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Reverso

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Reverso vol.30 no.55 Belo Horizonte June 2008

 

DISCURSOS

 

Discurso para o término da Diretoria - CPMG - 2005/2007:pedras preciosas

 

 

Maria Mazzarello Cotta Ribeiro*

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais

 

 

Prezados Colegas do CPMG,

Neste momento de finalizar nossa gestão quero agradecer, imensamente, aos colegas que comigo compartilharam desta tarefa, e aos demais sócios do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais, que, de vários modos, também participaram com contribuições à nossa Diretoria.

O exercício da Presidência de uma sociedade, tão especial como esta, me foi muito enriquecedor. Desde o princípio sabia ser ele um desafio à escuta, ao trabalho, à compreensão, à tenacidade, à capacidade de propiciar condições para que todos pudessem existir dentro da sociedade. Mas, tive o privilégio de ter a meu lado colegas da mais alta qualidade! Pedras preciosas, cada uma com sua tonalidade e brilho próprios, se ajustaram num mosaico de cores. Mosaico este que não ficou estanque, mas tomou forma e movimento de um caleidoscópio. Agrupavam-se ora no amarelo-dourado de um Topázio, ora no vermelho do Rubi, no azul da Turmalina, no verde de uma Esmeralda, até mesmo no preto do Ônix, quando tivemos que enfrentar a morte e outros momentos de impasses, preocupações e incompreensões, sobre os quais não vou me deter agora, mas, também, no branco translúcido de um brilhante!

Vocês foram preciosos e especiais! E foi só porque existiram nesta diretoria 2005/2007 é que pudemos cumprir nossas metas. Entre elas, o engajamento nos vários eventos psicanalíticos regionais, nacionais e internacionais.

Logo de início nos envolvemos nos preparativos do ano comemorativo dos 150 anos do nascimento de Sigmund Freud, culminando num evento multi-societário na PUC-Minas e nos textos que enriqueceram a Revista Reverso n.53.

Em seguida, as Jornadas se enfileiraram começando pelo Fórum Mineiro de Psicanálise em São João del-Rei, as nossas próprias Jornadas – que foram um sucesso –, os Simpósios e Congressos como os que participamos junto com o Corpo Freudiano do Rio de Janeiro – uma boa parceria –, o do Círculo Brasileiro de Psicanálise em Natal e a Jornada em Salvador, os Congressos por nós apoiados em Divinópolis, o Fórum Internacional da IFPS na Itália, assim como outros eventos realizados pelas demais sociedades de Belo Horizonte.

A movimentação de estudos e reflexões sobre a Psicanálise foi grande e intensamente investida pela Comissão de Formação Psicanalítica Permanente do CPMG, que obteve valioso retorno da Clínica de Psicanálise, onde vemos hoje nossos alunos do Fórum auferirem, na prática, os frutos de um estudo responsável e consistente. Os colegas deste setor se superaram na atenção dedicada à formação aqui proposta, buscando novas formas de aprimoramento através de estudos, debates, tanto internos com a Comissão quanto com os professores, na tentativa de melhorar sempre e não aprisionar a proposta a um único modelo.

Concomitante aos investimentos teóricos e da prática psicanalítica, fizemos ainda grandes incursões nas questões institucionais, questões de ordem interna, e em sua função realizamos reuniões com os sócios na tentativa de encontrar novas maneiras de progressão, e quem sabe esvaziar nossas insatisfações e lamentos improdutivos, transformando-os em atos efetivos.

Dos vários temas abordados, debatidos e ampliados, houve um, de grande relevância, que foi o de excelência em Formação Psicanalítica, que, por sua complexidade e importância, continuará na pauta da próxima Diretoria.

Recebemos, na posse em 2005, uma sede novinha em folha! Casa nova é sempre bom! Mas tínhamos que mobiliá-la e equipá-la adequadamente. Assim, nossa Tesouraria e nosso Departamento Administrativo arregaçaram as mangas e se puseram a trabalho no sentido de “adequar a nossa sede às demandas que nela acontecem”1, para oferecer aos sócios, alunos e professores um ambiente mais confortável e funcional. Cuidado especial foi dedicado também aos nossos funcionários para que, tanto em relação a salários quanto às boas condições de trabalho, fossem rigorosamente atendidos. Nossas colegas desses departamentos não mediram esforços para que toda essa parte operacional, de manutenção e relações trabalhistas fossem primorosamente supridas, cuidando, inclusive, de uma reserva financeira para apoiar a nova Diretoria. Junto a elas operou o Conselho Fiscal que, com extrema eficiência, atenção e seriedade para com a tarefa que lhe cabia, inaugurou, com louvor, as funções deste cargo.

Nossa Biblioteca! Com que entusiasmo foram recebidos por sua Coordenadora os novos livros, doados e comprados, as propostas de consultas on-line, indexações, a compra de novos computadores e impressora, possibilitando a consulta, in loco, pelos alunos. Sem dúvida, uma conquista!

Na secretaria do CPMG, intenso movimento! Ali, onde tudo é recebido, registrado e expedido, nossos colegas que ocuparam na diretoria os cargos de Secretários, se desdobraram em correspondências, atas, boletins e atualização do site. Tudo tendo que acontecer a tempo e, na medida em que nossa condição humana permitisse, sem erros. Trabalho detalhista e exigente, mas o bom humor deles permitiu que tudo fosse realizado, inclusive administrando a pressão da urgência de nossos desejos.

O Departamento de Publicação, com sua comissão editorial, leitores atentos e sensíveis na avaliação dos textos para nossa revista, foi primoroso na edição da Reverso. Temos todos acompanhado o crescimento e sua maior inserção no circuito científico, o que se deve ao trabalho de sua Coordenação, que deu continuidade ao iniciado em gestões anteriores.

A Vice-Presidência e o Conselho de Ética se postaram todo o tempo como guardiões atentos a alguma necessidade da Diretoria ou da Sociedade. Foram ouvidos imparciais e de posições claras e firmes.

Nossos Delegados na IFPS, CBP e Movimento Mineiro de Psicanálise desempenharam suas funções com entusiasmo e participação produtiva. De todos os eventos retornavam dando notícias e trazendo as novas idéias e propostas.

Mas, melhor do que falar dos feitos é falar, além de suas competências profissionais, da particularidade de cada um dos que sustentaram seus lugares e responsabilidades nos cargos assumidos até o final da nossa gestão, e que nos marcaram singularmente.

Juliana Marques Caldeira Borges, atenta e firme na defesa de suas posições, generosa nos telefonemas de apoio e nas substituições à Presidência, quando das minhas ausências.

José Sebastião Menezes Fernandes, sempre pronto a firmar distinções em matérias polêmicas, nos recolocando no princípio de realidade quanto a horários, normas, ações etc.

Maria Auxiliadora Toledo Garcia Freire, afetiva, com jeito delicado e prestativo, mostrava toda sua preocupação quando o assunto era o registro justo nas correspondências.

Marília Brandão Lemos Morais, transmitindo animação e entusiasmo com as conquistas da Biblioteca, não deixava para depois o que tinha que ser feito.

Túlcia Vasconcelos Barros Poggiali, presença marcante quando o assunto era alunos, participantes do Fórum e professores. Com seu jeito alegre e decidido, imprimiu estabilidade e leveza nas reuniões, sempre pronta para uma comemoração. Amizade e preocupação com o bem-estar dos colegas falavam mais alto.

Olímpia Helena Costa Couto, hábil nas negociações e ponderada nas decisões, foi o suporte em muitas tormentas. Foi essencial sua contribuição referendada na experiência e no discernimento. Generosa na amizade e no trabalho, passei a sentir sua falta quando os telefonemas se espaçavam.

Enilda Vega de Melo Campos, amiga leal de muitas gestões, foi para quem sempre pudemos dirigir um olhar e encontrar acolhida. Em sua homenagem fizemos La Noche del Bailón.

Eliana Rodrigues Pereira Mendes, inesgotável na sua amizade sincera, pronta a qualquer momento para uma proveitosa troca de idéias, para uma palavra carinhosa e animadora, e inúmeras vezes para a leitura atenta dos intermináveis textos.

Maria Carolina Bellico Fonseca, que contagia a todos com sua risada, desmanchava no ar os problemas. Brilhou, com sua tenacidade e otimismo, nos preparativos para as nossas Jornadas.

Vanessa Campos Santoro, incansável batalhadora das nossas causas. Para assuntos extra-muros foi sempre a nossa primeira opção. Com sorriso amigo, expressava seu acolhimento e parceria.

Nadja Ribeiro Laender, amiga de longa data, sempre atenta a qualquer sinal de desânimo, foi infalível com convites, às vezes em mensagens já de madrugada, para um “jantarzinho” na sua casa, onde todos se recuperavam de alguma insistente tensão. Ali confraternizamos sempre, realizando, inclusive, o Bailón.

Marisa de Lima Rodrigues trouxe tranqüilidade no dinamismo que imprimiu à Clínica de Psicanálise do CPMG. Entusiasmada, encorajou o grupo da Clínica à apresentação dos casos, acreditando nos benefícios de um debate. Bem assessorada por Arlindo Carlos Pimenta, exímio professor na transmissão dos conceitos psicanalíticos e referência para nós da nossa história. Juntos realizaram, com presteza, uma tarefa extra que lhes foi solicitada: a confecção de banners com gráficos que ilustrassem conceitos desenvolvidos em nossas aulas e nos seminários.

André Faria D’Azevedo Carneiro, também colaborador da Clínica, sua marca registrada tem sido a habilidade em ajustar o rigor da teoria e a delicadeza da prática. Mostrou-se sempre cauteloso ao sobrepor essas duas vertentes do nosso trabalho no debate dos casos apresentados pelos alunos.

Nina Rosa Artuzo Sanches, ética acima de tudo e clara nas suas posições, muito nos ajudou. Seus aportes teóricos foram muito bem recebidos e muito ajudaram nos esclarecimentos.

Angela Lucena de Souza Pires, séria quando o assunto o exige e descontraída, com um largo sorriso, nos encontros pessoais. Sempre deixou firmada sua oferta de acolhimento incondicional aos amigos. Não deixava de comparecer com uma mensagem de encorajamento, apoio e sugestões junto à Diretoria.

Paulo Roberto Ceccarelli, disponível e prestativo, experiente em relações institucionais, é, agora, nosso contato mais próximo no exterior.

Messias Eustáquio Chaves, nunca se poupou às discussões e, otimista, aposta sempre no ser humano. Teve, com freqüência, palavras de incentivo e elogios aos esforços dos colegas.

Rosa Abras, colega querida e estudiosa, presença marcante nas propostas do Círculo.

Clovis Figueiredo Sette Bicalho, nosso consultor para assuntos por nós desconhecidos, dispensava qualquer cansaço, se ajudar fosse preciso. Amigo e compadre, sempre ao nosso lado.

José Ribeiro de Moura, com seu jeito discreto, manteve o olhar atento e chegou junto quando dele precisamos.

Leila Marquez Lopes de Oliveira, nossa colega, agora, da cidade vizinha, nos fez saber que, apesar da distância física atual, estava à disposição do Círculo se precisássemos dela.

Carlos Antônio Andrade Mello, colega leal, com quem sempre podemos contar, chega sempre com uma contribuição refinada sobre outras artes além da psicanálise.

Javert Rodrigues, nosso embaixador internacional e nosso intermediário na mídia. Muito temos que lhe agradecer.

Suzanne Beaudette Drummond, assídua junto à revista, mesmo com o tempo restrito em Belo Horizonte não nos faltou a sua colaboração. Além disto, quando o problema era uma tradução, não nos deixava em falta.

Maria de Lourdes Elias Pinheiro, substituindo Maria Lúcia Salvo Coimbra no Movimento Mineiro de Psicanálise, trouxe sangue novo para as reuniões e novas notí-cias para nós, sócios, que insistimos em querer recebê-las, sem ir até elas nas reuniões.

E por fim, Ana Cristina Teixeira da Costa Salles, substituindo Sandra Seara Kruel na coordenação da Reverso, editou o n.54. Acrescentou ao nosso convívio na Diretoria descontração, dinamismo, acertividade e aposta nas propostas de uma instituição psicanalítica. A ela e demais colegas da nova diretoria, que hoje tomam posse, desejamos todo sucesso em sua gestão!

Como sempre advogo que estes lugares são lugares de rodízio, transitórios na nossa vida e na vida de uma associação, valho-me aqui do artigo de Freud sobre a Transitoriedade:

“Uma flor que dura apenas uma noite nem por isso nos parece menos bela (1915).

Assim, um cargo que dura apenas uma gestão, nem por isso pode ser menos importante o nosso investimento nele. E lembrando Vinicius de Moraes, “que seja infinito enquanto dure”! (Soneto de Fidelidade)

Aos nomes relacionados acima, acrescento os nomes dos participantes do Fórum de Psicanálise do CPMG, e através da Guiomar Antonieta Lage Lessa de Carvalho, que sempre se disponibilizou para cooperar em tudo que era preciso, gostaria de agradecer a todos. Agradeço ainda aos nossos alunos dos Cursos de Teoria Psicanalítica que muito nos enriquecem e nos estimulam a estudar cada vez mais.

Um reconhecimento e agradecimento especial à Edna Malacco de Resende, que recebe todos os pedidos na secretaria com a nossa pressa de ontem, à Patrícia Maria Figueiredo por sua ajuda prestimosa junto aos cursos e na biblioteca, e ao Wagner Moreira de Souza, nosso bibliotecário contratado recentemente, mas que já se engajou no pique do nosso movimento. Também agradeço ao Ronaldo Abel da Silva, nosso contador, que com paciência nunca se negou a atender às nossas consultas aflitas sobre os mandos e desmandos governamentais.

Antes de terminar, gostaria de mencionar a delicadeza e compreensão da minha família, Mozart, Thiago, Daniela, Mateus e Leonardo, que em nenhum momento se esquivaram à ajuda, tanto operacional como emocional. A vocês, o meu agradecimento!

Encontradas no nosso solo rico, esta é a lista das pedras preciosas, multicoloridas, que emprestam suas cores e brilhos aos adornos, às jóias, aos mosaicos e caleidoscópios, aos buquês e às asas das borboletas que encantam nossos olhos, quando as vemos pousar sobre as flores.

Desejando homenagear todo esse mosaico de colaboradores, o faço através dos colegas de Diretoria, pedras preciosas nesta gestão, aos quais gostaria de oferecer uma lembrança, alusiva a essas pedras e ao nosso tempo, para que possam, simbolicamente, descansar o olhar num rápido intervalo durante o trabalho.

Uma ótima gestão para a Diretoria que ora toma posse! Felicidades!!!

Muito obrigada a todos.

 

 

*Presidente do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais - Biênio 2005/2007.

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