SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.45 número2Ato teórico, ato ético índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Tempo psicanalitico

versão impressa ISSN 0101-4838

Tempo psicanal. vol.45 no.2 Rio de Janeiro dez. 2013

 

EDITORIAL

 

Manifesto por uma psicopatologia clínica não estatística

 

Manifest in favor of a non-statistical clinical psychopatology

 

 

Através do presente texto, os profissionais e organizações signatários pronunciam-se a favor de critérios clínicos de diagnóstico e, portanto, contra o imposto pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), da American Psychiatric Association, como único critério para a clínica da sintomatologia psíquica.

Desejamos partilhar, debater e criar consensos em torno do conhecimento clínico - logia - que diga respeito ao pathos psíquico - padecimento sintomático e não doença ou enfermidade - a fim de questionar uma noção de saúde psíquica estatística ou normativa, assim como as imposturas clínica e intelectual implicadas nas noções de distúrbio, desordem, transtorno, perturbação e doença mental. Queremos também denunciar a imposição do tratamento único - terapias tipificadas para transtornos formatados - desprezando diferentes quadros teóricos e estratégias terapêuticas, bem como a liberdade de escolha dos pacientes.

Atualmente assistimos ao aparecimento de uma prática clínica cada vez menos dialogante, mais indiferente às manifestações do sofrimento psíquico e aferrada a protocolos e a tratamentos exclusivamente paliativos, visando consequências e não suas causas. Como diz G. Berrios (2010),

Enfrentamos uma situação paradoxal em que se pede aos clínicos que aceitem uma radical mudança na forma como desenvolvem o seu trabalho (por exemplo, colocando de lado o saber acumulado pela sua própria experiência a favor de ditames de dados estatísticos impessoais), quando, na realidade, as certezas clínicas de hoje são determinadas por dados estatísticos de teóricos, gestores de empresas (como o Cochrane Institute) e por investidores que, financiando apenas o que dá lucro, determinam onde se coloca o dinheiro para a pesquisa.

Defendemos, por isso, um modelo de saúde em que a palavra seja um valor a ser promovido e onde cada paciente seja considerado em sua singularidade. A defesa da dimensão subjetiva implica uma confiança do que cada um põe em jogo para tratar o que nele mesmo se revela como insuportável, estranho a si mesmo, ainda que ao mesmo tempo familiar.

Manifestamos a nossa repulsa por políticas assistencialistas que buscam a segurança em detrimento de direitos e liberdades. Repudiamos políticas que, "para o bem do paciente" e sob o pretexto de boas intenções, o reduzam a um cálculo do seu rendimento, a um fator de risco ou a um índice de vulnerabilidade que deve ser eliminado, por vezes à força.

Em qualquer disciplina, a aproximação da realidade de seu campo realiza-se por meio de uma teoria. Esse saber, limitado, não deve confundir-se com "A Verdade", na medida em que atuaria como ideologia ou religião, onde qualquer pensamento, acontecimento, ou até a linguagem utilizada, estariam ao serviço de forçar o re-ligare entre saber e verdade. Todo clínico com certo espírito científico sabe que sua teoria é o que Aristóteles chamaria um Organon, isto é, um instrumento para abordar uma realidade sempre mais plural e mutável, e onde as categorias propostas deixam espaço à manifestação dessa diversidade, permitindo por essa via a expansão teórica e prática. Esta concepção opõe-se à ideia de um canon, no sentido daquilo que, necessária e obrigatoriamente, pela prescrição, as coisas são e hão de funcionar de determinada maneira. Sabemos as consequências desta posição que, a partir da orientação passa ao normativo, ao prescritivo, para finalmente converter-se ao coercitivo. É aqui onde o saber se transforma num exercício de poder sancionador, num sentido amplo, do que obedece ou desobedece o canon. Ordenação da subjetividade à Ordem Social reclamada pelos mercados. Tudo para o paciente sem o paciente. Um saber sem sujeito é desde logo um poder sobre o sujeito, chamado de autoritarismo científico por J. Peteiro.

Por tudo isto, manifestamos nossa oposição à existência de um Código de Diagnóstico Único, Obrigatório e Universal.

Por outro lado, o modelo ateórico de que o DSM se vangloria, e que pretende se confundir com objetividade, evidencia, antes de tudo, sua falha epistemológica. Basta recordar a sua indefinição sobre o que pode ser entendido por distúrbio mental ou por saúde psíquica. Os conteúdos dessa taxonomia psiquiátrica respondem muito mais a pactos políticos do que a observações clínicas, o que constitui um problema epistemológico gravíssimo.

Quanto ao método classificatório do DSM, verificamos que é possível classificar, agrupar ou amontoar muitas coisas sem que com isso se estabeleça uma entidade nosológica num campo específico. Por último, e na mesma linha, a estatística utilizada no DSM baseia-se numa frágil base: a ambiguidade do objeto sobre a qual opera, isto é, o conceito de perturbação mental. A estatística apresenta-se como uma técnica, uma ferramenta, que pode ser colocada a serviço de múltiplas causas de todo o tipo. E são sempre pessoas que manejam itens e valores de base da curva estatística, e que decidem aproximadamente o deslocamento da margem do que se vai, posteriormente, quantificar e interpretar.

Nesse contexto de confusão e empobrecimento conceptuais, a próxima publicação do DSM-V pressupõe uma clara ameaça: ninguém ficará de fora daquilo de que se ocupa, do que enferma. Não restará espaço para a saúde, enquanto mudança, movimento, complexidade ou multiplicidade de formas. Todos doentes, todos transtornados. Qualquer manifestação de mal-estar será rapidamente transformada em sintoma de uma perturbação que necessitará ser medicalizada indefinidamente, até a morte. É esse o grande salto realizado sem qualquer rede epistemológica: da prevenção à predição.

Quadros de diagnóstico mais abrangente para as perturbações existentes ou novos diagnósticos que poderão ser absolutamente correntes na população geral. Disto nos adverte Allen Frances, chefe do grupo de trabalho para o DSM-IV na sua obra Opening Pandora's Box: The 19 Worst Suggestions for DSM-V. Referindo-se às novas perturbações incluídas no DSM-V, esse autor cita alguns dos novos diagnósticos problemáticos: a síndrome de risco de psicose ("é certamente a mais preocupante das sugestões; a taxa de falsos positivos será alarmante, 70% a 75%"). A perturbação mista de ansiedade depressiva. O distúrbio cognitivo menor ("está definido por sintomas sem especificidade [...] o critério de diagnóstico foi fixado de modo a abranger uns enormes 13,5% da população"). A compulsão alimentar; a perturbação disfuncional de caráter com disforia,a parafilia coerciva,a hipersexualização etc. Aumenta-se, portanto, o número de perturbações assim como o campo semântico de muitas delas. É o caso da famosa perturbação de hiperatividade com déficit de atenção, já que se permite o diagnóstico baseado apenas na presença de sintomas, sem que haja incapacidade; além disso, o número de sintomas requerido para o diagnóstico de adultos foi reduzido pela metade. O diagnóstico de PHDA também contempla casos de autismo, o que implicaria a criação de duas falsas epidemias e promoveria o aumento do consumo de estimulantes numa população especialmente vulnerável. Se ao tratamento estatístico juntarmos a heterogeneidade temática dos grupos de trabalho, que se multiplicam e vão da identidade de gênero à adaptação dos impulsos, passando pela hipersexualidade, as alterações de humor etc., é forçoso reconhecer que estas classificações internacionais são totalmente desligadas de qualquer referencial teórico de modo a ficarem livres de qualquer tipo de controle de rigor epistemológico. Não obstante, não acreditamos que as classificações e tratamentos possam ser neutros em relação às teorias etiológicas, como se pretende, e ao mesmo tempo ser neutros a respeito da ideologia do Controle Social e de interesses extraclínicos.

Paul Feyerabend, em Science: The Myth and its Role in Society (1975), diz-nos: "Basicamente não existe diferença entre o processo que conduz ao enunciado de uma nova lei científica e o processo que precede a uma nova lei na sociedade". "Parece que", prossegue esse autor em Farewell to Reason:

o mundo em que vivemos é demasiado complexo para ser compreendido por teorias que obedecem a princípios (gerais) epistemológicos. Os cientistas e os políticos - ou qualquer um que tente compreender e/ou influir no mundo -, tendo em conta esta situação, violam regras universais, abusam dos conceitos elaborados, distorcem o conhecimento já obtido e boicotam constantemente as tentativas de impor uma ciência no sentido adotado por nossos epistemólogos.

Finalmente, queremos chamar a atenção para o perigo que constitui para a clínica da sintomatologia psíquica, o fato de os novos clínicos estarem formados, deliberadamente, na ignorância da psicopatologia clássica, pois esta responde à dialética entre teoria e clínica, entre saber e realidade. Psicopatologia clínica que já não se ensina em nossas universidades. Não obstante, a instrução é feita no modelo da prescrição psicofarmacológica: universalização da prescrição farmacológica para todos e para tudo, que em nada se diferencia de um distribuidor automático de rótulos e de medicação. O que denunciamos é o desconhecimento dos fundamentos da psicopatologia, um obscurecimento importante na hora de conhecer o paciente e, em consequência, uma mais que considerável limitação na hora de diagnosticar.

Na medida em que o conhecimento é a forma mais ética que temos de abordar uma realidade plural, a coexistência de diferentes saberes sobre a complexidade do ser humano não é um problema. Por tudo isto, propomos levar a cabo ações com o objetivo de pôr um limite a todo esse processo crescente de classificação internacional e de trabalhar com critérios de classificação que tenham uma sólida base psicopatológica advindos exclusivamente da prática clínica.

Barcelona, Espanha, 14 de abril de 2011

Para assinar o manifesto, apoio pessoal: http://goo.gl/h62fE

Agradecemos a máxima difusão deste manifesto.

Informação e contato: http://stopdsm.blogspot.com

Instituições que desejem aderir: stopdsm@gmail.com

Grupos, associações e instituições que apoiam o manifesto para a psicopatologia clínica não estatística

1. AAPIPNA - Asociación Aragonesa para la Investigación del Niño y el Adolescente. Zaragoza, España        [ Links ]

2. ABBA - Centro de Psicología. Burgos, España        [ Links ]

3. ACCEP - Asociació Catalana per a la Clínica i l'Ensenyament de la Psicoanàlisi. Barcelona, España        [ Links ]

4. ACIPPIA - Asociación cultural para la formación e investigación en psicoterapias psicoanalíticas. Madrid, España        [ Links ]

5. Acto analítico. Intervenciones para la salud y el bienestar psico-social. Barcelona, España        [ Links ]

6. Acto, Centro de Asistencia Psicoanalítica, Psiquiátrica y Psicológica. Barcelona, España        [ Links ]

7. ADEMM - Usuaris de Salut Mental de Catalunya. Barcelona, España        [ Links ]

8. AFPC. Asociació de Filosofía Pràctica de Catalunya. España        [ Links ]

9. (a)grupación psicoanalítica de Alicante. España        [ Links ]

10. ALEPH - Association pour l'étude de la psychanalyse et de son histoire. Francia        [ Links ]

11. Apertura. Estudio, Investigación y Transmisión del Psicoanálisis. Barcelona, España        [ Links ]

12. APHICE - Asociación de Psicoterapia Humanista Integrativa y Counselling. España        [ Links ]

13. APOP - Asociación de Psicoterapia Operativa Psicoanalítica. España        [ Links ]

14. APPOPS - Association des Psychologues et Psychothérapeutes d'Orientation Psychanalytique de Suisse        [ Links ]

15. Après Coup. Sociedad Psicoanalítica. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

16. Area 3. Asociación para el Estudio de Temas Grupales, Psicosociales e Institucionales. Madrid, España        [ Links ]

17. Area Infancia y Adolescencia de la Dirección de Salud Mental del Ministerio de Salud de la Provincia de Santa Fe. República Argentina        [ Links ]

18. ARPP - Association pour la recherche en Psychothérapie Psychanalytique. Belgique        [ Links ]

19. Asociacion Española de Psico-Somatoterapia        [ Links ]

20. Asociacion Madrileña de Terapia de Familia Pareja y otros Sistemas Humanos - AMTPFOSH. España        [ Links ]

21. Asociación ALTXA. Asociación para la Promoción de la Salud de Niños y Adolescentes. Bilbao, España        [ Links ]

22. Asociación Análisis freudiano en España. Madrid        [ Links ]

23. Asociación Argentina de Psicología y Psicoterapia de Grupo        [ Links ]

24. Asociación Bick España (A.B.E.         [ Links ])

25. Asociación Científica de Medicina Antroposófica. Madrid, España        [ Links ]

26. Asociación de Estudios Psicoanalíticos de Salamanca (ASEPS). España        [ Links ]

27. Asociación de Profesionales del Hospital de Niños Ricardo Gutierrez. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

28. Asociación de Terapia Neural 2006. Sabadell, España        [ Links ]

29. Asociación Escuela Argentina de Psicoterapia para Graduados. Rep. Argentina        [ Links ]

30. Asociación Española de Historia del Psicoanálisis. AEHP. Barcelona, España        [ Links ]

31. Asociación Española de Psicoterapia Psicoanalítica Oskar Pfister. Madrid, España        [ Links ]

32. Asociación Española de Psicoterapias Cognitivas. Barcelona, España        [ Links ]

33. Asociación Estatal de Profesionales de la Sexología. España        [ Links ]

34. Asociación Galega de Salud Mental        [ Links ]

35. Asociación Gallega de Psicoanálisis        [ Links ]

36. Asociación Granabip-Bipolares de Granada. España        [ Links ]

37. Asociación Hispanoamericana de Psicosomática        [ Links ]

38. Asociación Internacional de Psicología Analítica        [ Links ]

39. Asociación para la Docencia e Investigación en Salud Mental de Eivissa y Formentera. ADISAMEF (Baleares)        [ Links ]

40. Asociación Psicoanalítica Argentina (APA). Sociedad componente de la Asociación Psicoanalítica Internacional - IPA - y de la Federación Psicoanalítica de América Latina - FEPAL        [ Links ]

41. Asociación Psicoanalítica de Durango. Associació México        [ Links ]

42. C. FRONTS. Clínica en les fronteres. Barcelona, España        [ Links ]

43. Asociación socio cultural Radio Nikosia. Barcelona, España        [ Links ]

44. Associació Catalana de Psicoteràpia Psicoanalítica. ACPP. Barcelona, España        [ Links ]

45. Associació CENTRE L'ALBA. Barcelona, España        [ Links ]

46. Associació Cultural Dansalut. Barcelona, España        [ Links ]

47. Associació Saräu. Barcelona, España        [ Links ]

48. Associació TEAdir de padres, madres y familiares de personas con TEA. Trastorno del Espectro Autista (Autismos y Síndromes de Asperger). Barcelona, España        [ Links ]

49. Association des Forums du Champ Lacanien de Wallonie. Belgique        [ Links ]

50. Association des Psychologues freudiens. France        [ Links ]

51. Association du Pont Freudien. Montréal. Canada        [ Links ]

52. Association Psychanalyste dans la Cité. Bagnols-sur-Cèze, Languedoc-Roussillon, France        [ Links ]

53. Association SERPSY Soins Études et Recherches En Psychiatrie, Paris, France        [ Links ]

54. Associazione Culturale Sàndor Ferenczi. Firenze, Italia        [ Links ]

55. Associazione Lacaniana Italiana di psicoanalisi        [ Links ]

56. Aula Gestalt. Barcelona, España        [ Links ]

57. Aula de Psicoanálisis. Barcelona, España        [ Links ]

58. Aula de Psicodrama. Alicante, España        [ Links ]

59. AUPPF. Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatología Fundamental. São Paulo, Brasil        [ Links ]

60. Carreras de Especialización en Psicoanálisis con Niños y en Psicoanálisis con Adolescentes de la Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (en convenio con la Asociación de Psicólogos de Buenos Aires. Argentina        [ Links ]

61. CDIAP Magroc. Terrassa. Barcelona, España        [ Links ]

62. CDIAP-Mollet Centre de Desenvolupament Infantil i Atenció Precoç, de Mollet del Vallès. Barcelona, España        [ Links ]

63. CEE Vi.la Joana. Barcelona, España        [ Links ]

64. Ce.sa.men.de. Buenos Aires, Rep. Argentina        [ Links ]

65. CEDAP Centre d'Atenció Psicomèdica. Granollers. Barcelona, España        [ Links ]

66. Centre Aïna de Psicoanálisis. Mataró. Barcelona, España        [ Links ]

67. Centre Assistencial de Salut i Educació de Vilassar de Dalt. Barcelona, España        [ Links ]

68. Centre d'Higiene Mental de Cornellà. Cornellà. Barcelona, España        [ Links ]

69. Centre de Dia Infanto juvenil L'ALBA. Barcelona, España        [ Links ]

70. Centre de Psicologia Clínica Provençals. Barcelona, España        [ Links ]

71. Centre de Psicología Mataró. Barcelona, España        [ Links ]

72. Centre de psicoteràpia La Saó. Tarrassa. Barcelona, España        [ Links ]

73. Centro Comunitario de Protección y Desarrollo Estudiantil Santa Rosa de Valencia. Venezuela        [ Links ]

74. Centro de Orientación Sociolaboral y Clínica "El Molinet". Alicante, España        [ Links ]

75. Centro de Psicoterapia Humanista SORTZEN. Bilbao, España        [ Links ]

76. Centro Françoise Dolto. Palencia. Castilla y León, España        [ Links ]

77. Centro regional Zona Atlántica de la Universidad Nacional del Comahue (CURZA) Rep. Argentina        [ Links ]

78. Centro Studi e Ricerche Scuola di Prevenzione Josè Bleger        [ Links ]

79. Cercle d'estudis en Salut Mental del Vallès. Barcelona, España        [ Links ]

80. CET Despertares. Eceiza, Rep. Argentina        [ Links ]

81. CILA. Collège International de l'Adolescence. Paris, France        [ Links ]

82. Clínica EOS. Clínica de terapias. Sant Cugat del Vallès. Barcelona, España        [ Links ]

83. Colegio Profesional de Psicólogos de Salta. Argentina        [ Links ]

84. Collège de clinique psychanalytique de Paris        [ Links ]

85. Collège International de Psychanalyse et d'Anthropologie. CIPA. Francia        [ Links ]

86. CONSULTORIA PSICOLÒGICA.Serveis de psicologia. Barcelona, España        [ Links ]

87. CONVOCA, Asociación de Atención Psicológica. Barcelona, España        [ Links ]

88. CPPL. Recife-PE, Brasil        [ Links ]

89. CORPO FREUDIANO. Escola de Psicanálise. Brasil        [ Links ]

90. CP-ALEPH Collège des psychanalystes ALEPH. Francia        [ Links ]

91. Discurso Freudiano. Escuela de Psicoanálisis. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

92. EAP B-25 de Badia i Barberà del Vallès. Barcelona, España        [ Links ]

93. École de Psychanalyse des Forums du Champ Lacanien. France        [ Links ]

94. EFPP European Federation for Psychoanalytic psychotherapy in the public sector.         [ Links ]

95. EPPA - Escola Paulista de Psicologia Avançada. Brasil        [ Links ]

96. Equip Clínic CIPAIS. Barcelona, España        [ Links ]

97. Equipo de investigación "Efectos sociales de la globalización del DSM-V" de la Facultad de Psicología de la Universidad de Rosario. Argentina        [ Links ]

98. Escola de Clínica Psicoanalítica amb Nens i Adolescents. ECP-NA. Barcelona, España        [ Links ]

99. Escuela de Clínica Psicoanalítica con Niños y Adolescentes de Madrid.         [ Links ]

100. Escuela de Psicoanálisis de los Foros del Campo Lacaniano - F7 (España)        [ Links ]

101. Escuela de Psicoanálisis de los Foros del Campo Lacaniano: Foro Tucumán/Salta de Argentina        [ Links ]

102. Escuela de Psicologia Grupal y Análisis Institucional Enrique Pichon-Rivière. Chile        [ Links ]

103. Escuela de Terapia Gestalt de Zaragoza. España        [ Links ]

104. Escuela Española de Psicoterapia y Psicoanálisis        [ Links ]

105. Escuela Española de Terapia Reichiana (Es.Te.R.         [ Links ])

106. Espace analytique. Paris, France        [ Links ]

107. Espacio Psicoanalitico de Barcelona. EPBCN. España        [ Links ]

108. Espacio Psicoanalitico. Asociación para la extensión del psicoánalisis en la Comunidad de Madrid.         [ Links ]

109. Espacio Psicoanalítico de Pamplona. España        [ Links ]

110. Espai Clínic Psicoanalític de FILIUM. Barcelona, España        [ Links ]

111. Federación de Psicólogos de la República Argentina. FePRA        [ Links ]

112. Asociación para la prevención del maltrato al niño. Madrid, España        [ Links ]

113. Foro Andaluz de Bienestar Mental. España        [ Links ]

114. Foro Psicoanalítico de Madrid de la IF-EPFCL        [ Links ]

115. Foro Psicoanalítico Valenciano. Valencia, España        [ Links ]

116. Forum du Champ Lacanien de Liège. Belgique        [ Links ]

117. Freuds Agorá - Skole for psykoanalysen. København. Danmark        [ Links ]

118. Fundacio Cassiá Just. Catalunya, España        [ Links ]

119. Fundació Orienta. San Boi de LLobregat. Barcelona, España        [ Links ]

120. Fundación C.I.TI.D.A.D. Centro de Investigación y Tratamiento integral para Dependientes de Alcohol y Drogas. La Plata, Argentina        [ Links ]

121. Fundació Congrès Català de Salut Mental. FCCSM. Barcelona, España        [ Links ]

122. Fundació Eulàlia Torras de Beà. Institut de Psiquiatría i Psicología. Barcelona, España        [ Links ]

123. Fundació Lethe. Barcelona y Girona, España        [ Links ]

124. Fundació Puigvert. Centre de psicologia clínica. Barcelona, España        [ Links ]

125. Fundación C. G. Jung. España        [ Links ]

126. Fundación Europea para el Psicoanálisis. España        [ Links ]

127. Fundación INTRAS. España        [ Links ]

128. Fundación Psicoanalítica/Madrid 1987        [ Links ]

129. Fundación Psicooncológica de Buenos Aires. Argentina        [ Links ]

130. Fundación RedesLife. España        [ Links ]

131. Fundación Rumbos. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

132. Fundación Sociedades Complejas. Proyectos en Salud y Educación. Argentina        [ Links ]

133. Fédération Francophone Belge de Psychothérapie Psychanalytique. Bruxelles        [ Links ]

134. Fédération Nationale Agrée des Psychologues Praticiens d'Orientation Psychanalytique de Belgique (APPPsy) Bruxelles, Belgique        [ Links ]

135. Fédération professionnelle des psychologues cliniciens et des psychologues psychothérapeutes. Belgique        [ Links ]

136. Fòrum Psicoanalític de Barcelona, España        [ Links ]

137. Fòrum Psicoanalític Tarragona        [ Links ]

138. Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Brasil        [ Links ]

139. FORUMADD. Equipo interdisciplinar contra la patologización y medicalización de la infancia y la adolescencia. Argentina.         [ Links ]

140. GAURDANIK. Grupo psicología clínica. San Sebastian, España        [ Links ]

141. GEPU. Grupo Estudiantil y Profesional Universidad del Valle. Cali, Colombia        [ Links ]

142. GIU' LE MANI DAI BAMBINI. Campagna Nazionale. Italia        [ Links ]

143. Gradiva, Associació d'Estudis Psicoanalítics. Barcelona, España        [ Links ]

144. GRUP, espai de psicoteràpia, treball corporal, comunicació i creativitat. Barcelona, España        [ Links ]

145. Groupe interdisciplinaire-interuniversitaire de perinatalite ULB/UCL. Bruxelles, Belgique        [ Links ]

146. Grup Alfa. Institut de treball grupal i familiar. Barcelona, España        [ Links ]

147. Grup de Psicoanàlisi Relacional i Social. GPRIS. Barcelona, España        [ Links ]

148. Grupo de estudios psicoanalíticos. Foro campo lacaniano. Galicia, España        [ Links ]

149. Grupo Psicoanalítico de Barcelona. España        [ Links ]

150. Grupo Psicoanalítico de Orientación Lacaniana de Santiago de Cuba        [ Links ]

151. Grupo Zurbano de Terapia Familiar. Madrid, España        [ Links ]

152. Hablamos. Psicoanálisis en la radio. Radio Kanal Barcelona, España        [ Links ]

153. Institut de Formation à l'Intervention en Santé Mentale. Belgique        [ Links ]

154. Institut de Psicologia Analítica Carl Gustav Jung (ICGJ) Barcelona, España        [ Links ]

155. Instituto de Formación de la Sociedad Chilena de Psicoanálisis. Chile        [ Links ]

156. Instituto de Terapia Neural. Sabadell, España        [ Links ]

157. Instituto Europeo de Psicoterapias de Tiempo Limitado. Madrid, España        [ Links ]

158. Instituto Nacional de Neurociencias y Psicoanálisis. México        [ Links ]

159. Instituto Galene de Psicoterapia. Madrid, España        [ Links ]

160. Instituto Terapia de Reencuentro. Valencia, España        [ Links ]

161. Instituto Valenciano de Psicología y Psicoterapia Analítica (IVaPA)        [ Links ]

162. Intercanvis/Intercambios Papers de psicoanàlisi Papeles de psicoanálisis. Barcelona, España        [ Links ]

163. ISURI. Escuela de Terapia Gestalt. Blanes        [ Links ]

164. iPsi, Centre d'Atenció en Salut Mental - iPsi, Formació psicoanalítica. Barcelona, España        [ Links ]

165. Kairós Associació per l'estudi, recerca i divulgació de la psicoanàlisi. Barcelona, España        [ Links ]

166. Kur Klinikum. Barcelona, España        [ Links ]

167. La era. Espacio abierto a la diversidad infantil y adolescente. España        [ Links ]

168. La Otra Psiquiatría. Valladolid, España        [ Links ]

169. La Revolución Delirante. Movimiento de Jóvenes Profesionales de la Salud Mental. Valladolid. España        [ Links ]

170. La Trama Psi. Servicio de Acompañamiento Terapéutico e Integración Socioeducativa. Córdoba, Argentina        [ Links ]

171. LI.S.T.A. Libera Scuola di Terapia Analitica. Milano, Italia        [ Links ]

172. Llibreria Xoroi. Barcelona, España        [ Links ]

173. Logos Clínica Psicoanalítica. Barcelona, España        [ Links ]

174. Los Naranjos Comunidad Terapéutica. San Pedro, Prov. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

175. Metàfora, centre d'estudis d'artteràpia. Barcelona, España        [ Links ]

176. Mi Encuentro, Asociación civil - Escuela especial, Centro de día. Muñiz, Buenos Aires        [ Links ]

177. MM Psicólogos. Ferrol. A Coruña. España        [ Links ]

178. MP - Consultora y Asesora en Psicologìa y Educaciòn. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

179. NAAP National Association for the Advancement of Psychoanalysis. New York. USA        [ Links ]

180. Núcleo de Pesquisa e Extensão em Psicanálise da Universidade Federal de São João del Rei. Brasil        [ Links ]

181. ONG Casa de la Mujer. Rosario, Argentina        [ Links ]

182. Patologías actuales en la Infancia. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

183. Phoenix Espai Terapèutic. Barcelona, España        [ Links ]

184. PLACE. Psychoanalysis. Los Angeles California Extension. USA        [ Links ]

185. Plataforma Internacional contra la medicalización de la Infancia        [ Links ]

186. Plataforma NOGRACIAS. España        [ Links ]

187. Plataforma Psicoanálisis Siglo XXI. Barcelona, España        [ Links ]

188. Profesionales Latinoamericanos/as contra el Abuso de Poder. Buenos Aires/ Montevideo        [ Links ]

189. Programa "Cuidar-Cuidando". Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

190. Programa Radial Psi. Buenos Aires, Argentina        [ Links ]

191. Projeto de Investigação e Intervenção na Clínica das Anorexias e Bulimias (Departamento de Psicanálise/Instituto Sedes Sapientiae), São Paulo, Brasil        [ Links ]

192. Projeto Transversões - Projeto Integrado de pesquisa Saúde Mental, Desinstitucionalização e Abordagens psicossociais Escola de Serviço Social da UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil        [ Links ]

193. Psychanalyse Actuelle. Paris, France        [ Links ]

194. Psycorps (École Belge de Psychothérapie Psychanalytique à Médiations). Belgique        [ Links ]

195. Quidem, Escuela Aragonesa de Psicoanálisis Aplicado. Zaragoza, España        [ Links ]

196. Radio - a. France        [ Links ]

197. Red Asistencial de Buenos Aires. Institución de Asistencia y Formación en Salud Mental. Argentina        [ Links ]

198. Red de psicoanalistas. Rosario, Argentina        [ Links ]

199. Red de Trabajo y Salud Mental. Santiago de Chile        [ Links ]

200. RED-CAPS. Red de mujeres profesionales de la salud. España        [ Links ]

201. REDI-Red por los Derechos de las Personas con Discapacidad. ONG en Derechos Humanos. Argentina        [ Links ]

202. RESSORGIR Associació de Familiars i amics de persones afectades de malaltia mental. Barcelona, España        [ Links ]

203. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. São Paulo, Brasil        [ Links ]

204. Revista de Psicoterapia Bonding. España        [ Links ]

205. SATIS Servei d'acompanyants terapèutics per a la Inserció Social. Barcelona, España        [ Links ]

206. Schweizerische Gesellschaft für Analytische Psychologie. Bern        [ Links ]

207. Sección de Psicoanálisis de la Asociación Española de Neuropsiquiatría. Madrid, España        [ Links ]

208. Seminaires psychanalytiques de Paris. France        [ Links ]

209. Seminari de Psicoanàlisi de Tarragona        [ Links ]

210. Sociedad de Estudios Psicosomáticos Iberoamericana. SEPIA. España        [ Links ]

211. Sociedad Española de Medicina Psicosomática y Psicología Médica. Madrid, España        [ Links ]

212. Sociedad Española de Psicología Analítica - SEPA        [ Links ]

213. Sociedad Española de Psiquiatría y Psicoterapia del Niño y del Adolescente - SEPYPNA. Madrid, España        [ Links ]

214. Sociedad Paraguaya de Logoterapia. Asunción, Paraguay        [ Links ]

215. Sociedade Portuguesa de Psicanálise        [ Links ]

216. Societat Catalana de Rorschach i Mètodes Projectius. Barcelona, España        [ Links ]

217. STIRPE. Centro de diagnóstico y de Terapia Familiar y de Pareja. Madrid, España        [ Links ]

218. Triciclo: Clínica Psicanalítica+Centro de Estudos. Brasília, Brasil        [ Links ]

219. Ufficio Stampa Ortofonologia Roma. Italia        [ Links ]

220. UMBRAL, Red de asistencia "psi". Barcelona, España        [ Links ]

221. Unidad médica educativa L'ALBA. Barcelona, España        [ Links ]

222. Union Syndicale de la Psychiatrie. USP. France        [ Links ]

223. www.lenguajeaprendizaje.com.ar. Rep. Argentina        [ Links ]