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versão impressa ISSN 0102-7395

Reverso vol.33 no.61 Belo Horizonte jun. 2011

 

A economia de gozo e a constituição do sujeito

 

The economy of enjoyment and the constitution of the subject

 

 

Isabela Santoro CampanárioI; Jeferson Machado PintoII

ICírculo Psicanalítico de Minas Gerais
IIProfessor do Departamento de Psicologia da UFMG

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A autora começa situando o conceito de gozo em Lacan, tentando fazer uma distinção entre o gozo do Outro, o gozo fálico e o gozo outro e discute sua importância em relação à constituição do sujeito. Traz em seguida um caso de risco de autismo atendido desde os cinco meses de idade em psicanálise precoce mãe-bebê, onde a criança negativiza os sinais de autismo, porém este caso clínico traz ainda preocupações devido à prevalência do gozo do Outro na relação da mãe com seu filho.

Palavras-chave: Gozo, Gozo do Outro, Picanálise mãe-bebê, Risco de autismo.


ABSTRACT

The author begins explaining the subject of joy in Lacan's theory, after try to distinguish the joy of the Other, the joy phallic and the joy other and discusses its importance at the constitution of the subject. After the author brings a clinical case of risk of autism that was treated in psychoanalysis mother-baby since five months old where the baby loose the early signs of autism, but this clinical case brings still preoccupation because of the prevalence of the joy of the Other in the relationship of the mother with his son.

Keywords: Joy, Joy of the Other, Psychoanalysis mother-baby, Risk of autism.


 

 

Começamos, em primeiro lugar, tentando situar o conceito de gozo em Lacan. O conceito de gozo neste autor parte do elaborado por Freud (1920) em mais além do princípio do prazer. O gozo é percebido por uma atividade pulsional repetitiva e sem utilidade aparente e que insiste. Tal repetição, atrelada à linguagem, não tem nada a ver com automatismos biológicos.

O conceito de gozo vem a ser mais explorado no momento do ensino de Lacan, quando o autor se dá conta de que nem tudo é atrelado ao significante. Poderíamos resumir grosseiramente que para o primeiro Lacan1, o significante barraria o gozo. No entanto, após a última clínica, onde há a prevalência do real, o autor começa a perceber o significante como também produtor de gozo. A palavra jouissance (gozo) em francês é homofônica a je ouis sense (eu ouvi sentido). O duplo sentido nos mostra o gozo do sentido implicado na linguagem.

Freud (1905) fala de gozo pela primeira vez em seu livro Os Chistes e sua relação com o inconsciente. Ele nos diz que, ao contar um chiste a uma pessoa que não o conhece, o enunciador pode recuperar algo do gozo (genuss) perdido com a falta de novidade. Já em sua origem o gozo esteve atrelado ao significante. Freud tece algumas considerações acerca deste prazer desprazeroso, mas o conceito de gozo foi mais bem desenvolvido posteriormente pelo ensino de Lacan.

O gozo aparece também nas outras formações do inconsciente: atos falhos, sintoma e lapsos, mas aqui provoca um estranho desconcerto, ao contrário do chiste, em que o gozo é compartilhado com o interlocutor. Voltaremos posteriormente à questão do chiste, relacionando-a à constituição do sujeito.

Lacan parte do uso do termo gozo pelo discurso jurídico. Neste, gozar implica em usufruir de algo2. Em seguida, ele nos diz de diferentes modalidades de gozo, que resumiremos esquematicamente a seguir. O ser humano vem ao mundo com o gozo do vivo. Experimenta, ao encontrar o Outro experiente3, o gozo do Outro4, gozo originário, mítico, tal como um paraíso perdido, anterior à linguagem. Este vai ser limitado pelo gozo fálico.

O gozo fálico se dá quando o sujeito recebe uma significação fálica no Édipo. É o gozo do ser falante.

Em O Seminário, Livro 20, Mais, Ainda, Lacan (1972-1973) aponta ainda a existência de outra forma de gozo, o gozo feminino ou gozo outro, situado fora da linguagem, mais-além do falo, situandose como uma forma de gozo suplementar e não complementar, já que não há complementaridade entre os sexos. O sujeito em posição feminina suporta a posição de objeto como um artifício, como uma "mascarada", suportando a face de gozo do Outro5, mas sem se deter nele, indo mais além, experimentando algumas vezes este gozo feminino.

Em O Seminário, Livro 20, Mais, Ainda, Lacan (1972/1973) fala de um gozo do Outro e de um gozo outro, que para muitos autores fica indiferenciado. No entanto, faz-se necessário clinicamente diferenciá-los. Se o primeiro se situa aquém do Édipo, o segundo implica em um além do complexo edípico. Há ainda o mais-degozar, relativo ao objeto a, resto de gozo que escapa ao processo de significação.

 

A economia de gozo implicada no autismo

O gozo do Outro aparece nos primórdios de vida do bebê, para retirá-lo do gozo do vivo6. O bebê que vai se constituir normalmente, se oferece à pulsão sexual oral do Outro. Lembremos aqui do terceiro tempo do circuito pulsional (Laznik, 2004), quando o bebê se oferece para ser "comido" de brincadeira pela mãe. Laznik já nos apontava este gozo como essencial à constituição do sujeito, pois é ele que acrescenta Eros ao autismo, sendo que o autista, a princípio, se furta mesmo deste gozo primitivo, pois o Outro já é por demais intrusivo para ele. Godente, ma non troppo, brinca seriamente a autora em outro artigo.7 Ou seja, goze, mas não demais. O excesso de gozo do Outro pode prejudicar ou obstaculizar a constituição do sujeito, segundo esta autora. E o que vai fazer barreira ao gozo do Outro é justamente o gozo fálico.

 

Análise de um filme caseiro de uma criança normal e sua mãe

Vamos transcrever agora uma cena filmada de Fabien e sua mãe e descrita por Laznik neste artigo. Trata-se de um bebê que apresenta um contato normal com sua mãe aos três meses de idade. Esta cena nos é mostrada por Marie-Christine Laznik em suas aulas: o bebê está em uma troca de fraldas com sua mãe.

A mãe começa uma erotização intensa da criança, brincando de comer o seu pé. Quando a mãe para, é Fabien que recomeça, oferecendo o pé para ser comido pela mãe. Para fazer barra a uma erotização excessiva que poderia tornar a criança sintomática (tive na clínica pacientes que reagiam com insônia e agitação a esta situação de erotização excessiva), a mãe recua e passa a admirar a criança falicamente: "Muito bem! Como você segura bem o seu pé".

Laznik sublinha que a criança fica chuffed, orgulhosa da admiração fálica da mãe e de objeto de devoração, torna-se sujeito. Ainda não o sujeito dividido que aparece no intervalo dos dois significantes primordiais, mas o chamado novo sujeito a que Lacan faz alusão no Seminário 11 (LACAN, 1964), o qual aparece quando o bebê completa o terceiro tempo do circuito pulsional, se oferecendo e, com isso, provocando o gozo do Outro.

Chuffed é um termo utilizado por Trevarthen, pesquisador escocês que analisa a musicalidade na comunicação mãe-filho. Vem da cavalaria, demonstrando o orgulho de um cavaleiro que venceu um torneio e vai oferecer sua vitória à dama cujas cores ele defende.

A respeito dessa cena, vale a pena conferir a citação de Lacan em O Seminário, Livro 17, O Avesso da Psicanálise.

"A mulher permite ao gozo ousar8 a máscara da repetição. Ela aqui se apresenta como o que é, como instituição da mascarada. Ela ensina seu pequeno a se exibir. Ela conduz ao mais-de- gozar porque mergulha suas raízes, ela, a mulher, como a flor, no gozo mesmo. Os meios do gozo são abertos pelo seguinte princípio - que ele tenha renunciado ao gozo fechado e alheio, à mãe" (LACAN, 1992, p.70).

Linda citação de Lacan sobre a arte da mãe que, como mascarada, possibilita esta economia de gozo de modo que haja a constituição psíquica de seu bebê. A mãe ousa vestir a máscara do Outro absoluto para permitir que o mesmo goze de um Outro - erotismo, ou seja, um circuito pulsional que passa pelo Outro. Assim, ela o aliena, conduzindo-o a um mais-de-gozar, após a extração do objeto a, com a condição de que ele saia do gozo fechado e alheio à mãe (do autismo). Ela implanta nele o gozo fálico ao ensiná-lo a se exibir. E pode gozar transitivamente com seu bebê do gozo feminino. Mulher que, como a flor, tem as raízes no gozo mesmo.

Vemos nessa cena que a mãe de Fabien conseguiu fazer barra ao gozo do Outro com o gozo fálico. Mas o que fazer quando a mãe não consegue parar, rompendo este equilíbrio delicado de gozo?

A este respeito, voltamos a Lacan em O Seminário, Livro 17, O Avesso da Psicanálise.

"O papel da mãe é o desejo da mãe. É capital. O desejo da mãe não é algo que se possa suportar assim, que lhes seja indiferente. Carreia sempre estragos. Um grande crocodilo em cuja boca vocês estão - a mãe é isso. Não se sabe o que lhe pode dar na telha, de estalo fechar sua bocarra. O desejo da mãe é isto" (LACAN, 1992, p.105).

E o que segura a bocarra aberta é justamente o falo. E quando há uma dificuldade em investir o filho falicamente, o bebê fica com saídas limitadas. Vejamos o que se passa entre Marília e José Tiago.

 

O caso José Tiago - A prevalência do gozo do Outro

José Tiago, dois anos e cinco meses no momento, é atendido no Grupo de Intervenção a Tempo do Centro de Saúde Tia Amância desde os cinco meses de idade. Vem encaminhado pela pediatra do Centro de Saúde Nossa Senhora de Fátima, Dra. Marisa, sensibilizada pela visita da Equipe Complementar na unidade.

A mãe, Marília, relata na primeira consulta comigo que José Tiago é filho de um namorado de sua adolescência que mora em Montes Claros. Ao saber que ele tinha um tumor cerebral e que havia possibilidade de perder os movimentos, Marília decidiu engravidar dele para guardar uma lembrança. Logo após, realmente o namorado tornou-se imobilizado dos quatro membros. Não mantém contato com Marília ou com a criança. Marília pensa entrar na Justiça para que familiares dele ajudem na pensão de José Tiago. Moram na favela do Cafezal, o maior aglomerado de Belo Horizonte, famoso pela pobreza e pela violência.

Marília trabalhava como prostituta e a gravidez avançada a obrigou a parar com esta atividade laborativa. Desde então foi morar com a irmã, com quem tem péssimo relacionamento e é ajudada, financeiramente, pela Pastoral Católica e pela vizinhança. Há relato não confirmado de uso de drogas na gestação. Atualmente mora no porão do prédio da irmã, em um local impróprio e mofado, o que piora o quadro recorrente de asma e infecções respiratórias apresentado por José Tiago.

A mãe, apesar de ter desejado a criança, parece ter pouquíssima disponibilidade afetiva para José Tiago e também compreensão de que ele é uma criança e de como lidar com isto. Sempre se queixa dele, que ele chora, que não melhora, que é mal-educado, que não liga para ela, exigindo coisas como se José fosse adulto. Apresenta-se pouco afetiva com a criança e usa dela para conseguir ajuda financeira. Faz uso de antidepressivos e benzodiazepínicos de maneira irregular, tendo pouca aderência a seu próprio tratamento psiquiátrico e ao tratamento de José Tiago.

Começou a ter uma frequência mais constante na Equipe Complementar após a creche ter vinculado a permanência da criança às suas vindas ao tratamento. Não segue as orientações da equipe no sentido de não dormir junto com o paciente e não alimentá-lo à noite. José está acima do peso. Tal situação é agravada pela falta de atividade: a mãe está sempre com a criança no colo e em casa fica muito na cama, o que contribui, também, para seu atraso motor. Falta demais às sessões, obrigando a equipe a fazer busca ativa várias vezes e reuniões com outros profissionais envolvidos no caso.

Logo na primeira consulta comigo, José Tiago é encaminhado para o Grupo de Intervenção a Tempo. Ele chorava muito, e mesmo quando dirigíamos o olhar para ele, não fixava o olhar, que se perdia no movimento do ventilador. Ficava agarrado no colo da mãe, muito sensível ao tom de sua voz (chorava imediatamente quando havia tristeza ou ansiedade na voz materna) e não brincava.

Após cinco meses do início do tratamento semanal, José Tiago começa a interagir com outra criança do Grupo de Intervenção a Tempo e inicia sua frequência à creche (o dia inteiro). Logo começa a imitar os sons, dar tchau, imitar movimentos, o que aponta para o início da linguagem. Neste ponto, tem início meu estágio em Paris, mas o paciente mantém o grupo com a fono, a TO e acrescido da presença de outro paciente e sua família.

São necessárias duas reuniões com as equipes que atendem mãe e filho nos dois centros de saúde para formar uma rede que possibilite a manutenção do tratamento de ambos, já que a mãe não adere ao tratamento.

Quando retorno da França, em agosto de 2009, apesar de várias faltas, José Tiago evolui bem e não perde o contato mais com o Outro. Está com um ano e três meses. Apresenta bom contato visual, sorri em resposta e procura fazer gracinhas para todos. Não apresenta mais nenhum sinal de risco de autismo. Faz comidinhas, que oferece para os presentes no grupo. Aponta objetos para o deleite visual da analista. Estes sinais excluiriam o autismo em crianças de 18 meses no CHAT.9 Levamos o caso à supervisão na regional, pois nos preocupa agora não mais o risco de autismo, e sim a possibilidade de não inserção do nome-do-pai, já que a mãe não nega nada ao filho. É apontado na supervisão que a própria equipe e a creche fazem a função paterna, o que talvez possa ser internalizado pela criança. Parece que realmente é o que está acontecendo.

Em uma sessão, José Tiago faz uma birra homérica por querer sair de lá carregado pela mãe. Como está muito acima do peso, a mãe tem dificuldades de carregá-lo se queixa em seu tom monótono: "Ele nunca vai desgrudar", mas o pega no colo. Intervenho dizendo que ele já é um menino grande e bonito e que pode andar com suas próprias pernas. José grita, grudando-se nas pernas da mãe, que faz menção de pegá-lo no colo de novo. Digo que não, que ele vai embora andando com suas próprias pernas e a mãe fica impressionada com a maneira como reajo com firmeza, mas tranquila, conseguindo suportar seus gritos, mantendo o meu não, até que José se cala e aceita ir andando ao lado da mãe.

Há nova interrupção quando a mãe parece ter retornado à prostituição e aparece muito machucada em uma sessão. Fazemos valer a rede construída para buscar mãe e filho de volta para o tratamento.

Aos dois anos de idade, como as avaliações neurológicas não estavam tranquilizando a mãe, pois o paciente mantinha a macrocefalia e a mãe fazia a fantasia de que ele tinha um tumor cerebral como o pai, peço nova avaliação neurológica. O exame neurológico e a tomografia são normais, com a última apontando para uma macrocrania benigna. Trabalho em sessão a fantasia, que persiste, de o filho ser doente como o pai.

Apesar de todas as faltas, José Tiago surpreende em sua evolução, já falando algumas sílabas e brincando com outras crianças no grupo e na escola.

Ele tem adoração por figuras masculinas, guardas, pelo porteiro do Centro de Saúde, o que deixa a mãe muito incomodada. Trabalhamos isso mostrando-lhe que não há problemas nisto. O menino pede a função paterna, pede limites nas sessões, onde faz birra por querer o brinquedo do outro companheiro, e intervimos impedindo que bata no outro paciente. Ele reage melhor agora quando recebe o limite da equipe. Na escola, bate nos colegas, mas recebe bem também os pequenos castigos impostos.

 

Análise de filmes de José Tiago

José Tiago não tem filmes caseiros devido à extrema pobreza da família. Algumas sessões foram filmadas durante minha ausência e enviadas a Paris quando o paciente tinha onze meses; nelas, chama a atenção o grunhido que ele solta diante do encantamento de todos com seu colega de sessão, José Roberto, diante do espelho. Claramente ele quer chamar a atenção para si, já que todos olham para seu companheiro de sessão com admiração. A fono logo interpreta em manhês: "Olha para mim também, gente! Não olha só o outro José não!"

Notamos nesta cena a passividade da mãe, que se mantém ausente em um banco, não sentando no chão para brincar com o filho, como a avó e a mãe de José Roberto. Não o admira falicamente diante de suas conquistas. Só se queixa, mantendo um tom monótono de voz, apesar de nossas intervenções. Quando percebe o ciúme do filho, pega o rival no colo, para aumentar o seu ciúme. Chama a atenção a repetição destas cenas durante as sessões.

Em outra cena, tira um brinquedo da mão do filho e oferece para o rival companheiro de sessão, fazendo o filho chorar, para depois reclamar da birra dele, pois José fez uma birra espetacular. Pelo menos ele não fica mais passivo diante da bocarra do jacaré que ameaça de se fechar sobre ele. Apostamos em sua chance de escapar...

A respeito da tentativa repetida da mãe de fazer ciúmes no filho, ocorre-me outra passagem de Lacan (1959), em O Desejo e sua Interpretação, em que o autor analisa a cena de invídia descrita por Santo Agostinho em Confissão, quando vê o irmão mamar no seio da mãe. O pequeno Agostinho descobre o desejo justamente quando perde o lugar ao seio para o seu irmão. Lacan nos aponta que este é um ponto crucial da constituição do sujeito, pois ali nasce o desejo. Parece cruel, mas seria a única maneira de Marília tornar seu filho um sujeito desejante, privando-o de algo?

 

Bibliografia

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FREUD, S. As pulsões e suas vicissitudes. ESB, v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1990.         [ Links ]

FREUD, S. Além do princípio de prazer. ESB, v. XVIII. Rio de Janeiro: Imago, 1990.         [ Links ]

JERUSALINSKY, J. A criação da criança: letra e gozo nos primórdios do psiquismo. Tese de doutorado apresentada à PUC-SP 2009.         [ Links ]

LACAN, J. O estádio do espelho como formador da função do Eu. In Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.         [ Links ]

LACAN, J. O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.         [ Links ]

LACAN, J. O seminário, livro 17: o avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1992.         [ Links ]

LACAN, J. O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.         [ Links ]

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LAZNIK, M.-C. Bebê com risco de autismo em tratamento conjunto: visa-se a reversibilidade total? Reverso, n.58, p.63-74. Belo Horizonte, set./2009. Publicação do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais.         [ Links ]

LAZNIK, M.-C. Godente ma non troppo - le minimun de jouissance de l'Autre nécessaire à la constitution du sujet. In: Lenfant entre désir et jouissance. Cahiers de VAssociation Lacanienne Internationale, Paris, 2006, p.13-27.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Rua Teixeira de Freitas, 800/101 Santo Antônio
30350-180 - BELO HORIZONTE/MG
Tel.: (31)3281-0602
E-mail:isabelasantoro@uol.com.br

RECEBIDO EM: 08/02/2011
APROVADO EM: 18/04/2011

 

 

Sobre o Autor

Isabela Santoro Campanário
Psiquiatra da infância e adolescência. Psicanalista. Editora das revistas Reverso, do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais e da revista Estudos de Psicanálise, do Círculo Brasileiro de Psicanálise. Mestre e doutoranda em psicologia pela UFMG. Autora do livro Espelho, Espelho meu: a psicanálise e o tratamento precoce do autismo e de outras psicopatologias graves. Salvador: Agalma, 2008. Membro do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais.

Jeferson Machado Pinto
Psicanalista. Doutor em Psicologia. Autor do livro Psicanálise, feminino, singular, Belo Horizonte: Autêntica, 2008. Professor do Departamento de Psicologia da UFMG.

 

 

1. A respeito desta divisão no ensino de Lacan ver A Obra Clara de Milner.
2. LACAN, J. (1972-73). O seminário, livro 20: mais, ainda, p.11.
3. Ver a experiência de satisfação, descrita por Freud (1895) em seu Projeto para uma Psicologia Científica.
4. LACAN, J. (1960) Subversão do sujeito e dialétrica do desejo no inconsciente freudiano. In Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
5. Ver Lacan, J. O seminário, livro 20: mais, ainda, p.103.
6. O gozo do vivo seria o real?
7. O mínimo de gozo do Outro necessário à constituição do sujeito (2006).
8. Aqui o termo em francês d'ouser foi traduzido por ousar, mas é homofônico com dosar
9. O Checklist for Autism in Toddlers (CHAT) é um instrumento que, ao ser aplicado a crianças aos 18 meses, pode identificar crianças que mais tarde se comprovaram autistas. O diagnóstico baseia-se na falha de três itens do teste: o apontar protodeclarativo, apontar que não pode estar ligado a objetos da necessidade da criança; o jogar simbólico, ou seja, o brincar de faz de conta; e o evitar do olhar.

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