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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Ide (São Paulo) v.31 n.47 São Paulo dez. 2008

 

EM PAUTA - ESTRANGEIRO

 

O outro e a violência da cultura*

 

The other and the violence of culture

 

 

Tania Rivera**

Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O ensaio propõe, com Freud, que a crueldade é fundamental na relação com o outro, e há, portanto, uma violência inerente à cultura. A psicanálise é o campo cultural que trata privilegiadamente da incidência dessa violência sobre nós, ou seja, do trauma. A arte contemporânea, porém, pode também convocar a força do trauma, da crueldade que nos constitui, graças à apresentação do objeto em sua dimensão de objeto caído, dejeto. Trabalhos do artista luso-brasileiro Artur Barrio são trazidos, nesse contexto, para um diálogo com as idéias de Jacques Lacan a respeito do chamado objeto a.

Palavras-chave: Arte contemporânea, Cultura, Outro, Violência.


ABSTRACT

This essay propose, with Freud, that cruelty is fundamental in the relationship with the other, and therefore violence is inherent to culture. Psychoanalysis is, in the culture, the field that deals with this violence’s incidence, it, means, with trauma. Contemporary art, however, can also incite trauma’s force, the power of cruelty that constitute ourselves, thanks to the presentation of object as a fallen (and abject) object. In this context, works of luso-brasilian contemporary artist Artur Barrio are intertwined with Lacan’s ideas about object a.

Keywords: Contemporary art, Culture, The other, Violence.


 

 

Não há explosão se não um livro.
Stéphane Mallarmé1.

A psicanálise exerce, ao menos desde “O futuro de uma ilusão” e “O mal-estar na cultura”, uma função crítica da cultura, e os psicanalistas não podem se furtar a se posicionarem diante de sua realidade social. O risco que eles correm ao fazê-lo, porém, é grande. Freud já nos advertia quanto ao fato de que a atualidade não pode ser objeto de análise, é necessária uma distância temporal para que se faça uma justa apreciação de uma determinada época da história:

(...) Em geral as pessoas experimentam seu presente de forma ingênua, por assim dizer, sem serem capazes de fazer uma estimativa sobre seu conteúdo; têm primeiro de se colocar a certa distância dele: isto é, o passado deve se tornar passado para que possa produzir pontos de observação a partir dos quais elas julguem o futuro (Freud, 1927/1974a, p. 15).

O risco de nos iludirmos sobre o presente é considerável. Afinal, fazemos parte de um certo discurso sobre ele, não estamos ao abrigo da massa que se cria em torno de algumas crenças sobre a situação atual, eventualmente de algumas “verdades” catastróficas que sustentam uma posição narcísica extrema, ainda que invertida, segundo a qual viveríamos a pior época de todas. É certo que os homens da atualidade não parecem muito satisfeitos com sua situação, mas é difícil saber, como lembra Freud, se aqueles de épocas anteriores eram mais felizes.

Diante da violência na atualidade &– a respeito disso que nos ronda e nos assusta, disso que vemos em geral na televisão e lemos nos jornais &– somos compelidos a emitir um discurso moral. O perigo é revesti-lo de termos psicanalíticos, sem que possamos dele fazer alguma análise, o que nos exigiria tomar alguma distância em relação ao discurso dominante. Tal posicionamento moralista diante da violência nos parece ter, no Brasil, duas faces. Uma delas é a do catastrofismo narcísico que vê em nossa atualidade o pior dos tempos, e carrega nas tintas ao prever um agravamento da situação, estabelecendo um discurso sempre redutor e de forte poder massificante. A outra face é aquela que não constrói discurso algum e se recusa a tomar a violência como questão, dando-lhe simplesmente as costas, ao mesmo tempo em que se cala diante da extremamente injusta e desequilibrada organização social brasileira. Curiosamente, essas duas faces opostas parecem às vezes se reunir em um mesmo imobilismo, constituindo as duas faces de uma mesma moeda: a de um “pensamento único” que não se pode discutir, pois ele é monolítico e tem uma clara função ideológica: a da manutenção do status quo.

Fugindo do moralismo, estaria a psicanálise em medida de emitir, sobre a violência, um discurso explicativo? Sim, sem dúvida, poderíamos até sustentar que Freud é o grande teórico da violência no século XX &– sua pulsão de morte continua perigosa, subversiva e inaceitável para muitos. Afinal, como diz acidamente ele próprio, “‘as crianças não gostam’ quando se fala na inata inclinação humana para a ‘ruindade’, a agressividade e a destrutividade, e também para a crueldade” (Freud, 1929/1974b, p. 149).

Mas homo homini lupus, o homem é o lobo do homem, denuncia o psicanalista (Freud, 1929/1974b, p. 133). E completa: “Quem, em face de toda sua experiência de vida e da história, terá a coragem de discutir essa asserção?”. O homem é às vezes uma “besta selvagem”, não há lugar para qualquer defesa de uma natureza humana a salvo da violência. Não há como tratar a violência como um desvio comportamental. Não basta repudiá-la, é necessário dar lugar a ela em nosso pensamento, com todo seu desafio, toda sua dor. Talvez assim possamos romper com a atitude da massa que se escandaliza com a violência para melhor denegá-la, na tentativa &– perniciosa, violenta e excludente &– de fazer de conta que ela não existe, ou que ela é contingente. Evitemos, aqui, cair na armadilha, também denunciada por Freud, de idealizar o passado como época de ouro. Não nos deixemos tentar, tampouco, pela ilusão de um mundo anterior ou fora da cultura onde o homem seria bom e feliz. A cultura é lugar de mal-estar porque ela é sempre conflituosa, nela somos sempre estrangeiros. E ela agencia conflito e bem-estar sobre um fundo, quase sempre recalcado, de extrema crueldade.

A violência é o que marca, nos lança Freud com seu mito de “Totem e tabu” (1913/1974c), a origem da cultura. Foi de pungente violência o assassinato do pai da horda primitiva que permitiu &– por mais uma violência, ainda que ritualizada, a do banquete totêmico &– o estabelecimento da sociedade de irmãos. Não é à toa que a culpa vai nortear, para sempre, a vida em comunidade. Vivemos à beira deste crime, tentando esquecê-lo ou expiá-lo. Alguns acontecimentos que encontramos nas páginas poli ciais vêm rememorá-lo, atuá-lo terrivelmente, despertando nossa angústia.

Entre povos vizinhos, a guerra nas sociedades primitivas teria vindo, como nota Georges Bataille, realizar, com ampla legitimação cultural, todo tipo de atrocidade. Além disso, “primitivamente, a guerra parece ser um luxo” (Bataille, 2004, p. 118): ela não constitui uma necessidade para a sobrevivência, mas já nasce imbuída de algo fascinante e ritualizado. “Não é um meio de aumentar a riqueza de um soberano ou de um povo: é uma exuberância agressiva” (p. 118). A guerra e sua crueldade: irrupção mais ou menos ritualizada do intratável gozo na cultura.

O que há de mais terrível na violência, o que nela pode ser realmente angustiante, é a crueldade que ela revela como fato do homem. O outro não é apenas, para os homens, um “ajudante potencial ou um objeto sexual, mas também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele sua agressividade, a explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem o seu consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar-lhe sofrimento, torturá-lo e matá-lo” (Freud, 1929/1974b, p. 133). Tal é o ponto agudo da violência, o que a distancia de qualquer função de defesa ou ganho prático em prol do gozo obtido pela violação do outro.

Nessa crua denúncia da crueldade humana, Freud é seguido por Georges Bataille, que mostra o quanto Eros, subterraneamente, dela se alimenta. “O que significa o erotismo dos corpos senão a violação do ser dos parceiros? Uma violação limítrofe ao limiar da morte? Limítrofe ao ato de matar?”, perguntava Bataille (2004, p. 28). É de se levar a sério, a suspeita freudiana de que toda pulsão seria de morte.

Tal crueldade, a cultura deve negá-la sem cessar, deve varrê-la para baixo do tapete, deve, diante dos testemunhos que, apesar de tudo, dela emergirem, se mostrar escandalizada e bradar por punição &– ainda que em vão, na maior parte dos casos. Já a psicanálise deve dar voz à crueldade. Não é a análise o lugar, desde o início, onde se trata de ouvir o trauma? Algum acontecimento marca, na constituição de todo sujeito, o aparecimento fugaz dessa crueldade, disso que se mescla a Eros para apontar e efetivar o insuportável do sexual que, desastrosamente, nos faz humanos. Houve, na história de todos nós, um desastre que nos constituiu assujeitados ao Outro.

Não é à toa que Blanchot, em seu L’écriture du désastre, apela ao psicanalista: “Eu quero (por exemplo) um psicanalista a quem o desastre faça sinal” 2 (Blanchot, 1980, p. 20). Não se trata propriamente aí de um “exemplo” entre outros, mas de tomar o exemplo como a própria coisa. O psicanalista é justamente aquele que é convocado por este sinal, e aquele que toma como sua missão a trans-missão do desastre. Mesmo sabendo que não se pode dele falar cabalmente &– aliás, isso resiste à fala, é quase impossível chegar em seu cerne &–, a fala, no melhor dos casos, consegue contorná-lo, dar-lhe uma margem.

Mas será a análise o único domínio da cultura onde tal desastre pode ter lugar sem que se tente rapidamente esquecê- lo ou puni-lo ou com ele se escandalizar? Blanchot propõe a literatura como escrita do desastre, dom do que não se tem, do que se perde: “Quando tudo foi dito, o que resta a dizer é o desastre, ruína de fala, fracasso pela escrita, rumor que murmura o que resta sem resto (o fragmentário)” (Blanchot, 1980, p. 58).

Escrita capaz de fragmentar, de apresentar o resto e nos cortar na carne. Estranha e violenta arte, esta que nos é contemporânea. Em vez de nos oferecer a “suave narcose” apontada por Freud (1929/1974b, p. 100), ela visa nos ferir, trazer vivamente o mal-estar, soprar talvez a crueldade que havia sido varrida para baixo do tapete. Tocar nosso corpo ali onde ele não é imagem capaz de ancorar o eu, mas carne capaz de apodrecer. Tornar um livro, carne: como o faz o artista contemporâneo luso-brasileiro Artur Barrio em seu Livro de carne, obra de 1978/79 (Figura 13). Trata-se de um pedaço de carne bovina fatiada à maneira de um livro com suas páginas abertas. A escrita se dá na carne, em nosso corpo. Escrita erótica, gozosa, em que desponta perigosamente, como ponto cego do desejo do Outro, uma crueldade sem limites. A letra é lixo, como nota Lacan em seu “Lituraterra” (Lacan, 2001a). Em vez de “elevar o objeto... à dignidade da coisa”, em sua célebre fórmula de 1960 (Lacan, 1986, p. 133), a sublimação aqui parece fazer o caminho inverso: ela presentifica o objeto como lixo, dejeto indigno.4 Tal objeto qualquer, porém, detém um poder insuspeitado: resto da constituição do sujeito no campo do Outro, da Cultura, ele é capaz de lembrar o fato de sermos não mais do que um pobre inch of nature (Freud, 1929/1974b, p. 111) e de termos irremediavelmente que oferecer uma “libra de carne”, sacrificialmente, para nossa entrada na cultura.

 

Figura 1
Livro de carne. Arthur Barrio, 1978/79

 

Em 1969, Barrio apresenta no Salão da Bússola do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro sacos contendo cimento, espuma de alumínio e pedaços de jornal. Após um mês de exposição, durante a qual o público jogou detrito e dinheiro sobre o material, além de escrever palavrões sobre o tecido dos sacos, ele inseriu ali um pedaço de carne. O artista depositou então essas Trouxas ensanguentadas (T. E., como ele as chama) em uma base de concreto nos jardins do MAM, local reservado a esculturas consagradas (Figura 2). Esses objeto-dejetos jogados diante de nós, oferecidos cruamente a nosso olhar, a nosso olfato, despertam a atenção de policiais que circulavam pelo local, e acabam sendo jogadas na lixeira do museu. Alguns meses mais tarde, o artista joga em um riacho em Belo Horizonte 14 Trouxas ensangüentadas repletas de carne podre, ossos, barro, sangue e espuma de borracha. Perto de 5 mil pessoas, segundo Barrio, teriam se juntado para ver isso que causava um ouriçado interesse, violentando, quase, seu “público”. Terrorismo poético, inscreve Barrio na parede de uma de suas instalações. Além de ter reverberações políticas &– não é irrelevante que entre uma e outra intervenção do artista o AI-5 tenha sido decretado pela ditadura militar &–, esse terrorismo é poético porque convoca o sujeito a re(des)conhecer seu objeto e, com ele, a si próprio.

 

Figura 2
Trouxas ensangüentadas. Artur Barrio, 1969

 

Quando se apresenta o objeto-dejeto, coisa arruinada, carne apodrecida, o sujeito é tomado em seu ponto crítico, ali onde o gozo desponta em sua crueldade. Em lugar do imaginário que sutura a falta, que faz tela sobre o real, o sujeito vê-se diante de um furo que deixa entrever o ponto agudo de sua problemática constituição, na separação em relação ao Outro. O objeto a vem, na reflexão de Lacan, nomear isso que ultrapassa o imaginário, ou melhor, nos obriga a “um outro modo de imaginarização”, como diz o psicanalista em seu Seminário 10 (Lacan, 2004, p. 51). Com o objeto a Lacan, de forma paralela à arte contemporânea, denuncia a ilusão e propõe um rasgo na imagem, uma inversão de suas linhas de força que faz dela uma testemunha, em ato, do real &– daquilo que fica de fora da cultura, mas não deixa de nos habitar, nosso íntimo estrangeiro ou, no neologismo criado por Lacan, nosso êxtimo. Em vez de uma imagem-muro, capaz de recobrir esse terror tão íntimo, temos com Barrio imagens-furo, capazes de quase furar nossos olhos, como fez Édipo, ou de arrancá-los de suas órbitas. Imagens desastrosas.

“O olho”, como dizia Lacan, “é feito para não ver” (Lacan, 2001b, p. 183). Há algo de potencialmente traumático no olhar, pois o real último, não humanizado, seria terrível, e a tela da fantasia se pinta para fazer anteparo a isso. Um objeto pode vir porém, em ato, furar as malhas desse véu &– como aponta a obra de Barrio, e muitas outras manifestações da Arte Contemporânea. A punção que conjuga, de forma disjunta, sujeito e objeto na fórmula da fantasia indica o ato de pungir, é o instrumento cortante, pontiagudo, para furar ou gravar. Furando, a punção grava algo (um livro na carne), traçando uma violenta escrita.

Propondo a tal escrita um espaço onde se fazer ato, a transferência, no trabalho analítico, convoca a angústia e não o faz sem alguma violência. Porém, o dispositivo analítico oferece ao ato alguma continência, transmutando-o em gesto a se dizer, a se transformar em fala ao Outro, a oferecer- se como dom de desastre. Pelo que se perde, enlaçase a transferência e refaz-se o desastre. Ao analista cabe suportar a violência de seu oferecimento, na carne, como objeto a. Ao analisando, paradoxalmente, apenas essa presença encarnada do que se perde permitirá a suavidade de ser ouvido, em vez da angústia de repetir o desastre, atuando-o. Se tal vivência pode tomar por vezes um tom suave, ela não é menos limite, extrema. “... Nada de extremo”, nota Blanchot, “se não pela suavidade... Pensar, se apagar: o desastre da suavidade.” (Blanchot, 1980, p. 16).

Memória da carne é um trabalho de Barrio que mostra imagens de mendigos sem rosto, na rua, ao lado de inscrições. Entre elas, temos: “Da memória da carne só vê-se e no horizonte (unicamente) crueldade, ou vislumbra-se o ser humano diante de si mesmo” (Canongia, 2002, p. 190-191).

Troquemos a catástrofe, ilusão massificada de futuro, pelo desastre singular que sempre já houve, e, no entanto, agora, só-depois, está sempre efetivando-se (no estrangeiro, no outro, na Cultura). Testemunhas do desastre, deixemos que ele tome lugar a ponto de se elaborar, se perlaborar &– enfim, trabalhemos com ele, sobre ele, com fúria e doçura. E não sem sofrimento, ao encarar de frente sua violência &– afinal, já Nietzsche nos lançava a trágica questão: “Você sofreu para obter conhecimento?” (citado por Blanchot, 1980, p. 10).

 

Referências

Bataille, G. (2004). O erotismo. São Paulo: Arx. (Trabalho original publicado em 1957).        [ Links ]

Blanchot, M. (1980). L’écriture du désastre. Paris: Gallimard.

Canongia, L. (Org.) (2002). Artur Barrio. Rio de Janeiro: Modo.        [ Links ]

Freud, S. (1974a). O futuro de uma ilusão. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 21, pp. 13-71). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1927).        [ Links ]

Freud, S. (1974b). O mal-estar na civilização. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 21, pp. 81-171). (Trabalho original publicado em 1929).        [ Links ]

Freud, S. (1974c). Totem e tabu. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 21, pp. 13-194). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1913).        [ Links ]

Lacan, J. (1986). Le séminaire: Livre VII: L’éthique de la psychanalyse. Paris: Seuil.

Lacan, J. (2001a). Lituraterre. In J. Lacan, Autres écrits (pp. 11-20). Paris: Gallimard. (Conferência apresentada em 1971).        [ Links ]

Lacan, J. (2001b). Maurice Merleau-Ponty. In J. Lacan, Autres écrits (pp. 175-184). Paris: Gallimard.        [ Links ]

Lacan, J. (2004). Le séminaire: Livre X: L’Angoisse. Paris: Seuil.

Rivera, T. (2006). Ensaio sobre a sublimação. Discurso. Revista do Departamento de Filosofia da USP, 36, 313-326.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Tania Cristina Rivera
SHIS QI 23 chácara 16 &– Lago Sul
71660-730 &– Brasília &– D.F.
E-mail: taniarivera@uol.com.br

Recebido: 30/05/2008
Aceito: 05/06/2008

 

 

* Uma primeira versão deste trabalho foi apresentada no III Seminário do NAPP (Núcleo de Arte, Psicologia e Psicanálise) da UFPB, João Pessoa, em setembro de 2007.
** Psicanalista e professora do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília. Doutora em Psicologia pela Université Catholique de Louvain, Bélgica, com Pós-Doutorado na Escola de Belas-Artes da UFRJ. Pesquisadora do CNPq e autora de Arte e psicanálise (Jorge Zahar, 2002), Guimarães Rosa e a psicanálise. Ensaios sobre imagem e escrita (Jorge Zahar, 2005) e Cinema, imagem e psicanálise (Jorge Zahar, no prelo). Co-organizadora, com Vladimir Safatle, de Sobre arte e psicanálise (Escuta, 2006).
1 Citado por Blanchot, 1980, p. 16.
2 É nossa a tradução deste e dos demais trechos.
3 As figuras 1 e 2 foram retiradas, com autorização do artista, do livro organizado por Canongia, L. (2002). Artur Barrio. Rio de Janeiro: Modo.
4 Cf a respeito de tal sublimação invertida Rivera, 2006.