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Print version ISSN 0102-7395

Reverso vol.29 no.54 Belo Horizonte Sept. 2007

 

TEORIA PSICANALÍTICA

 

A imagem corporal e a constituição do eu

 

The body image and the constitution of ego

 

 

Sônia Cury da Silva Campos

Circulo Psicanalítico de Minas Gerais

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Através de três autores psicanalistas – Freud, Lacan e Winnicott, a autora aborda o tema da constituição do eu, a partir da imagem corporal. Trata-se de um lugar sobretudo imaginário, em que se interpõem a imagem da mãe, a própria imagem no espelho e a imagem do outro, em suas diferenças, coincidências e oposições.

Palavras-chave: Imagem corporal, Eu, Espelho, Outro, Duplo, Estranho, Familiar.


ABSTRACT

Based on three psychoanalysts – Freud, Lacan and Winnicott, the author approaches the theme of ego constitution, in its relations to the body image. She refers to an imaginary place where the mother image, the youngster’s own image in the mirror and the image of other people intersect in their differences, coincidences and oppositions.

Keywords: Body image, Ego, Mirror, Other one, Double, Strange, Familiar.


 

 

Introdução

No começo estava o corpo, bem como no fim ele estará. Nascemos como corpo biológico e assim morreremos. De fato, quando alguém morre, surge a pergunta: onde está o corpo?(e não onde está Fulano?). Entre estes dois extremos – o nascimento e a morte – há um longo trajeto que todo ser humano deve percorrer, a fim de, além de ser corpo, constituir um eu. Nesta constituição existe um "processo de desenvolvimento que, se não pode ser demonstrado, pode ser construído."1 "O eu", no entanto, afirma Freud, "é, primeiro e acima de tudo, um eu corporal; não é simplesmente uma entidade de superfície, mas é ele próprio a projeção de uma superfície."2

Como é sabido, de início, o recém-nascido não distingue os limites de seu próprio corpo; as sensações internas e externas se confundem. Progressivamente, ele vai definindo a superfície de seu corpo, seu interior, o que é parte dele e o que pertence ao mundo externo, construindo assim seu esquema e sua imagem corporal. Nesta construção progressiva, seu eu vai ser constituído, sempre num processo que, por ser dialético, implica dois opostos: ele próprio e o outro.

O eu corporal, por sua vez, é constituído por aquela parte que se diferenciou do isso: pulsões parciais dirigidas inicialmente para o próprio corpo (auto-eróticas), antecedendo o eu propriamente dito, que depois se tornam narcísicas (dirigidas para o próprio eu). Freud afirma que o eu é a parte do isso que foi modificada pela influência externa, e que a percepção desempenha para o eu, o mesmo papel que a pulsão desempenha para o isso. Os dois não estão, todavia, nitidamente separados; subjaz no eu uma parte "desconhecida e inconsciente", de algum modo "preservada e que pode ser trazida de novo à luz", ou seja, que pode retornar.3

Já o corpo, e acima de tudo sua superfície, constitui um lugar de onde se originam as sensações externas e internas: tato, sons, sensações intero e proprioceptivas, sensações de dor, que vão informar sobre os órgãos internos. Contudo, cabe à visão um papel especial. É sobretudo o olhar que torna possível conhecer o outro e se conhecer, definir o contorno das várias partes do corpo, e só através do olhar no espelho é que se pode conhecer o próprio rosto. É efetivamente através do olhar que se cria a imagem de si; imagem especular, criada a partir do ato de olhar a si próprio no espelho, de olhar para o outro, do olhar do outro. Toda imagem é por si mesma enganosa, fugaz, fugidia, ilusória. Além disso, tanto nossa visão de nós mesmos – nossa imagem – como nossa visão do mundo refletem nosso ponto de vista, nosso estar no mundo.

Convém lembrar também que, na constituição do eu, ao lado da diferenciação do isso, é de suma importância o papel das identificações. Estas, na fase oral primitiva, não se distinguem dos investimentos objetais, além de serem as mais gerais e duradouras. Um objeto perdido instala-se novamente no eu, sendo o investimento substituído pela identificação (p.ex. na melancolia). Assim, o eu é também um "precipitado de investimentos objetais abandonados e contém a história dessas escolhas de objeto."4

Este texto procura elaborar o papel do corpo na constituição do eu, tomando como referência três momentos na história individual e na história da psicanálise:

1. O reconhecimento de si no rosto da mãe
2. A criança em frente do espelho
3. Freud diante do espelho

 

O reconhecimento de si no rosto da mãe

Segundo Winnicott, "no desenvolvimento emocional individual, o precursor do espelho é o rosto da mãe."5

O inacabado ser humano quando vem ao mundo se confunde com este. Ainda não tem definido o que é o seu corpo, o que ele é, o que é o outro, o que é o mundo que o cerca. A mãe (ou a pessoa que cuida dele), os objetos, faz parte dele mesmo. Ainda não tem noção de seu próprio corpo – por ex: a mão ou o pé são descobertos como exteriores a ele, por isso é comum morder seu pé e chorar de dor.

Ao sugar o seio, mais do que olhar para este, o bebê olha para o rosto de quem o está amamentando. E, como afirma Winnicott, quando olha para o rosto da mãe, "o que o bebê vê é ele mesmo."6 Progressivamente, o bebê percebe que, quando olha, o que vê é o rosto da mãe. A mãe devolve a ele seu próprio eu, e ele vai-se tornando "menos dependente de obter de volta o eu dos rostos da mãe e do pai."7

A relação da mãe com seu próprio corpo, e sobretudo com seu corpo durante a gravidez, será fundamental para a constituição do eu e da subjetividade. O vínculo entre mãe e filho se estabelece desde o instante da concepção, e a futura mãe atribui a seu filho um corpo imaginado, diferente do que é o feto no plano fisio-lógico da realidade. Tal corpo imaginado do filho, de acordo com Waelhens, vai oferecer ao desejo da mãe um correlato, um suporte, um objeto; serve de proteção contra o parto vivido como um luto (perda de parte de seu próprio corpo e ameaça contra sua vida). Além disso, estabelece-se nesse corpo imaginado um investimento afetivo e libidinal, com risco de aparecer o recalcado mais arcaico. Uma vez nascido esse corpo imaginado, a partir do qual a criança será constantemente interpelada em seu "ser-com-a mãe", ele vai oferecer ao sujeito aquele ponto de referência fora de si mesmo e que lhe permitirá ver-se como outro desta sinestesia vivida.

Waelhens, a partir de Piera Aulagnier, considera ainda que, antes de a separação mãe-filho ocorrer, a criança existe como um outro, abrindo caminho primeiro do lado da mãe, em seguida desta e do filho, ao possível jogo de identificações e reconhecimentos. Entre a necessidade (sede, fome) e a demanda (tentativa de restabelecer a fusão original, de eliminar a incompletude), ou entre o instinto e a pulsão, vão-se estabelecendo os traços primários do eu e do futuro sujeito desejante.

O começo de vida é, portanto, alienante: alienado no desejo dos pais, principalmente da mãe, presa da unidade-dual (mãe-filho), presa de suas próprias limitações (inacabamento fisiológico), e inserido em uma cadeia significante que pré-existe a seu nascimento. Por conseguinte, é necessário da parte da mãe "um investimento libidinal do corpo do filho, enquanto corpo de outro ser distinto do corpo materno"8, uma vez que não bastam as sensações corporais, tais como tato, visão, órgãos internos, dor, sinestesia etc., para que se constitua um eu, que de início é corporal.

Freud já percebera a importância da mãe (ou substituto) ao escrever que "o eu é a parte do isso modificado pela influência direta do mundo externo."9

 

A criança em frente do espelho

O primeiro esboço do eu será constituído a partir do sexto mês, quando a criança começa a demarcar a totalidade do seu corpo. Este é um longo processo (sexto ao 18° mês), que se caracteriza sobretudo pela imagem no espelho.

Wallon, neurologista francês, um dos fundadores da Psicomotricidade, foi o primeiro autor a falar em estágio do espelho (1934). Lacan (1949) desenvolveu sua idéia, acrescentando-lhe uma visão psicanalítica. Aos dois estudiosos, impressionava-lhes o fato de, antes do desenvolvimento psicomotor, ou seja, ainda imatura e dependente (não anda nem fala), a criança começar a formar uma imagem conjunta de seu corpo. Antes mesmo de nomear seu corpo ou nomear-se, a criança já se reconhece no espelho. Até então, o bebê percebia seus pés, mãos, braços, pernas, até mesmo seu tronco, mas só quando se olha no espelho pode ver seu rosto. Não se trata mais do rosto da mãe, mas de seu próprio rosto.

Ao olhar-se no espelho, o que (ou quem) a criança vê num primeiro momento é um outro; em um segundo tempo percebe que é ela mesma que está ali. Ou seja, vê primeiro o outro, depois o outro que é ela mesma, criando assim um jogo de alternância eu-outro.

Retomemos o mito de Narciso. Narciso, ao se olhar na superfície das águas, vê uma imagem pela qual se apaixona. Em um primeiro momento, não sabe que é ele próprio que está ali; sua imagem é-lhe estranha, pois não se conhece. Portanto, se conhece como outro, e por esse outro se apaixona. Só em um segundo momento percebe que esse outro é ele mesmo.

Freud, em "Mais Além do Princípio do Prazer" (1920), relata o jogo do fazer aparecer-desaparecer a mãe (brincadeira do carretel conhecido como "fort-da"), acrescentando numa nota de rodapé uma outra brincadeira feita pelo mesmo neto. Trata-se de "fazer desaparecer a si próprio. A criança descobriu um espelho que não chegava até o chão, apesar de ser um espelho de corpo inteiro. Agachava-se e podia fazer sua imagem ir embora."10 Observamos, assim, uma simultaneidade entre o fazer desaparecer-retornar a mãe e fazer desaparecer-retornar a si próprio.

A chamada "angústia do oitavo mês", quando o bebê chora ou mostra descontentamento ao ver um rosto que não é o rosto familiar de sua mãe, está inserida nesta fase da constituição simultânea do eu-outro. Sami-Ali explica assim esta angústia: "perceber o rosto da mãe na sua diferença em relação aos outros rostos significa pressentir a possibilidade de ter um rosto diferente do rosto da mãe". "A angústia revela então a dupla constituição do outro como outro, e de um mesmo como outro, em relação a esse outro."11

Deste modo, à unidade dual mãe-filho sucede a alteridade mãe-filho e a alteridade eu-outro. Waelhens fala no par narcisista, pois o interesse pelo outro (minha imagem) é mantido pelo interesse que aquele "que vê, se vê." "O que vê encontra sua identidade na imagem, mas esta identidade de si mesmo é, de algum modo, seu outro."12

Lacan, no Seminário Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise (1964), acrescenta a importância do Outro que carrega ou segura a criança na frente do espelho. Quando se olha no espelho, a criança vira-se e busca o olhar daquele que está com ela. Esse Outro geralmente é a mãe, primeiro espelho e primeira referência, no qual a criança se vê. Lacan observa que a criança "vê aparecer, não seu ideal do eu, mas seu eu-ideal, esse ponto em que ela deseja comprazer-se em si-mesma."13 Trata-se do ideal narcisista, do ponto onde este ser quer ser amado e reconhecido.

Este período da descoberta do corpo próprio frente o espelho mostra uma evolução marcante na constituição do eu (e do sujeito). É um momento de tensão entre a identificação e a projeção: "ser um mesmo sendo o outro e ser o outro não sendo um mesmo", nas palavras de Sami-Ali14. À identificação imaginária, constitutiva do eu, sucede o nascimento do simbólico. Esta fase culmina com o uso do pronome eu, do possessivo meu-minha, isto é, do estabelecimento da linguagem e toda a carga que a inserção na cultura traz consigo. A criança deixa de se nomear como outro (Fulano quer...) para se nomear (eu quero).

 

Freud diante do espelho

No texto "O Estranho" (Das Unheimlich)15 Freud relata o episódio em que, viajando de trem, no compartimento carro-leito, um solavanco fez a porta do toalete abrir-se e "um senhor de idade, de roupão e boné de viagem, entrou." Levantou-se para mostrar o equívoco deste homem e, então, compreendeu, espantado, que o intruso era seu reflexo no espelho da porta aberta. Tomado de forte emoção, confessa que antipatizou com sua aparência, ficou assustado com seu "duplo" que achou "estranho".

Neste relato, Freud não especifica a data e o local do ocorrido, ao contrário do que sempre faz. O texto foi elaborado e publicado em 1919, à mesma época do "Mais Além do Princípio do Prazer". Portanto, o fato deve ter ocorrido quando contava cerca de sessenta anos (1856-1919).

Este texto é de difícil leitura, pois remete a vários sentidos e é todo permeado por angústia. Freud o introduz falando de estética e observando que esta não é tão-somente "a teoria da beleza, mas a teoria das qualidades do sentir" (p.175). É a respeito deste sentir, ou sentir-se estranho, que vai remeter ao "assustador", ao que provoca "medo e horror." Ou seja, aquele aspecto da estética que estuda não o que é "belo, atraente e sublime", mas aquilo "que provoca sentimentos de repulsa e aflição." Dedica-se a elaborar em que circunstâncias o que é "conhecido, velho e familiar" torna-se "estranho e assustador." No português não conseguimos juntar numa única palavra este estranho-familiar – Unheimlich – palavra alemã que traz em si a ambigüidade.

Referindo-se ao episódio do trem, Freud relata que, num primeiro momento, em vez de ficar assustado com seu duplo (sua imagem refletida no espelho), negou-se a reconhecê-lo como tal. A questão do duplo aponta para o fato de que um sujeito se identifica de tal modo com outra pessoa, a ponto de ficar em dúvida sobre quem é o seu eu ou substituir seu eu por um estranho. É como se alguém se interrogasse: este sou eu? Eu sou este outro? Este outro sou eu?

Rank, citado por Freud, abordou as ligações do duplo com reflexos nos espelhos, sombras e espíritos chegando à alma e à morte. Da busca de segurança e proteção contra a destruição do eu – a morte, o homem caminhou para a construção da alma imortal, primeiro duplo do corpo. Essa criação do "duplicar como defesa contra a extinção" aparece nas imagens da castração, representada pela duplicação ou multiplicação de um símbolo genital (p.ex. a Medusa). Estas tentativas de perenização nascem do narcisismo primário, todavia, pelo próprio desenvolvimento do sujeito, a garantia de imortalidade transforma-se em "estranho anunciador da morte."

O duplo nesta fase de vida (maturidade ou mesmo velhice) contrasta com o duplo do estágio do espelho. Este é acima de tudo fonte de prazer e júbilo, enquanto que a imagem da velhice converte-se num objeto de terror, desamparo e remete a algo fatídico e inexorável – a morte. Não se trata de nada novo, pelo contrário, trata-se da "repetição de algo já estabelecido no psiquismo há muito, mas que se alienou através do recalque. Este duplo, este estranho é algo que deveria ter permanecido oculto, mas veio à luz."

O prefixo un, nota Freud, é o sinal do recalque (misterioso, sobrenatural, que provoca horrível terror). O que era familiar se tornou irreconhecível pelo recalque que, contudo, fracassou, ou permitiu um retorno imprevisto e repentino do recalcado, trazendo "uma modificação profunda do objeto, o qual, de familiar se transforma em estranho, e de estranho em algo que inquieta por sua proximidade absoluta" (Sami-Ali)16. Mais uma vez, Freud associa a morte ao complexo de castração e à fantasia de retorno ao útero (vide pulsão de felicidade, O tema dos três cofrinhos), "antigo heim (lar) de todos os seres humanos, lugar onde cada um de nós viveu certa vez, no princípio" (p.305).

 

Considerações finais

"Uma teoria genética do eu pode ser considerada psicanalítica na medida em que trata da relação do sujeito com seu próprio corpo nos termos de uma identificação a uma imago, vínculo psíquico por excelência."17

O eu, instância sobretudo imaginária, sofre modificações ao longo do tempo de existência de cada sujeito. Também a imagem corporal muda, como também muda o olhar para o mundo, para os outros e, acima de tudo, para si mesmo. Estes textos aqui apresentados mostram como a imagem corporal e o eu são formados de modo simultâneo. E neste desenvolvimento, a imagem especular e a imagem do outro são fundamentais.

Da unidade-dual mãe-filho(a), em que o rosto da mãe é o primeiro rosto a ser conhecido e reconhecido, a criança começa a se descobrir como unidade-separada, de início ainda não diferenciada do outro. Nesse período em que se conhece e se distingue da mãe, a criança descobre também um terceiro que desvia o olhar da mãe – figura paterna, o outro como diferente e que introduz a lei simbólica. A criança nesta fase faz uso da linguagem, nomeia-se e nomeia os outros e, sobretudo, adquire uma representação simbólica que lhe permite suportar a ausência da mãe. O desenvolvimento passa por outras fases que acarretam mudanças, tais como puberdade e adolescência, a idade adulta e o envelhecimento, trazendo modificações corporais, perdas e ganhos.

O corpo registra e assimila vivência, bem como sofre as marcas do tempo. Muitas vezes a representação interna de nosso corpo, nossa imagem corporal, e a imagem fornecida pelo espelho não coincidem, bem como a imagem nossa falada pelo outro. O corpo pode ser objeto de prazer, prazer de ver (schaulust), mas também de sofrimento, de angústia, de satisfação auto-erótica, ou de vergonha. O desejo em relação ao corpo está sempre presente: desejo de se ver (pulsão escópica), de ser visto, de ser reconhecido, de despertar o interesse do outro. O insuportável é o não ser olhado. Ou ser olhado e não ser visto.

O corpo para se tornar um eu e depois sujeito precisa ser desejado: primeiro pela mãe depois por si mesmo e pelo outro. Mas sempre objeto de desejo de si mesmo – narcísico – porém marcado pelo Outro inconsciente. Através de meu corpo desejo ser desejado. O olhar do outro que me invade, me desnuda, mas deseja algo de mim, contrapõe-se à falta de desejo do outro por meu corpo, por mim.

A imagem do corpo – principalmente do rosto – envelhecido remete à castração, à proximidade do fim, para a morte iminente. A imagem do corpo envelhecido não é aquela que se gostaria de ver. Aquilo que se vê nesta imagem é a presença da falta, da castração. E neste tempo não é mais possível uma troca, não se tem mais o recurso de se tornar algo diferente, não existe o porvir. Contudo, neste real há sempre uma possibilidade imaginária, que permite ver-se como se gostaria, que permite aí identificar-se e amar-se. "O mais importante e bonito, do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam" (Guimarães Rosa).

 

Bibliografia

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Endereço para correspondência
Av. Otacílio Negrão de Lima, 11127 - Pampulha
31365-450 - BELO HORIZONTE - MG
Tel.:(31)3496-6609
E-mail: soniacury@terra.com.br

Recebido em 15/06/2007
Aprovado em 27/06/2007

 

 

SOBRE A AUTORA

Sônia Cury da Silva Campos
Psicóloga. Psicanalista. Membro do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais - CPMG.

1 Freud, S. O mal-estar na civilização (1930), v.21, p.84.
2 Freud, S. O ego e o id (1923), v.19, p.40.
3 Freud, S. Idem, p.37.
4 Freud, S. Idem, p.43-44.
5 Winnicott, D.W. O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento infantil, in O brincar e a realidade (1971), p.153.
6 Idem, p.154.
7 Idem, p.161.
8 Waelhens, Alphonse de. La psicosis (1972), p.52.
9 Freud, S. O eu e o id (1923), v. 19, p.39.
10 FREUD, S. Além do princípio do prazer (1920), v.18, p.27.
11 Sami-Ali, M. Cuerpo real, cuerpo imaginario (1977), p.116.
12 Waelhens, Alphonse de. Idem, p.61.
13 Lacan, J. O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, p.242.
14 Sami-Ali, M. Cuerpo real, cuerpo imaginario (1977), p.116.
15 Freud, S. O estranho (1919), v. 17.
16 Sami-Ali, M. Cuerpo real, cuerpo imaginario (1977), p.32.
17 Lacan, J. Algumas reflexões sobre o eu (1951). In Psilacánise: Algumas reflexões sobre o espelho. Trad. Oscar Cesarotto.

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