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Psicologia Clínica

Print version ISSN 0103-5665On-line version ISSN 1980-5438

Psicol. clin. vol.31 no.3 Rio de Janeiro Sept./Dec. 2019

http://dx.doi.org/10.33208/PC1980-5438v0031n03A04 

SEÇÃO TEMÁTICA - QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS DA MULHER

 

Repercussões de desencontros e ambiente familiar na relação mãe-bebê: experienciando o método Bick de observação

 

Repercussions of mismatches and family environment in the mother-baby relationship: experiencing the Bick observation method

 

Repercusiones de desencuentros y ambiente familiar en la relación madre-bebé: experimentando el método Bick de observación

 

 

Luiza Guazzelli da Costa RodriguesI; Márcia Pinheiro SchaeferII

IGraduanda em Psicologia pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil. luiza_guazzelli@hotmail.com
IIDoutoranda em Psicologia Clínica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Docente e supervisora do ESIPP (Estudos Integrados de Psicoterapia Psicanalítica), Porto Alegre, RS, Brasil. marcialavarda@gmail.com

 

 


RESUMO

A observação da relação mãe-bebê possibilita ao terapeuta em formação o desenvolvimento de habilidades importantes para sua prática. Desenvolvido por Esther Bick, o método Bick de observação de bebês abarca os principais conceitos da psicanálise, como o inconsciente, a transferência, a contratransferência e a atenção flutuante. O estudo tencionou compreender os desencontros ocorridos entre mãe e bebê e a importância do ambiente familiar, a partir de um relato de experiência de uma observação da relação mãe-bebê e das formulações teóricas de Winnicott. A observação foi realizada por meio de uma adaptação do método Bick de observação de bebês. Ao longo das observações, foram identificadas dificuldades iniciais na interação decorrentes dos desencontros na relação da díade mãe-bebê. O ambiente familiar e, em especial, o auxílio da avó materna foram importantes enquanto fontes de afeto e empatia para com a díade, promovendo uma nova possibilidade de interação para o bebê. Concluiu-se que o ambiente familiar se mostrou fundamental, tanto para o desenvolvimento da criança quanto para um cuidado materno mais empático.

Palavras-chave: observação; relação mãe-filho; método Bick; relações familiares.


ABSTRACT

The observation of the mother-baby relationship allows the therapist in training to develop important skills for his practice. Developed by Esther Bick, the Bick method of infant observation covers the main concepts of psychoanalysis, such as the unconscious, transference, countertransference, and free-floating attention. The study aimed to understand mismatches between mother and baby and the importance of the familiar environment, from an experience report of an observation of a mother-baby relationship and Winnicott's theoretical formulations. The format of the activity was adapted from the Bick method of infant observation. Throughout the observations, it was possible to identify initial difficulties in the interaction due to mismatches in the mother-baby relationship. The family environment and, in particular, the maternal grandmother's help were important as sources of affection and empathy for the dyad, promoting a new possibility of interaction for the baby. It was concluded that the family environment was fundamental, both for the development of the infant and for a maternal care with more empathy.

Keywords: observation; mother-child relation; Bick method; family relations.


RESUMEN

La observación de la relación madre-bebé posibilita al terapeuta en formación el desarrollo de habilidades importantes para su práctica. Desarrollado por Esther Bick, el método Bick de observación de bebés abarca los principales conceptos del psicoanálisis, como el inconsciente, la transferencia, la contratransferencia y la atención flotante. El estudio pretendió comprender los desencuentros ocurridos entre madre y bebé y la importancia del ambiente familiar, a partir de un relato de experiencia de una observación de la relación madre-bebé y de las formulaciones teóricas de Winnicott. La observación fue realizada por medio de una adaptación del método Bick de observación de bebés. A lo largo de las observaciones, se identificaron dificultades iniciales en la interacción derivadas de los desencuentros en la relación madre-bebé. El ambiente familiar y, en especial, la ayuda de la abuela materna fueron importantes como fuentes de afecto y empatía para la díada, promoviendo una nueva posibilidad de interacción para el bebé. Se concluyó que el ambiente familiar se mostró fundamental para el desarrollo del bebé y para un cuidado materno más empático.

Palabras clave: observación; relaciones madre-hijo; método Bick; relaciones familiares.


 

 

Introdução

Dentre os vários olhares da psicanálise, um em especial foca o período do início da vida, do psiquismo e das primeiras relações. Uma das técnicas desenvolvidas para a apreensão dos fenômenos dessa fase foi a da observação de bebês, desenvolvida por Esther Bick em 1948 como uma importante atividade para a formação de psicanalistas, sendo até hoje aplicada em diferentes centros de formação e em diversos países. O Método Bick de observação de bebês abarca os principais conceitos da psicanálise, como o inconsciente, a transferência, a contratransferência e a atenção flutuante (Oliveira-Menegotto, Lopes & Caron, 2010). Quando foi introduzido no Brasil, o método passou a ser chamado de Observação da Relação Mãe-Bebê (ORMB), assumindo um caráter mais relacional da observação (Oliveira-Menegotto et al., 2006).

O Método Bick consiste em o aluno observar uma dupla mãe-bebê durante dois anos, com frequência semanal no primeiro ano e quinzenal no segundo, em encontros de uma hora de duração. O observador, nesse contexto, deve assumir uma postura de não julgamento, buscando apreender e vivenciar as conquistas, as dificuldades e o modo de se relacionar da díade (Kompinsky, 2000). A observação de bebês, conforme o Método Bick, envolve três momentos: o primeiro, da observação da dupla mãe-bebê; o segundo, da elaboração do relato da observação (focando também aspectos como sentimentos e angústias despertadas no observador); e o terceiro, da supervisão em grupo, com a discussão do material (Bick, 1964). Para uma compreensão dinâmica da experiência, o objetivo é uma observação minuciosa, que inclua tanto os elementos manifestos como as reações no observador (Pergher & Cardoso, 2008). Assim, logra-se, pelo método Bick, acompanhar o desenvolvimento de um bebê desde seu nascimento e observar como se originam suas relações com a família (Oliveira-Menegotto et al., 2006).

A observação da relação mãe-bebê visa a capacitar o estudante para correlacionar as ações da dupla mãe-bebê e identificar os padrões de vínculo que são estabelecidos. Além disso, busca possibilitar a compreensão e reconhecimento da comunicação primitiva, o desenvolvimento de um espaço mental que tolere as ansiedades e os desconfortos provocados pela atividade, o desenvolvimento da capacidade de "ouvir" o silêncio e as manifestações não verbais, o estabelecimento de uma postura neutra e aberta a aprender as soluções próprias da dupla, o treinamento da capacidade de lidar com o não saber e de conter estados emocionais do observador - que é, em outros contextos, psicoterapeuta (Kompinsky, 2000).

Por se tratar de uma experiência de grande relevância para a formação técnica, teórica e vivencial do analista, a observação da relação mãe-bebê também se apresenta como uma atividade de potencial contribuição para a formação de estagiários em psicologia clínica. Assim, este trabalho parte da vivência de uma estudante de psicologia em seu estágio profissional numa clínica-escola de orientação psicanalítica, especializada na formação de psicoterapeutas.

Para a inclusão da observação mãe-bebê nas atividades do estágio, realizou-se uma adaptação do Método Bick quanto ao tempo de observação: em vez de dois, apenas um ano de vida do bebê (ao longo do ano de estágio da aluna), já que, em mapeamento feito sobre a aplicação do Método Bick de Observação no Brasil, verificou-se que, em 81% dos grupos que o utilizam, esta tem sido a prática predominante (Caron & Lopes, 2015). Devido ao limite de tempo disponível para o encerramento do estágio, foi possível observar a relação mãe-bebê até os oito meses de vida da criança. As outras características da técnica foram mantidas, como a frequência semanal, a duração do encontro de uma hora, a escrita do relato de observação e a supervisão em grupo.

Assim, este estudo tencionou relatar a experiência de uma observação da relação mãe-bebê, relacionando-a com formulações teóricas de Winnicott, a fim de se compreender os desencontros na relação mãe-bebê e a importância do ambiente familiar nesse contexto. Buscou-se contribuir para o estudo do vínculo mãe-bebê, de seus possíveis desencontros e do papel do ambiente familiar no desenvolvimento infantil.

 

A observação

A dupla mãe-bebê foi encontrada por meio de indicação, e se fez contato telefônico ainda durante a gestação da mãe, quando foi explicada a proposta da atividade. Após a aceitação da observação, marcou-se um primeiro encontro para que a mãe e a observadora se conhecessem e se realizasse uma entrevista inicial. Essa entrevista, feita antes do nascimento do bebê, abordou aspectos como a história da família e expectativas sobre a chegada do bebê. Quando se conheceram, a mãe foi receptiva e cordial com a observadora; entretanto, encontraram-se dificuldades na comunicação com a mãe (que apenas respondia mensagens, não atendendo ligações, na maior parte das vezes).

A partir da primeira entrevista, percebeu-se que a gestação, para a mãe, ocorrera de forma abrupta e forçada devido a problemas de saúde que a fizeram escolher entre ser mãe naquele momento ou nunca ser. Abrupta também foi a escolha do nome da menina, que inicialmente representava o desejo dos pais e era uma antiga opção materna e que, no sexto mês de gestação, foi alterado à revelia da vontade do pai. O novo nome, determinado pela mãe, passou a expressar características que ela nunca apreciara. Pode-se pensar que tal mudança, repentina e imposta pela mãe, reproduziu a chegada da gestação em sua vida e pode indicar a maneira como fora sentida por ela. Nesse primeiro encontro, as expectativas maternas estavam marcadas pelo medo da perda de identidade e de liberdade após o nascimento da bebê, com a verbalização de sua angústia em se imaginar cuidando de alguém tão dependente dela. Após a entrevista inicial, combinou-se que a observadora entraria em contato no período previsto para o nascimento da bebê para que se iniciasse a observação.

Logo no início da atividade, encontraram-se problemas em realizar as observações devidos a desencontros entre a observadora e a mãe. Na primeira observação (aos 24 dias de vida da bebê), a mãe relatava sua frustração quanto ao tamanho da menina, alegando que a mesma era pequena demais, "uma rata" (mãe, observação 1, 24 dias de vida). A mãe se apresentava muito cansada e relatava estar com dificuldades para dormir, comer e cuidar de si, o que era esperado para aquele momento.

Primeiramente, percebeu-se que a amamentação era um momento difícil para a dupla mãe-bebê, pois ambas pareciam não se encontrar: nos momentos em que a bebê chorava e não pegava o peito, a mãe se mostrava irritada, suspirava de forma impaciente e dizia à observadora, de forma queixosa, "tá vendo como ela é?" (mãe, observação 1, 24 dias de vida). A bebê, nesses momentos, chorava ainda mais, o que parecia deixar a mãe mais agitada e sem saber o que fazer, evidenciando-se sua dificuldade em lidar com a irritação e a frustração (sentimentos vivenciados tanto por ela como pela menina). Durante a amamentação, a bebê era apoiada pelo braço e pela perna da mãe de forma a ficar distante do colo materno, dando a sensação angustiante à observadora de que a menina estava solta e com pouca sustentação.

Observou-se ainda, nessas situações, o olhar profundo da menina voltado aos olhos da mãe enquanto mamava e a pouca reciprocidade materna (observação 2, 1 mês e 6 dias), cena que mobilizava na observadora sentimentos como tristeza e empatia pela díade. Além disso, percebeu-se uma desarmonia quanto às expectativas maternas e as possibilidades da bebê, pois a mãe desejava que ela já sorrisse e interagisse, mexendo em suas bochechas na tentativa de fazê-la sorrir e colocando muitos brinquedos à sua disposição (observação 2, 1 mês e 6 dias).

A mãe apresentou, ainda, dificuldades para identificar as necessidades da filha, como quando nomeava sua tentativa de se desvencilhar do seio como "brabeza" (mãe, observação 2, 1 mês e 6 dias) ou quando decodificava diferentes tonalidades de choro como fome, sono ou "manha" (mãe, observação 2, 1 mês e 6 dias). Assim, não conseguia dar colo quando a bebê aparentava precisar e tampouco acalmá-la quando chorava: nesses momentos, a mãe mostrava-se irritada e agressiva, suspirando impacientemente e chamando a filha por adjetivos pejorativos como "ordinária" (mãe, observação 3, 1 mês e 23 dias), "fedida" e "braba" (mãe, observação 1, 24 dias de vida); já o berço e o carrinho eram nomeados como camas "com espinhos" (mãe, observação 3, 1 mês e 23 dias). A introdução de alimentos sólidos foi marcada pelo choro da bebê e pela impaciência materna que, em certa vez, falou que a comida que oferecia à filha era feita "de concreto" (mãe, observação 24, 7 meses e 10 dias).

Em outras circunstâncias, a mãe verbalizava suspeitar que a filha estivesse com frio por ter as mãos geladas; apesar disso, não providenciava nada para aquecê-la, o que pode indicar a manifestação de seus impulsos agressivos. Esse aspecto também foi observado numa cena na qual a mãe realizou a troca de fralda de maneira rápida, agressiva e pouco empática, enquanto a menina chorava intensamente, dando um caráter punitivo à situação (observação 6, 3 meses e 5 dias). A agressividade materna dirigida à bebê também era sentida pela observadora com relação a sua presença, como quando a mãe afirmava que a bebê chorava devido ao olhar da observadora (mãe, observação 24, 7 meses e 10 dias), tornando o momento da observação angustiante e desconfortável para a observadora.

A fala da mãe era frequentemente sentida pela observadora como ambígua, já que não era possível identificar se ela estava sendo carinhosa ou não. Ao mesmo tempo em que procurava interagir com a bebê, reclamava e a chamava por adjetivos negativos, variando entre um tom de voz suave e carinhoso e outro que indicava impaciência. Em um desses momentos observados, a menina olhou em seu rosto e alternou entre sorrir e chorar, não parecendo saber como reagir (observação 24, 7 meses e 10 dias). Essa situação causava na observadora sentimentos de angústia, confusão e insegurança, tanto em relação ao que estava ocorrendo na relação mãe-bebê quanto pela própria relação entre mãe e observadora, também sentida como ambígua.

A partir da quarta observação, quando a bebê estava com 2 meses e 11 dias, elas passaram a ocorrer na casa da avó materna, que passou a cuidar da menina quando a mãe retornou às atividades laborais, mantendo-se assim até o final da atividade. Presenciaram-se, dessa forma, não somente a relação mãe-bebê, mas as relações avó-bebê, avó-mãe-bebê e avó-mãe. E, logo na primeira observação no novo ambiente, a observadora sentiu-se acolhida pela avó (observação 4, 2 meses e 11 dias), sentimento que se manteve ao longo da atividade.

Nesse novo cenário, observaram-se mudanças importantes em relação à mãe, à bebê e à relação mãe-bebê. A mãe apresentou melhoras quanto ao seu autocuidado, aparentando também estar mais tranquila e menos agressiva durante a atividade (observação 5, 2 meses e 28 dias). Além disso, houve um maior investimento materno na filha, especialmente quando a menina dormia: com a filha no colo, a mãe tornou-se mais carinhosa, olhando-a profundamente de maneira terna, chamando-a por adjetivos carinhosos e tocando-a delicadamente (observação 4, 2 meses e 11 dias). Além disso, nesse novo contexto, a família verbalizou mudanças observadas na bebê, que passou a dormir melhor, a chorar menos e, nas palavras da avó, se tornou um bebê "normal" (avó, observação 4, 2 meses e 11 dias).

A contar da observação 7 (3 meses e 12 dias), a mãe esteve menos presente na atividade e a observação passou a ser predominantemente com a avó e neta. A avó propunha à menina maior interação, mais conversa em tom carinhoso e mais brincadeiras. Nas trocas de fraldas, por exemplo, falava e fazia gracejos e a neta respondia com muitos sorrisos e agitação de braços e pernas (observação 7, 3 meses e 12 dias). A avó a pegava no colo, era mais paciente e estimulava a bebê a pegar objetos e a ouvir música (observação 7, 3 meses e 12 dias).

A menina, por sua vez, se mostrava mais ativa, curiosa e risonha, dando a impressão à observadora de que mantinha um desenvolvimento dentro do esperado quando estava aos cuidados da avó. Observou-se aí um padrão ao longo da atividade, tendo início a partir da observação 5 (2 meses e 28 dias): quando a mãe estava no ambiente, a bebê permanecia adormecida, mesmo sendo mais velha (observação 10, 4 meses e 3 dias); já em sua ausência, a menina se apresentava ativa, curiosa e buscava interação com a avó e com a observadora (observação 8, 3 meses e 19 dias).

Da observação 12 (4 meses e 17 dias) em diante, notou-se que a mãe, mesmo quando presente e com disponibilidade de tempo para estar com a filha, passou a delegar seus cuidados à avó, que, gradualmente, assumiu um papel central no zelo pela neta, especialmente aqueles relacionados à interação, estimulação e afeto (observação 15, 5 meses e 7 dias; observação 23, 7 meses e 3 dias). Por outro lado, em alguns momentos a mãe parecia se esforçar para se aproximar da bebê, tentando fazê-la rir ou acalmá-la quando chorava, sendo observada, nessas oportunidades, uma interação harmoniosa entre a dupla mãe-bebê (observação 13, 4 meses e 24 dias); mas esses momentos de conexão eram interrompidos pela avó, que passou a se sobrepor ao papel materno.

À medida que a bebê crescia, passou a ser percebida pela mãe e pela avó como uma criança insegura, assustada e com medos: observava-se que a menina se assustava facilmente, tinha um sono tenso e não aceitava dormir longe do colo da avó (observação 16, 5 meses e 14 dias). Em somente um encontro, foi observada a relação pai-bebê. Diferentemente da maioria das observações, a observação 11 (4 meses e 10 dias) ocorreu na casa da mãe e contou com a presença do pai da menina. Esse lhe dava colo, consolava seu choro ao falar de forma carinhosa e a fazia dormir de maneira acolhedora, sustentando-a em seu peito. Na mesma observação, enquanto ainda estava acordada, a bebê esteve mais curiosa, ativa e alegre do que geralmente se apresentava quando somente na presença da mãe.

Em diferentes momentos da atividade, a família observada realizava tentativas para incluir a observadora como parte dela, como nos momentos em que expunham conflitos familiares por meio de discussões na frente da observadora, solicitando sua opinião (observação 21, 6 meses e 14 dias), ou ainda quando a convidavam para assistir à televisão, a filmes e a comer (observação 13, 4 meses e 24 dias; observação 19, 6 meses de vida). Ainda em relação ao funcionamento familiar, observou-se que os membros expunham suas questões de cunho privado em ambientes compartilhados pela família, quando todos opinavam (observação 21, 6 meses e 14 dias). Ademais, alguns moravam na mesma casa (avó, avô, bisavó e bisavô), outros em casas muito próximas (mãe, pai e bebê em uma casa; tias maternas e primos em outra) e se organizavam em torno de um cuidador central (a avó).

 

A relação mãe-bebê, os desencontros e o ambiente familiar

A partir do que foi observado, percebeu-se que a mãe apresentou dificuldades para atingir o estado emocional especial que Winnicott (1956/2000) descreveu como Preocupação Materna Primária. Essa condição única, segundo o autor, se desenvolve gradualmente na mãe e se caracteriza por uma sensibilidade aumentada que lhe permite identificar-se com o filho e perceber suas necessidades, ocorrendo entre o final da gestação e as primeiras semanas de vida do bebê. É marcada pela dissociação e, se não ocorresse na gravidez e no puerpério, poderia ser considerada patológica. Após algumas semanas, a mãe se recupera desse estado e, devido a sua intensidade, tende a não recordar dele por meio da repressão (Winnicott, 1956/2000).

Para desenvolver a Preocupação Materna Primária e para que haja uma recuperação, é necessário que se conte com uma mãe saudável (Winnicott, 1956/2000). Conforme descrito por Winnicott (1956/2000), há muitas mulheres que podem ser boas mães, mas não conseguem atingir esse estado delicado que a capacita a se adaptar de forma sensível às necessidades do bebê, podendo haver uma possível fuga para a sanidade nessas circunstâncias. Assim, a mãe teria dificuldades em se entregar ao intenso e regressivo período da Preocupação Materna Primária.

A partir desse estado, a mãe consegue fornecer ao bebê o que ele precisa para poder expressar suas tendências de desenvolvimento, experimentando espontaneidade e domínio das sensações. A mãe fornece, assim, uma adaptação suficientemente boa à necessidade do bebê. Este ainda não tem como saber que a mãe está sendo suficientemente boa; ele pode apenas experienciar um suficiente continuar a ser, sem precisar ser interrompido por reações à invasão. Um suficiente continuar a ser, sem a necessidade de frequentes reações à invasão, são a base para o estabelecimento do ego e para o gradual desenvolvimento do potencial herdado do bebê, o qual se refere à tendência inata de crescer e criar relações com o mundo. Apesar de herdado, esse potencial não pode se desenvolver sem uma provisão ambiental adequada (Winnicott, 1965/1983).

Em relação ao processo saudável de construção do ego, também são importantes experiências nas quais a mãe não atende de imediato às necessidades do bebê, o que este sente como uma ameaça de aniquilação. Entretanto, essa ameaça não leva à aniquilação e sim a uma rápida recuperação do bebê, o que possibilita o desenvolvimento da confiança na recuperação, que posteriormente promoverá a capacidade do ego de suportar a frustração (Winnicott, 1956/2000).

Quando o cuidado é marcado pela continuidade de fracassos maternos, conforme nomeado por Winnicott (1965/1983), o bebê precisa vivenciar repetidas reações à invasão em resposta às consequências da falha, interrompendo seu continuar a ser e produzindo uma contínua ameaça de aniquilamento. É possível pensar que, em muitos momentos de desencontros observados entre a dupla mãe-bebê (nos quais a bebê não tinha suas necessidades atendidas e era possível identificar agressividade na fala da mãe), a menina vivenciava, em seu choro, a ameaça de aniquilamento referida por Winnicott (1965/1983).

Segundo o autor (Winnicott, 1956/2000), o fracasso nessa primeira fase da vida exige que o bebê utilize mecanismos de defesa primitivos, podendo acarretar no desenvolvimento de um falso self e na anulação de elementos constitucionais devido à ameaça de aniquilamento. O falso self é desenvolvido como uma defesa que busca um self que cuida de si próprio, sendo um aspecto falso da personalidade que visa a esconder e proteger o verdadeiro self (Winnicott, 1965/1983). Dessa forma, é possível pensar que, na bebê observada, evidenciava-se o início do uso de defesas rudimentares quando ela se comportava diferentemente de sua natureza ao dormir excessivamente na presença materna ou ao parecer não saber se chorava ou se ria, alternando sua resposta enquanto observava o olhar da mãe (observação 24, 7 meses e 10 dias). Tais mecanismos, se utilizados com maior frequência e intensidade ao longo do tempo, podem contribuir para o desenvolvimento de um falso self.

Outra questão importante observada ao longo da atividade de observação da relação mãe-bebê foi o holding (e a possível falta dele) promovido pela mãe. Conceito desenvolvido por Winnicott (1965/1983), o holding refere-se a uma das funções ambientais para um cuidado satisfatório e inclui o segurar físico do bebê, o colo, a sustentação, o manejar, a apresentação de objetos e toda a provisão ambiental necessária nesse período em que ele ainda não existe em separado da mãe. Essa provisão ambiental, entretanto, não deve violar a onipotência do bebê, ou seja, deve lhe permitir seguir sentindo o objeto como uma criação subjetiva própria (Winnicott, 1971/1975).

Pode-se pensar que o holding materno observado nesse caso pode ter sido precário e insuficiente na concepção da menina, como no momento da amamentação em que a mãe a apoiava em seu braço e na perna de forma pouco acolhedora. Assim, conforme a sensação sentida pela observadora, tratava-se de um colo com pouca sustentação e que gerava insegurança. Entretanto, quando a bebê estava dormindo, a mãe parecia fornecer um colo mais sustentador e acolhedor (observação 4, 2 meses e 11 dias).

O holding é importante no processo de integração do ego e, quando o cuidado for suficientemente bom e consistente, possibilita ao bebê alternar entre estados integrados e não integrados do ego e ser capaz de experienciar a ansiedade associada à desintegração. Esse processo levará a uma diferenciação da mãe e à aquisição de uma individualidade própria; bebês de mães que não conseguem prover um holding adequado vivenciam insegurança e um chorar nervoso (Winnicott, 1965/1983). Tais comportamentos foram associadas à menina quando mãe e avó passaram a descrevê-la como insegura, assustada e medrosa (observação 16, 5 meses e 14 dias), podendo-se supor que a primeira não desenvolvera, até aquele momento, uma segurança no objeto cuidador (mãe/avó).

Quando o ambiente sustentador é insuficiente, interrompe-se a continuidade do ser do bebê e ele precisa reagir, deixando de ser para vivenciar o aniquilamento. Segundo Winnicott (1965/1983), a função principal do ambiente é a redução ao mínimo de irritações às quais o bebê necessite reagir e vivenciar o aniquilamento do seu self. A bebê observada, em diferentes momentos da atividade, teve de lidar com invasões e irritações provocadas pelas dificuldades maternas relacionadas à capacidade de olhar e ser empática, assim como pelas cargas agressivas manifestas. A cena em que a menina chorava intensamente durante a troca de fralda, realizada pela mãe de forma agressiva e com caráter punitivo (observação 6, 3 meses e 5 dias), ilustra a vivência de um bebê que necessitou reagir e interromper a continuidade do ser.

Ao longo das observações, percebeu-se que a mãe foi aprendendo sobre o manejo de sua filha e passou a lhe prover um cuidado mais satisfatório, apesar de ainda apresentar bastante dificuldade em segurá-la, demonstrar afeto e brincar. Dessa forma, a avó assumiu um papel fundamental na provisão do holding à neta ao fazê-la dormir e consolá-la em momentos de angústia. A inserção da avó como cuidadora pareceu ter contribuído para que a mãe pudesse promover um melhor cuidado tanto para a menina quanto para si mesma.

Pode-se pensar, nesse sentido, que a mãe observada vivenciou o que Winnicott (1987/2002) nomeou como desamparo materno, ou seja, o desamparo experienciado pelo cuidador frente à total dependência e desamparo do bebê. Segundo o autor, é possível dizer que "as pessoas que cuidam de um bebê são tão desamparadas em relação ao desamparo do bebê quanto o bebê o é. Talvez haja até mesmo um confronto de desamparos" (Winnicott, 1987/2002, p. 91), evidenciando a importância de um ambiente protetor e de apoio à mãe nesse contexto (Winnicott, 1965/2005). Conforme a teoria winnicottiana, frente ao terror e ao desamparo, algumas mães podem não conseguir se identificar com o bebê, sendo alguns fatores envolvidos nesse processo: a própria vivência materna enquanto bebê, uma identificação masculina acentuada ou a falta de segurança no momento vivido (Araújo, 2003). Neste sentido, o cuidado oferecido pela avó à bebê e à mãe pode ter aliviado as ansiedades e dificuldades maternas, trazendo benefícios para relação mãe-bebê.

Apesar de ter sido observada em somente um momento, a relação com o pai também pode ter fornecido afeto, acolhimento e cuidado, e pode ter sido um modelo de relação importante no desenvolvimento da menina.

 

"Quando olho, sou visto; logo, existo"

Essa é uma frase de Winnicott (1971/1975, p. 157) que resume sua concepção sobre o papel de espelho da mãe no desenvolvimento emocional, ou seja, o rosto da mãe é um precursor do espelho. O bebê tende a olhar para o rosto materno, e como num espelho, ele deve ver a si mesmo. Assim, a mãe olha para o bebê e "aquilo com o que ela se parece se acha relacionado com o que ela vê ali" (Winnicott, 1971/1975, p. 154). Outros bebês olham para a mãe e, muitas vezes, não recebem de volta o que estão dando, ou seja, não veem a si mesmos. Logo, o que a mãe está refletindo não é o que o bebê está direcionando a ela, sendo possível que a bebê observada tenha vivenciado isso já na observação 2, quando mantinha um olhar profundo voltado aos olhos maternos enquanto mamava e a mãe, por sua vez, desviava o olhar e apresentava uma feição séria.

Nos casos em que a mãe não ocupa o papel de espelho, o bebê acaba se acostumando com a ideia de que o que ele vê é o rosto da mãe e não um espelho, deixando de lado a apercepção do mundo para a percepção objetiva das coisas. Conforme Winnicott (1971/1975), perde-se nesse momento a oportunidade de uma troca significativa com o mundo que envolveria tanto o autoenriquecimento quanto a descoberta do significado do mundo objetivo. Para Winnicott (1971/1975), essa vivência acaba prejudicando a capacidade criativa do indivíduo e demanda que o bebê procure outros meios no ambiente de ter algo de si mesmo.

A avó, por outro lado, retribuía com mais frequência o olhar da bebê, sendo este sentido pela observadora como mais afetivo. Isso pode ter sido fundamental, à medida que um olhar mais afetuoso podia facilitar que a menina adquirisse a tranquilidade ao sentir que a imagem da avó se encontrava ali, e que sua cuidadora estava em rapport com ela (Winnicott, 1971/1975). Nesse sentido, pode-se supor novamente a importância do ambiente em relação às outras fontes de olhar para a bebê, como a avó e o pai, pois estes pareciam prover uma maior interação, investimento e afeto.

Alguns bebês não desistem do olhar do objeto e fazem todo o possível para encontrar nele algum significado (Winnicott, 1971/1975). Conforme Winnicott (1971/1975), bebês que vivenciam o contínuo fracasso materno estudam as variáveis feições maternas tentando predizer o humor da mãe, precisando deixar de lado sua espontaneidade a fim de se proteger. Esse aspecto pode ser visto nos momentos em que a menina se detinha ao rosto da mãe e alternava entre sorrir e chorar, parecendo não saber como reagir.

A ambiguidade na fala materna também era sentida pela observadora tanto na relação mãe-bebê quanto na relação entre mãe e observadora, inferindo-se assim que os sentimentos de angústia, confusão e insegurança experienciados pela observadora eram também vivenciados pela menina. Dessa forma, pode-se compreender que se vivenciou, na atividade de observação, os fenômenos de transferência, contratransferência e identificação projetiva.

Apesar das dificuldades na relação com sua mãe, observou-se que a bebê, até o final da observação (com 8 meses de idade), continuava investindo nas pessoas à sua volta, como quando buscava o olhar e o colo da avó e da observadora. Além disso, a menina estava crescendo de acordo com o esperado para a idade, como por exemplo em relação ao seu desenvolvimento psicomotor. A busca por interação, o investimento no ambiente e o crescimento condizente com a idade podem evidenciar o que Winnicott (1965/1983) chamou de potencial herdado do bebê, que por ter encontrado holding suficientemente bom no ambiente familiar, segue seu fluxo.

 

O papel da observadora

A observação da relação mãe-bebê pelo Método Bick tem sido considerada, por alguns autores, como uma atividade com impacto clínico positivo nas famílias observadas, apresentando um potencial terapêutico (Oliveira-Menegotto, Lopes & Caron, 2010). Apesar de o observador experimentar um impacto emocional devido à intensidade das projeções que a ele são dirigidas pelos sujeitos da cena observada, ele não assume um papel aconselhador ou julgador.

Conforme Oliveira-Menegotto, Lopes e Caron (2010), essa prática se aproxima da clínica psicanalítica, devido ao estabelecimento de um setting constante e confiável e devido à postura do observador de espera do desvelar dos significados (assim como a do analista). A presença do observador pode ter um efeito terapêutico quando ele oferece um holding (Winnicott, 1956/2000), por meio de sua postura empática e não intrusiva (Oliveira-Menegotto, Lopes & Caron, 2010).

Devido ao funcionamento dinâmico da família observada, a observadora teve de atentar para as diversas tentativas da família de incluí-la como parte dela. A manutenção do setting e de sua postura neutra foram desafios constantes vividos pela observadora durante a atividade. Pode-se considerar que sua atitude não invasiva, não julgadora e interessada foi uma experiência diferente para o funcionamento típico dessa família, caracterizado por fronteiras difusas (Minuchin, 1974) e pela invasão (em diferentes níveis para cada membro).

Além disso, observou-se, em muitos momentos, uma tentativa da avó de gratificar e ajudar a observadora em seu trabalho de observar o desenvolvimento da bebê, buscando estimular mais a menina a brincar e a se movimentar nos momentos da observação. Assim, pode-se pensar que a presença da observadora e seu olhar interessado voltado à criança desacomodou a avó, mobilizando-a para conectar-se e agir de forma diferente com a neta, sendo mais interativa e estimulante.

Em alguns encontros, identificaram-se fenômenos presentes na observação de bebês como a comunicação primitiva e não verbal, a transferência e a contratransferência, como quando a observadora sentia medo e insegurança em relação aos comportamentos agressivos e ambíguos da mãe e posteriormente a bebê chorava e expressava incômodo. Nessa situação, entendeu-se que o que foi sentido pela observadora, na verdade, também eram os sentimentos vivenciados pela menina, constituindo-se aqui a contratransferência.

Na maior parte das observações, estabeleceu-se o silêncio no setting. Inicialmente, esse foi um aspecto desafiador importante da prática, pois a observadora sentia o impulso de começar uma conversa para evitar o silêncio. Entretanto, essa necessidade foi gradualmente diminuindo até o desenvolvimento da capacidade de tolerar o silêncio e continuar ali presente. Esse aspecto do setting, no qual a observadora pouco interage, também foi internalizada pela mãe e pela família, que gradualmente entenderam e aceitaram esta característica da atividade.

Outra capacidade importante desenvolvida ao longo da observação foi a de tolerar o não-saber, ou seja, tolerar que em determinados momentos não é possível compreender os fenômenos que ocorrem no setting da observação. Na clínica psicanalítica também não é sempre possível compreender o que acontece no setting analítico (Zimerman, 1999), sendo importante o desenvolvimento e aprimoramento da capacidade negativa descrita por Bion (1958/2000), a qual se refere à necessidade do terapeuta de conter as próprias angústias decorrentes de seu não-saber.

Além disso, a atividade demandou o desenvolvimento da capacidade de tolerar as projeções depositadas pela família na observadora, como quando a família atribuiu o choro incessante da bebê à presença da observadora.

 

Considerações Finais

A experiência relatada trouxe contribuições para a formação da observadora ao possibilitar o desenvolvimento de habilidades importantes para o trabalho do psicoterapeuta, como a identificação da comunicação primitiva e não verbal, o desenvolvimento da capacidade de tolerar o silêncio, o não-saber e a capacidade de suportar e compreender as inúmeras projeções direcionadas à observadora pela família. Assim, vivenciou-se o papel continente de angústias e sentimentos transferenciais e contratransferenciais em diferentes momentos da observação.

A postura não invasiva e interessada da observadora pode ter gerado repercussões positivas para a família, sendo possível notar, em especial, um maior estímulo e brincadeiras com a bebê nos momentos de observação. Além disso, a oportunidade possibilitou o acompanhamento do desenvolvimento de uma criança e de suas relações desde o início da vida, constituindo-se como uma vivência rica em aprendizado.

As formulações de Winnicott sobre a relação mãe-bebê, a preocupação materna primária, o papel de espelho da mãe e a importância do ambiente no desenvolvimento do bebê contribuíram para uma maior compreensão do caso e para uma ressignificação dessa experiência. Além disso, observou-se que, com as dificuldades oriundas dos desencontros entre mãe e bebê, o ambiente familiar se apresentou com um papel fundamental tanto para o desenvolvimento infantil da criança como para a relação mãe-bebê.

 

Referências

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Recebido em 28 de maio de 2018
Aceito para publicação em 30 de setembro de 2018

 

 

Este trabalho foi realizado com apoio da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), código de financiamento 001. A autora Márcia Pinheiro Schaefer é bolsista PROSUC/CAPES.

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