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Junguiana

versão On-line ISSN 2595-1297

Junguiana vol.40 no.1 São Paulo jan./jun. 2022

 

Editorial

 

 

Vivemos uma fase de incertezas. Começamos a sair de nossas casas e retomar nossas atividades presenciais. Será que este movimento se perpetuará?

Em sua trajetória, a Revista Junguiana participa dos acontecimentos do mundo e da cultura brasileira, refletindo e mantendo diálogo com as feridas e as experiências de luto e perdas intensas em meio a pandemia. Nesse momento em que ansiamos a transformação e o renascimento, a Junguiana faz aniversário e celebra sua quadragésima edição, carregando uma história de realizações, difundindo experiências e conceitos fundamentais da Psicologia Analítica. Ao longo desta jornada cresceu, transformou-se, incorporou-se de diversidades e criatividade, tornou-se bilíngue, fez-se eletrônica e passou a ter duas tiragens anuais.

Parabéns a você, querida filha! Parabéns a todos nós, pais e mães deste veículo, expressão de muito amor e trabalho da nossa SBPA!

Este fascículo vem garboso, povoado de novos temas e reflexões profundas. Iniciamos com o artigo "A vida dos fantasmas: melancolia e memória", que busca amplificar as concepções de fantasma seja como figuração político-narrativa, seja como dinamismo, de forma experimental e intuitiva. Admirar-nos com o ensaio a "Alquimia das palavras: extraindo o tempo das palavras", tendo a poesia como bússola do caminho e a alquimia como mapa metafórico. Depois, nos deparamos com a proposição singular de "A cartografia da psique: Jung e seu anagrama misterioso" que busca encontrar uma explicação para o enigma do "Sete Sermões aos Mortos". Podemos refletir em "Complexo cultural na metrópole nos tempos da Covid-19" sobre as razões da metrópole paulistana sucumbir diante das adversidades da pandemia. A par da constatação desses sofrimentos, podemos descobrir o reencantamento do mundo no "Diálogo entre os saberes tradicionais indígenas e a psicologia analítica". Para nos alimentar de esperanças, desfrutamos do texto "Raspas e restos nos interessam: sobre o amor em tempos de sobrevivência". E então, a primorosa lembrança da consciência da gratidão no caminho que leva à individuação é evidenciada em "Gratidão e individuação: revisão e reflexões". Assim alimentados, poderemos nos auferir o reconhecimento da outorga pelo trabalho desempenhado no texto "A concessão da outorga: o arquétipo do pai e os fundamentos simbólicos da depressão".

Em sua missão de divulgar o conhecimento da psicologia analítica, nossa revista mantém o propósito da defesa da diversidade e da alteridade, em oposição a um dinamismo patriarcal em que o outro é inimigo simplesmente por ser diferente. Sem o outro não permanecemos, não transformamos, não somos. Que venha o renascimento, esse eterno reinventar-se que o ser humano tem como possibilidade.

Esperamos que todos, como nós, possam desfrutar do prazer da leitura dos textos que compõem este fascículo da quadragésima edição da Revista Junguiana.

Boa leitura!

Maio, 2022

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