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versão impressa ISSN 0102-7395

Reverso vol.37 no.70 Belo Horizonte jun. 2015

 

ARTIGO

 

O prazer universal de negar e a vertente irônica na esquizofrenia: uma leitura a partir da psiquiatria clássica

 

The universal pleasure of denying and the ironic versant in schizophrenia: a reading based on classic psychiatry

 

 

Eliane Mussel da Silva

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais
Pontifícia Universidade Católica - MG

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Neste artigo trabalhamos a origem do transtorno ‘gerador’ da esquizofrenia em autores da psiquiatria clássica, articulando o conceito de autismo de Bleuler, de Minkowski com a teoria freudiana e o conceito de discordância de Henri Ey, Chaslin com a teoria lacaniana, com o objetivo de demonstrar que o esquizofrênico com seu “prazer universal de negar” e sua “atitude irônica” testemunha de forma cabal que o “Outro não existe”.

Palavras-chave: Psicose, Esquizofrenia, Negação.


ABSTRACT

In this article we work the origin of the disorder “generator” of schizophrenia in authors of classical psychiatry, articulating Bleuler's concept of autism, Minkowski with Freudian theory and with Henri Ey's concept of disagreement, Chaslin with Lacanian theory, in order to demonstrate that the schizophrenic subject, with his/her “universal pleasure to deny” and his/her “ironic attitude”, witness adequately enough that the “Other does not exist”.

Keywords: Psychosis, Schizophrenia, Negation.


 

 

O transtorno primário ‘gerador’ da esquizofrenia na psiquiatria clássica

Bleuler – em 1911, tendo como ponto de partida em sua análise dos sintomas esquizofrênicos, a psicologia dos complexos e os mecanismos de condensação, além do deslocamento evidenciado por Freud no estudo dos sonhos e dos atos falhos – estabelece a dissociação como o transtorno primário gerador da esquizofrenia. Em sua concepção associacionista era a “representação – meta que [soldava] os anéis da cadeia associativa no pensamento lógico” (BLEULER apud BERCHERIE, 1989, p. 231).

Em todos os níveis do funcionamento psicológico como os processos de pensamento, afetividade, conação, o déficit específico da esquizofrenia aparecia para esse autor como uma consequência

[...] [da ausência] do direcionamento geral exercido pela representação – meta”. Nessas condições, o conjunto das operações psicológicas ficava abandonado à ação dos complexos, e o sujeito parecia viver quase que permanentemente um estado análogo à associação livre, ao devaneio ou ao sonho (BLEULER apud BERCHERIE, 1989, p. 231-232).

Em A interpretação dos sonhos (1900) Freud concebe a existência da representação – meta inconsciente referindo que “[...] ignoro o estado de desagregação psíquica que poderia permitir um pensamento desprovido da representação – meta” (FREUD, [1900] 1967, p. 449).

Para Bleuler a dissociação engendra o autismo que “praticamente [coincidia] com o que Freud [chamava] de autoerotismo” (BLEULER apud BERCHERIE, 1989, p. 232).

O autismo seria, assim, o sintoma que melhor exprimia a essência do quadro sintomatológico da esquizofrenia: “[...] o sujeito vive num mundo interno, inteiramente subjetivo” (BLEULER apud BERCHERIE, 1989, p. 232), onde suas ideias e seus atos testemunham a perda do contato da realidade. “Eles vivem em um mundo imaginário, feito de todo o tipo de realização de desejos e de ideias de perseguição”.

No sujeito coexistem dois mundos: o mundo autista e o mundo da relação com os outros na medida em que, para Bleuler, não existiria jamais uma perda total da realidade.

Minkowski (1921) deixa de lado o associacionismo de seu mestre Bleuler, propondo que o transtorno essencial da esquizofrenia, consiste na perda de contato vital com a realidade, ou seja, o autismo. Refere o autor:

Devemos sublinhar aqui o termo “vital”, pois o que o esquizofrênico perde não é a possibilidade de um simples contato sensorial com o ambiente, mas a dinâmica desses contatos, para tudo dizer, o que faz o caráter vivo da relação do sujeito com os outros (MINKOWSKI apud PEREIRA, 2004, p. 128).

Minkowski põe o acento sobre a dimensão social em sua noção da perda de contato vital com a realidade – a ruptura com o mundo humano – ou, como dirão mais tarde outros autores, a ruptura do laço social. Follin em 1946 define o homem enfermo como “[...] o homem isolado em relação ao seu meio social”, e Lacan, em 1973, define o esquizofrênico como um sujeito que se especifica por estar pego sem o recurso de nenhum discurso, em nenhum laço social.

Excluindo-se à abertura dialética com o outro, o esquizofrênico se vê mergulhado em uma vivência do sem-sentido, que impõe uma reconstrução forçada do sentido de sua existência e de seu corpo a partir das atitudes mórbidas descritas por Minkowski, das quais destacamos a atitude interrogativa, o mau humor mórbido e a atitude antitética, que seriam verdadeiras respostas concretas de um sujeito esquizofrênico frente a sua problemática.

Philippe Chaslin, em 1912, em sua obra Elementos de semiologia e clínica mental, descreve as formas clássicas da demência precoce sob a denominação de “grupo provisório das loucuras discordantes”, referindo que

[...] o termo demência precoce de Kraepelin é mal escolhido para designar uma afecção em que o doente [era] sempre menos demente do que parece. Bleuler emprega o termo esquizofrenia para caracterizar essas loucuras e eu elegi o termo de loucuras discordantes (CHASLIN apud BERCHERIE, 1989, p. 298).

Faz da discordância o distúrbio principal gerador da esquizofrenia,

[...] uma discordância, uma desarmonia entre os sintomas, parecendo estes independer uns dos outros até certo ponto (CHASLIN apud BERCHERIE, 1989, p. 299).

Desde 1934, Henri Ey identifica a dissociação de Bleuler com o conceito de psicoses discordantes de Chaslin. De um lado, descreve a síndrome dissociativa como o modo esquizofrênico de desestruturação da consciência e da personalidade e, de outro lado, refere que o vazio assim criado pela dissociação se transforma numa produção delirante positiva, ou seja, o delírio autístico ou autismo.

Esses dois pólos da descrição do estado esquizofrênico são complementares e teriam características comuns: a ambivalência, a extravagância, a impenetrabilidade e o desapego que seriam para Ey os aspectos clínicos da discordância de Chaslin.]

 

Bleuler, Minkowski com Freud: o autismo

No texto Introdução ao narcisismo (1914) Freud caracteriza dois traços essenciais na clínica da psicose: um desligamento parcial da libido das pessoas e coisas do mundo externo e o delírio megalomaníaco. A solidariedade entre essas condições é evidente, pois a libido, que é retirada do mundo exterior, recai sobre o Eu.

A clínica nos mostra que, no campo da esquizofrenia, uma vez deflagrada a crise, há o desencadeamento de um significante – S1 – um significante real que nada representa, que desestabiliza sua identificação primeira, confrontando o sujeito a um gozo que o fragmenta.

Na impossibilidade de restituir a cadeia, articular o S1 desencadeado a um S2 pelo viés do delírio megalomaníaco, há na esquizofrenia uma dispersão dos significantes, e a libido retirada do objeto é introvertida no órgão, denotando o fracasso da identificação.

A introversão da libido se apresenta enquanto uma ruptura da trama libidinal, implicando um desarranjo estrutural e econômico. Em função do desamalgamar das pulsões, no esquizofrênico vemos um gozo que retorna ao corpo autoerótico despedaçado pelo real da pulsão, acompanhado da dispersão dos significantes.

Nada mais é compreensível, não há mais ordem para o sujeito – momento lógico do sem sentido. Resta a identificação ao objeto real, objeto resto, dejeto da operação dissociativa, onde o sujeito é tomado pelo estupor e pela catatonia.

Nos parágrafos finais do artigo A negativa, Freud ([1925] 1974, p. 299) conclui de forma concisa que “[...] a afirmação – como substituto da unificação – pertence a Eros; a negação – sucessão da expulsão – pertence à pulsão de destruição”.

Marca a diferença entre a negação e o negativismo encontrado em alguns psicóticos, propondo a hipótese de que o prazer universal de negar do psicótico deve ser entendido como “[...] sinal do desamalgamar das pulsões por subtração dos componentes libidinais” (FREUD, [1925] 1974, p. 299).

A desfusão pulsional a que Freud se refere corresponde a “[...] uma retirada dos componentes libidinais” e nos indica que na esquizofrenia nem a Bejahung, essa atribuição ou afirmação primária atributiva se sustenta. O não é generalizado – prazer universal de negar.

 

Chaslin, Henri Ey com Lacan: a discordância

Lacan, por várias vezes, em sua obra utiliza a noção psiquiátrica de discordância tal como elaborou Chaslin para estabelecer uma clínica diferencial entre a esquizofrenia e a paranoia, bem como tal conceito lhe permite romper com o conceito de compreensão jaspersiano.

Em sua tese diz:

Mas é evidente que, na medida que as investigações progridem no sentido de formas mais discordantes da psicose, passando das formas paranoicas às paranoides, a compreensibilidade e a coerência conceitual ... se revelarão cada vez mais reduzidas e difíceis de apreender [...] (LACAN, 1987, p. 347).

No texto A agressividade em psicanálise (1948) a discordância serve a Lacan para reunir a intuição do estágio do espelho, o dualismo pulsional freudiano, com a clínica da psicose,

[...] a tendência agressiva se revela fundamental numa certa série de estados significativos da personalidade, que são as psicoses paranoides e paranoicas [...] Assim se coloca em série, de maneira contínua, a reação agressiva, desde a explosão tão brutal quanto imotivada do ato , passando por toda a gama das formas de beligerância, até a guerra fria das demonstrações interpretativas, paralelamente às imputações de nocividade que, sem falar do Kakon obscuro a que o paranóide refere sua discordância de qualquer contato vital [...] (LACAN, [1948] 1998, p. 113).

No Seminário as psicoses, Lacan reúne de maneira original o automatismo mental de Clérambault e a discordância de Chaslin ao afirmar que o mérito de Clérambault é ter mostrado o caráter ideicamente neutro, o que quer dizer em sua linguagem, que está em plena discordância com as afeições do sujeito (LACAN, 1985, p. 284).

François Sauvagnat, em um artigo intitulado Secrétaire de l’aliéné, trabalha com o conceito de fenômeno elementar a partir de diferentes autores que foram referências para Lacan, estabelecendo a hipótese de que o Seminário R.S.I., de 1973, foi uma tentativa de tratar a questão da esquizofrenia para além da noção de fora do discurso.

Sauvagnat (1999) refere que, a partir do Seminário R.S.I., Lacan toma em consideração a possibilidade de uma ausência da articulação entre as dimensões simbólica, imaginária e real. Isso constitui uma elaboração nova da problemática da discordância elaborada por Phillippe Chaslin.

A falta de enodamento dos três registros na esquizofrenia revela a desorganização “independente” de cada dimensão, o que nos leva a dizer que no esquizofrênico o imaginário do corpo se solta, e aparecem os fenômenos hipocondríacos de disfuncionamento dos órgãos. As associações no registro simbólico se dispersam sem a possibilidade de fazer sentido. O esquizofrênico não se defende do real através da linguagem porque para ele o simbólico é real, como nos diz Freud ([1915] 1974), no texto O inconsciente, “[...] na esquizofrenia as palavras são tomadas pelas coisas”, são reais.

O esquizofrênico se especifica assim, por recusar todo o compromisso com o imaginário, permanecendo provocado pelo sem-sentido, rechaçando trocar o gozo pela significação. Uma posição ética que Lacan assinala como a “insondável decisão do ser”.

 

O negativismo do esquizofrênico

O desencadeamento de um significante no real sob a forma da alucinação, no campo das psicoses, responde à escolha da foraclusão do Nome do Pai. Contrariamente ao paranoico que faz uma escolha de um sentido, o esquizofrênico se coloca do lado da articulação real-simbólica recusando o uso de todo o sentido.

Exatamente por recusar todo o compromisso com o imaginário vemos na esquizofrenia o “prazer universal de negar”.

Tanto o autismo como o negativismo decorrem da desfusão pulsional resultante da retirada de componentes libidinais. Mas enquanto o autismo nos assinala a retirada parcial da libido do mundo externo e sua introversão ao órgão, o negativismo manifesta a discordância entre o sujeito e o mundo externo, sustentando a sua existência autística.

O negativismo do esquizofrênico, reconhecido por diversos autores da psiquiatria clássica, se apresenta na clínica a partir de várias nuances como o maneirismo desdenhoso e o falso consentimento de Ey, as atitudes mórbidas de Minkowski e a ironia de Bleuler.

Para Lacan, a ironia seria um termo que permite responder sobre a função social da enfermidade mental, referindo que quando temos a prática com o esquizofrênico, “[...] você conhecerá a ironia que o arma, dirigida à raiz de toda a relação social” (LACAN, [1966] 2003, p. 216).

A ironia longe de ser uma reação agressiva “[...] é antes de tudo uma maneira de questionar, um modo de questão” (MILLER, 1966, p. 191).

Ressalta ainda que a ironia não é do Outro, ela é do sujeito e vai contra o Outro.

O que a ironia diz? Diz que o Outro não existe, que o laço social no fundo é uma escroqueria, que não há discurso que não seja de semblante (MILLER, 1966, p. 191).

Com o negativismo e fortalecido por sua ironia lógica, o esquizofrênico se opõe a todo discurso que pressupõe um senso preestabelecido. Se os discursos não passam de defesas contra o real, com o negativismo o esquizofrênico “[...] se particulariza por ser surpreendido sem a ajuda de nenhum discurso estabelecido” (LACAN, 1972, p. 31).

Grasser (1998, p. 191) indaga: “Seria o esquizofrênico aquele que escolhe ficar mais próximo de uma verdade intransmissível, uma vez que exageradamente objetiva?”.

Com o negativismo, o esquizofrênico permanece fiel não somente à sua escolha pela foraclusão do Nome-do-Pai, mas também pelo não sentido e pela descrença do Outro.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Rua Yvon de Magalhães Pinto, 711/111 - Santa Lúcia
30350-560 - Belo Horizonte - MG
E-mail: e.mussel@globo.com

Recebido em: 03/08/2015
Aprovado: 10/08/2015

 

 

Sobre a Autora

Eliane Mussel da Silva
Psiquiatra. Psicanalista.
Membro do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais.
Professora Titular de Psicopatologia na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.

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