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Psico

versão On-line ISSN 1980-8623

Psico (Porto Alegre) vol.48 no.1 Porto Alegre  2017

http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2017.1.24280 

ARTIGO ORIGINAL

 

Escala de atitudes frente à adoção: Construção e validação

 

Attitudes toward adoption scale: Development and validation

 

Escala de actitudes hacia la adopción: Construcción y validez

 

 

Tamíris da Costa BrasileiroI; Patrícia Nunes da FonsêcaI; Rildésia Silva Veloso GouveiaII; Thayro Andrade CarvalhoI; Valdiney Veloso GouveiaI

IUniversidade Federal da Paraíba, PB, Brasil
IICentro Universitário de João Pessoa, PB, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Esta pesquisa objetivou elaborar a Escala de Atitudes frente à Adoção (EAFA), reunindo evidências de validade fatorial e consistência interna. Dois estudos foram realizados com a população geral de João Pessoa (PB). No Estudo 1 participaram 206 pessoas, maioria do sexo feminino (60%) e solteira (65%), com média de idade de 32 anos, que responderam a EAFA e perguntas demográficas. Os itens da medida apresentaram uma estrutura trifatorial, cujos alfas de Cronbach foram superiores a 0,70. No Estudo 2 participaram 215 pessoas, maioria do sexo feminino (51,6%) e solteira (48,4%), com média de idade de 33 anos. Por meio da análise fatorial confirmatória, observou-se que a estrutura trifatorial representou a melhor alternativa, cujos alfas de Cronbach foram superiores a 0,70. Conclui-se que esse instrumento reúne evidências de validade fatorial e confiabilidade, podendo medir atitudes frente à adoção na população geral.

Palavras-chave: Atitudes; Adoção; Escala; Validade; Confiabilidade.


ABSTRACT

This research aimed at elaborating the Attitudes toward Adoption Scale (ATAS), gathering evidence of factorial validity and reliability. Two studies were carried out in the general population from João Pessoa (PB). Study 1 participants were 206 people, mostly female (60%) and single (65%), with a mean age of 32 years. They answered the ATAS and demographic questions. The items of this measure identified a trifactorial structure with Cronbach's alphas higher than 0.70. Study 2 participants were 215 people, most of them female (51.6%) and single (48.4%), with a mean age of 33 years. The trifactorial solution was supported by confirmatory factor analysis, where Cronbach's alpha higher than 0.70. In conclusion, this instrument shows evidence of factorial validity and reliability, supporting measuring attitudes toward adoption in the general population.

Keywords: Attitudes; Adoption; Scale; Validity; Reliability.


RESUMEN

El objetivo de esta investigación ha sido desarrollar la Escala de Actitudes hacia a la Adopción (EAHA), reuniendo evidencias de validez factorial y fiabilidad. Se realizaron estudios con la población general de João Pessoa (PB). En el Estudio 1 participaron 206 personas, mayoría de ellas mujeres (60%) y solteras (65%), con edad promedia de 32 años, que contestaron a la EAHA y preguntas demográficas. Los ítems de esta medida, surgiendo una estructura con tres factores, que presentaron alfas de Cronbach por encima de 0.70. En el Estudio 2 participaron 215 personas, mayoría mujeres (51.6%) y solteras (48.4%), con media de edad de 33 años. Por medio del análisis factorial confirmatorio, ha sido corroborada la estructura trifactorial como la mejor solución, presentando alfas de Cronbach superiores a 0.70. Concluyendo, este instrumento reunió evidencias de validez factorial y fiabilidad, pudiendo medir actitudes hacia la adopción en la población general.

Palabras clave: Actitudes; Adopción; Escala; Validez; Fiabilidad.


 

 

A adoção tem sido um tema recorrente na literatura brasileira nos últimos anos (Baptista, Soares, & Henriques, 2013; Cavalcante & Magalhães, 2012; Otuka, Scorsolini-Comim, & Santos, 2013). Entretanto, mesmo que se reconheça um crescimento do número de estudos nacionais, a maior parte das publicações na área é internacional (Van den Dries, Juffer, Van IJzendoorn, & Bakermans-Kranenburg, 2010; Von Korff, Grotevant, & McRoy, 2006), levadas a cabo por pesquisadores europeus e, principalmente, estadunidenses, datando do final da década de 1950 (Palacios & Brodzinsky, 2010).

Não obstante, somente a partir dos anos 80 constata-se um aumento no volume de publicações relativas à temática no exterior (Miller, Fan, Christensen, Grotevant, & Van Dulmen, 2000), cujo interesse consistia em comparar traços de normalidade e anormalidade psicológica em amostras de filhos adotados e não adotados. A atenção dada aos aspectos psicopatológicos proporcionou à crescente representação deste primeiro grupo na população clínica e psiquiátrica (Van den Dries et al., 2010), o que fez surgir um entendimento de que a condição de adotado é considerada por si só um fator de risco (Von Korff et al., 2006).

Nesta perspectiva, as pesquisas que enfocaram os fatores de risco associados à adoção dominaram o campo de estudos sobre o tema por quase três décadas (Smith, Howard, & Monroe, 2000), tendo se centrado quase que exclusivamente em resultados negativos dos filhos adotivos (por exemplo, má adaptação comportamental, emocional e acadêmica; Von Korff et al., 2006). No entanto, depois do ano 2000, os estudos passaram a assumir nova direção, abriu-se espaço para pesquisas com foco em fatores de proteção, tendo sido este objeto de interesse de alguns estudiosos nos últimos anos (Palacios & Brodzinsky, 2010; Whitten & Weaver, 2010).

Resultados de uma meta-análise sugerem que a qualidade da relação entre pai e filho em famílias adotivas atua como fonte de resiliência, de modo que crianças adotadas podem superar as dificuldades iniciais de adaptação e desenvolver vínculos seguros com suas famílias adotivas (Whitten & Weaver, 2010). Mesmo que se reconheça o avanço no campo de estudos acerca desta temática, as atitudes das pessoas frente à adoção têm sido pouco estudadas (Brasileiro, 2014). Assim, conhecer tais atitudes deveria contribuir para um melhor entendimento sobre como as pessoas percebem e reagem a este tipo de prática social.

As atitudes têm sido um construto estudado por psicólogos sociais há décadas. Podem ser definidas como um conjunto de crenças, sentimentos e tendências comportamentais das pessoas frente a determinado objeto (Rodrigues, Assmar, & Jablonsky, 2012). Ao conhecer as atitudes do indivíduo em relação a um dado objeto, é possível prever como este se comportará em situações futuras frente ao mesmo objeto (Michener, Delamater, & Myers, 2005). Segundo Neiva e Mauro (2011), são três os componentes que constituem as atitudes: o cognitivo, em que a avaliação (crenças, pensamentos) se dá em função de vantagens e desvantagens sobre as propriedades do objeto; o afetivo, definido como sentimento pró ou contra um determinado objeto social; e o comportamental, que tem como fundamento a observação do comportamento, ou a intenção deste, em relação ao objeto atitudinal.

O interesse em conhecer as atitudes frente à adoção tem sido despertado nas últimas décadas (Mallinger, 2010; Mohanty, 2014; Turner & Nachtigall, 2010). No cenário mundial, os estudos a respeito podem ser encontrados em campos distintos do saber, como medicina (Omosun & Kofoworola, 2011), sociologia (Turner & Nachtigall, 2010), assistência social (Fenster, 2004) e, comumente, psicologia. Nesta última área, por exemplo, Gibbons, Wilson e Rufener (2006) procuraram conhecer em que medida o machismo e/ou as atitudes frente ao papel da mulher na sociedade mediam a relação entre gênero e as crenças sobre a adoção. Whatley, Jahangardi, Ross e Knox (2003) constataram que estudantes com atitudes positivas frente à adoção, experientes em namoro transracial ou abertos a namorar uma pessoa de outra raça são também dispostos a adotarem transracialmente.

Fenster (2002) desenvolveu uma medida para avaliar as atitudes de assistentes sociais frente à adoção transracial, tendo suas pontuações se correlacionado positivamente com o otimismo em relação ao futuro das relações raciais e negativamente com o comprometimento em promover a consciência negra. Por outro lado, Ryan (2000) elaborou uma medida (Attitudes Toward Gay Men and Lesbian as Adoptive Parents Scale - APS) capaz de avaliar as atitudes frente à adoção por casais homoafetivos, sendo que os itens e parâmetros psicométricos deste instrumento não foram encontrados na literatura. Existe uma versão modificada da APS (Mallinger, 2010), composta pela mesma quantidade de itens, que apresenta alfa de Cronbach (α) de 0,79. No entanto, não se encontrou qualquer referência acerca de sua validade fatorial.

Em Psicologia Social, embora as atitudes frente à adoção compreendam um construto relevante, especialmente para explicar os comportamentos de adotar (Gibbons et al., 2006; Tinkler & Horne, 2011), não se encontrou qualquer instrumento para avaliar a adoção que considerasse o conceito de atitudes proposto neste estudo (Rodrigues et al., 2012). Desta forma, propõe-se a elaboração de uma medida que permita dar uma contribuição nesta direção. Antes de apresentá-la, entretanto, será descrito como vem sendo desenvolvidas medidas, a nível nacional e internacional, que avaliam as atitudes frente à adoção.

Medindo Atitudes frente à Adoção

Em busca realizada nas bases de dados nacionais Index Psi (2013) e Google Acadêmico (2013), com a expressão-chave "atitudes frente à adoção", foi encontrada apenas a Escala de Atitudes sobre Adoção de Crianças por Homossexuais, desenvolvida por Falcão (2004) em sua dissertação de mestrado, tendo sido destinada a medir atitudes de estudantes universitários em relação à adoção de crianças por casais homoafetivos. Apesar de no contexto brasileiro ainda serem escassos os estudos a respeito, em alguns países é possível encontrar diversas pesquisas preocupadas em desenvolver medidas de autorrelato para avaliar este construto (Lee, Crolley-Simic, & Vonk, 2013). Não obstante, a maior parte é direcionada a modalidades específicas da adoção, a exemplo da adoção transracial (Fenster, 2004; Gibbons et al., 2006; Whatley et al., 2003) e por casais homoafetivos (Ryan, 2000; Rye & Meaney, 2010), tendo sido menos frequente a medição de atitudes no contexto da adoção em geral (Brown, Ryan, & Pushkal, 2007).

Neste cenário, apareceu a Escala de Atitudes de Adoção (Adoption Attitudes Scale - AAS; Dembroski & Johnson, 1969) como um dos primeiros instrumentos para medir atitudes frente à adoção em geral. A versão de 1969 corresponde a uma adaptação do questionário de Kirk (1953, citado por Dembroski & Johnson, 1969), tipo lápis e papel, composta por 12 subescalas nomeadas de formas diversas, como, por exemplo, ilegitimidade adotiva, diferenças entre crianças adotivas e outras crianças, contando com uma subescala específica denominada atitudes gerais frente à adoção. Este instrumento foi respondido por 113 estudantes estadunidenses, que também preencheram a Escala de Dogmatismo (Rokeach, 1960). Os resultados sugerem que os homens de mente mais fechada (dogmáticos) demonstram intolerância em suas atitudes em relação à adoção, ao passo que aqueles com baixas pontuações no dogmatismo tendem a manifestar atitudes mais tolerantes diante desta prática. Não obstante, não foram encontrados na literatura os itens deste instrumento, assim como suas propriedades psicométricas.

Mais de duas décadas depois do desenvolvimento da AAS, a Escala de Adoção Aberta (Open Adoption Scale - OAS) foi elaborada no contexto estadunidense por Rompf (1993), com base na literatura acerca de mitos e atitudes frente à adoção aberta e ao bem-estar da criança adotada. É um instrumento composto por 32 itens distribuídos em três fatores relativos à tríade da adoção: pais biológicos (12 itens), criança adotada (13 itens) e pais adotivos (7 itens). Esta medida avaliou as atitudes de profissionais de agências de adoção, tendo apresentado um alfa de Cronbach (α) geral de 0,94. Brown et al. (2007) realizaram um estudo com estudantes universitários estadunidenses, na ocasião, eliminaram os itens com menor carga fatorial, restando 15 itens cujo alfa de Cronbach (α) geral foi 0,92, apresentando os fatores específicos coeficientes igualmente adequados: pais biológicos (α=0,85), criança adotada (α=0,89) e pais adotivos (α=0,82).

Não obstante, antes de se obter a última versão da OAS, foi levada a cabo na Guatemala a elaboração da Escala de Crenças de Adoção (Adoption Beliefs Scale - ABS; Gibbons et al., 2006), a fim de medir as atitudes e crenças frente à adoção. Esta medida compreende onze itens que refletem opiniões sobre crenças de adoção geral e transracial (e.g., Nunca adotaria uma criança de outra raça ou de outra cor). Inicialmente, 20 itens foram elaborados com base em crenças sobre adoção identificadas na literatura e entrevistas conduzidas em estudos prévios (Wilson & Gibbons, 2005). Após terem sido checados os parâmetros psicométricos do instrumento, restaram onze itens que foram reunidos em um único fator. Esta versão foi respondida por 152 estudantes universitários, apresentando alfa de Cronbrach de 0,70.

Mais recentemente, Tinkler e Horne (2011) desenvolveram a Medida de Atitudes frente à Adoção (Measure Attitudes Toward Adoption) para avaliar as atitudes das pessoas frente à adoção em geral, considerando duas questões: uma destinada a deduzir o suporte geral (favorabilidade ou desfavorabilidade) frente à prática da adoção, e outra visando inferir o quanto as pessoas preferiam dar à luz a uma criança ou adotar. De acordo com os resultados, a preferência por filho biológico ao invés de adotado e as atitudes negativas sobre a adoção em geral foram correlacionadas positivamente com atitudes negativas em relação à adoção transracial (r=0,54, p<0,01).

Em resumo, apesar de se encontrarem medidas para avaliar as atitudes frente à adoção, com índices psicométricos aceitáveis, os mesmos não são disponibilizados para replicação ou aplicação em outros contextos. Quanto às publicações no Brasil, constata-se a ausência de instrumento publicado em que se pretendesse avaliar as atitudes da população geral frente à adoção, diante dessa carência o presente estudo teve como objetivo principal construir uma medida capaz de suprir esta lacuna, conhecendo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Nesta direção, realizaram-se dois estudos que são descritos a seguir.

 

ESTUDO 1 Construção e Validação da Escala de Atitudes frente à Adoção

O presente estudo teve como objetivos construir uma medida de atitudes frente à adoção e conhecer as evidências de validade com base na estrutura interna do instrumento.

 

Método

Participantes

Contou-se com uma amostra de conveniência (não-probabilística) de 206 pessoas, a maioria do sexo feminino (60%), constituída por pessoas da população geral de João Pessoa (PB). Estas tinham idades de 25 a 60 anos (M=32,0; DP=7,61), majoritariamente solteiras (65%) e heterossexuais (94,1%), tendo a maior parte ensino superior completo (38,5%).

Instrumentos

Os participantes responderam um livreto contendo os seguintes instrumentos:

Escala de Atitudes frente à Adoção (EAFA). Composta por 34 itens, que descrevem atitudes positivas (e.g., Item 1. Considero interessante a possibilidade de adotar uma criança) e negativas (e.g., Item 2. Adotar uma criança é algo arriscado) frente à adoção, sendo os mesmos intercalados ao longo da escala. Para respondê-los, o participante deveria avaliar cada item em uma escala tipo Likert de sete pontos, variando de 1 (Discordo totalmente) a 7 (Concordo totalmente). Questionário sociodemográfico. Os participantes responderam a perguntas de natureza sociodemográfica com o intuito de caracterizá-los. Especificamente, incluíram-se perguntas referentes à idade, sexo, estado civil, escolaridade e orientação sexual.

Procedimento

Inicialmente, submeteu-se o projeto de pesquisa ao Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, tendo sido obtido parecer favorável (Proc. CEP/CSS nº 087/13). Posteriormente, foi realizado um levantamento bibliográfico com o objetivo de elencar as posições favoráveis e desfavoráveis em relação à adoção, tais informações permitiram elaboração de 34 descritores. Estes, em seguida, passaram pela análise de cinco juízes (sendo três professores doutores em psicologia e dois em direito), que avaliaram a pertinência de cada um dos itens para medir atitudes frente à adoção; obtendo 80% de consenso, definiu-se a versão experimental, que logo foi submetida à validação semântica, a qual tem como objetivo verificar se os descritores são legíveis tanto para o extrato mais baixo (pessoas com ensino fundamental incompleto) quanto para o extrato mais alto (pessoas com pós-graduação) da população (Pasquali, 2011). Neste caso, considerou-se a participação de 20 pessoas, sendo 10 de cada grupo, que leram as instruções e os itens, procurando respondê-los. Estes não apontaram nenhuma dificuldade de compreensão, resultando na versão final composta por 34 itens.

Os questionários foram formulados nas versões lápis e papel e on-line. A primeira versão foi aplicada em locais públicos (e.g., praças). Já a segunda, fez-se uso das redes sociais (e.g., facebook). Em ambos os métodos, os pesquisadores, previamente treinados, entraram em contanto com os participantes informando o objetivo da pesquisa, além de assegurar o caráter voluntário e anonimato da participação, seguindo diretrizes éticas que regem as pesquisas com seres humanos (Brasil, Conselho Nacional de Saúde, Resolução 466/12). Na ocasião, prévia a sua participação no estudo, todos tiveram que assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Ressalta-se que os participantes responderam a escala de forma individual, levando em média 15 minutos para respondê-la.

Análise de dados

Utilizou-se o pacote estatístico PASW (versão 18), tendo sido calculadas estatísticas descritivas (medidas de tendência central e dispersão, distribuição de frequência), teste t para checar o poder discriminativo dos itens e, posteriormente, realizar a Análise de Componentes Principais (CP). Neste caso, procurou-se previamente conhecer a adequação de se realizar este tipo de análise, considerando os seguintes critérios: (1) Kaiser-Meyer-Olkim (KMO), que precisa ser de ao menos 0,60 para dar suporte a este tipo de análise, e (2) Teste de Esfericidade de Bartlett, cujo valor do qui-quadrado necessita ser estatisticamente significativo (Tabachnick & Fidell, 2006). Logo após, foi calculada uma análise paralela para verificar o número de componentes a extrair (O´Connor, 2000). Por fim, calculou-se o índice de consistência interna (alfa de Cronbach) da estrutura resultante da EAFA.

 

Resultados

Antes de proceder à análise fatorial, buscou-se verificar o poder discriminativo dos itens. Os resultados do teste t indicaram que, com exceção do item 33, todos os demais discriminam satisfatoriamente (p<0,001), o que assegura sua qualidade métrica. Após cumprir esta etapa, verificou-se a fatorabilidade da matriz de correlações, sendo que tais resultados apontaram a adequação de se utilizar uma análise fatorial [KMO=0,86 e Teste de Esfericidade de Bartlett, χ2(561)=3.178,103; p<0,001]. Nesta direção, optou-se por realizar uma análise de componentes principais, sem fixar rotação ou número de fatores a extrair. Observaram-se inicialmente oito fatores, levando-se em conta o critério de Kaiser [valor próprio (eingenvalue) igual ou superior a 1]. Não obstante, o Scree Plot (Figura 1) indica uma solução com até três componentes, embora os dois primeiros sejam mais nítidos, conforme evidenciado pela forma de cotovelo que se configura a partir do terceiro fator. Deste modo, pode-se observar que os demais valores quase não se diferenciam uns dos outros, sugerindo a considerar uma estrutura tridimensional.

 

 

Para fim de decisão do número de fatores a extrair, optou-se por realizar uma Análise Paralela (AP; critério de Horn), que compreende um procedimento mais confiável e robusto (Hair, Anderson, Tatham, & Black, 2009), admitindo-se os parâmetros do banco de dados original (206 participantes e 34 itens) e efetuando 1.000 simulações. Os valores próprios gerados aleatoriamente foram comparados com os obtidos na análise fatorial, confirmando a presença de três fatores. Portanto, pareceu mais adequado assumir uma estrutura trifatorial para esta medida, haja vista que o quarto valor próprio observado (1,43) foi inferior ao correspondente na simulação (1,53). Deste modo, tendo em conta a confiabilidade deste critério em relação aos demais, realizou-se uma nova análise, desta vez fixando a extração de três fatores (rotação varimax). Os resultados desta análise são mostrados na Tabela 1.

Como se pode verificar na Tabela 1, os três fatores explicaram conjuntamente 45% da variância total e as cargas fatoriais variam de 0,43 a 0,84. Foi considerado como carga fatorial mínima0,40para que o item fosse considerado como pertencente ao fator. Ademais, partindo do princípio de parcimônia, optou-se por contar com uma versão reduzida deste instrumento, considerando um número igual de itens para compor cada um dos fatores. Logo, levando em conta tais critérios, reduziu-se cada fator a sete itens, sendo que tal decisão não afetou sua precisão. A solução trifatorial encontrada é descrita a seguir.

FATOR I. Definido como Disponibilidade em adotar, este fator se refere à abertura do indivíduo para adotar uma criança independente de qual seja sua condição presente e perspectivas futuras. Inicialmente, reuniu dez itens, porém foram eliminados aqueles com menores cargas fatoriais. Deste modo, foram retirados os itens 04, 20 e 02. Neste sentido, o primeiro fator com valor próprio igual a 10,26 explicou 30,2% da variância total, cujas cargas fatoriais variam de 0,57 (Item 08. Não teria problemas em criar uma criança cujos pais são desconhecidos) a 0,84 (Item 17. Vejo-me como alguém capaz de adotar uma criança). Sua consistência interna (alfa de Cronbach; α) foi de 0,89.

FATOR II. Denominado Riscos associados à adoção, este fator diz respeito à percepção de vulnerabilidade a problemas de ordem emocional, comportamental e social. Reuniu, a princípio, nove itens, porém, obedecendo ao critério proposto, foram mantidos apenas os sete com maiores cargas fatoriais. Este apresentou valor próprio de 3,05, sendo responsável por explicar 9% da variância total, englobando itens com cargas fatoriais de 0,49 (Item 12. As crianças abandonadas devem ficar em orfanatos) a 0,69 (Item 19. A relação que os pais estabelecem com filhos adotivos nunca será igual a dos filhos biológicos), tendo apresentado alfa de Cronbach adequado (α=0,78).

FATOR III. Este último fator, denominado Aspectos humanitários da adoção, representa a benevolência do indivíduo frente à adoção, isto é, a demonstração de afeto e estima em relação ao adotado. Apresentou valor próprio de 1,96, contribuindo com a explicação de 5,80% da variância total. Suas saturações variaram de 0,45 (Item 26. A adoção é um ato aprovável) a 0,73 (Item 34. Considero o fato de ter filhos uma ação humanitária), correspondentes aos sete itens preservados neste fator, que apresentou alfa (α) de 0,78.

Em resumo, esses resultados parecem indicar evidências de validade fatorial e consistência interna da Escala de Atitudes frente à Adoção. Não obstante, reconhece-se o caráter estritamente exploratório das estatísticas realizadas. Logo, cabe conhecer em que medida a estrutura final de 21 itens, que apresentou alfa de Cronbach (α) total de 0,71, pode ser replicada em amostra independente. Este aspecto demanda um novo estudo, descrito a seguir, primando por análises estatísticas confirmatórias.

 

ESTUDO 2 Comprovando Evidências de Validade Fatorial e Consistência Interna

Este estudo teve como objetivo principal avaliar a adequação da estrutura trifatorial da EAFA para representar as atitudes frente à adoção, praticamente replicando o estudo anterior, porém dando ênfase a procedimentos confirmatórios. Especificamente, procurou-se realizar uma análise fatorial confirmatória coerente com os achados do Estudo 1, checando ainda a consistência interna (alfa de Cronbach) dos três fatores da medida avaliada.

 

Método

Participantes

Participaram deste estudo 215 pessoas da população geral, com média de idade de 33 anos (DP=7,67), sendo a maioria do sexo feminino (51,6%). Tratou-se de uma amostra de conveniência (não probabilística), participando pessoas que, contatadas, concordaram em participar voluntariamente. A maioria se declarou solteira (48,4%), heterossexual (94,1%) e com ensino superior incompleto (57,8%).

Instrumentos e Procedimento

Os participantes responderam os mesmos instrumentos do Estudo 1, isto é, Escala de Atitudes frente à Adoção (EAFA) e perguntas sociodemográficas (sexo, idade, estado civil, escolaridade e orientação sexual). Ressalta-se que se considerou a versão reduzida da EAFA, resultante do estudo anterior, composta por 21 itens. Como naquele estudo, seguiram-se todas as recomendações éticas de pesquisa com seres humanos (Brasil, CNS, Resolução nº 466/12), adotando-se o mesmo procedimento de coleta de dados.

Análise dos dados

Além do PASW (versão 18), útil para as análises descritivas e o cálculo do alfa de Cronbrach, utilizou-se o pacote estatístico AMOS (versão 18) para realizar a análise fatorial confirmatória (AFC), considerando-se a matriz de covariância e adotando o estimador ML (Máxima Verossimilhança). Adotaram-se os seguintes índices para avaliar a qualidade de ajuste do modelo (Byrne, 2010; Tabachnick & Fidell, 2006):

O χ2 (qui-quadrado): testa a probabilidade de o modelo teórico se ajustar aos dados; quanto maior este valor, pior o ajustamento. Este, por ser sensível ao tamanho da amostra (amostras grandes, isto é, n>200), deve ser interpretado com alguma reserva, valendo-se de sua razão em relação aos graus de liberdade (χ2/g.l.). Neste caso, valores entre 2 e 3 indicam um ajustamento adequado, sendo considerado aceitável um valor até 5.

O Goodness-of-Fit Index (GFI) e o Adjusted Goodness-of-Fit Index (AGFI), variam de 0 a 1, com valores na casa dos 0,90 ou superiores indicando um ajustamento satisfatório; e o Comparative Fit Index (CFI), que é um índice comparativo, adicional, de ajuste ao modelo, com valores mais próximos de 1, indicando melhor ajuste, aceitando-se valores de 0,90 ou superiores como expressando um modelo ajustado.

A Root-Mean-Square Error of Approximation (RMSEA), com seu intervalo de confiança de 90% (IC90%), avalia o quanto o modelo permite explicar os dados, levando em conta os residuais; um valor próximo à zero significa que o modelo se ajusta aos dados, pois os residuais correspondentes se apresentam mais próximos deste valor. Portanto, é um indicador de "maldade" de ajuste, isto é, valores altos indicam um modelo não ajustado; sugere-se que o RMSEA situe entre 0,05 e 0,08, aceitando-se valores de até 0,10.

 

Resultados

Tal como anteriormente mencionado, decidiu-se testar a estrutura da EAFA segundo a versão trifatorial proposta no Estudo 1, isto é, com os 21 itens, sendo sete para cada fator. Neste caso, observou-se que os indicadores de ajuste deste modelo revelaram uma solução marginal: χ2(186)=456,09; p<0,001; χ2/gl=2,45, GFI=0,83, AGFI=0,79, CFI=0,80, e RMSEA=0,08 (IC90%=0,073-0,092). Ressalta-se, entretanto, que não se impôs qualquer modificação nos parâmetros (e.g., correlação entre saturações e/ou erros de medida) e todos os itens apresentaram pesos fatoriais (Lambdas - λ) estatisticamente diferentes de zero (λ≠0; t >1,96, p<0,05). Portanto, parece existir evidência de validade fatorial desta medida, cujo modelo estrutural resultante pode ser observado na Figura 2.

Por fim, considerando o conjunto total de 21 itens, esta medida apresentou alfa de Cronbach aceitável (α=0,76). Em termos de seus fatores específicos, tais coeficientes foram igualmente adequados, como seguem: disponibilidade em adotar (α=0,82), riscos associados à adoção (α=0,70) e aspectos humanitários da adoção (α=0,79).

 

Discussão

Este artigo teve como objetivo principal propor a construção de uma medida de atitudes frente à adoção, reunindo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Confia-se que este objetivo tenha sido alcançado, embora sejam reconhecidas possíveis limitações dos estudos. Por exemplo, mesmo que as amostras tenham sido constituídas por participantes da população geral de João Pessoa (PB), podem ter sido enviesadas em razão de não serem aleatórias, restringindo quaisquer possibilidades de generalizações dos achados para a população paraibana, menos ainda a brasileira. Porém, este estudo teve outro foco, mais psicometrista, procurando construir uma medida e conhecer evidências de sua validade e precisão. Desta forma, estima-se que representa uma contribuição à literatura. A propósito, discutem-se a seguir os principais resultados.

No que se referem às análises fatoriais (PC e AFC), que foram realizadas em amostras independentes, estas permitiram constatar que a EAFA é uma medida claramente trifatorial, tendo sido seus fatores designados por disponibilidade em adotar (Fator I), riscos associados à adoção (Fator II) e aspectos humanitários da adoção (Fator III). Os três componentes explicaram conjuntamente quase 50% da variância explicada, com consistência interna superior ao ponto de corte comumente recomendado na literatura (0,70; Nunnally, 1991; Pasquali, 2011). Embora os indicadores de ajuste tenham sido inferiores aos preconizados (Byrne, 2010), há que ter em conta que não se realizou qualquer ajuste do modelo, e que o índice RMSEA, que é dos mais invariantes em razão do tamanho da amostra, revelou-se adequado. Também os pesos fatoriais foram todos significativos, sugerindo adequação do conjunto de itens para representar seus fatores respectivos.

Como observado previamente, nenhuma medida no contexto da adoção incorporou as três dimensões atitudinais (cognitiva, afetiva e comportamental), sendo que o instrumento proposto representa uma tentativa nesta direção. Por exemplo, observa-se que o agrupamento dos itens no Fator I representa o componente comportamental das atitudes, pois avalia a abertura das pessoas à adoção e/ou a disposição que elas têm em adotar uma criança. Weber (2014) assegura que há diversos fatores que levam uma pessoa a querer adotar, mas, segundo esta autora, o motivo prevalente é a infertilidade. Reppold e Hutz (2003) reforçam que a maioria das famílias adotantes busca na adoção uma forma de suprir seu desejo de parentalidade quando, por problemas orgânicos ou psicológicos, uma gravidez biológica não é viável. O ato de adotar pode revelar quaisquer destes elementos, mas a intenção inerente à adoção deve ser explícita, e a medida ora proposta consegue de algum modo avaliá-la.

Em linha com o anteriormente comentado, parece razoável afirmar que o componente atitudinal cognitivo é abarcado pelos itens do Fator II. No caso, seu conteúdo reflete uma avaliação sobre a adoção, isto é, avalia o que as pessoas pensam sobre riscos associados à adoção e à criança adotada. Costa e Rosseti-Ferreira (2007) constataram que grande parte dos candidatos a pais adotivos apresenta uma série de fantasias e crenças disfuncionais em relação a seus futuros filhos e à própria adoção; temem, sobretudo, lidar com as experiências passadas de crianças adotadas tardiamente, tendo como fundamento o estigma de que estas trariam consigo maus hábitos adquiridos em suas famílias de origem ou, ainda, "herdados" da convivência em abrigos. Além disso, apresentam mitos quanto à dificuldade de adaptação ao novo lar, vulnerabilidade a problemas de comportamento e personalidade associados à herança genética (Maux & Dutra, 2010), justificando-se a preferência por recém-nascidos com características físicas às suas (Pereira, 2013). Estes aspectos, não se pode negar, têm a ver com o elemento cognitivo ou propriamente as crenças dos pais acerca de os filhos que serão adotados.

Por fim, os itens do Fator III parecem representar o componente afetivo das atitudes. Especificamente, considera aspectos referentes ao bem-estar da criança adotada, tal como verificados em casos de adoções guiadas por ações humanitárias, evidenciando uma favorabilidade à adoção. Weber (2014) constatou que a adoção muitas vezes se encontra associada, no imaginário social, à filantropia, de modo que a maior parte das pessoas entrevistadas acredita que são os valores religiosos, como caridade, pena e amor ao próximo que levam à adoção. Estes elementos, sem dúvida, evidenciam uma apreciação, valoração que se faz do ato de adotar. Nesta direção, Gatti, Campos e Vargas (1993) confirmam a indicação de que a relevância social é considerada o principal motivo para a adoção entre os grupos de diferentes níveis de escolaridade. Portanto, de alguma forma o componente afetivo é retratado neste terceiro fator.

Por suposto, os três fatores antes tratados não são expressão pura dos componentes afetivos, cognitivos e comportamentais das atitudes, como descritos em termos didáticos (Rodrigues et al., 2012). Não obstante, pode parecer difícil separar por absoluto cada um deles, que mantêm estreita relação quando se referem a um objeto preciso das atitudes, como pode ser o ato de adotar. Nesta direção, parece pertinente e justificado o emprego da EAFA como ferramenta de avaliação de profissionais no sentido de identificar o quanto as pessoas estão abertas a esta prática e se atitudes delas influenciam o poder de decisão de quererem ou não adotar, o que pode evitar possíveis casos de devolução de crianças adotadas. De fato, instrumentos como este poderiam ser considerados em grupos de incentivo à adoção para que se possam promover discussões sobre a favorabilidade desta prática em função das atitudes das pessoas. Possivelmente, proporcionará dados que podem ser somados ao perfil dos candidatos a futuros pais adotivos, de modo a ter uma compreensão mais globalizadora das motivações que os levam a adotar, primando por uma decisão menos traumática para as partes envolvidas.

Por fim, de modo geral parece adequado afirmar que a EAFA possui evidências psicométricas satisfatórias, tratando-se de um instrumento breve, de fácil compreensão e com itens curtos, podendo ser utilizada em pesquisas que tenham como foco conhecer as atitudes das pessoas frente à adoção em geral. Porém, não se encerram nesta oportunidade os estudos sobre sua adequação. Parece adequado replicar em outros contextos os estudos antes descritos. Por exemplo, seria interessante contar com a participação de pretendentes e não pretendentes à adoção, possibilitando verificar se esta medida é capaz de diferenciar tais grupos. Parece ser igualmente relevante conhecer sua estabilidade temporal, checando por meio de teste-reteste o quanto esta medida de atitudes frente à adoção pode ser afetada ao longo do tempo, sobretudo em razão da natureza mais modificável das atitudes. Poderia ser igualmente útil estimar evidências de sua validade preditiva, testando a proposição de serem as atitudes boas preditoras da intenção comportamental ou do comportamento propriamente dito (Ajzen, 2001; Ajzen & Fishbein, 2005).

 

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Endereço para correspondência:
Tamíris da Costa Brasileiro
Rua José Cavalcanti Chaves, 243, apto. 101 - Tambauzinho
58041-090 João Pessoa PB, Brasil
tamirisbrasileiro@gmail.com

Recebido em: 12.06.2016
Aceito em: 10.10.2016

 

 

Autores: Tamíris da Costa Brasileiro – Mestre, Universidade Federal da Paraíba.
Patrícia Nunes da Fonsêca – Doutora, Universidade Federal da Paraíba.
Rildésia Silva Veloso Gouveia, – Doutora, Centro Universitário de João Pessoa, UNIPÊ.
Thayro Andrade Carvalho – Mestre, Universidade Federal da Paraíba.
Valdiney Veloso Gouveia – Doutor, Universidade Federal da Paraíba.

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