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Ide

versão impressa ISSN 0101-3106

Ide (São Paulo) vol.42 no.70 São Paulo jul./dez. 2020

 

EM PAUTA | A VIDA COMO OBRA DE ARTE

 

Imersão: luz, cor, matéria. Esboço de uma trajetória pictórica experimental1

 

Immersion: light, color, matter. Sketch of an experimental pictorial trajectory

 

 

Sara Müller

Artista plástica

Correspondência

 

 


RESUMO

No texto abordo meu percurso como artista visual, passando pelas diversas fases de meu trabalho pictórico. A coerência interna desse fazer e como uma coisa leva a outra ficam em evidência. As mesmas questões acompanham o desenvolvimento da minha obra no decorrer do tempo: cor, luz, matéria, espaço. A escolha da aquarela e do pigmento para aproveitar a luminosidade inerente desses materiais. E mais tarde o uso de técnica mista - o embate para tirar a luz de uma matéria densa, muitas vezes escura. Escrevo também sobre a experiência como professora de artes e cito um trecho de conversa com o artista José Resende.

Palavras-chave: Matéria. Luz. Cor. Processo. Relações. Materiais. Pintura.


SUMMARY

In the text I address t my journey as a visual artist, going through the various phases of my pictorial work. The internal coherence of this doing and how one thing leads to another are in evidence. The same questions accompany the development of the work over time: color, light, matter, space. The choice of watercolor and pigment to take advantage of the inherent luminosity of these materials. And later the use of mixed technique strikes to remove light from a dense, often dark matter. I also write about the experience as an art teacher and I quote from a conversation with the artist José Resende.

keywords: Matter. Light. Color. Process. Relations. Materials. Painting.


 

 

Pintora. Sim, na contramão do que é associado corriqueiramente à pintura: tela e tinta. O papel como suporte sempre me acompanhou. O papel reage, dialoga. Trabalho com todo tipo de papel e gosto de ir descobrindo suas qualidades, suas especificidades no fazer, no decorrer do processo do trabalho. Fiz incursões em outros territórios: como a tela e a gravura em metal. O papel sempre me chamava de volta. Uma ligação afetiva e de longa data. Tem aí um desafio de usar os materiais tradicionais relativos ao desenho para criar pintura e tratar de questões pictóricas: luminosidade, cor, matéria, vibração, densidade, leveza, brilho, opacidade. Saindo das dimensões menores dos papéis, ampliava o gesto nas telas com pinceladas de acrílico e óleo. Três delas foram a público pela primeira e única vez quando participei do 11 Salão Paulista de Arte Contemporânea e fui surpreendida com um prêmio aquisição. Esse quadro faz parte do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Nunca mais expus telas. Algumas foram vendidas, outras, ofertadas. No processo do trabalho radicalizei as questões de luminosidade com o uso de pigmentos, matéria-prima na confecção de tintas. Nesses trabalhos usei papéis artesanais encorpados. O desafio foi jogar o pó (pigmento) sobre a cola que acabava de colocar no papel antes que ela secasse. Nesses momentos me ocorriam as imagens de vento soprando folhas, do mar indo e vindo e desenhando na areia, nuvens se formando e se desfazendo. Talvez eu possa dizer que essa série faça parte da família do Abstracionismo Informal.

Tem aí uma teimosia, uma insistência no uso do papel e de dimensões que posso dizer como sendo do pequeno ao médio. Diversas vezes me questionei se não seria uma bobagem essa escolha, aí me lembro do De Kooning: "É realmente um absurdo fazer uma imagem, como a imagem humana, com tinta hoje, quando pensamos nisso, já que temos esse problema de fazer ou não fazer. Mas então, de repente, era ainda mais absurdo não fazê-lo. Então eu temo que terei que seguir meus desejos"2 (1962/1990, p. 45).

As artes plásticas, especialmente a pintura, têm sido meu campo de expressão e pesquisa há pelo menos cinco décadas. Passando por diversas fases e materiais, meu trabalho vem se desenvolvendo. A cor sempre foi um elemento presente e estruturante do trabalho. Luz, cor, brilho/opaco são questões que percorrem meu trabalho até hoje. O papel como suporte ainda é a escolha mais frequente na minha trajetória. É parte intrínseca da obra pela gama de possibilidades que me dá. Permite um embate dos materiais com diferentes gramaturas, texturas, qualidades de absorção e resistência.

No fim dos anos 1960, na série que chamei de "Joias", pigmentos metálicos (ouro, prata, bronze) já apontam meu antigo interesse pelo brilho/opaco. Retomo essas questões de forma mais contundente na série de obras sobre cartões-postais do início dos anos 1990. Aproveitei como suporte cartões com impressão de um trabalho meu em pb sobrepondo materiais secos: lápis, pastéis seco e oleoso, carvão, grafite em pó. Esse trabalho veio das condições que eu tinha naquele momento. Acabara de alugar um ateliê novo, casinha de fundos na Vila Madalena, sem água nem luz; água numa torneira somente do lado de fora. Essa precariedade me norteou na escolha dos materiais secos, sobre um pequeno suporte já existente. O grafite era a estrela principal: eu estava fascinada com as mudanças de tonalidades que se apresentavam conforme a incidência da luz ia passando do prata ao preto. Apesar da pequena dimensão do suporte, trabalhei o pequeno como grande. Não é um trabalho intimista, aborda questões de espaço como numa tela de grandes dimensões.

Vou apreendendo o mundo pelo olhar: paisagens, natureza, céu, nuvens, cenas de filme, palco, balé, pequenos objetos que vou colecionando. Bordados antigos, estampas de tecidos, joias antigas, garrafas, conchas, meu olhar é atraído a todo momento.

Na minha primeira exposição individual, em 1983, mostrei aquarelas, material que prima pela luminosidade. As imagens eram majoritariamente de palco, cenas de balé, onde havia uma certa dramaticidade. Mario Schenberg, físico e crítico de arte, ao visitar a exposição afirmou: "uma lâmina cortante". Alguns anos depois fiz uma série de aquarelas inspirada pelo impacto que o filme Rumble Fish (Coppola) me causara por ser todo em preto e branco, onde as únicas cores que aparecem são dos dois peixes em combate no aquário: vermelho e azul. Em seguida retorno ao palco com a série que denominei "Dois cenários, duas cenas". No processo acabo encontrando um equilíbrio formal que me permite brincar com as cores sem a preocupação de criar uma estrutura a partir delas. Repeti a mesma marcação diminuindo a paleta de cores até o uso de diferentes tons de preto e o branco, que na aquarela vem do papel.

A cor construída deu lugar à cor pura, sem interferência do pincel, matéria-prima no lugar da tinta. Eu estava encantada com as obras de Anish Kapoor e Yves Klein, em que o pigmento puro é utilizado de forma quase escultural. O pigmento também seria uma radicalização da luminosidade que me atraía na aquarela. "Apelidei" ironicamente essa série, feita na década de 1990, de "Pó e cola".

Em fins de 2002, iniciei uma série intitulada "Brancos". São telas invisíveis ao olhar desatento e apressado. Porém, quando a proximidade se estabelece e percorremos quadro a quadro, as sutis diferenças de cada fatura se põem em evidência. O olhar começa a distinguir, no silêncio instaurado pelo branco, o relevo da tinta que sai do tubo, a grande pincelada que ocupa quase toda a pequena tela e o pedaço da tela sem intervenções. Depois de experimentar movimentos do pincel contrapondo-se à linha sem interferência, a própria linha grossa, em relevo, virou um assunto em si. Com essa descoberta fiz alguns trabalhos em que o tubo de tinta desenha comigo, série que chamei de "Droguinhas revisitadas". Título que faz uma referência às "Droguinhas" de Mira Schendel. Vieram também "Canteiro de obras", com a introdução da espátula, e "Barroco", em que outras cores começam a participar e interferir no que era exclusivamente branco. Esses trabalhos se agrupam em quatro famílias. Os materiais são diversos: acrílico, óleo, tinta metálica. O branco acrílico contrapondo-se ao branco da tela, acrílico branco contrapondo-se ao óleo branco, acrílico e óleo contrapondo-se ao branco, ao cobre e ao bronze metálicos.

Em seguida faço a série "Homenagem à cor. Desconstrução do quadrado", remetendo ao "Homenagem ao quadrado" de Joseph Albers. Essa série se inicia inspirada numa tela da série "Brancos", em que uma espessa pincelada de branco é inscrita no meio de duas linhas de grafite que determinam faixas laterais de espessuras distintas. As faixas laterais foram preenchidas com pigmento ouro e ouro acrílico iridescente. No centro, a cor branca. Na sequência vieram as outras cores, sempre puras, direto do tubo da tinta a óleo. Pendurei algumas telas alinhadas que sugeriam a possibilidade de peças únicas e também um conjunto. Assim comecei a juntá-las de várias maneiras, mudando a direção das faixas laterais e dos ouros que se avizinham. As possibilidades eram infinitas. A interferência no quadrado das duas faixas laterais distintas destaca o retângulo quase centralizado, estabelecendo uma conversa quadrado/ retângulo e permitindo, com esse sutil deslocamento, múltiplas combinações. Trabalhei no computador e fiz centenas de versões que chamei de "Módulos".

Paralelamente às atividades como artista, atuo como designer gráfica e professora. Começo dando aulas para crianças pequenas de dois, três anos. O processo caminhou da bagunça a uma organização que veio delas mesmas. Inicialmente, elas tiveram a liberdade de pintar com as mãos mesa, cadeiras, chão, parede. Brinquedos e objetos serviam para brincadeiras diversas. Pincel, tinta, papel, argila estavam sempre disponíveis, mas não as atraiam. Passado um tempo, veio a curiosidade de experimentar pincel e tinta e pintar sobre o papel. A argila também passou a ser usada. Um acontecimento que me surpreendeu foi um aluno fazer um pequeno recipiente de argila, buscar plantinhas no quintal para colocar dentro e "grudar" na parede. Não precisei mais orientar as crianças, acompanhava seus movimentos. Seria pertinente relacionar esse processo ao meu objetivo de tentar organizar o caos que mencionei acima?

Depois passei a lecionar crianças maiores e adolescentes e mais tarde adultos. Dei aulas no meu ateliê e em espaços culturais como mübe, sescs, Oficina Cultural Mazzaropi, Collegio das Artes. O foco foi sempre educar o olhar, ampliar o repertório visual e direcionar o aluno a buscar uma expressão própria dentro dos seus interesses. Sugiro materiais mais adequados para o trabalho que vejo surgir. Dou as coordenadas básicas de seu uso e depois a técnica vai se aprimorando no fazer. Indico exposições e muitas vezes acompanhei os alunos em algumas delas. Mostro livros de arte e de artistas que podem dialogar com o trabalho que está sendo gerado naquele momento. Analiso com muito respeito cada traço colocado, sei da dificuldade de enfrentar uma folha em branco, principalmente para quem se inicia numa nova linguagem. Mais tarde vieram as aulas para a terceira idade no espaço estatal Oficina Cultural Mazzaropi, que fica no Brás. Lembro-me de uma senhora, uma costureira que produzia telas que a família não gostava, não entendia. Isso a deixava um pouco insegura. Ela estava desenvolvendo uma linguagem pictórica pessoal. Para reassegurá-la, mostrei-lhe livros com obras de artistas com os quais ela dialogava; Jorge Guinle foi um deles. Um dia outra aluna chegou timidamente para me mostrar um recorte de jornal com uma imagem que ela tinha gostado. Para minha surpresa era uma reprodução de um quadro do Morandi, artista que eu muito admiro, e incentive-a a usar aquela imagem como referência. Na aula seguinte levei um livro para ela apreciar outras obras do Morandi. Abriu-se a oportunidade de falar, para toda classe, da seleção de cores, uso do espaço, sutilezas desse grande artista. Uma exposição de todos os alunos dos diversos cursos foi montada finalizando o período das aulas.

Era evidente a qualidade dos trabalhos da minha classe em relação aos outros participantes. A maturidade, liberdade, diversidade dos temas e do uso dos materiais estavam ali presentes.

No ateliê, além de pequenas turmas e oficinas, dei aulas particulares. Marion Minerbo foi uma das alunas particulares. Ela resolveu fazer aulas durante sua visita a uma exposição no meu ateliê de trabalhos de um aluno de longa data. Minha lembrança é a de ela dizer: "Eu vou ser a paciente, quero iniciar aulas com você". E durante três anos tivemos um intenso diálogo e um rico desenvolvimento de sua linguagem pictórica.

O entrelaçamento do olhar da psicanalista com o meu resultou em uma descoberta que nomeou o que sempre havia feito no ensino: deixar o "desejo pictórico" surgir a partir de pequenos toques, pequenas observações, a partir do que o aluno trazia ou fazia.

Sara faz uma leitura particular do material produzido: aponta e comenta um ou mais de um acontecimento, trazendo-o para o primeiro plano. Surge "outro trabalho" possível. Tomar em consideração um aspecto do trabalho cria um assunto possível, um universo que pode ser explorado. Uma determinada relação de cor, uma maneira de ocupar o espaço da tela, um gesto novo. Ampliam-se o olhar e possibilidades de expressão. (Minerbo, 2003)

A função que Marion me atribui e que acho muito pertinente:

acompanhar o aluno em suas inquietações e em seu próprio ritmo, remeter o que se produziu a artistas que exploraram questões semelhantes, relacionar os diversos trabalhos produzidos pelo aluno entre si, mostrando sua coerência interna. Não há certo e errado. Há questões resolvidas ou não resolvidas. A apropriação e o uso consciente da lógica própria à pintura, um saber pictórico incorporado permite a soltura, o estar à vontade. (Minerbo, 2003)

Durante anos mantive na minha produção pessoal uma mesma disciplina: escolher um material, ir fundo nas possibilidades de expressão apresentadas. Não misturar materiais e usá-los até o limite de suas qualidades. Olhando retrospectivamente, poderia dizer que construí intuitivamente uma trajetória para chegar aos resultados de hoje. A escolha que fiz, de trabalhar com cada material isolada e insistentemente sobre papel, para tirar o máximo de cada um deles, me deu a familiaridade necessária para hoje usar todos (carvão, lápis de cor, grafite, pastel seco, pastel oleoso, nanquim, aquarela, guache, pigmento, bastão oleoso, acrílico) conjuntamente, descobrindo suas compatibilidades e repelências. A formação das cores, texturas, brilhos, transparências resulta da sobreposição dos materiais utilizados e a aderência permitida entre eles levadas à exaustão. Surgem lembranças de paisagens noturnas, espaços metálicos, universo macro e micro, luz que luta para aparecer na densa escuridão e dor. A imagem como resultado do fazer e surpreendendo pela diversidade criada em cada obra.

A série iniciada em 2010 começa com uma vontade de rabiscar à la Cy Twombly. Algumas pinceladas nervosas são acrescentadas. Linha do lápis grafite em espiral. Um pouco de anilina cor pavão. Vibrante pastel oleoso vermelho. E a vontade de sobrepor novas camadas e ir fechando a trama até cobrir o branco do papel. Carvão, Black Pitt, lápis de cor. E então o grafite com movimentos circulares pequenos e delicados vai como que encerando a superfície. Em alguns trabalhos o pastel seco é convocado para iluminar certas áreas, ao lado ou sobre outros materiais. A vontade é ir até o limite da saturação. O calor ouro/vermelho surge do negro, do sombrio aquecendo em alguns pontos a trama, o emaranhado do grafite prata frio. Camadas sobrepostas trazem densidade ao trabalho. A busca de aderências, nem sempre possíveis, de um material sobre o outro até a trama se fechar, e no opaco o brilho surge e some dependendo do ângulo de visão. Existe uma premente necessidade de organizar, apaziguar o caos, as desgraças, injustiças, sofrimentos meus e do mundo. A vontade de encontrar luz, brilho, beleza, preciosidade, eternidade, harmonia permeando o feio, o estranho, esquisito, malfeito, imperfeito, pesado. Ter algum controle sobre o acaso?! O estado de ser filha de sobreviventes do Holocausto (e tudo o que isso implica e expressa)? A profunda emoção ao ver as obras de Kieffer, a força de artistas expressionistas como Van Gogh, artistas europeus pós-guerra? Talvez seja esse o meu desejo: reproduzir essa emoção no espectador de minhas obras. A busca pela organização de um caos provocado intencionalmente e a valoração da cor e do brilho.

Uma manhã, no carro, dirigindo, me deparei com uma caçamba estacionada ao lado da calçada. Estava cheia de entulho, e no meio algo reluzia chamando minha atenção. Fui tomada de uma súbita emoção: "Este é o meu trabalho!". Chegando perto vi um pedaço de papel dourado que brilhava se destacando dos tons de cinza ao redor. O uso frequente do pigmento ouro, que se relaciona ao metal valioso, seria uma metáfora para o valor da vida, o bem mais precioso que temos e que para mim remete às vidas perdidas nos campos de extermínio.

José Resende, numa conversa, me perguntou:3 "Afinal, onde você vê o lugar do seu trabalho?".

Acredito que elevem de uma necessidade do fazer, de ter uma identidade, de organizar pensamentos não relacionados ao cotidiano, criar um universo próprio que dialogue com as pessoas, que emocione e permita que cada uma encontre novas referências, novas associações a partir de sua própria história. Para mim o trabalho, mesmo pequeno, dimensão de cartão-postal, nunca foi intimista, sempre considerei o espaço como grande. Minha história, origens e experiências estão lá como emoção, não como uma imagem que devo reproduzir. A imagem é fruto do processo, do embate dos materiais e das questões propriamente pictóricas. Não tem um assunto que não seja o próprio fazer.

 


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Pintar é sentir-se viva. Que utilidade tem para o mundo se coloco o vermelho ou outra cor, se continuo o traço ou o interrompo? A pintura é fundamentalmente útil para quem faz. Uma necessidade vital e de identidade. No ato o universo inteiro se condensa. As questões levantadas a cada momento é que nos tomam a consciência. E navegamos submersos.

 

Referências

Kooning, W. (1990). Interview conducted by David Sylvester for the BBC. In Abstract expressionism: creators and critics (C. Ross, ed.). Nova York: Abrahams Publishers. (Trabalho original publicado em 1962)         [ Links ]

Minerbo, M. (2003). A clínica extensíssima: relato do percurso das aulas ministradas por Sara Müller (artista plástica) para Marion Minerbo (psicanalista). Trabalho apresentado no III Encontro Psicanalítico da Teoria dos Campos. São Paulo, Brasil.         [ Links ]

 

 

Correspondência:
SARA MÜLLER
Rua Oscar Freire, 57/70
01426-001 - São Paulo/SP
Tel.: 11 99275.8010
saramuller@macbbs.com.br

Recebido 20.08.2020
Aceito 31.08.2020

 

 

1 Texto escrito para a revista Ide. Por razões editoriais, este artigo não vem acompanhado das imagens das obras mencionadas, que permitiriam um melhor entendimento do processo relatado.
2 "It's really absurd to make an image, like a human image, with paint today, when you think about it, since we have this problem of doing or not doing it. But then all of a sudden it was even more absurd not to do it. So I fear that I'll have to follow my desires."
3 Trecho de uma conversa inserida no fôlder de minha exposição na Galeria Virgilio em 2018.

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