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Reverso

Print version ISSN 0102-7395

Reverso vol.34 no.64 Belo Horizonte Dec. 2012

 

ARTIGO

 

União e destruição - duas faces do amor

 

Union and destroying – to faces of love

 

 

Maria Carolina Bellico Fonseca

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O que leva um amante, mediante a frustração trazida pelo término de uma relação amorosa, a matar o ser amado? É sabido que o amor, em sua face narcísica e especular, pode ser perigoso, pois muitas vezes se faz necessária a eliminação do parceiro para evitar o desaparecimento do sujeito. Por outro lado, o perigo pode estar presente também numa outra situação na qual se evidencia um sentimento de posse e uma correlação entre o ser e o ter. O amor pode ir da união à destruição e a frustração desempenha nessa transição um papel muito importante. E é através da abordagem e aplicação destas ideias aos crimes ditos passionais, tão comuns nos dias de hoje, que a autora busca um olhar sobre o comportamento desses sujeitos que destroem seus objetos de amor.

Palavras-chave: Amor, Narcisismo, Agressividade, Frustração, Castração, Falta.


Abstract

What leads a lover, frustrated with the end of a love affair, to the killing of his (her) own partner? We know that love, in its narcissistic and specular face, can be dangerous, because it is often necessary to eliminate the partner lover to avoid disappearing in the subject who is in love. In the other hand, danger can also be present in a situation, in which there is a feeling of possession that comes as a correlation between being and having. Love can extend itself from union to destruction and frustration plays an important role in this way of transition. The author, using these ideas to think about passional crimes, so common nowadays, seeks to understand the behavior of these individuals who destroy their love objects.

Keywords: Love, Narcissism, Agressiveness, Frustration, Castration, Privation.


 

 

No nível imaginário, amar é demandar.
No nível simbólico, amar é desejar.
No nível real, amar é gozar.

Malvine Zalcberg

 

Introdução

Tem sido comum em nossos noticiários o rompimento de relações amorosas que terminam em assassinato. O que nós, enquanto analistas, podemos dizer sobre isso? O que leva a pulsão de morte a sobrepujar a pulsão de vida de maneira tão radical? Em alguns casos, mais que perda do amor, o sujeito vive a perda da posse do objeto, situação difícil nos momentos atuais em que, inúmeras vezes, é preciso TER PARA SER. Em outros, presa de uma relação especular, a morte pode ser o único recurso para o indivíduo.

Mas o que é amor? Seria a ilusão de fa (ser) Um com o outro? Dar o que não se tem, como insiste Lacan? Realização do romance familiar edipiano?

No Seminário 20, Lacan o define como aquilo que “vem em suplência à relação sexual” (1985, p.62). Ora, se a relação sexual comporta algum tipo de suplência é porque a complementaridade é impossível, desencaixada, isto é, porta um vazio que nada pode preencher, e se o amor o faz, só o consegue pela via do imaginário. Existe mesmo uma aparente oposição entre amor e sexo, já que o amor é do campo do desejo existente a partir de uma falta, e o sexo do campo do gozo. O amor implica no esvaziamento do gozo pelo desejo, pois onde há gozo ilimitado não há falta e sem falta não há desejo. Em seu âmago encontramos a ilusão de completude narcísica, na qual o amante acredita que o amado tem o que lhe falta para tamponar o seu vazio.

Houve um tempo em que se chegou a estabelecer uma estreita ligação entre o livre exercício da sexualidade e saúde mental e, consequentemente, boas relações amorosas. Mas o que vemos é que, ao contrário de Freud que viveu numa época de forte repressão à sexualidade, o que o levou a admitir a absoluta impossibilidade de “harmonizar os clamores de nossa pulsão sexual com as exigências da civilização” (FREUD, 1912, p.172), vivemos em tempos de liberação e aceitação social do exercício da sexualidade, e nem por isso a relação entre os pares se tornou mais fácil e o prognóstico menos sombrio. Dessa forma, vemos que o problema vai além das repressões sexuais, afinal, nada mais longe da repressão que a banalização do sexo que presenciamos.

Freud (1969) nos aponta a importância da relação entre a experiência vivida com os primeiros objetos de amor e a vida amorosa do adulto, pois esta vivência da criança trará marcas, fixações, que influenciarão as relações posteriores do sujeito adulto. Esta é uma importante descoberta do pai da psicanálise.

Vejamos esta situação mais detalhadamente e no que ela poderia nos auxiliar em nossa reflexão, deixando claro que tomaremos dois operadores – o narcisismo e a relação de objetos, mas que pode haver outros.

 

Um pouco de teoria

É sabido, a partir dos estudos freudianos, que enquanto a sexualidade animal é regida pelo instinto tendo como alvo a reprodução, a sexualidade humana é regida pelo princípio do prazer e também pelo além do princípio do prazer, o que ultrapassa os desígnios da natureza, chegando mesmo a desvirtuá-los ao ter, muitas vezes como alvo, o ato sexual pelo puro prazer do corpo ou prazer pulsional. Mas a situação não é tão simples assim, pois além disso, aqui estamos tratando de seres de linguagem impedidos de contato direto com o real da sexualidade, pela barreira da fantasia. Dito de outra maneira, ao sofrermos a ação do recalque primário na fundação de nossa constituição subjetiva, é fundado também o inconsciente que, a partir daí, armazenará toda e qualquer vivência ou lembrança que possa trazer angústia e tensão. Podemos pensar que a fantasia seria o osso, um ponto duro no inconsciente, que porta a fórmula do sujeito, sua maneira de lidar com o insuportável, indecifrável, ou, em termos freudianos, com o ‘umbigo do sonho’. Para Lacan, a fantasia traz em sua formulação dois polos: amor e gozo, que podemos relacionar às ligações entre pulsão de vida e pulsão de morte. É importante lembrar que o amor é um tratamento do gozo, uma forma de amansar a pulsão de morte.

Mas a sexualidade humana é vivida por um corpo atravessado pela linguagem, corpo que se erogeniza desde o nascimento durante os cuidados maternos que são acompanhados de palavras, sons e melodias portadores de afeto e vividos pela carne que se deixa tratar. Dessa forma, nesse início da vida, a criança se encontra em total estado de desamparo e na dependência do Outro, geralmente representado pela mãe que revela, como nos lembra Zalcberg (2007), “uma obscura autoridade – ela rege a existência da criança, mas o faz de acordo com seus próprios desejos e fantasias cujas significações a criança desconhece” (ZALCBERG, 2007, p.33). Assim, seu desejo é enigmático e remete a criança à falta na mãe que ela procurará tamponar identificando-se com o falo que vem a ser o “suposto objeto de desejo da mãe” (idem, p.39). “O amor nessa face imaginária proporciona a experiência mais próxima à completude a que se pode aspirar” (IDEM, p.40). Na demanda de satisfação das necessidades (circuito imaginário), a criança faz à mãe uma demanda de amor cuja satisfação completa é impossível. Dessa falta, surge o desejo, e das relações com a mãe enquanto outro vai se constituindo o eu psíquico, imaginário.

Para Freud (1969), um narcisismo primário está na base de todo amor objetal (Narcisismo). Vemos que, após um período caótico em que o corpo é vivido como pedaços que não deixam de ser fragmentos erógenos (autoerotismo), este vai se constituindo enquanto unidade e se torna alvo do investimento libidinal do sujeito nascente. É o narcisismo primário que deverá ser seguido pelo investimento de objetos e pelo retorno ao eu, através do narcisismo secundário. Estes momentos de constituição subjetiva serão de grande importância para as relações amorosas posteriores.

A superação desse tipo de relação e o consequente desenvolvimento do eu só ocorrem, como Freud (1969) mostra em seu artigo Sobre o narcisismo, “por um deslocamento da libido para um ideal do eu imposto de fora”. Ou seja, a regulação das relações entre o eu e o eu ideal (imaginários) só se faz “de fora”, por um terceiro, o ideal do eu (constituído fundamentalmente por exigências externas ao indivíduo, particularmente por imperativos éticos transmitidos pelos pais). Essas exigências externas são veiculadas pela linguagem e fazem a mediação entre o eu e o outro, necessária para que seja superada a relação dual imaginária (não mediatizada pela linguagem). Dessa forma, o simbólico passa a prevalecer sobre o imaginário, organizando-o (identificação narcísica secundária, identificação ao outro tomado como ideal do eu).

Assim, a completude narcísica alcançada na identificação fálica (na qual a criança acredita poder completar a mãe) tem que ser interrompida, pois, do contrário, manterá a criança alienada no gozo materno sem condições de constituir seu próprio desejo. E é aqui que se faz importante a intermediação paterna – ela tanto barrará a mãe reafirmando sua falta quanto barrará a criança impedindo-a de manter-se como falo da mãe. Esta é a única possibilidade da criança ascender à condição de sujeito. É, pois, o desejo do pai, amparado na Lei, que fará uma transmissão simbólica e deixará como marca uma identificação com o pai (viril). Este é o fundamento do Édipo tanto para meninos quanto para meninas. Os desdobramentos posteriores serão diferentes.

Gostaria de ressaltar neste texto, em decorrência do tema que me propus abordar, o desdobramento no caso do menino. Malvine Zalcberg o postula assim:

Só o menino pode fazer da passagem pelo pai uma forma de identificação de seu sexo e sair idealmente do Édipo como (suposto) portador do falo. É uma saída que combina com a fórmula do ‘eu tenho’ pela qual o homem vivencia o seu sexo, algo que começa muito cedo” (ZALCBERG, 2007, p.45).

Esta autora postula que o menino continua acreditando poder dar à mãe e, posteriormente, às outras mulheres “o que tem aquela que não tem”; “amar é dar o que não se tem”, já nos dizia Lacan. Isso coloca a criança diante da ameaça da perda (só quem tem pode perder) e não podemos esquecer que a castração aponta para uma falta, para o “não ter”, para uma perda de gozo. É na relação com a mulher tomada como objeto que o homem reaverá “parte perdida dele mesmo no corpo do outro, o parceiro sexual, no caso, a mulher” (ZALCBERG, 2007, p.106). Dessa forma, é possível “recuperar um pouco do gozo perdido e completar a parte faltante de si mesmo” (IDEM, p.107). Não é à toa que uma ruptura pode ter um efeito devastador para o homem, pois, em sua fantasia, sua verdadeira parceira “é a mulher enquanto objeto a” (IDEM, p.109).

Por outro lado, é importante salientarmos neste texto a associação que Lacan faz entre a ocasião do narcisismo e o surgimento da agressividade. Como, neste momento, o sujeito percebe seu próprio corpo na imagem do outro, este último é visto como aquele que está de posse da imagem do sujeito (estágio do espelho). Trata-se aqui de “uma identificação alienante, produtora de tensão, e que tem como consequência imediata a necessidade de destruir esse outro, essa fonte de alienação” (GARCIA-ROZA, 1999, p.68).

Isso porque, (...) “se meu eu está fora de mim, no outro, se meu desejo por consequência é o desejo do outro, é preciso destruir esse outro para que eu possa tomar o seu lugar” (IDEM, p.68). Esse tipo de relação é imaginária, dual e, como toda relação especular, é uma relação mortal, só superável com o surgimento do simbólico.

Ocorre-me aqui, no final desta teorização que, para falar do amor, estou recorrendo à teoria do narcisismo, da constituição subjetiva e dos primórdios do Édipo, o que evidencia a relação entre o amor e as marcas deixadas por estas experiências primitivas do indivíduo, no caminho de assujeito a sujeito.

 

Os impasses nas relações

Se amar é, como nos disse Lacan em vários momentos de sua teorização, dar o que não se tem, o que as pessoas acreditam perder quando são rejeitadas em uma relação amorosa? O que é depositado no outro, no parceiro, que torna a vida impossível quando este se distancia a ponto de, num ato de loucura, buscar o seu extermínio? “Na clínica da separação amorosa é que a perda do amor desencadeia muitas vezes aquilo que parece estar sempre ali, à espreita: a morte” (JORGE, 2010, p.160).

Vimos em nossa teorização as bases narcísicas do amor e sua relação com a falta, especialmente no caso dos homens (não era nosso objetivo trabalhar a participação da companheira) e também a estreita relação entre narcisismo e agressividade. Acreditamos que, mediante a ruptura de uma relação amorosa, vivida como traumática e devastadora pelo sujeito por não haver sua aceitação, não sendo possível o enlace simbólico com o concomitante trabalho de luto, irrompe o insuportável da castração desvelando a face de ódio pela perda sofrida, é o ‘amódio’, como já nos disse Lacan. Ocorre assim um basculamento e ali onde antes se via o amor, instala-se o ódio pelo ser antes amado. Como bem nos lembra Jorge (2010) a partir dos ensinamentos de Lacan:

Quando Lacan inventa o neologismo ‘amódio’ e afirma que ‘o verdadeiro amor desemboca no ódio’, e ainda que ‘não conhecer de modo algum o ódio é não conhecer de modo algum o amor também’, é para frisar que se o amor colmata uma falha, o ódio a escancara: ao perder o objeto amado, o sujeito sofre não tanto pela perda do objeto, mas pelo fato de ter que vir a se defrontar – novamente – com a falta originária de objeto, que era tão prazerosamente escamoteada pelo objeto amoroso. O ódio advém como a revelação fulminante de uma falta que não pode ser preenchida e que, ilusoriamente, o objeto amoroso parecia tamponar – logo, o ódio advém pela percepção violenta, intrusiva, da ilusão inerente ao objeto amoroso” (JORGE, 2010, p.179).

Não se trata aqui da perda de uma pessoa dita amada, mas, acima de tudo, da perda de parte de si e do vazio desvelados com a ruptura da relação. É colocado em xeque ‘o ser por ter’ e no caso da impossibilidade desta fórmula, é o próprio ‘des-ser’ no qual o sujeito despenca de seu lugar e é lançado no vazio de nada ser. Daí, possivelmente, as atitudes extremas como assassinatos ou suicídios... Não se trata do outro ou de sua perda, mas do si mesmo e da perda de identidade.

Seria possível afirmar que o dito amor era vivido no nível simbólico? Difícil acreditar já que neste nível o desejo se faz presente a partir da falta vivida na castração e não em seu tamponamento com o objeto de amor. Não se tratando do nível real, no qual o amar tem que ser questionado já que a tônica é o gozar e o trabalho simbólico não é possível, sobra-nos o nível imaginário do amar, no qual a demanda se faz presente numa exigência constante de satisfação e o outro é vivido como um complemento do sujeito; perdê-lo, neste caso, é perder-se de si mesmo. O objeto passa a ser odiado por não mais dar significação à vida de quem o perde forçando o sujeito a se confrontar com o buraco, o vazio da existência e com a impossibilidade da relação sexual, a impossibilidade da complementaridade na relação entres dois seres falantes. Um dos resultados possíveis, como temos visto na mídia, são os assassinatos de pessoas, em sua maioria mulheres – ‘ele matou por não se conformar com o término’, nos dizem os jornais, mas sabemos que ele matou porque, com o término, a pulsão de vida se desenlaçou da pulsão de morte e o ódio surgiu em sua face mais destruidora, cega e surda. ‘Se ela não for minha, não será de mais ninguém’, ‘se eu não puder tê-la, ninguém mais a terá’, são ditos recorrentes nestas situações de colapso nas quais o Ter passa a conta pela perda.

Por outro lado, tendo em vista a contemporaneidade entre narcisismo e agressividade, é possível também pensar em outro tipo de relação, na qual a tônica se desloca da dificuldade em lidar com a perda para uma situação mais primitiva – a impossibilidade de ser sujeito numa relação especular. Aqui, para se desvencilhar de uma identificação alienante com o outro na qual se torna impossível advir como sujeito, pode se tornar necessária a eliminação do parceiro. Situação passível de ocorrer tanto com homens quanto com mulheres que levaram para suas relações amorosas as marcas da relação dual com a mãe. Relação na qual o significante fálico não pôde operar como tal, no momento exato, fazendo a separação necessária da díade, deixando o indivíduo, muitas vezes, perdido numa psicose, entregue ao delírio de matar para ser.

Se por um lado a relação sexual é impossível, aprendemos com a Psicanálise que só o amor, em sua vestimenta imaginária e apresentação simbólica na qual as palavras preenchem vazios, aquecem os corpos e colorem as mentes, pode amansar (bandigung) a pulsão de morte, dar um tratamento ao gozo. Não é disso que se trata também no amor de transferência?

É claro que tanto os encontros quanto as saídas para as perdas são subjetivos e contingentes e se relacionam, como já nos mostrou Freud, com as vicissitudes das histórias de cada um; mas ainda assim, é possível tecermos conjecturas sobre o tema, desde que deixemos espaço para as diferenças e não percamos de vista que, em Psicanálise, trata-se sempre do caso a caso. Aliás, diante da invasão de real no campo do simbólico, tecer palavras pode ser uma ótima saída.

 

Bibliografia

FREUD, S. Sobre o narcisismo: uma introdução. Edição Standard Brasileira, v.XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1969, p. 85-119.         [ Links ]

GARCIA-ROZA, L.A. Introdução à metapsicologia freudiana III. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. 295 p.         [ Links ]

JORGE, M.A.C. Fundamentos da psicanálise, v.2. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010. 288 p.         [ Links ]

LACAN, J. A agressividade em psicanálise. In Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p.104-126.         [ Links ]

LACAN, J. O estágio do espelho. In Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p.96-103.         [ Links ]

LACAN, J. O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1982.         [ Links ]

ZALCBERG, M. Amor paixão feminina. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 199 p.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Rua Santa Rita Durão, 321/511 – Funcionários
30140-110 – BELO HORIZONTE/MG
Tel.: (31)3281-3677
E-mail: cbellico@terra.com.br

RECEBIDO EM: 17/09/2012
APROVADO EM: 20/09/2012

 

 

Sobre a Autora

Maria Carolina Bellico Fonseca
Psicóloga. Mestre em Psicologia pela UFMG. Membro associado do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais. Vice-Presidente da atual diretoria do CPMG. Professora do curso de Metapsicologia do CPMG.