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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Ide (São Paulo) vol.34 no.52 São Paulo ago. 2011

 

EM PAUTA - AMORES

 

Amor, luto e psicanálise1

 

Love, mourning and psychoanalysis

 

 

Jansy Berndt de Souza Mello*

Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo - SBPSP
Sociedade de Psicanálise de Brasília - SPB

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Neste ensaio, desenvolvo algumas conjecturas sobre os muito estudados talentos de Eros para vincular objetos, emoções e ideias, assim como sobre a operação do amor no setting da psicanálise. A meu ver, uma das principais tarefas do psicanalista, por meio da própria oscilação constante entre "paciência" e "segurança" (entre as posições esquizoparanoides e depressivas, em Bion), resulta na mútua elaboração das sucessivas perdas que todos os indivíduos diariamente sofrem. Entendo, dessa forma, o fardo do amor [contra(trans)ferencial] em psicanálise como propiciando um continente adequado para a vivência de lutos compartilhados, assim como pela sua qualidade de não apenas criar, como ainda cortar laços.

Palavras-chave: Amor transferencial, Amor real, Eros, Luto compartilhado, "Paciência e segurança", "Orfeu, Eurídice, Hermes", Recordar, Esquecer, Laços simbióticos, parasíticos e comensais.


ABSTRACT

In the present essay the author develops her conjectures about the extensively explored powers of Eros to engender links among objects, emotions, ideas and the effectiveness of love in the psychoanalytic setting. The author understands that one of the main tasks of the psychoanalyst lies in working-through his own unceasing alternation between "patience" and "security" (Bion) so as to realize, with the patient, the succession of losses every human being encounters in daily life. In this way, one of burdens of [counter(trans)ferencial] love in psychoanalysis is to serve as a container for an experience of shared mourning by its ability to link and, as importantly, to sever links.

Keywords: Transference love, Real love, Eros, Shared mourning,"Patience and security", "Orpheus, Eurydice, Hermes", Remember, Forget, Symbiotic, parasitic and commensal relationships.


 

 

E quando o deus a fez parar de repente
E, com um grito de angústia, exclamou: "Ele se virou"-
Ela nada entendeu e mansamente revidou: "Quem?"
2

Freud sabia das coisas. Amor de verdade, aquele com o qual as pessoas fantasiam, sem realizá-lo do jeitinho que esperam (só nos sonhos é que os desejos sempre se realizam), existe, sim, mas o que se busca através dele ainda escapa porque, ali, onde sua expressão é mais pura, no domínio do sexo animal, até ali, o único vínculo possível, concreto e real, entre dois corpos distintos, é aquele que resulta da fecundação. O novo ser, este sim, será o elo permanente na cadeia que retrocede ao tempo dos ancestrais. As demais ligações entre dois corações ou duas mentes, laços e vinculações no mundo animado, são metafóricas, simbólicas, imaginárias ou virtuais. É assim que, no ato sexual mais simples, com ou sem amor, há dois corpos que tentam uma relação que, diz-nos Lacan, é impossível, embora a fecundação lhes permita algum tipo de comunhão. Será quando seus figurantes passarem do dois ao três, para logo em seguida se separarem. Agora, então, depois que os dois primeiros corpos se afastaram, a nova dupla estará atada, simbioticamente ligada, como uma mãe e o seu filho. Quando, a partir do nascimento, gestante e bebê forem novamente separados, suas mútuas necessidades os reaproximarão, passando por sucessivos estágios de acertos e perdas, e o par, mamilo e boca, se tornará o protótipo para os vários tipos de vínculo entre aqueles seres, agora irremediavelmente isolados.

Quando Bion descreveu os tipos de relação entre o continente e o contido, ele já não estava mais tratando de "dois corpos", senão apenas de "duas mentes" empenhadas em buscar, ou em fugir, ao contato. O novo par metafórico, mais geral que a imagem do mamilo e da boca, ainda assim será sinalizado pelos signos tradicionais para o corpo feminino, enquanto um continente, e o masculino, como o contido. Para o psicanalista britânico há três formas de vínculo: L, pelo amor; H, através do ódio, e K, pelo conhecimento (mais os seus opostos, sob a ação da pulsão de morte), e existem três modos de relação: a comensal, a simbiótica e a parasitária, operantes enquanto o indivíduo se confronta com a solidão e os limites da linguagem (Bion, 1977, p. 108). Como Bion o esclarece, o embate constante entre as pessoas que se encontram no consultório analítico se fará presente em quase todos os momentos, enquanto elas não aceitarem a extensão do seu isolamento. Um dos dois, pelo menos, não cessará de pressionar o outro para destruir os limites físicos que os separam, no típico movimento da transferência de cunho erótico-sexual. Enquanto isso, no mundo mental, todo tipo de encontro e de transformação se oferece.

Mesmo quando se está face a face, corpo a corpo, pele na pele, o que tocamos, no outro, será sempre um invólucro que se renova sem cessar. Beijo algum pode ser aprisionado aos lábios que o acolheram, como um carimbo assentado em pergaminho ou na pedra. Também não engolimos o amado, nem se o incorporássemos inteirinho em um banquete antropofágico, como o pai no mito da horda primeva. O que colocamos para dentro de nós é apenas uma imagem totalizante, ou aminoácidos. Se uma pulga morde o braço do poeta e suga o sangue da sua amante, unindo o casal em um veludoso leito gastronupcial (Donne, 1896), disso ninguém tira proveito, nem há ultraje à virtude. Nas palavras do poeta, nos primeiros versos de "A pulga":

Repara nesta pulga e aprende bem
Quão pouco é o que me negas com desdém.
Ela sugou-me a mim e a ti depois,
Mesclando assim o sangue de nós dois.
E é certo que ninguém a isto alude
Como pecado ou perda de virtude.
Mas ela goza sem ter cortejado
E incha de um sangue em dois revigorado:
É mais do que teríamos logrado
3.

Sabemos que na fé religiosa marido e mulher fazem juras de constituir "um só corpo" e "uma só carne" e que, nos contos de fada, o chumbo do soldadinho derrete-se junto à bailarina para formar um só coração. Nos domínios da natureza somos igualmente acometidos pelas ilusões quanto ao que diz respeito ao contato íntimo e vinculador entre as duas pessoas que se amam.

Quando olhamos diretamente para um corpo, ou para um copo, que também apalpamos com as mãos, a imagem vista e as sensações táteis são transformadas e reinterpretadas, assim como aquelas que forem geradas a partir dos circuitos de um computador. O amado que nos penetra, ou se deixa penetrar, nos alcança metamorfoseado, ele nos chega sob a forma de estímulos químicos, auditivos, olfativos, gustativos que darão partida aos impulsos nervosos, reforçando alguma imagem registrada na memória ou criando informações novas a serem interpretadas. O corpo, ou o copo, que então se reconstituiu, não é mais nem corpo nem copo. Assim também os laços que unem as pessoas que amam ou que odeiam não são concretos, mesmo quando, apaixonadas, se deixam tatuar na pele com uma marca que se considera permanente. É que existe algo inerente ao ser vivo que requer cortes e secções para se movimentar, que promove e desfaz vínculos, que avança aos saltos como o impulso nervoso. Contudo, quando se trata do "amor", a concretude dessa ânsia fusional é o primeiro elemento que se impõe, recusando a descontinuidade.

Os laços que unem as pessoas, mesmo quando se trata de vínculos transferenciais - esses movimentos de amor em trânsito -, poderão ser tão verdadeiros quanto eficazes. Assim, apesar de reconhecer a interferência dos afetos nas reedições transferenciais, dentro e fora do encontro psicanalítico, Freud, como também Bion e Lacan, discorreram sobre um amor real, que não seria interesseiro, convencional, composto de medos e de cumplicidades, ou um amor-obsessão feito de repetições e dominações, um fantasma do passado. Todos eles trataram do amor como um dom.

A quem amamos quando amamos uma pessoa? Será o amor narcísico, sempre? O que se dá e se recebe no amor estará na acolhida do outro e da sua diferença, na continência às suas angústias e, ainda mais que isso, no seu cerne de verdade e mistério, como sustenta Bion? Será que, como Lacan afirma, no amor dá- -se aquilo que não se tem?

O sociólogo Zygmunt Bauman (2004) descreveu o homem moderno como sendo "um homem sem vínculos, mas que se conecta com os outros". De fato, no mundo virtual, estamos conectados sem estarmos vinculados, através de uma rede social em permanente expansão. No entanto, os vínculos que se estabelecem a posteriori nem sempre serão quebradiços ou frouxos. Já no século XVI, o poeta mordido por uma pulga lasciva, John Donne, concluiu que "nenhum homem é uma ilha". Até o náufrago, isolado da horda ou da pátria, não perde sua conexão com os outros, porque é atravessado pela linguagem que o mantém em permanente contato com a cultura à qual pertence e da qual foi, acidentalmente, desvinculado. Concordando com Donne (1839), nesse sentido, entendo que os humanos se ligam por liames que existem muito antes do seu nascimento. Quando nos apegamos a outra pessoa, comprometidos por meio de um esquema de trocas, estamos simplesmente confirmando um elo que, invisível, já nos prendia a ela, antes mesmo de a conhecermos. Não sei se Zygmunt Bauman incluiu esse dado, exterior e determinante, na sua avaliação do amor líquido.

Se nenhum homem é uma ilha, ao mesmo tempo, de modo paradoxal, todo homem é solitário. Não há como escapar do destino que faz com que sua dor e sua morte não sejam vivenciadas, fisicamente, senão por ele mesmo. Entretanto, o humano raramente supera completamente o estado de desamparo dos primórdios da sua vida e, por causa disso, tentando elidir tais terrores inomináveis, ele se vê apostando na ruptura das barreiras entre os corpos e as mentes, procurando renovar suas ilusões, inventando deuses para recusar aquilo mesmo que de real, pela palavra, lhe é accessível e fundamental. Comparemos os versos de John Donne com as palavras de um filósofo do século XX: "O homem é o mundo dos homens, o Estado, a sociedade" (Marx, 1844).

Ora, se para Lacan os registros real, imaginário e simbólico se entrelaçam em anéis borromeanos quando pensamos, sentimos, falamos e existimos, em um universo no qual prevalece a imagem em prejuízo da palavra, algo se desestabiliza e esses laços se transformam em amarras, ou se cristalizam em um delírio que pode abranger uma multidão. Se há uma doença social na atualidade, ela decorre do predomínio das relações imaginárias que, apesar de se darem por meio da palavra, tomam-na como mais um objeto, figura ou instrumento de manipulação, enquanto dela retiram seu valor significante, aquele que deixa um sinal no corpo de quem dela se servir, um sinal que o compromete em uma dimensão que está além dele mesmo. As angústias dos homens, aglomerados nas cidades superpovoadas, sufocados pela competição e em busca de prazeres imediatos e descompromissados enquanto permanecem submissos às ideologias dominantes, não são as mesmas que aquelas descritas por Freud no século passado. O "mal-estar da civilização" é outro agora e, em grande parte, desconhecido. Se o espaço no qual se expandiam crenças religiosas, denunciadas por Freud como uma modalidade da neurose infantil, sofreu uma mudança radical, hoje esse ópio passou a ser, como avançado por Marx (mas agora literalmente), o ópio do povo, sem que os fanatismos religiosos tivessem perdido seu poder de controlar os adeptos ou eliminar os dissidentes, nem desfeito sua potência alienante, como a de uma droga que paira sobre a economia e a saúde de toda a coletividade. Para Karl Marx (1844),

O homem que só encontrou o reflexo de si mesmo na realidade fantástica do céu, onde buscava um super-homem, já não se sentirá inclinado a encontrar somente a aparência de si próprio, o não homem ... A religião é a autoconsciência e o autossentimento do homem que ainda não se encontrou ou que já se perdeu. Mas o homem não é um ser abstrato, isolado do mundo. O homem é o mundo dos homens, o Estado, a sociedade ... A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo.

Mesmo assim, seguindo-se a proposta original de Freud, temos como concluir que o trabalho analítico sobre o amor na transferência permanece tão importante hoje como era há um século, quando prevaleciam as repressões da sexualidade em nome da moral burguesa, e as famílias cultivavam uma estabilidade que hoje se encontra ameaçada. Entendo que o desejo básico de completude e de fusionamento continua inalterado e que agora, como antigamente, o analista é aquele que se expõe, e ao mesmo tempo resiste a essa fantasia poderosa, que se serve do amor para anular os sentimentos elementares de solidão e de medo para aumentar a importância de um "eu" exilado. Entretanto, no meio das angústias e dos júbilos, o amor, essa forma de amor que continua sendo mais uma das modalidades de se criarem vínculos entre as pessoas e o mundo, permanece como o mais potente entre estas, como o Eros freudiano que aglomera o que é elementar, para constituí-lo em unidades cada vez mais complexas.

A aposta na transcendência, como foi sustentada por Bion, depende de aceitarmos sua cosmologia e de endossarmos o mundo platônico das ideias, essências, noumena e uma Verdade última, universais que o mundo pós-moderno fragmentou. Na sua teoria, Eros, como na mitologia, serve de intermediário entre o transcendente e os homens. É aí que o amor passa a funcionar independentemente dos interesses do ego para operar, idealmente, como um veículo por meio do qual se consegue ampliar a consciência do presente, enquanto se trabalha para o bem comum.

Aos olhos de Bion, quem sabe, já entramos na decadência enquanto "experimento humano" e agimos como se fôssemos animais inviáveis em uma sociedade sem rumo. Sem prometer paliativos, sua clínica é principalmente voltada às mudanças catastróficas, embora ainda se desenvolvendo nos limites da mente e do mundo interno. No entanto, seu pensamento abraça algumas sementes desse amor, passíveis de renascer sem que sejam asfixiadas, quando entendemos que, para Bion, a "verdade" constitui seu alimento vital, seja qual for a forma que venha a assumir.

No que se refere aos vínculos, quando Bion apresenta sua teorização a respeito da "cesura do nascimento" (1989), inspirada nas palavras de Freud (1926/1996), ele valoriza a força de ligação que se cria exatamente porque, como nas sinapses neurais, existe uma separação que demanda a mudança na transmissão dos estímulos, de um meio físico a outro, porque há uma interrupção que se restabelece adiante, diferenciada, ampliando as ligações. Esse é um dos aspectos menos estudados da sua obra e um dos mais ricos da sua teoria.

A pungente história de amor entre Orfeu e Eurídice, narrada por Ovídio ou comentada por Platão, se oferece a leituras diferentes. Orfeu pode ser encarado como um herói que desafia as sombras da morte para recuperar a mulher que ama. Ele também pode ser considerado um covarde porque, em vez de juntar- se à morta pelo suicídio honroso, desafia e seduz os deuses. Além da mitologia, as imagens dos amantes servem também às conjecturas sobre os dois mundos: o dos vivos, no qual resplandece a consciência, e o das sombras, indiferenciado como o que foi relegado ao inconsciente. Tentando restabelecer o paralelo entre o amor na análise e essa história, o amor seria a força a impulsionar o resgate do que foi retirado da luz. Contudo, já nesse primeiro esboço esbarramos na realidade do registro mítico: a missão de Orfeu não tem sucesso. Seria preciso que Orfeu e Eurídice amassem de um modo diferente - ela não se deixaria mergulhar na realidade dos mortos, nem deitaria raiz naquele chão. Orfeu, mais que se unir à esposa perdida, precisaria resistir aos apelos de Eurídice, assim como aos seus mais íntimos anelos que o distanciam da realidade do seu luto. Sem afastar- -me demais do que prometi, com a intromissão dessa história de amor, retorno a uma frase que com frequência ouvi de Bion nos seus seminários em São Paulo e em Brasília, particularmente nos realizados em 1978: "Precisamos lembrar para então esquecer". O que se resgata do inconsciente é o que foi mal enterrado, algo que não retornará à vida - assim como Eurídice estava impossibilitada de voltar -, embora permaneça fantasmaticamente solto e ativo, à espera das devidas pompas fúnebres - como as que Enéas finalmente propiciou ao timoneiro Palinuro -, para permitir que o passado se torne, de fato, história.

Para Bion, o analista, na sessão, oscila incessantemente entre a posição esquizoparanoide ("paciência") e a depressiva ("segurança"), mas, quando se retoma Freud para olhar sobre esse momentoso luto, é possível entender de outra forma o modelo dessas oscilações. Refiro-me ao amor na teoria de Freud, ao Eros enquanto pulsão de vida, ou seja, como aquilo que pulsa, que adquire sua constância pela alternância (como as duas posições bionianas), em uma perspectiva diferente. O amor do luto, na análise, se empenha em um processo que não se interrompe na busca ou na conquista do objeto, interno ou externo, ou sua perda (material ou ilusória). Enquanto pulsão, o que Eros promove será (talvez poeticamente casando-se com a Todestrieb?) a possibilidade de ligar e desligar, vincular e desvincular, romper o fluxo e retomá-lo adiante, perder e recuperar antes de novamente perder. Afinal, somos humanos e desejantes porque estamos sempre a perder nossas ilusões a respeito dos objetos que buscamos, inclusive a imagem que trazemos de quem somos nós. Eros, como pulsão, como amor e como luto na análise, é se religar depois de cada desligamento. O amor em análise é parte da elaboração permanente dos lutos, um amor que suporta perdas, desligamentos e renúncias para, desse modo, impedir que a memória intervenha e impeça a percepção do presente, sempre fluido em on & off, enquanto se abre ao futuro (seja ele qual for).

 

Referências

Bauman, Z. (2004). Amor líquido. Rio de Janeiro: Zahar.         [ Links ]

Bion, W. (1989). Two papers: "The grid" and "Caesura". London: Karnac Books.         [ Links ]

Bion, W. (1977). Attention and interpretation. In W. Bion, Seven servants, four works. New York: Jason Aronson Inc.         [ Links ]

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Donne, J. (1839). Devotions upon emergent occasions. Meditation XVII – "Nunc lento sonitu dicunt, morieris". In H. Alford (Ed.), The works of John Donne (Vol. III, pp. 574- 575). London: John W. Parker. 6v.

Freud, S. (1996). Inibições, sintomas e angústia. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., Vol. 20, p. 162). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1926).         [ Links ]

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Rilke, R. M. (2004). Coisas e anjos de Rilke (A. de Campos, trad.). São Paulo: Perspectiva.         [ Links ]

Rilke, R. M. (1966). Rilke: poesia-coisa (A. de Campos, trad.). Rio de Janeiro: Imago.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Jansy Berndt de Souza Mello
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E-mail: jansy@aetern.us

Recebido: 23/02/2011
Aceito: 04/05/2011

 

 

* Psicanalista, ex-membro efetivo e analista didata da SBPSP e da SPB.
1 Trabalho apresentado em reunião científica à SBPRJ, em 26 de maio de 2011, com comentários de Marci Dória Passos.
2 No poema "Orfeu, Eurídice, Hermes", R. M. Rilke (2004) detalha a caminhada de Orfeu depois de conquistar o direito de trazer Eurídice de volta à vida. Contudo, em vez da esposa apaixonada que implora que ele se volte para olhá-la, em Rilke ela "virou raiz". Depois que Orfeu se vira para conferir se sua amada o segue pela mão de Hermes,é o próprio deus quem exclama, pesaroso:"Ele se virou". Eurídice, indiferente, pergunta: "Quem?", antes de retornar às sombras.
3 Disponível em: <www.arlindo-correia.com/020301.html>.