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Reverso

versão impressa ISSN 0102-7395

Reverso vol.33 no.62 Belo Horizonte set. 2011

 

EDITORIAL

 

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás em uma cela
abafada,
este ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
– para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.

Mário Quintana, Emergência

 

Quem escreve uma revista abre várias janelas que fazem respirar uma instituição abafada pelas dificuldades advindas da convivência institucional e também da missão já dita impossível por Freud: psicanalisar.

Quando o real emerge, somente o simbólico da escrita para bordejar o mal-estar. Neste sentido, faz-se urgente escrever. Tanto isso é fato que, mesmo em meio a crises das mais variadas ordens, nossa revista vai cada vez melhor. Cada vez mais prontamente chegam textos de colegas de nossa instituição e de colegas de outras instituições e do estrangeiro, trazendo números a cada dia mais ricos e com mais qualidade.

Mas notamos neste número a prevalência de artigos do CPMG, talvez para abrir mesmo uma janela neste momento de transição que a instituição vive: emergem muitos artigos de dentro de nossa própria casa, que foram priorizados devido à sua excelência. Fomos presenteados com textos maravilhosos dos colegas do CPMG: Breno Ferreira Pena, Carlos Antônio Andrade Mello, Eliana Rodrigues Pereira Mendes, Vanessa Campos Santoro, Paulo Roberto Ceccarelli.

De alunos da instituição, temos os artigos interessantíssimos de Cristina Gaoni Medioli, Edson Santos de Oliveira, Priscila de Lima Catão e Tharso Peixoto Santos e Souza. Fomos brindados com o artigo do professor de psicopatologia clínica em Strasbourg, Claude Schauder, extremamente clínico e útil para quem trabalho com crianças com uma dificuldade em relação ao saber.

Na capa, o trabalho de nossa colega Ana Lucia Guerra.

Aqui me despeço também como Editora da Reverso. Quem faz um poema salva um afogado, quem edita uma revista tenta fazer o mesmo: através da palavra, tenta possibilitar a circulação de saberes e a escrita que pode bordejar o mal-estar proveniente da teoria e clínica psicanalíticas, além da relação nem sempre harmônica com nossos pares.

Isabela Santoro Campanário
Editora