está ali, porém precisa ser revelada, se a situação é de compreender qual o seu sentido. Em outros termos, ela é inconsciente. Ou ainda, o inconsciente se manifesta, entretanto precisa ser nomeado, ou melhor, “trabalhado” para se tornar consciente.

Em “Observações sobre o amor transferencial” (Freud, 1914/1969), Freud descobre o que os músicos chamariam de “tema contrastante”, ao introduzir o movimento transferencial como aquilo que toma a frente do trabalho analítico, deixando em segundo plano, ou com ela se contrastando, a revelação do inconsciente. Na verdade, o que chama a atenção, ou ocupa nossa prática, é uma espécie de tensão entre transferência e revelação da transferência. E assim se faz a música, e assim o processo caminha.

É nesse sentido que Freud, nas “Novas conferências”, recolocou a Psicanálise entre as Ciências (Freud, 1932/1976), na medida em que ela não pretende possuir uma Weltanschauung, ou seja, uma visão de mundo, como acontece com a Filosofia. A Psicanálise, como qualquer Ciência que visa ser eficaz, quer se circunscrever apenas a um fragmento da realidade, em oposição à Filosofia, que, segundo Freud, teria a aspiração de possuir ou perseguir uma visão transcendente da realidade. A Psicanálise pode transcender a imanência das linguagens, mas não é como a Filosofia, que visa à transcendência. A Psicanálise busca sempre voltar ao imanente, ou à situação clínica, e é nisso que se diferencia claramente da Filosofia.

 

Referências

Freud, S. (1969). Observações sobre o amor transferencial. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 12, pp. 208-223). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1914).        [ Links ]

Freud, S. (1974). O inconsciente: Vários significados de O inconsciente: O ponto de vista topográfico. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 14, pp. 198-206). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1915).        [ Links ]

Freud, S. (1976). Novas conferências introdutórias sobre psicanálise: Conferência XXXV: A questão de uma Weltanschauung. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 22, pp. 193-220). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1932).        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
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* Psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.