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Reverso

versão impressa ISSN 0102-7395

Reverso vol.37 no.70 Belo Horizonte jun. 2015

 

ARTIGO

 

Neologismos

 

Neologisms

 

 

José Martinho

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Artigo que trata da produção de neologismos no último ensino de Lacan, distinguindo esta produção do psicanalista da criação do neologismo como fenómeno linguístico, cultural e clínico.

Palavras-chave: Neologismo, Lacan, Psicanalisar.


ABSTRACT

Article dealing with neologisms production in the last teaching of Lacan, distinguishing this production of the psychoanalyst and the creation of the neologism as linguistic, cultural and clinical phenomenon.

Keywords: Neologism, Lacan, Psychoanalysis.


 

 

Que é um neologismo?

“Neologismo” é palavra nova. Nova porque não se encontrava ainda na língua onde será dita ou escrita.

As entidades neológicas podem ser formais, semânticas e pragmáticas. Regra geral são criadas pela necessidade de designar um objecto ou um conceito inédito, em áreas tão diversas como o artesanato, a culinária, o desporto, a engenharia, a publicidade, etc. O “neologismo popular” nasce nas conversas do dia a dia e nas gírias. O “neologismo científico” e o “neologismo técnico” impõem-se quando a ciência e a tecnologia necessitam atribuir nomes a novas descobertas e instrumentos. O “neologismo literário” é sobretudo criado pelos escritores, dramaturgos, romancistas, poetas, etc.

O neologismo processa-se normalmente por abreviação, aglutinação, justaposição, prefixação, sufixação e importação de vocábulos.

Fala-se também de neologismo a propósito do “estrangeirismo”, de uma palavra de outro idioma que vem incorporar-se na língua; esta incorporação transforma geralmente a maneira de escrever a palavra original para que possa ser mais facilmente entendida pelos utentes da língua que a importam. É, por exemplo, o caso do inglês football, que, em português, deu “futebol”, ainda que Fernando Pessoa sugerisse que se dissesse “bolapé” ou “pedibola”.

O neologismo é “completo” quando respeita a forma e o conteúdo do que se pretende dizer, caso de “microfone”; há neologismo “incompleto” quando uma palavra já existente na língua adquire um novo significado, por exemplo “trombudo” para significar mal-humorado ou arrogante.

Classificam-se ainda os neologismos nos seus aspectos formais e funcionais. A classificação formal compreende a derivação, a composição, os empréstimos, os decalques, as palavras-malas, a associação fonética e literal, semântica e a lexicalização. A classificação funcional inclui as funções denominativa, estilística, analógica, de adequação e terminológica.

Na verdade, a criação de novas palavras é comum a todas as línguas vivas. Com o tempo, esta novidade passa a integrar o léxico.

Wittgenstein dizia que a nossa linguagem é como uma cidade antiga, onde vão aparecendo novas casas e bairros. Neste sentido, podemos afirmar que todas as palavras das línguas faladas hoje são neologismos.

Observe-se, por exemplo, o título desta Revista onde publico o meu artigo. Se operarmos uma dissecação do seu nome, Reverso, apercebemo-nos que congrega termos extraídos de outras línguas, as palavras francesas rêve (sonho) e rêver (sonhar), e as palavras portuguesas “rever”, “ver” e “verso”.

Uma vez expostas estas definições e reflexões de carácter geral, passo ao que me interessa particularmente aqui: o facto do psicanalista Jacques Lacan ter criado inúmeros neologismos, especialmente na última etapa do seu ensino (1971-1981).

Entre estes, destaco cinco para o meu propósito:

• lalangue;
• l’apparole;
• parlêtre;
• plus-de-jouir;
• sinthome.

Mantenho os termos na lalangue em que foram enunciados, mesmo sabendo que existem várias traduções dos mesmos, que conduzem todas à criação de neologismos desses neologismos. No espaço da tradução neológica, permaneço, pois, fiel ao proverbio traduttore, traditore, tradutor, traidor.

Começo por falar do modo como alguns estudiosos – ou astudés, como Lacan designa os estudantes no seu Seminário XVII ([169-170] 1991)– têm lido esses neologismos.

Distingo cinco tipos de leitura.

Em primeiro lugar, existem aqueles que acreditam que os neologismos traduzem o gosto do Mestre pelo calembour, a chalaça, a provocação, a brincadeira com os sons, as grafias e o sentido das palavras. Esta leitura levou alguns a considerarem o gosto de Lacan algo surrealista, bastante duvidoso e até pouco sério para um psicanalista; contrariamente a estes, outros, tentando imitar Lacan, pensaram que a boa maneira de inovar na psicanálise era precisamente de inventar mais neologismos. Os primeiros inibiram-se de o fazer pondo a aventura de lado; os segundos fizeram proliferar um bricabraque de neologismos em detrimento da psicanálise. Um terceiro caso de figura é o daquele que começou alegremente por criar neologismos e acabou no mutismo.

Um segundo tipo de estudiosos, mais amantes de literatura e de política que de palavras-cruzadas, preferiram ver nos neologismos de Lacan algo comparável ao que fez Joyce com a língua do antigo Império Britânico. Concluíram que o triturar da língua dominante era o apanágio dos grandes escritores, mas que podia também ser o dos grandes psicanalistas como Lacan. Lacan não se teria apenas contentado a fazer Finnegans Wake com a língua francesa, tê-lo-ia feito com os próprios termos de Freud, por exemplo preferindo Une bévue a Unbewusste (Inconsciente). O maior problema desta leitura é que faz entrar facilmente a psicanálise numa espécie de projecto revolucionário, politico-literário ou, então, faz dela uma arte-terapia pela writing cure.

Em terceiro lugar existe uma leitura que se pretende mais próxima da clínica. Os seus adeptos lembram que o Doutor Lacan se refere desde o começo ao neologismo como fenómeno psicótico. A sua formação psiquiátrica teria contribuído para tal, pois esta tradição médica interessou-se muito cedo pelas alterações do aparelho da linguagem (afasia, agramatismos, disartria, dislalia, dislexia, estereotipia, parafasia), bem como pelas alterações predominantemente funcionais desse aparelho (disfemias, disfonias, ecolalia, logorreia, mutismo e outras); é nestas últimas que se inclui o neologismo, definido como transtorno do pensamento provocado pelo estado de excitação ou de confusão mental do psicótico, nomeadamente esquizofrénico, que o leva a criar, por contaminação ou deformação das palavras que trata como coisas, um novo termo, absurdo para os outros, mas com um sentido muito especial para si. Esta referência à clínica psiquiátrica permitiu que alguns associassem o jovem Lacan das psicoses ao velho Lacan amante de neologismos. Os principais detractores do psicanalista aproveitaram para concluir que o homem não ficou apenas demente com a idade, já era louco desde o início.

Uma quarta leitura é aquela que procura dar uma unidade a esta diversidade ou mesmo fazer tese universitária dos neologismos de Lacan. Ela alinha os neologismos que se encontram desalinhados na obra do psicanalista francês para, através de um método de admissão dos verdadeiros/exclusão dos falsos, construir a lista completa ou até o sistema conceptual subjacente à fenomenologia desse monte de palavras. Como escreve um dos autores do mais exaustivo destes projectos, tudo isto não se faz sem jouissance à freudonner ces crachoses clamatoires.

Uma quinta leitura – que subescrevo – encontra sobretudo na entrada em força dos neologismos do derradeiro ensino de Lacan uma maneira inédita de dizer, conceber e praticar a psicanálise.

O último Lacan não é exactamente o mesmo que defendia o retorno ao sentido do que Freud disse. Numa primeira época, o seu “retorno a Freud” foi, entre outras coisas, uma tentativa de colocar os pés dos pós-freudianos no verdadeiro chão da psicanálise.

Esta ideia directriz de virar para baixo o que está voltado para cima é muito antiga. Encontramo-la, por exemplo, na posição de Aristóteles relativamente a Platão, bem como no final da Metafísica, no projecto materialista de Marx de pôr a dialéctica idealista de Hegel de pernas para baixo.

Aproveito a metáfora para dizer que Lacan também se afastou do ideal para apontar o real. Colocou estes pontos nos is de vários modos. Por exemplo, no Seminário XVII, L’Envers de la psychanalyse ([1969-1970] 1991), mostrou que “Discurso do Mestre” se encontra no avesso do “Discurso do Analista”, e que por isso não convém idealizar o psicanalista como novo Mestre.

A concepção da análise enquanto realização do sujeito através da dialéctica, da representação e do reconhecimento do desejo não passa aliás de uma modalidade de gozo. Daí que Lacan tenha sido forçado a colocar, no Seminário XVIII ([1970-1971] 2007), a questão de saber se há um discurso que não seja semblant?

A resposta definitiva é que este discurso não existe. É também por esta razão que os neologismos proliferarão no lugar do suporte que o dire-secours trazia aos a-fligés.

Para os que têm andado menos por estas andanças possam entender melhor o que vos trago hoje, separo, em duas colunas e opondo-os dois a dois, os seguintes termos de Lacan:

• A língua Lalangue
• A fala L’apparole
• O sujeito Le parlêtre
• O objecto le plus-de-jouir
• O sintoma Le sinthome

Os dois primeiros termos da coluna da esquerda, a “língua” e a “fala”, são colocados em jogo na psicanálise por Lacan desde o início dos anos 1950, nomeadamente no seu primeiro “Discurso de Roma”, Função e campo da fala e da linguagem na psicanálise ([1953] 1966).

Tratava-se então de lembrar aos pós-freudianos que a psicanálise é uma talking cure, logo que convinha saber o que diziam quando falavam da “palavra” e aludiam à “cura”.

A linguística moderna – nomeadamente Saussure – dará aqui uma ajuda. Graças a ela, Lacan distingue, no “campo da linguagem”, a estrutura sincrónica da língua e a função diacrónica da fala.

Esta distinção não impede que Lacan tenha imediatamente esclarecido, em Position de l’inconscient, que a estrutura da língua resulta não da trama tecida entre a sincronia e a diacronia, mas da disjunção entre estes dois polos.

O problema colocado por esta disjunção permanece. Em 1955, no Seminário III, as psicoses (1955-1956] 1981), a disjunção que Lacan menciona é a “forme spéciale de discordance avec le langage commun qui s’appelle néologisme”.

Referindo-se a certas palavras (como Nervenanhung) que se encontram no livro Memórias de um neuropata, de Daniel Paul Schreber, bem como ao galopiner proferido por uma paciente hospitalizada que apresentara aos seus alunos, Lacan lembra que o neologismo é a invenção de um significante novo, eventualmente de um novo significado para um significante já existente. Recorda, ainda, que um significante se define por oposição diacrítica a um outro significante; e que todo o significado reenvia a outro significado, logo que não há sentido último ou absoluto.

Ora, o que caracteriza a significação do neologismo psicótico é que esta permanece irredutível, não reenvia senão a si-mesma. Este facto assinala, assina uma convicção delirante. É nesta medida que o neologismo pode servir de critério diagnóstico.

O que falta ao neologismo psicótico relativamente a um fenómeno como o dito espirituoso – por exemplo o familionário de que fala Freud – é o código comum em que o sujeito formula a mensagem que recebe/envia ao outro. É a ausência de um código partilhado pelos da mesma paróquia que faz com que a mensagem do psicótico se interrompa. O Outro que a podia garantir não a valida, não compreende o que diz o psicótico.

Quer discorde ou não da linguagem comum, qualquer fala supõe um uso da língua, logo um utente, que pode ser apelidado de diferentes maneiras segundo o contexto teórico, por exemplo, autor, locutor, escritor, emissor, jogador, etc.

Para Lacan este utente não é nenhuma substância pré-verbal, uma substância pensante, ou extensa como o indivíduo em carne e osso, mas o sujeito suposto, pela função da fala, no campo da linguagem.

O que se supunha essencialmente à função da palavra desde Descartes era a forma transparente da consciência esvaziada de conteúdos pela dúvida metódica, o vazio que o filósofo chama cogito; cogito ergo sum, je pense donc je suis, repete ele; mas aquilo que atravessa a translucidez do pensador, diz o psicanalista, é um se jouis.

O sujeito cartesiano não é unicamente o sujeito da filosofia, é também o sujeito da ciência moderna; já não se trata do velho “sujeito” do conhecimento, mas daquele que apenas emerge com a articulação matemática das pequenas letras de uma álgebra. O que Lacan acrescenta a esse pensêtre é a fala que a ciência cala, e a parte que amputa, o objecto parcial.

É porque o extravio desta parte causa perturbação naquele que existe onde não pensa e pensa onde não existe, que o falante virá um dia queixar-se a um psicanalista. Daí que Lacan possa dizer que o sujeito da ciência é o mesmo da psicanálise.

Quando se trata de se deitar no divã de um psicanalista e não simplesmente de fazer filosofia, ciência ou linguística, o sujeito em questão vem falar ao analista, não daquilo que tem, mas do que lhe falta.

Qualquer que seja a significação desta falta, ela confirma a falha subjectiva. Com efeito, o sujeito encontra-se sempre cindido entre dois polos, por exemplo, entre a palavra que disse e aquela que irá dizer. Mas o que mais interessa a Freud é a clivagem do sujeito entre o que vem à consciência e aquilo que o inconsciente efectivamente diz; finalmente, a diferença entre o que diz o inconsciente e como isso goza.

Para falar do que falta ou falha ao analista, o sujeito da enunciação é forçado a formular um certo número de enunciados. Esta diferença entre dizer e ditos permite que possa desdizer-se ou até esquecer o que disse antes, logo contradizer-se. A contradição não impede que o sujeito fique de novo condenado a ir buscar ao tesouro da língua as palavras que precisa para formular o seu pedido de ajuda, compreensão, amor e satisfação.

É nesse regime dialógico da demanda ao Outro que surgirão os ruídos da comunicação que Freud chama as “formações do inconsciente”.

O lapso fornece um bom modelo destas formações, pois ilustra às mil maravilhas como o sujeito escorrega na linguagem que pretende portanto dominar; o que fica dito nesse deslize é precisamente aquilo que não tinha intenção de dizer.

Desde Freud que se pensou que cabia sobretudo ao analista interpretar este género de fenómenos, pôr a nu o sentido dos lapsos ou dos actos falhos, de preferência com o assentimento do analisando.

Com Lacan, ficámos cientes de que tudo o que o sujeito diz já vem interpretado, por conseguinte que é preferível a análise cortar rente, rasar a relva do sentido.

Mas a principal dificuldade de toda a interpretação reside menos no sentido e mais no sintoma. Este último não é uma formação do inconsciente como as outras. Se o sonho desaparece logo que aparece, o sintoma resiste, repete-se, mais ainda, alimenta-se da rememoração, da elaboração, do sentido que lhe confere a interpretação.

Razão pela qual o último Lacan ensina que o sens é indé-sens, jouis-sens.

Este propósito retoma o que Freud acabou por esclarecer sobre a misteriosa permanência do sintoma, quando mostrou que este não deriva apenas do recalcado inconsciente, que é também uma vicissitude da pulsão. Mais sucintamente, o sintoma é a satisfação pulsional que substitui a fantasia do desejo inconsciente que o sujeito espera, em vão, ver realizado. É pois como satisfação real e não irreal que o sintoma perdura e tem sentido.

A constatação deste real para além da interpretação exige uma nova maneira de conceber o sintoma e o acto analítico. Eis o que fez que Lacan passasse do “sujeito” (sujet) ao parlêtre.

Parlêtre é um neologismo que congrega o sujeito do pensamento inconsciente e o “des(c)er” (désêtre) do seu ser (être) ao inferno das pulsões. Dito de outro modo, parlêtre parece (paraît) ou aparece (apparaít) quando a palavra falada (parole) e escrita (lettre) funciona como aparelho (l’appareil) do gozo. Aquilo que se conclui em seguida é que isso acontece sempre.

Lacan disse que o seu parlêtre vinha substituir o ICS de Freud. Isto significa também que a análise do parlêtre não é a do sujeito do inconsciente. O inconsciente como desejo ou discurso do Outro não conta no caso do parlêtre, porque este fala sempre sozinho, e da mesma coisa, a saber do gozo que o seu corpo experimenta.

Que consequência tem este acontecimento de corpo para o início, o meio e o fim da análise?

No início da análise do parlêtre está lalangue, e não a língua como forma ou estrutura da talking cure.

No Seminário XX ([1972-1973] 1975), Lacan afirma mesmo que tudo o que disse a linguística de Saussure a Jakobson sobre a língua – que ela é a estrutura da linguagem – não passa de “uma elucubração de saber sobre lalangue”.

língua não é o que diz a “teoria da comunicação”. O conceito de “estrutura da linguagem” também não existe, senão como uma tentativa de saber sobre a função de lalangue, nomeadamente daquela que sustenta o inconsciente decifrável. A “língua” também não existe sem a tentação de saber algo sobre o sexo, pois lalangue, diz ainda Lacan, é o que me permitiu há bocado fazer do meu S2 uma questão, e perguntar – est-ce bien d’eux qu’il s’agit dans le langage.

No dia 5 de janeiro de 1977, na Abertura da Secção Clínica, Lacan conclui estes propósitos avisando aos analistas que “a língua, qualquer que seja, é pastilha elástica”.

Esta elasticidade é o que permite, por exemplo, contrapor linguisteria e linguística, bem como lalangue e Lalande, o autor de um célebre Vocabulário técnico e crítico da filosofia; contrapor, ainda, lalangue a Laplanche, o antigo aluno de Lacan que, juntamente com Pontalis, publicou um igualmente célebre Vocabulário de psicanálise. Estas contraposições servem-me aqui para afirmar que lalangue não se encontra nos vocabulários de filosofia, de psicanálise, nos dicionários de símbolos e outros.

Enquanto “corpo do simbólico”, lalangue é definida por Lacan como a “integral dos equívocos”. Uma das vantagens da definição de lalangue pelo corpo dos equívocos é mostrar que ela é e não é a “língua materna”.

Sem dúvida que, antes de introduzirem precocemente uma língua entre outras no real do infans, as mães encarnam normalmente lalangue para os que farão lalala. O que Lacan sublinha desta maneira é a homofonia entre lalangue e lallation (lalação), consonância que não autoriza os psicanalistas a regressões libidinais à Mãe e à mama. Não esquecer que a própria palavra “mãe” é equívoca ou diz-se em múltiplos sentidos.

A maior vantagem da referida definição de lalangue é dar a entender que o equívoco – e não o afecto veiculado pelas mães que palreiam com os seus bebés – é a única arma que o psicanalista possui contra o sintoma, dito de outro modo, que o trocadilho, as sonoridades entrecruzadas ou até o neologismo são aquilo que melhor desarma o sentido que alimenta o gozo do sintoma.

Se os principais efeitos de lalangue são afectos, os equívocos que a formam não são representações de afectos, nem signos linguísticos. Os elementos de lalangue não se podem encontrar senão de maneira imprecisa entre os fonemas, as palavras, as frases, os provérbios ou até o pensamento.

Um exemplo de signo de lalangue é a “Bruxelas” de um sonho de uma jovem que tive em análise. Esta “Bruxelas” indica como o inconsciente se imiscuiu na mente dormente, fazendo com que esta fale de um lugar que nada tem a ver com a capital da Bélgica, com a cidade onde está sediado o Parlamento Europeu e outras referências conhecidas da palavra, que é o lugar do equívoco que despista o sentido deste sonho, separando os sons do significante “Bruxelas”, deslocando-os e condensando-os numa espécie de neologismo que se podia escrever “Brux`elas”.

Lalangue não joga apenas neste caso com a língua materna e o desejo inconsciente que sonho procura realizar, colabora também activamente na exigência de satisfação da pulsão, nomeadamente de morte, já que “elas”, as “Bruxas”, eram o objecto de hainamoration da bela adormecida

Para aquém do sonho, cada análise em lalangue de um parlêtre começa com l’apparole, equivalente neste ponto de partida ao que Freud chama a “associação livre”. O mesmo é dizer que l’apparole é o delírio. Eis para a regra fundamental.

Na análise trata-se do delírio de um só e não de dois. Um delira e o outro é a testemunha desse delírio, eventualmente o seu escriba. Isto de preferência, mesmo se a fenomenologia de cada mente o desmente geralmente.

No fundo, toda a gente delira, ainda que não saiba ou não queira saber. É o levantamento deste recalcamento primordial pela via de um “delira à vontade” que a análise propõe para começar.

O partlêtre delira essencialmente sobre o que cai juntamente com ele, etimologia antiga do sintoma. O sintoma é o que cai, calha ao húmus que se s’apparole do aparelho de gozo de lalangue. É por este motivo que o sintoma se engendra na lallation, no balbuciamento, estrebuchamento de lalangue que lalala está.

Para cada partlêtre, lalangue é extime. Esta exterioridade íntima mostra que a minha lalangue se encontra à partida no lugar do Outro.

Lalangue é veiculada pelos outros parlêtres que ocupam esse lugar Outro, não só os que aí se demoram de um modo estranhamente familiar à criança, nomeadamente os seus pais, como por aquele que poderá vir habitar um dia esse lugar enquanto analista.

Se o analista convida ao delírio não é para que o sujeito procure verbal e livremente a sua verdade, ou para libertar l’apparole de qualquer estrutura; é sobretudo para que o parlêtre encontre, no seu delírio, o lírio do dizer.

O Livro da Criação prefere falar do lírio do campo. Não se trata do campo freudiano, nem do campo lacaniano, mas do campo divino.

Lacan diz que Bíblia começa pelo B. deixando-o assim livre para se ocupar da primeira letra do alfabeto, o A. Em Lacan, A é o lugar do que a Bíblia chama o “Verbo” e o nome de “Deus” faz existir. Deus (dieu) revela-se aí como o lugar (lieu) do dire e do lire. Dieu-dire-lire. Basta que os ateus se apercebam que, enquanto se delirar, se disser ou escrever alguma coisa, a hipótese de Deus coloca-se.

A hipótese e não a verdade. Por mais divina que seja, a verdade que s’apparole não pode ser dita por inteiro. Mas a maior maledicência da verdade é quando se julga que ela é o V da “função proposicional”. Na realidade, a verdade é “irmã do gozo”.

Aquilo que o parlêtre busca é, pois, uma verdade da mesma família do gozo do seu sintoma. A verdade do sintoma não se reduz ao real como impossível lógico. L’apparole encontra mesmo o real, na contingência, toca nele, fura-o, marcando indelevelmente o corpo. Refiro-me ao real do corpo vivo que faz o mau encontro com o corpus dos equívocos de lalangue.

Não é apenas a fantasia, melhor dizendo o mal-entendido que imperará desde logo entre os troumains, é também o corpo primordialmente recalcado que se faz carne por essa via.

A significação sexual deste encontro de corpos não anula o a-sexué. Lalangue força o parlêtre a entrar num talho onde a melhor peça, aquela que cada um cobiçará à sua maneira, é a “libra de carne” que Lacan chama “objecto a”.

Lacan considerou que o “objecto a” era a sua invenção em matéria de psicanálise. Primeiramente situado na “relação imaginária” ou especular como outro rival do ego, mas também como modelo e ego ideal, o objecto a é, em seguida, erigido pela “ordem simbólica” em fetiche, objecto fóbico, cultural, em perda e causa do desejo. Por fim, Lacan dá uma pincelada de real na tela e denomina mais justamente esta causa como plus-de-jouir.

Se o real do plus-de-jouir tem uma consistência lógica, a sua matéria é diversificada, inclui não só a contingência corporal do objecto da pulsão, como todas as mercadorias da sociedade de consumo, nomeadamente o “i-objecto” do Geek.

Isto faz com que a verdade do plus-de-jouir seja uma varité, uma verdade variada e variável. Para melhor falar dela, Lacan forja, no Seminário XVII ([1969-1970] 1991), o neologismo aléthoshère (p. 187), termo construído à semelhança da aletheia pela qual os Gregos evocavam o desvelamento do ser. A aléthoshère designa a dimensão-demissão da verdade do ser do sujeito que o significante representa para um outro significante. É, pois, ao irrepresentável desse ser de gozo que Lacan chama plus-de-jouir.

A lathouse é o plus-de-jouir na sociedade de consumo. Nesta, a substância (ousia) do gozo deixa de ser referida a uma origem (cósmica, divina, materna ou outra) para passar a ser produzida em larga escala. Os produtos desta produção de gozo são postos à venda pelo capitalismo num mercado cada vez mais comum. Entre as modernas mercadorias encontra-se também o sujeito, na medida em que é determinado à partida como objecto a. A posição do analista no discurso que o caracteriza também não escapará ao mercado das psicoterapias.

Basicamente, as lathouses são objectos que não servem para nada senão para gozar. A sua essência toc faz que se apresentem por excelência na forma de gadgets. A própria análise passa a ser vista como um gadget.

Os novos produtos que povoam o mundo tecido pela aliança do capitalismo com o saber científico tornam-se “a-ditivos”; passam a constituir semblants do plus (no sentido de excesso, de encore, de “sempre mais e ainda”) de jouir do sujeito que se vê desapossado (plus negativo, como o menos da espoliação, da falta ou até da perda definitiva, do “nunca mais”) pelo mestre capitalista. Daí que tenha surgido a ideia que o capitalista não só rouba a propriedade, como suga vampiricamente o sangue do proletário ou retira à sua vida o que tem de mais precioso.

Esta ideia concerne a luta e os interesses das classes sociais, mas não se aplica à singularidade de cada sintoma.

Se as lathouses funcionam eficazmente no mercado global, não tem o mesmo sucesso ao nível do particular, porque o plus-de-jouir do parlêtre não possui valor de troca, por conseguinte não circula, não se pode vender, nem comprar, numa palavra, alienar. É a principal diferença entre a mais-valia, a Mehr Werk, de Marx, e o plus-de-jouir, de Lacan.

Como a riqueza do avarento, o plus-de-jouir do parlêtre não pode sair do cofre-forte, pois o único valor de uso que possui é o gozo que confere.

Por mais pequeno que seja, o plus-de-jouir é a única parcela elaborável do gozo do parlêtre, por conseguinte o que é possível ler do que diz sobre o sintoma.

Que o sintoma se possa ler, supõe e implica a “letra”.

A leitura analítica do sintoma vai arrastar Lacan de um materialismo ao outro: a letra (lettre) como matéria-prima da palavra escrita e da literatura é empurrada neste movimento de leitura para a letra como ser (être) objecto (objet) ou dejecto (déjet) do sujeito (sujet).

Depois de falar da lettre volée, de Poe, da instance de la lettre no inconsciente de Freud, da capa de letras de Gide, Lacan desumaniza a letra por assim dizer.

Lituraterre evoca a chuva de letras que cai da nuvem da linguagem e forma, na terra, por enxurrada, uma acumulação de detritos que faz litoral, margem ou linha de demarcação entre dois territórios.

É esta fronteira que vai constituir os designados territórios (por exemplo o significante e gozo, o sujeito e objecto, o autor e o destinatário) que, de outro modo, não existiriam na sua autonomia.

A letra é apresentada desde logo como uma borda ou banda de Möebius, mais simplesmente como um corte. É mesmo porque a letra é corte que o Seminário XX pode falar da função fálica do escrito. Lembra deste modo que a “castração” freudiana não se liga apenas à fala, à falta e ao falo, mas também à escrita, aos sulcos que o arado da letra traça, lavra no real, nomeadamente da procriação.

Importa sobretudo entender aqui que não há prática da letra sem corte. Deste rasgão ou traçado deriva o ponto, a linha e o volume, o desenho, a trama e a trança, mas também a escrita de caracteres e palavras, o nome e o número.

A partir do Seminário ...ou pire ([1971-1972] 2011), Lacan não pára de repetir: a d’l’Un. Este “Um do a” não é o “um” da enumeração aritmética. Também não se trata do Um do amor, do Andrógino primordial. Nem do Ser dos entes do discours du m’être e do discurso universitário (Uni vers Cythère).

Y a d’l’Un porque o não idêntico se produz, fazendo aparecer o Outro e o outro. Unidade da pura diferença, é o “Um do a” que está também na origem do binário significante.

L’Un tout seul tem todavia dois eixos sintagmáticos: aquele que Lacan chama unaire – do qual decorre a repetição do traço que liga ao objecto perdido –, e aquele que designa de unien, o Um sozinho da não-relação com o Outro sexo como tal.

Fico-me neste artigo pelo primeiro.

Foi Freud que falou primeiramente de einziger Zug, termo que Lacan traduz por trait unaire (não unique).

Em Freud, o “traço unário” é o suporte material do Um da identificação. Ligando identificação e pulsão, o último Lacan faz também do traço unário a origem do sintoma, o lugar-comum à letra (lettre) e ao ser (être).

Aquilo que o Seminário a ética de psicanálise ([1959-1960 1986) chama Das Ding é o Um como Zero. A Coisa-em-si é vazia como uma miragem do Gozo; A Coisa não é apenas proibida a quem fala, está perdida desde a origem por força de lalangue.

O que se perde de um lado ganha-se do outro. Lalangue não provoca apenas a perda do Gozo da pura vida, introduz igualmente, no real, o jogo do vazio, logo a possibilidade da criação de l’apparole e da produção do plus-de-jouir.

Isto faz com que Lacan prefira em seguida falar de l’a-chose. Esta não é uma miragem, mas, como ele diz, o que muda radicalmente o sentido do nosso materialismo. Ao moterialisme da Palavra (mot) junta-se o materialismo d’“a coisa”. É a mesma soldadura que encontramos entre a lettre e o plus-de-jouir.

É o “misto” lettre-plus-de-jouir (que Jacques-Alain Miller escreveu “S1,a” no seu Seminário de 1986-1987, Ce qui fait insigne) que forma o “signo” de Lacan. Este difere do “signo” de Saussure (conjunto formado por um significante e um significado arbitrariamente ligados) e de Pierce (aquilo que representa algo para alguém).

O signo de Lacan também não é o sintoma da clínica médica e psicológica, o signo de uma desarmonia, perturbação ou transtorno a superar.

A psicanálise é uma a-thérapie; e o lacanalyste não é um médico, um psicólogo ou um técnico da saúde que trata os sintomas com o objectivo de os fazer desaparecer. O sintoma psicanalítico é basicamente intratável, incurável. Não se pode eliminar. Aliás, não há homens e mulheres sem sintoma. Quando se perde tudo, o que resta é o sintoma.

Mas o sintoma psicanalítico não é apenas o signo de uma irremediável perda ou de um permanente mal-estar, é igualmente um nó.

Este nó conduziu Lacan para a leitura das noeudalités, das modalidades da ligação das linhas mestras com que se atam ou tecem os laços.

A leitura é aqui topológica, porque só num espaço diferente do da geometria euclidiana que suporta o sistema da percepção-consciência se pode mostrar como o sinthome, lalangue, l’apparole, parlêtre e plus-de-jouir se interpenetram, melhor dizendo se enlaçam e desenlaçam.

O neologismo sinthome junta a indestrutibilidade do sintoma clínico, a primeira falta ou pecado (sin) original do homem (Om, homme), e a saída do lado caseiro (home) do sintoma (symptôme) pela via da santidade (saint’homme), como em Saint Thomas.

São Tomás de Aquino concluiu que o melhor era a santidade, pois tudo neste mundo, incluindo a sua Soma Teológica, não passava de esterco: sicut palea. Joyce retomou humoristicamente a deixa do Padre maldaquin fazendo de si um santo da escrita, um autor de renome, que sabia, e escrevia a letter, a litter, que letra não faz só literatura, também faz lixo.

O último Lacan assinou este tipo de poubellication para retirar o sintoma da Cloaca Máxima da civilização e promovê-lo na psicanálise. Foi, então, buscar o sintoma ao caixote do lixo de Freud, para realçar o que este encontrou no final, em particular da análise, como “restos” da inveja do pénis e da angústia de castração.

Esta recuperação do “sintoma-ela” e do “sintoma-ele” opõe-se à eliminação de todos os sintomas na cura-tipo.

Na nova forma de psicanalisar não se trata mais de fomentar a ilusão da cura do sintoma, mas de resgatar o que resta do sintoma, mesmo ao fim de cem anos de solidão analítica, para reatar a solução que o sintoma oferece.

O que caracteriza o sintoma no sentido tradicional do termo é não só o sofrimento, mas também a péssima relação que o sujeito tem com ele. O sintoma pode efectivamente estragar a existência e até a vida, do próprio, do parceiro sexual, do próximo e do estranho.

O sintoma tornou-se deste modo aquilo que a clínica clássica se propôs suturar. Ela prometeu a saúde aos doentes observados pela via da nomeação, descrição, classificação, explicação, compreensão e supressão dos sintomas. Toda esta maquinaria de guerra contra o sintoma porque este era visto como uma má sorte de que o indivíduo se devia libertar a qualquer preço.

O que muda com a orientação do último Lacan é que o sintoma vai também ser lido na sua positividade, no que superabundantemente dá, como se fosse a sorte grande que sai na lotaria ao sujeito, porque que é a única coisa que o pode separar da alienação ao Outro.

Convém que se tirem aqui todas as consequências do matema , normalmente lido como o Significante do Outro barrado. Note-se que este S é já um Significante sozinho. Para desfazer o paradoxo do grafo do desejo, mais valia chamar-lhe Sintoma do Outro barrado, o Sintoma sem o Outro sexo.

Que o Outro (A Estrutura, A Língua, O Código, O Sentido, A Metalinguagem, A Verdade, A Coisa, O Gozo, A Mulher, A Relação Sexual) não exista é uma maneira de insistir na leitura do sintoma como o que realmente “ex-siste”.

Como é que o sintoma “ex-siste” na topologia e na clínica borromenana?

Comecemos pelo sintoma do chamado “esquizofrénico”. Pensa-se que este assinala a estranha fractura da suposta indivisibilidade orgânica do indivíduo da espécie, esquize que levaria à exclusão do doente do laço social, mesmo que possa fazer dele um fool, um que diz a verdade como bobo da corte. Mas o que a clínica borromeana da esquizofrenia mostra antes de tudo é que não existe organização natural da realidade psíquica do parlêtre, que este não é um psylêtre.

Para que a “realidade” se constitua como tal é necessária uma Outra satisfação que não a da necessidade físico-moral.

A perda da realidade na esquizofrenia é compensada, na paranóia, pela construção da persona, da máscara, da personagem ou complexidade labiríntica da pessoa tecida pelo novelo – quiçá pela novela – do nó borromeano das três dimensões constituintes do OMEM: o Real, o Simbólico e o Imaginário. Daí a equivalência que Lacan estabelece entre paranoia, personalidade e realidade psíquica. Neste sentido, a esquizofrenia emerge quando a paranoia falha ou falta.

A neurose forma-se quando o nó borromeano não se ata mais a três – por exemplo, na fórmula Três-em-Um da Santíssima Trindade, isto é, em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo –, mas a quatro, graças a um fio sobresselente que Lacan chama sinthome. O sinthome é, pois, neurótico ou a neurose; e é este suplemento que constitui a “normalidade”. Questão de estatística.

Quando, por alguma razão, o nó borromeano a 3 e a 4 falham, ou se tornam impossíveis de fazer, resta ainda, aos non-dupes errent, tentar atar um outro nó que não o paranóico e o edipiano, um nó a 5, 6, etc.

A via da sublimação sem recalque patológico ou da criação sem S. K. beau, sem o escadote fantasmático da ascensão para o belo, se preferirmos a via de um estilo, começa pois, para além da psicose e da neurose, com a referida quintéité.

Pode-se ler cada nó borromeano a 5 como uma versão do pai, uma père-version, mas não forçosamente.

Isto porque, como Lacan nos disse no dia 19 de fevereiro de 1974,

[...] sabemos todos, porque todos inventamos truques para tapar o buraco no Real, que lá, onde não existe relação sexual, há troumatisme. Inventamos.

 

Referências

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Recebido em: 31/07/2015
Aprovado em: 03/08/2015

 

 

Sobre o Autor

José Martinho
Psicanalista da Associação Mundial de Psicanálise (AMP).
Presidente da Antena do Campo Freudiano, Portugal.
Doutor em Filosofia (Paris 1 - Sorbonne) e Psicologia (Rennes 2 - Haute-Bretagne).
Professor Catedrático.
Pesquisador. Autor de livros e artigos científicos publicados em vários países.
E-mail: jomartinho@yahoo.com

 

 

1 Este artigo está publicado em português de Portugal conforme o original e sem alterações de linguagem.

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