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Print version ISSN 0102-7395

Reverso vol.31 no.58 Belo Horizonte Sept. 2009

 

Clínica Psicanalítica

 

Do uso do medicamento e o real da angústia

 

On the use of medication and what is real in anxiety

 

 

Ângela Mucida

Escola dos Fóruns do Campo Lacaniano
Centro Universitário Newton Paiva

Endereço para correspondência

 

 


Resumo

Este artigo discute o uso da medicação, em especial do Rivotril, Ritalina e do Viagra, como efeito dos discursos, analisando, a partir do matema do discurso capitalista formalizado por Lacan, os efeitos do saber produzido pela incidência dos significantes mestres e o objeto a como mais gozar sobre o uso do medicamento. Utilizamos um caso clínico que coloca em questão o medicamento diante do real da angústia e seu lugar na direção do tratamento.

Palavras-chave: Real, Gozo, Discurso, Mais de gozo, Discurso capitalista, Angústia, Objeto a, Significante mestre.


Abstract

In this article, the author discusses the use of medication, especially Rivotril, Ritalina and Viagra, as an effect of speech, analyzing from Lacan’s view on the capilist speech, the consequences brought on by the incidence of master signifiers and the object a as excess enjoyment from the use of medication. A clinical case study illustrates medication face to face with what is real in anxiety and its place in the treatment’s direction.

Keywords: Real, Eenjoyment, Speech, Excess enjoyment, Capitalist, Anxiety, Object a, Master signifier.


 

 

Da geração Rivotril às novas gerações

"Alguma coisa estranha deve estar acontecendo quando um remédio contra a ansiedade –tarja preta, vendido apenas com retenção de receita – se torna o segundo medicamento mais consumido no Brasil"1. Com esse tom de estranheza – que talvez toque o Unheimlich freudiano, esse estranho e familiar que sinaliza sempre algo do real –, a revista Época inicia sua matéria sobre o uso indiscriminado do Rivotril. Super dosagem, consumo sem controle médico, prescrição fácil e sem riscos de erro dado seus efeitos hipnóticos e contra a ansiedade e o baixo preço casam-se a um sistema falho de saúde que permite a entrada maciça da indústria farmacológica como meio privilegiado para tratar o real. Tornado um objeto a ser trocado entre amigos e familiares, vendido no mercado paralelo, como um amálgama para aplacar a dor, a ansiedade e a insônia, provocando um sono profundo e sem cortes e gerando uma dependência química considerável, ele leva muitos usuários a um uso prolongado com efeitos nefastos sobre a memória, causando inclusive mais ansiedade e depressão.

Como o Rivotril, outros medicamentos são consumidos de forma pouco criteriosa não deixando dúvidas da incidência maciça do Um para todos na prescrição medicamentosa. Como proferiu Lacan em Televisão (1973), a oferta cria a demanda. A produção e a oferta de medicamentos provocam tanto o aumento de diagnósticos de determinados sintomas quanto o uso excessivo ou indiscriminado de muitos medicamentos. A polifarmácia, antes apanágio dos idosos, torna-se um campo usual entre as crianças e os jovens.

Novas gerações de medicamentos chegam ao mercado como a Ritalina (metilfenidato, estimulante do grupo das anfetaminas) que destinada ao tratamento do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, torna-se rapidamente um "anabolizante cerebral". Usado agora em grande escala por adolescentes, visando maior acúmulo de informações nos estudos, emagrecimento ou simplesmente para manter o pique em noitadas de grande duração, expande-se aos executivos e até cientistas como auxiliar na concentração e maior performance no trabalho e desempenho intelectual. Se de um lado vige a busca dos estados hipnóticos e o sono profundo, de outro presenciamos uma nova geração dos "turbinados", usuários da Ritalina, Prosac e Viagra para um gozo a mais, quando não um coquetel de alguns deles. Conforme assinala a Folha de S. Paulo, aumenta o número de jovens que utilizam o coquetel de drogas: Ecstasy com cocaína e Viagra, anfetaminas com ecstasy e Viagra, ecstasy com cocaína, Viagra e quetamina (tipo de anestésico)2. O que cura torna-se também o veneno e o meio da morte, como atestam diferentes pesquisas, quase 80% das tentativas de suicídio são realizadas via medicamentos. O que promete cura e o que mata encontram parceria na tentativa de apagar o real3.

A "promoção da doença", matéria veiculada pelo jornal El país (Madri), destaca os efeitos da publicidade maciça sobre o uso de medicamentos, acentuando a saúde como um bem de consumo: "Transformar problemas e contingências comuns da vida, como o envelhecimento, a timidez, a menopausa, a tristeza ou a solidão, em doenças que podem ser tratadas com medicamentos é uma das argúcias utilizadas pela indústria farmacêutica para vender melhor seus produtos"4. A isto se soma o fato de que o saber produzido pela ciência expande-se rapidamente pelos meios de comunicação e dirige-se a todos indiscriminadamente, à revelia do singular do sintoma e da prescrição.

 

A incidência dos objetos sobre o sujeito

Antes de situarmos o Discurso capitalista, torna-se importante relembrar a estrutura discursiva proposta por Lacan, bem como o matema do Discurso do Mestre, já que o Discurso Capitalista é uma modificação deste. Lembramos ainda que os discursos para Lacan constituem-se em modalidades de laço social e tentativas de tratar o real.

 

 

Os S1s no lugar de agente demonstram que o mestre está lá como significante da exceção impondo a construção de uma cadeia de saber (S2) que tenta traduzir sua incidência. Entretanto, algo não se traduz; há um produto, objeto (a), que escapa àquele que o produz. Ao abordar o conceito de produto, Lacan recorre ao conceito de mais-valia da teoria marxista. A mais-valia nesta teoria implica o excedente do trabalho; em toda produção há uma parte excedente entre o custo real da mercadoria e seu o valor de venda, o lucro do capitalista (Marx, 1978, p.55-125). Esse trabalho a mais ou mais de trabalho (Lacan, 1992, p.17) caracteriza-se no discurso do mestre como discurso do inconsciente, a tentativa de recuperação de um gozo perdido e inapreensível. Assim, em analogia à teoria marxista da mais-valia, Lacan cunhou o conceito de mais gozar, um dos nomes do objeto a enquanto tentativa de recuperação desse gozo perdido. Da mesma forma que a mais-valia, o mais gozar não entra no circuito da significação fálica; constitui-se um resto não simbolizado que escapa ao sujeito, indicando uma alienação à sua forma de gozo. É nessa hiância, perda, um oco, afirmará Lacan (1972-1973, 1992, p.48): "[...] que certo número de objetos vêm certamente preencher, objetos que são, de algum modo, pré-adaptados, feitos para servir de tampão [...] oral, anal, escópico e mesmo vocal. Estes são os diversos nomes com os quais podemos designar como objeto o que concerne ao a".

Entre o sujeito () e (a) temos o matema da fantasia original indicando que entre o sujeito e o objeto de desejo há uma junção e uma disjunção, delimitando a cota de fracasso no encontro do sujeito com seu objeto de desejo. Sabemos por Lacan (1962-1963) que a angústia surge exatamente quando o campo de junção e disjunção (◊) entre o sujeito e objeto se rompe, ou quando a falta falta, e o sujeito encontra-se diretamente com o objeto. Quer dizer não é a impossibilidade do objeto que angustia, mas sua presença direta sem nenhum véu ou barreira. Os significantes mestres como agente formalizam ainda um sujeito como efeito dos significantes que está no lugar da verdade, dividido pelo menos entre dois significantes que o nomeiam (S1 e S2). Estamos, portanto, no campo da nomeação e da representação.

Em Televisão (1973, 1993, p.29), Lacan caracterizará a nossa época como a modificação que a ciência submeteu ao discurso do mestre; no lugar de agente está o e no lugar da verdade está S1. Outra modificação importante no discurso do mestre é a retirada das flechas e as barras que marcam o campo da impossibilidade provocando a emergência direta dos objetos sobre o sujeito e dos significantes mestres sobre S2 ( cadeia do saber).

 

 

No discurso capitalista o sujeito situa-se como agente, mas só o é sob a forma de semblante já que está determinado por objetos fabricados pela Ciência e o mercado (latusas)5 que se vestem como objetos causa de desejo, quando na realidade só tendem a camuflar o desejo e sua causa. Assim, no campo das latusas ou dos gadgets o objeto a encontra-se fora de sua vertente de causa de desejo. A promessa de um gozo rápido e sem furos estende-se a todos os campos, desde o amor e a sexualidade (programas televisivos e de internet prometem o par perfeito e um amor de completude) até o uso de produtos para beleza, medicamentos e outros objetos que se inserem na série de mais gozar.

No discurso capitalista impera a concepção de um sujeito livre de sua determinação, que escolhe e goza sem limites pela via de todos os objetos largamente oferecidos, tentando apagar a inexistência do objeto adequado ao desejo. Nessa direção, Lacan afirma que "o significante mestre, por ter dissipado as nuvens da impotência, surge como inatacável [...]" (Lacan[1969-1970] 1992, p. 169). Apagar as nuvens da impotência é apagar a cota de fracasso sempre presente na relação do sujeito com o Outro e com os objetos, é desconhecer que no ser falante algo resiste à universalização.

Os S1s só em aparência encontram-se sob a barra, pois na realidade incidem diretamente e sem barreira sobre a produção do saber, a partir de uma consistência significante alheia à maneira da psicanálise operar com os Nomes do Pai. Lembramos que Lacan, retomando as indicações de Lévi-Strauss sobre o Um da exceção presente em todas as culturas, destacou o pai como um significante, demonstrando que existem formas diversas desse significante se inserir na civilização. Em R.S.I lemos "que qualquer um pode constituir uma exceção para que a função de exceção se transforme em modelo" (Lacan, (Lição de 21-01-1975). Nessa vertente, Soler (2006, p.179) salienta que esse Pai, todavia, não é qualquer um, mas um "modelo da função" e não um pai modelo. Ou seja, a função paterna não tem a ver com as aptidões, ideais ou talentos do pai. Assim, ao invés de um declínio dessa função na atualidade, podemos pensar que ela continua operante, mas sob vários nomes e sob os efeitos do discurso capitalista atual. A consistência dos Nomes do pai indica portanto uma imaginarização desses significantes, ao invés de seu esvaziamento.

Esta incidência direta dos objetos sobre o sujeito, bem como o domínio de significantes mestres que não se mostram, mas operam de maneira consistente sobre a produção e veiculação do saber, apresenta-se no uso dos medicamentos. Há um laço entre a distribuição do saber e a publicidade, transformando os objetos causa do desejo em latusas, objetos mais de gozo. A incidência direta dos objetos sobre o sujeito gera, entre outras respostas, um campo privilegiado de angústia. Sem a causa que leva o sujeito a sustentar sua fantasia, o sujeito se vê entregue a uma série interminável de objetos que mudam de cor e forma e incidem sobre ele de forma metonímica em um tempo sem intervalo, e impondo-se como mais de gozo, um valor para além de seu uso, além do tráfico de medicamentos. Como proferiu Lacan, os efeitos da Ciência podem ser materializados "sob a forma de diversos produtos que vão desde os tranquilizantes até os alucinógenos. Isto complica singularmente o problema do que até aqui foi qualificado, de maneira puramente policial, de toxicomania." (Lacan, 1966, p.11).

Ao contrário dos quatro discursos formalizados por Lacan (mestre, universitário, analista e da histeria), o discurso capitalista opera tentando apagar o que não funciona com efeitos decisivos sobre certos esfacelamentos de laços sociais. Se as torções dos discursos, seus giros constituem-se em uma forma de tratar o real que sempre escapa, apesar de efetivo, a dominação do discurso capitalista no tratamento dos sintomas nos leva a refletir o que fracassa em outros discursos. De toda forma, vale sublinhar que o uso do medicamento tem funções diferentes dependendo do lugar que ele ocupa na estrutura discursiva. Ele pode se inscrever na insatisfação histérica, ser uma tentativa de recuperação de um gozo impossível, como no discurso no mestre, ou até mesmo entrar no tratamento como causa de desejo.

 

O real da angústia e o medicamento na direção do tratamento

A propósito desse debate, retomo um recorte clínico no qual a prescrição de um medicamento, ao invés de cobrir o campo da angústia, expõe um real difícil de suportar.

Trata-se de um sujeito de 67 anos6 que chega à análise com um estado depressivo acentuado, dizendo-se "abatido pelo tempo", apresentando queixas dos antidepressivos utilizados e do uso do Rivotril. Reclama dos efeitos do envelhecimento em torno da perda do poder sobre sua família após sua aposentadoria. O que se aposenta? A resposta, "meu lugar de pai e homem da família" indica de imediato que era outra a aposentadoria em cena. Aposentara-se alguns anos antes do que ele nomeia de "sua crise", mas continuando a administrar o comércio da família.O que antes parecia funcionar bem, desmorona-se e, de repente, Jésus se vê confrontado com uma nova economia, a do mercado e sua própria economia. Os grandes magazines sobrepõem-se aos pequenos comércios e as dívidas antes pagas sem problemas, ameaçam o futuro do comércio. Endividado, pagando títulos em cartório ressente-se, ainda, do comando das mulheres (esposa e filhas) que assumem a loja, sob a alegação de que diante de sua "crise" era-lhe impossível gerir os negócios. À destituição de seu lugar de pai soma-se a destituição de homem "mantenedor da casa".

Outro fato agrava ainda mais seu estado: a mulher e a cunhada, à sua revelia, saldam toda sua dívida, desencadeando uma angústia avassaladora diante da qual Jésus mal podia dormir, tornara-se agitado, mais depressivo e tomado por uma raiva dirigida às mulheres que toca pontos fundamentais de sua história. "Como elas podiam pagar uma dívida pessoal? Agora estou nas mãos delas, elas comandam; querem me rebaixar, tornando-me pequeno. [...]" A crise do pai desqualificado enlaça-se imediatamente à questão de sua posição masculina a que ele responde com problemas de impotência.

Diante da pergunta por que uma mulher não podia pagar suas dívidas, Jésus traz em cena outra dívida, muito mais importante, e um ponto de identificação e fixação num pai que falha que impõem o sentido de seu gozo: fazer dívidas e pagá-las em seguida. Surge na análise a figura de um pai privado de pagar a dívida, ou que morre ao ser cobrado de uma dívida já paga, quando Jésus tinha apenas quatro anos. A dívida do pai morto, agora simbólica, mistura-se às dívidas no real: "Eu sempre fiz dívidas e as pagava, mas agora..." No agora ele depara-se com o ato cortante das mulheres impossibilitando a postergação da dívida. A estranheza diante desse fato ressoa afinal bem familiar: após a morte do pai, a mãe, mulher forte e que "sabia cuidar de tudo", torna-se o "esteio família". O ato das mulheres de pagar sua dívida corta, ao mesmo tempo, a escansão entre a dívida simbólica e a real e, na impossibilidade de postergar a segunda, escancara-lhe o real da castração e o encontro com a morte. A impotência do pai morto transveste-se em sua própria impotência.

A angústia de ter sido "privado" de pagar a dívida, "pessoal e intransponível", mistura-se à angústia diante do gozo feminino, e que nenhum medicamento consegue aplacar. O real de uma mulher que, saldando sua dívida, retira-lhe num só golpe as amarras fálicas, impondo-lhe uma angústia implacável, faz vacilar aquilo que recobria para ele o objeto e a condição de seu desejo. Interroga-se se algum dia sua mulher realmente gozou com ele, já que, diferentemente do homem, uma mulher pode entrar em uma relação sem sentir vontade e, pior, pode mentir sobre seu gozo. "São as mulheres que comem os homens e não o contrário, já que elas podem gozar várias vezes se quiserem, enquanto os homens quando gozam, ficam exaustos, frouxos."

Queixa-se dos efeitos colaterais dos antidepressivos e do Rivotril que lhe inibem o ato sexual, causando-lhe sintomas de impotência e falta de desejo. A possibilidade do uso de Viagra indicada pelo médico é logo descartada: "tomar esse medicamento é ter a certeza de minha derrota e poderei esperar tudo dela." Questionava-se ainda se não seria melhor deixar para lá, a ter de conviver com o que ele denomina a ilusão do homem que come a mulher, interpretando o gozo das mulheres como um gozo sem barreiras que invade o sujeito. Relaciona essa posição das mulheres com suas perdas fálicas, nas quais elas estavam implicadas. O real dessas perdas nenhum medicamento pode apagar, pois o "[...]verdadeiro real, é aquele justamente que nos falta completamente [...] pois desse real, no que nos concerne, somos totalmente separados [...] nunca superaremos a relação entre esses falasseres que nós sexuamos como homem e esses falasseres que sexuamos como mulheres. [...] sobre este ponto, não há nenhuma chance [...] que tenhamos uma fórmula, uma coisa que se cientifique" ( LACAN, 1974).

A angústia, como indicou Lacan, é um afeto que não engana e mostra a causa do desejo. Diante desse real, se o uso do medicamento pode, em alguns casos, aplacar um pouco isso que da angústia ressoa no corpo, o real da angústia é bem outro, "[...] é o que não anda, é uma pedra no caminho, bem mais, é o que não cessa de se repetir para entravar essa marcha" (LACAN, A Terceira, 1974).

Se o Viagra poderia nesse caso entrar como coadjuvante na cena tratando a disfunção erétil, para esse sujeito, ao contrário, a possibilidade de seu uso toca um real difícil de suportar. A angústia anuncia o encontro desse sujeito com o real (o falo enquanto queda, esse insuportável da obscuridade do encontro homem\mulher) a que ele responde pela solução temporária da impotência. A impotência tem aí uma função.

Na direção do tratamento há que suportar o tempo necessário para que algumas soluções encontradas pelo sujeito, como estratégias necessárias para tratar o real, sejam subjetivadas como sintoma. Nesse momento, não seria o uso do Viagra, como ele mesmo indicou, que iria retirá-lo do embaraço diante do encontro com o real. Nos termos de Lacan, tratava-se aí "[...] de um sujeito embaraçado, inibido pelo ato, no circuito inscrito pelo impedimento." (LACAN, A angústia, Lição de 26/06/63) e que dele parecia não querer se livrar.

Se, de um lado, o Viagra poderia se localizar como uma potência que não engana, de outro, a falta de libido e desejo não se escondem, pois se encontram sob um real que nenhum medicamento pode apagar. Entre o que não engana e o que engana, entre o desejo de não ver, não saber e a inibição como uma "rolha", fechando a causa do desejo, o sintoma enlaça-se ao corpo como forma de dar consistência àquilo que da angústia não se apaga.

 

Bibliografia

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Endereço para correspondência:
Rua Antônio de Albuquerque, 749/602 – Savassi
30112-010 – Belo Horizonte/MG
Tel.: (31)3227-8483
E-mail: angelamucida@terra.com.br

RECEBIDO EM: 30/06/2009
APROVADO EM: 24/08/2009

 

 

Sobre o Autor

Ângela Mucida
Psicóloga. Analista Membro da Escola dos Fóruns do Campo Lacaniano (AME). Autora dos livros: O sujeito não envelhece – psicanálise e velhice (Autêntica) e Escrita de uma memória que não se apaga – envelhecimento e velhice (Autêntica). Mestre em Filosofia (UFMG). Doutoranda em Psicologia/Psicanálise (UFMG). Coordenadora da Especialização em Saúde mental e Psicanálise – Centro Universitário Newton Paiva.

1 Publicado em 19-02-2009, in: http://depressaoassassina.blogspot.com/2009/03/o-pais-do-rivotril-revista-epoca.html, acesso em 12-06-2009.
2 Ver: Folha de S.Paulo, matéria de 20-06-2004 In: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u95915.shtml, acessado em 26-06-2009.
3 Conforme Derrida, pharmacon encontra em Platão dois sentidos contrários e que não se anulam: um remédio que é também um veneno pois "um remédio não pode jamais ser simplesmente benéfico"( Derrida, 1991, p. 46).
4 http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=37131. Acessado em 04-07-2009.
5 Neologismo criado por Lacan da junção do aoristo do verbo do qual deriva "alétheia" – verdade que desvelando, vela- mais "atmosfera". Latusas é o nome dos objetos criados pelo tempo da ciência, afirma SOLER, Colette, A psicanálise na civilização, 1998
6 Este caso encontra-se parcialmente publicado em: Mucida, Ângela. O sujeito não envelhece – psicanálise e velhice, 2006, p.211-217.

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