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versão impressa ISSN 0102-7395

Reverso vol.41 no.78 Belo Horizonte jul./dez. 2019

 

PSICANÁLISE E CULTURA

 

O estranho gozo no reinado de Oliveira

 

The strange joy in oliveira's reign

 

 

Jailson Salvador da SilvaI; II; Marina Gabriela SilveiraI, II

I Universidade Federal de de São João del-Rei
II Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Minas Gerais

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Lacan formalizou os modos de gozo do falasser, que usaremos neste artigo para ler a expressão cultural e religiosa afro-brasileira, presente na cidade de Oliveira, Minas Gerais: o reinado de Nossa Senhora do Rosário. Se Lacan leu nos místicos do cristianismo os vestígios do gozo místico, nas religiões de matriz africana focalizamos a mística dos reinadeiros como uma amostra desse mesmo gozo que nos remete ao gozo feminino. Por sua estranheza, esse gozo interroga algo do gozo do próprio sujeito. Dessa feita, pretendemos analisar como o gozo feminino é experimentado pelos reinadeiros e se mostra insuportável para quem recusa a estranheza do feminino que nele se manifesta.

Palavras-chave: Estranho, Gozo feminino, Gozo do próximo, Gozo místico.


ABSTRACT

Lacan formalize the jouissance’s ways of parlêtre, who we will use in this task for read the cultural and religious expression afro-brazilian, present in Oliveira city: O Reinado de Nossa Senhora do Rosário. If Lacan read in christian’s mystics the vestiges of a mystic jouissance, in regilions origary from Africa we focalize the mystic of Reinadeiros like an example of the same jouissance who remit us to feminine jouissance. This jouissance is strange and, for this reason, intrrogate some thing fom the subject’s own jouissance. This way, we intend analyse how this feminine jouissance is experimented by Reinadeiros, and show intolarable for who refuse the strangeness of feminine jouissance manifested in Reinadeiros.

Keywords: Strange, Feminine jouissance, Jouissance of fellow man, Mystic jouissance.


 

Introdução

No contexto de seu último ensino, Lacan formalizou, a partir da tábua da sexuação, os modos de gozo do falasser, terreno de onde partiremos para ler, neste artigo, a expressão cultural e religiosa afro-brasileira, centenária e presente na cidade de Oliveira: o reinado de Nossa Senhora do Rosário.

Desde Freud a psicanálise está às voltas com as tradições monoteístas. E Lacan desenvolve a noção de nominação ligada à questão dos Nomes-do-Pai (SAUVAGNAT, 2018). Se, no cristianismo, Lacan leu nos escritos de Teresa d’Ávila e nos poemas de Juan de la Cruz os vestígios do gozo místico, nas religiões de matriz africana, como podemos ler o gozo místico que aí se revela?

Na segunda parte do artigo será analisado como algo desse gozo, para além da norma fálica, causa estranheza e ódio àqueles que recusam o gozo feminino. A impossibilidade de lidar com o estranho no Outro gozo tem se mostrado a raiz da versão êxtima do racismo, conforme alude a psicanálise.

 

O gozo místico dos reinadeiros

Entre as expressões brasileiras derivadas das religiões de matriz africana focalizamos, portanto, a mística dos reinadeiros ou congadeiros (PONTES, 2003, p. 8) como uma exuberante amostra do que a psicanálise denomina gozo místico, que nos remete ao gozo feminino. Os reinadeiros são sujeitos africanos e afro-brasileiros escravizados em terras além-mar, que mantiveram, estrategicamente viva, a sua cultura e sua espiritualidade por meio do sincretismo religioso. Na interface psicanálise e cultura, portanto, verificamos uma atmosfera simbólica de vestes, cantos e narrativas míticas que denotam o falicismo do gozo. E um Outro gozo marcado no corpo pelo som dos tambores e pela dança ritmada, numa vertente .

O estranho na mística ocupou desde cedo a psicanálise. Freud analisa as ideias religiosas produzidas pela civilização. E se detém diante da ambiguidade do “sentimento oceânico” descrito por Romain Rolland (FREUD, [1930] 1996).

Destacamos dois momentos em que o gozo místico é abordado por Lacan: o primeiro na distinção apontada em relação ao delírio místico, em De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose ([1957-1958] 2003) e o segundo, em O seminário 20: Mais ainda, onde diz que “a mística é algo de sério” (LACAN, [1972-1973], p. 82), por denotar a possibilidade de o falasser experimentar sua relação com o estranho gozo.

Lacan ([1972-1973] 1999, p. 103) está na trilha do Gozo Outro, gozo suplementar que não se restringe aos estritos limites do discurso e, por isso, é apresentado como “[...] esse gozo que se experimenta e do qual não se sabe nada”, embora seja esse gozo nos coloque na via da ex-sistência. O testemunho essencial dos místicos é justamente o de dizer que eles o experimentam, mas não sabem nada dele.

O pluralismo coexiste à mística, embora historicamente o paradigma monolítico tenha querido ler o fenômeno na chave exclusiva do sincretismo religioso. Lacan, mais uma vez distinguindo, aproxima o religioso da tentativa de fazer Um, numa lógica exclusivamente fálica e descreve a mística numa lógica não-toda, ou seja, no campo do feminino. Os rituais, os mandamentos, os fundamentos e as narrativas arquetípicas usadas pelos ‘negros do rosário’ abarcam as tradições derivadas do catolicismo colonial, do candomblé e da umbanda, numa dinâmica viva e inventiva, que permite identificar o que se chamou de “tradição congadeira” (RUBIÃO, 2010, p. 141).

O mito fundante dos reinadeiros envelopa o gozo místico que pulsa no reinado de Oliveira. Maurício e Santos (1998) relatam que à época da escravidão, Nossa Senhora aparecera numa árvore – numa gruta, no mar ou num tronco – a um negro que fora buscar madeira para fazer carro-de-boi. Os brancos tentaram levar a imagem até a igreja, com procissão e banda de música. Mas, no dia seguinte, a imagem voltava ao mesmo lugar da aparição. Até que um terno de negros se ofereceu para buscar a imagem com seus tambores, seus cantos e suas danças. Responsabilizando-se, diante de seu senhor, caso não obtivessem sucesso, pelo chicote no lombo, lá foram os negros, dançando o massambique, com suas roupas simples, pés no chão. E, assim, escoltaram nossa Senhora para a Igreja. Por isso, ainda hoje exercem essa função no reinado.

A suposição de eleição descrita no mito fundante subjaz ao amor místico cujo gozo é relativo à falta no Outro []. Esse amor de suplência é requisitado para que o gozo em jogo do lado feminino seja suportável na ausência de uma função que o legalize.

Nessa perspectiva, tal experiência pode ser lida em paralelo à tábua da sexuação e evidenciar algo do gozo feminino que se faz sentir no corpo afetado pelos significantes cantados, e que, portanto, escrevem algo no falasser.

A modalidade de gozo fálico, com sua lógica toda, se vale dos significantes para lidar com o real em questão. Diante das emergências do real, a fantasia é a possibilidade para o falasser se sustentar frente ao insuportável. A novidade de Lacan, a partir da formulação da tábua da sexuação, foi a introdução da modalidade do gozo feminino, com sua lógica não-toda, que articula as relações do falasser com o campo do falo e com o campo do .

Essa articulação permite inferir, de um lado, uma leitura que localiza as tradições, os mandamentos e os ritos experimentados pelos Negros do Rosário, inscritos na lógica fálica e, de outro lado, localiza o canto inefável, o corpo ritmado pelos golpes nos tambores, a união com as divindades, inscritos na lógica não-todo fálica.

As abordagens de Lacan sobre a mística assinalam elementos do gozo místico que se verifica na experiência dos reinadeiros. A alegria e o júbilo não de maneira exclusiva, mas somados a outros índices, denotam a experiência de um gozo conquistado. Algo da ordem do êxtase. A união alcançada com as divindades cultuadas se produz sem uma mistura. Trata-se de uma união de seres distintos. O que o místico busca é um querer que deseja para além da circunscrição fálica. O gozo místico é enigmático, revelador do indizível e visa exatamente àquilo que escapa à linguagem – , limite do saber. A crença deixa espaço para aquilo que escapa à significação. O gozo místico maneja a dúvida, pois falta significante para dizer o real (não sentido). O eu do místico almeja um despojamento de si e de todos os ideais para atingir o Outro gozo.

No gozo místico, a comunhão com Deus acarreta uma nominação ou, nas palavras de Cunha e Lima (2018, p. 207), a criação dos significantes a partir do nada se articula à “nominação daquilo que é”. Lacan ([1972-1973] 1999, p. 51) assim se expressa: “O dizer faz Deus ser”.

Miller (2010) comenta que a elaboração desenvolvida por Lacan o faz contrapor a interpretação de Agostinho de Hipona sobre a apresentação nominal do Deus de Israel a Moisés, Sou o único que Sou. Deve-se traduzir, insiste Miller, como: Sou o que Sou, ou seja, “[...] esse Deus se apresenta como um real sem conceito” (MILLER, 2010. p. 38).

Na discussão que consta no Seminário 22: RSI, homofonicamente, hérésie dos Nomes-do-Pai, capta-se algo sobre o real da não relação concernente ao gozo e a Deus, algo sobre o religioso no humano, que na formulação de Lacan assume aspecto específico, a saber:

[...] o conceito de Deus não é o grande Outro do conceito, não é o Outro do significante. O Deus do qual se trata é a; tem o estatuto de um real sem conceito e ao redor desse, giram os Nomes-do-Pai que tratam de aprisioná-lo, de conceitualizá-lo (MILLER, 2010. p. 38).

Os Nomes-do-Pai, desse modo, localizam mitos para explicar o deslocamento do gozo, numa gramática metonímica. Lacan se ocupou em vários seminários da noção de nominação (GUERRA; VORCARO, 2018), até então ligada a uma particularidade das religiões monoteístas.

Enquanto no judaísmo, Lacan traduz Kiddush Hashana por honrar um nome, o que Lacan (citado por MILLER, 2010, p. 38) “[...] busca em torno da nominação é o que pode proteger ou dar existência ao desejo do sujeito”.

Desse artigo em que nos deparamos, de saída, com uma pluralização das divindades/Nkisis1 poderíamos extrair algo mais para a direção da cura?

 

O estranho familiar diante daquele que goza de forma insuportavelmente diversa

Retomando o que foi trabalhado acima e seguindo as trilhas de Elizabeth W. Kiddy (2001), o reinado deriva do catolicismo africano. Um catolicismo interpretado através do modo de compreensão africana do mundo, que não resultava de uma estrita separação entre sagrado e profano.

Na verdade, os primeiros missionários a visitar a África foram frequentemente surpreendidos pela falta de uma palavra para religião nas sociedades africanas. Em seu lugar, a relação com forças invisíveis – incluindo deuses, ancestrais e mortos recentes – fazia parte integral da vida cotidiana (KIDDY, 2001, p. 95, grifo nosso).

Essa “falta de uma palavra” nos remete ao , Outro gozo, não todo drenado pelo campo simbólico.

Uma vez escravizados, e sempre resistindo, os africanos foram encontrando formas de manter seus rituais frente às forças invisíveis, a Deus e aos ancestrais. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foi um lugar, uma expressão dessa resistência.

Antes da abolição, seus membros eram frequentemente escravos e pretos livres em situação socioeconômica precária; e após, homens pertencentes à classe trabalhadora que se autoidentificavam como pretos. E na festa do Rosário em Oliveira, “pretos” e “brancos” participavam conjuntamente da festa; no entanto, vinham reforçar a relação de clientela e patronagem entre uns e outros, ou seja, a festa “[...] não era um antídoto para o tipo de racismo prevalecente no Brasil” (KIDDY, 2001, p. 97).

Isso porque, essa identidade [relativa à cor preta] estava baseada em quatro princípios básicos:

[...] o fenótipo; a posição social relativamente baixa na sociedade; o vínculo consciente com um passado africano através da dança e das coroações das festas anuais do Rosário; e a devoção a Nossa Senhora do Rosário, por séculos padroeira ‘dos pretos’ (KIDDY, 2001, p. 96).

Em contraposição, havia os atributos relativos à cor branca:

[...] o fenótipo, uma posição econômica privilegiada e a consciência de sua ligação com um passado europeu e com tradições de normas europeias (KIDDY, 2001, p. 96).

Essa tensão entre pretos e brancos era reforçada pelos projetos modernizadores do final do século XIX e da primeira metade do século XX. Daí resultou uma relação de tensão entre a Igreja e a sociedade letrada com a Festa do Rosário.

Nos documentos que registram algo sobre a festa, o jornal Gazeta de Oliveira (hoje Gazeta de Minas), as atas da Irmandade, entre outros, pode-se recolher que, nesse mesmo período progressista, a igreja católica passava por uma reforma adquirindo

[...] uma nova forma de agir, na qual, costumes preservados de um catolicismo popular, como devoções, novenas, procissões, danças, marcado, muitas vezes, pela aproximação entre o sagrado e profano, são vistos como exageros que devem ser evitados, uma vez que contrastam com o ideal de uma vida sacramental ativa, baseado na interioridade (ALMEIDA; RESENDE, 2018, p. 18).

Nesse movimento, Dom Antônio dos Santos Cabral estimulou a prática de um catolicismo de inspiração romana, afastando da Igreja as “práticas supersticiosas e pagãs de católicos menos esclarecidos”, tais como os Reinados, as Congadas e outras festas religiosas populares (LEONEL, 2009 apud ALMEIDA; RESENDE, 2018, p. 63).

Como resultado dessa tensão, em Oliveira, a festa do Rosário foi proibida e deixou de acontecer por diversas vezes antes da década de 1950.

Preto e branco. Sagrado e profano. Horror e encantamento. O reinado como experiência de gozo; gozo que não é todo captado pelo gozo fálico, portanto Outro gozo, toca a cada um de um modo, a partir da experiência singular que cada um tem com seu gozo próprio.

E, acreditamos, é essa relação como o estranho gozo do próximo que levou a tais proibições, pois, na verdade é isso que se ‘re-vela’ nas exigências de progresso, no ideal religioso universal e no racismo. Imperativos efeitos de discurso.

Para a psicanálise de orientação lacaniana, as raças são efeitos de discurso, pois não existem provas científicas de que os grupos humanos diferem, geneticamente, suas características mentais inatas em raças.

Enfim, não há raças, mas um imaginário designado como racismo no que concerne à fratura do íntimo/êxtimo e à intolerância experimentada como o ódio e o insuportável, diante do gozo do Outro, cuja saída é aniquilá-lo, sob o viés da segregação (CAMPOS, 2018).

Pode-se facilmente, neste ponto, deduzir o princípio básico do racismo: se o Outro não goza da mesma maneira, o Outro deve ser repelido e rechaçado (SANTIAGO, 2018).

Nos registros, há falas sobre o reinado que corroboram o ódio e a intolerância, tais como: esta “festa porca” “[...] deveria ter acabado junto com a escravidão”; “lamentamos que não tenham ainda desaparecido totalmente os reinados ou congados que põem quase sempre uma nota humilhante nas festas religiosas. São particularmente dignos de reprovação”.

[...] três dias viu-se Oliveira dominada por uma algaravia ensurdecedora partida dos terços dos negros que saracotearam danças litúrgicas, de um bárbaro e horripilante ritual hottentotico ou de Moçambique (ALMEIDA; RESENDE, 2018, p. 18).

Mas como aquilo que deveria permanecer secreto e oculto, insiste em vir à luz, o reinado persistia. E na tentativa de barrar essa experiência, a Igreja do Rosário, igreja dos homens pretos, foi demolida em 1929 e em seu lugar foi construída a Catedral Nossa Senhora de Oliveira. E em consequência da demolição, bem como da proibição mencionada, foi somente em 2015 que os reinadeiros adentraram a catedral como a casa que acolhe sua festa e sua fé. Foi um momento de comoção para o povo oliveirense, que experiencia o Reinado de Nossa Senhora do Rosário.

Em Extimidade, na aula intitulada Racismo, Miller (2010) formula que essa agressividade, esse ódio aponta que há algo de real (Outro gozo) no Outro. E isso leva Miller à questão: o que faz com que esse Outro seja Outro para que ele possa ser odiado em seu ser? Mais à frente, ele mesmo responde: o Outro é Outro dentro de mim mesmo. A raiz do racismo, continua Miller, é o ódio ao próprio gozo, uma vez que o Outro está no meu interior em possível de extimidade.

Esse estranhamento frente ao reinado, que traz a marca de um gozo estrangeiro, Outro gozo para além da simbolização fálica, ,

[...] está em causa (no ódio) na medida em que é êxtimo. O sujeito não pode reconhecê-lo senão localizando-o no Outro. Fonte de ódio, o que é o mais íntimo do sujeito também lhe é exterior” (CUNHA, 2019).

 

Referências

ALMEIDA, F. L.; RESENDE, G. L. Tentativas de reaproximação entre a Igreja Institucional e o Congado em Oliveira-MG (1965-2017): uma leitura à luz do Concílio Vaticano II (1962-1965). Monografia - Programa de Iniciação Científica, Área de Concentração: História da Teologia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.         [ Links ]

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Endereço para correspondência:
Jailson Salvador da Silva
E-mail: jailson_salvador@yahoo.com.br

Marina Gabriela Silveira
E-mail: marinagabrielasilveira@gmail.com

Recebido em: 25/07/2019
Aprovado em: 13/09/2019

 

Sobre os autores

Jailson Salvador da Silva
Psicólogo pela PUC MINAS.
Mestrando em Psicologia pela UFSJ.
Participa dos dispositivos ligados à Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Minas Gerais e integra o coletivo “Litoral Psicanalítico: Pesquisa e Transmissão”.
Atua profissionalmente em clínica particular.

Marina Gabriela Silveira
Psicóloga pela UFMG.
Mestre em Psicologia pela UFSJ.
Participa dos dispositivos ligados à Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Minas Gerais e integra o coletivo “Litoral Psicanalítico: Pesquisa e Transmissão”.
Atua profissionalmente no Espaço Clínico Veredas.

 

 

1 Nkisi são similares aos orixás dos candomblés de Angola e do Congo. No panteão dos povos de língua quimbunda originários do Norte de Angola, o deus supremo e criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Minksi ou Mikisi, divindades da mitologia banto.

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