SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.31 número3Repensando o caso Lefebvre com Jean Laplanche índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Psicologia Clínica

versão impressa ISSN 0103-5665versão On-line ISSN 1980-5438

Psicol. clin. vol.31 no.3 Rio de Janeiro set./dez. 2019

http://dx.doi.org/10.33208/PC1980-5438v0031n03A09 

SEÇÃO LIVRE

 

O conceito de imaginário coletivo em sua acepção psicanalítica: uma revisão integrativa

 

The concept of collective imaginary in its psychoanalytic sense: an integrative review

 

El concepto de imaginario colectivo en su acepción psicoanalítica: una revisión integrativa

 

 

Débora Cristina Joaquina RosaI; Daiane Marcia de LimaII; Rodrigo Sanches PeresIII; Manoel Antônio dos SantosIV

IMestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil. deborarosa.psicologia@gmail.com
IIMestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil. daianemarcia@yahoo.com.br
IIIProfessor Associado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil. rodrigosanchesperes@yahoo.com.br
IVProfessor Titular do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. masantos@ffclrp.usp.br

 

 


RESUMO

Este estudo teve como objetivo, por meio de uma revisão da literatura, mapear e analisar criticamente a produção científica brasileira, veiculada no formato de artigos, sobre o imaginário coletivo em sua acepção psicanalítica. Trata-se de uma revisão integrativa empreendida mediante consultas às bases de dados PEPsic e SciELO-Brasil, sem limite de tempo. As referências localizadas foram selecionadas e então examinadas independentemente por dois avaliadores, de acordo com um conjunto de dimensões analíticas. O corpus foi constituído por 17 referências, as quais contemplaram o imaginário coletivo de populações diversas, em relação a diferentes fenômenos, com certas variações em termos das estratégias de coleta e análise de dados. Verificou-se ainda que as referências lançaram luz sobre uma gama de produções imaginativas não conscientes que ensejam atuações no mundo externo ou delas representam um momento inicial. Logo, este estudo realça a plasticidade do conceito de imaginário coletivo em sua acepção psicanalítica para captar uma diversidade de processos psicológicos que são, ao mesmo tempo, individuais e sociais.

Palavras-chave: imaginário coletivo; psicanálise; revisão de literatura.


ABSTRACT

The objective in this study was, through a review of literature, to map and critically analyse the Brazilian scientific production, published in the form of articles, about the collective imaginary in its psychoanalytical sense. An integrative review was undertaken by consulting the databases PEPsic and SciELO-Brazil, without time limit. The identified references were selected, and two reviewers evaluated them independently, according to a set of analytic dimensions. The corpus consisted of 17 references, which discussed the collective imaginary of several populations, concerning different phenomena with some variations in terms of data collection and analysis strategies. In addition, the references have shed light on a range of unconscious imaginative productions that give rise to or represent the onset of actions in the external world. Hence, this study highlights the plasticity of the collective imaginary concept in its psychoanalytical sense to capture a range of psychological processes which are, at the same time, individual and social.

Keywords: collective imaginary; psychoanalysis; literature review.


RESUMEN

La finalidad de este estudio fue, por medio de una revisión de literatura, mapear y analizar críticamente la producción científica brasileña, vehiculada en el formato de artículos, sobre el imaginario colectivo en su acepción psicoanalítica. Se trata de una revisión integrativa emprendida mediante consultas a las bases de datos PEPsic y SciELO-Brasil, sin límite de tiempo. Las referencias encontradas se seleccionaron con evaluación independiente por dos evaluadores, según un conjunto de dimensiones analíticas. El corpus abarcó 17 referencias, que contemplaron el imaginario colectivo de poblaciones diversas, con relación a diferentes fenómenos, con ciertas variaciones en las estrategias de recolecta y análisis de datos. Se verificó además que las referencias han arrojado luz sobre una gama de producciones imaginativas no conscientes que brindan actuaciones en el mundo externo o de ellas representan un momento inicial. Así, este estudio destaca la plasticidad del concepto de imaginario colectivo en su acepción psicoanalítica para captar una diversidad de procesos psicológicos que son, al mismo tiempo, individuales y sociales.

Palabras clave: imaginario colectivo; psicoanálisis; revisión de literatura.


 

 

Introdução

O conceito de imaginário coletivo admite definições um tanto quanto distintas em função da perspectiva teórica adotada para sustentá-lo. Em sua acepção psicanalítica, o conceito em questão foi originalmente proposto pela psicanalista brasileira Tânia Maria José Aiello-Vaisberg, na medida em que sua experiência como docente e pesquisadora na Universidade de São Paulo - e, posteriormente, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas - a levou a se ocupar da exploração do substrato afetivo-emocional das ações humanas. Como consequência, o conceito de imaginário coletivo foi gradativamente circunscrito e passou a ser utilizado para aludir, em termos psicanalíticos, ao complexo ideoafetivo não consciente que influencia as práticas, individuais ou coletivas, de um determinado grupo social em relação a um certo fenômeno (Aiello-Vaisberg & Ambrosio, 2006).

Tal definição se coaduna com a releitura do conceito de conduta preconizada pelo psiquiatra e psicanalista argentino José Bleger. Para o autor, o conceito de conduta se aplica a qualquer manifestação humana, desde uma produção imaginativa até seus desdobramentos concretos (Bleger, 1989). Mas é importante sublinhar que a referida releitura parte do princípio de que toda conduta é, concomitantemente, individual e social, pois emerge em uma cultura que - conforme subjetivamente vivenciada por cada pessoa - modela os vínculos que nela se estabelecem. Logo, o estudo da conduta como um comportamento simples, abstraído da cena social, por um lado, ou da vida interior do sujeito, por outro, incorreria num reducionismo que a apartaria de seus elementos vitais humanos e ensejaria uma visão mecanicista do homem. Esse conjunto de formulações, em essência, se aplicaria também ao conceito de imaginário coletivo.

Diante do exposto, o imaginário coletivo, segundo Aiello-Vaisberg e Machado (2008), pode ser psicanaliticamente concebido como uma modalidade de conduta que se organiza a partir de um determinado campo. Com tal formulação, as autoras estabelecem uma articulação com o pensamento do psicanalista brasileiro Fábio Herrmann, que utilizou a noção de campo de modo original para designar uma espécie de mundo emocional que um sujeito "habita" em um dado momento sem se dar conta conscientemente, o que permitiria enquadrá-lo como um inconsciente relativo. Esse mundo emocional balizaria suas ideias e seus sentimentos, além de que moldaria suas relações sociais (Herrmann, 1979). Porém, seria possível transitar de um campo para outro. De forma semelhante, parece razoável propor que o imaginário coletivo também seria mutável, a depender da dinâmica de forças internas e externas que o delimitam.

Embora bastante pontuais, as informações precedentes oferecem um quadro de referências suficiente para realçar o caráter multifacetado do conceito de imaginário coletivo, propriedade que tem estimulado seu emprego crescente em pesquisas nacionais que se situam na interface da Psicologia Social com a Psicologia Clínica. Portanto, um panorama dos saberes já produzidos a respeito de tal conceito seria de inegável valor prático. As revisões da literatura se prestam justamente a sintetizar e avaliar o conhecimento disponível acerca de um assunto em particular, sendo que - em contraste com os estudos teóricos tradicionais - respaldam-se em procedimentos metodológicos próprios, que lhes conferem maior ordenação, rigor e validade científica (Ercole, Melo & Alcoforado, 2014; Mendes, Silveira & Galvão, 2008). O presente estudo teve como objetivo, por meio de uma revisão da literatura, mapear e analisar criticamente a produção científica nacional veiculada no formato de artigos sobre o imaginário coletivo em sua acepção psicanalítica.

 

Método

O presente estudo se afigura como uma revisão integrativa da literatura, modalidade de estudo bibliográfico que se caracteriza pelo emprego de uma questão norteadora a partir da qual se podem sumarizar pesquisas prévias e extrair conclusões especificamente quanto a seus métodos e achados, segundo Broome (2000). A questão que norteou este estudo foi: "Qual é o status da produção científica nacional dedicada à temática em pauta, em termos dos aspectos metodológicos básicos e dos principais resultados?". Cumpre assinalar que, de acordo com Broome, as revisões integrativas também se distinguem na medida em que, diferentemente de outros formatos de revisão, podem ser direcionadas a conceitos cujo histórico de utilização em pesquisas é recente, como é o caso do conceito de imaginário coletivo.

Os procedimentos metodológicos próprios de revisões integrativas - referentes à localização, à seleção e à avaliação das referências - foram empregados neste estudo. A localização das referências se deu mediante consultas às bases de dados Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PEPsic) e Scientific Electronic Library Online - Brasil (SciELO-Brasil). A primeira base de dados é especializada em Psicologia, área de maior interesse em face do escopo ora estabelecido. O recurso à segunda base de dados, em contrapartida, se justifica por seu caráter multidisciplinar, na medida em que artigos sobre a temática em pauta vêm sendo publicados, ainda que mais pontualmente, em revistas de outras áreas para além da Psicologia. Ademais, ambas as bases de dados disponibilizam artigos completos veiculados em periódicos - predominantemente brasileiros - de reconhecida qualidade científica e elevado padrão editorial.

As consultas às bases de dados foram concluídas em julho de 2017, e tanto na PEPsic como na SciELO-Brasil foram conduzidas a partir do emprego do descritor "imaginário coletivo" na opção de busca "todos os índices", sem limite de tempo. Tal estratégia foi escolhida por viabilizar a obtenção de resultados mais produtivos em comparação com outras possíveis. Já no que diz respeito à seleção das referências, cumpre assinalar que todas aquelas localizadas automaticamente pelas bases de dados foram triadas, considerando-se seus títulos, para subsidiar a eliminação de eventuais duplicidades. Na sequência, os resumos das referências selecionadas com esse procedimento inicial foram submetidos a uma leitura preliminar, cujo propósito foi definir o material que, efetivamente, viria a constituir o corpus de análise. Essa leitura preliminar foi realizada de modo independente por dois avaliadores, autores deste estudo, mediante a observância do seguinte critério de inclusão: contemplar o conceito de imaginário coletivo em sua acepção psicanalítica.

As referências que constituíram o corpus foram, então, recuperadas na íntegra e submetidas à avaliação a partir de uma leitura exaustiva, também realizada, de modo independente, pelos mesmos dois avaliadores. Os resultados decorrentes dessa leitura exaustiva foram organizados em cinco dimensões analíticas, alinhadas à questão norteadora. São elas: (1) objetivos; (2) participantes; (3) procedimentos para coleta de dados; (4) procedimentos para análise de dados; e (5) resultados. Faz-se necessário sublinhar que os achados obtidos com tal expediente foram revisados por outros dois avaliadores, também autores deste estudo, a fim de evitar eventuais vieses.

 

Resultados e Discussão

Foram localizadas, no total, 17 referências, sendo 11 na SciELO-Brasil e seis na PEPsic. A triagem realizada revelou a inexistência de duplicidades. A seguir, procedeu-se, em função do critério de inclusão estabelecido, a seleção propriamente dita das referências. Verificou-se que todas elas se ocupavam da exploração psicanalítica do imaginário coletivo. Logo, o corpus foi constituído por 17 referências. Em ordem cronológica crescente: Ávila, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2008); Pontes, Cabrera, Ferreira e Aiello-Vaisberg (2008); Ribeiro, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2008); Russo, Couto e Aiello-Vaisberg (2009); Barreto e Aiello-Vaisberg (2010); Pontes, Barcelos, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2010); Granato, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2011); Montezi, Zia, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2011); Miranda, Serafini e Baracat (2012); Gallo-Belluzzo, Corbett e Aiello-Vaisberg (2013); Cambuí e Neme (2014); Corbett, Ambrosio, Gallo-Belluzzo e Aiello-Vaisberg (2014); Fialho, Montezi, Ambrosio e Aiello-Vaisberg (2014); Simões, Ferreira-Teixeira e Aiello-Vaisberg (2014); Tachibana, Ambrosio, Beaune e Aiello-Vaisberg (2014); Granato e Aiello-Vaisberg (2016); e Silva e Peres (2016).

No tocante à primeira dimensão analítica (objetivos), foi possível observar, conforme a Tabela 1, que as referências selecionadas visaram à exploração psicanalítica do imaginário coletivo concernente a fenômenos diversificados, com maior ou menor grau de especificidade. Destacaram-se, por exemplo, tópicos que dizem respeito a etapas críticas do desenvolvimento (adolescência e envelhecimento), à parentalidade (gravidez precoce, interrupção da gestação, maternidade e cuidado materno) e ao aprendizado da prática profissional em Psicologia (primeira entrevista diagnóstica e primeiro atendimento clínico). Tal achado pode ser considerado positivo, pois a diversificação das pesquisas quanto a seus objetivos tende a contribuir para a ampliação do valor heurístico do conceito em questão, proporcionando novas descobertas.

As assertivas precedentes igualmente se aplicam ao achado relativo à segunda dimensão analítica (participantes), o qual evidencia outro aspecto da diversificação das referências selecionadas. Ocorre que houve heterogeneidade quanto aos participantes, como se pode observar também na Tabela 1, pois as referências abarcaram uma gama de profissionais e estudantes. Ressalte-se que, em algumas referências, os participantes foram sujeitos que vivenciaram pessoalmente o fenômeno abordado, como é o caso daquela de autoria de Ribeiro, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2008), dedicada a investigar o imaginário coletivo de estudantes de Psicologia sobre sua própria formação profissional. Em contrapartida, outras referências, como aquela assinada por Ávila, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2008), focalizaram sujeitos envolvidos com o fenômeno abordado, porém de uma forma menos direta, no caso professores do ensino superior, em que o objetivo foi a compreensão do imaginário coletivo sobre a inclusão escolar.

Cabe acrescentar que, considerando-se o corpus como um todo, houve alguma discrepância a respeito da descrição dos participantes. Uma parcela das referências se revelou suficientemente informativa nesse aspecto, ao passo que outra omitiu dados importantes para a caracterização dos participantes, como sexo e idade. Esse fato torna-se significativo ao se levar em conta que as referências derivaram, sem exceção, de pesquisas qualitativas, as quais - independentemente da fundamentação teórica - não viabilizam generalizações estatísticas, estabelecidas a priori pelos autores, mas, sim, possibilitam generalizações naturalísticas, estabelecidas a posteriori pelos leitores (Turato, 2011). Para tanto, porém, os leitores devem dispor de um perfil detalhado dos participantes da pesquisa, a fim de poder avaliar em que medida os resultados reportados se aplicam a outros públicos. Logo, recomenda-se que pesquisas futuras atentem para a relevância de se oferecer uma descrição completa dos participantes.

Quanto à terceira dimensão analítica (procedimentos para coleta de dados), verificou-se, ainda de acordo com a Tabela 1, que na maioria das referências a coleta de dados aconteceu em âmbito coletivo ou teve como cenário determinadas modalidades grupais, como consultas terapêuticas coletivas e grupos psicanalíticos de discussão. Tal estratégia metodológica pode ser considerada potencialmente proveitosa, tendo em vista que contemplar os participantes desse modo permite abordá-los em interação. Como observou Ávila (2009), a Psicanálise tem evidenciado que nenhum indivíduo, por mais isolado que possa estar, deve ser tomado como um autônomo, pois seu mundo mental é referenciado por aqueles com quem ele se relaciona ou se relacionou, presencial ou simbolicamente. Por outro lado, as referências de autoria de Pontes, Cabrera, Ferreira e Aiello-Vaisberg (2008); Granato, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2011); Miranda, Serafini e Baracat (2012); Simões, Ferreira-Teixeira e Aiello-Vaisberg (2014); e Tachibana, Ambrosio, Beaune e Aiello-Vaisberg (2014) demonstraram que a exploração do imaginário coletivo também pode ser realizada a partir de dados coletados individualmente, desde que os participantes sejam considerados representativos de uma pessoalidade coletiva, ou seja, de um grupo social que se organiza em torno de vivências comuns.

Permanecendo na terceira dimensão analítica, faz-se necessário mencionar que a coleta de dados, como também se nota na Tabela 1, foi norteada predominantemente pela utilização do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema (PDE-T), proposto pela mesma autora do conceito de imaginário coletivo em sua acepção psicanalítica e cujo propósito é funcionar como mediador de experiências emocionais e facilitador da comunicação de elementos não conscientes das manifestações humanas. Em linhas gerais, o PDE-T envolve: (1) a elaboração de um desenho com um tema predeterminado e uma estória a respeito dele; (2) a realização de um inquérito sobre o desenho e a estória; e (3) a criação de um título para a estória. Evidencia-se, portanto, que se trata de uma técnica bastante versátil, bem como apropriada à exploração do imaginário coletivo acerca de diferentes fenômenos, por propiciar um encontro inter-humano de caráter lúdico entre o pesquisador e os participantes (Aiello-Vaisberg & Ambrosio, 2013).

Vale destacar que o PDE-T é derivado do Procedimento de Desenhos-Estórias (PDE), concebido nos anos 1970 por Walter Trinca, psicanalista brasileiro e professor aposentado da Universidade de São Paulo. Trinca (2013) esclarece que o PDE se afigura como "um meio auxiliar de ampliação do conhecimento da dinâmica psíquica no contexto do diagnóstico psicológico" (p. 11). Por conjugar processos expressivos-motores e aperceptivos-dinâmicos, o PDE é dotado de uma identidade gráfico-verbal e se alicerça em movimentos transferenciais e contratransferenciais, o que demarca sua natureza concomitantemente investigativa e interventiva. Tais características se estendem ao PDE-T. Contudo, as técnicas em questão se diferenciam na medida em que o PDE, por prescindir de um tema em particular, contempla conteúdos psíquicos mais gerais em comparação com o PDE-T.

Ressalte-se, adicionalmente, que em parte das referências foram consideradas informações oriundas de narrativas psicanalíticas redigidas pelos autores. Com tais narrativas, buscava-se, basicamente, registrar as experiências vivenciadas durante a coleta de dados. Em certo sentido, portanto, as narrativas psicanalíticas funcionaram como uma espécie de diário de campo focado em conteúdos contratransferenciais a fim de proporcionar um background intersubjetivo para a comunicação dos resultados. Assim, o emprego dessa estratégia metodológica pode ser qualificado como positivo. Também parece razoável postular que as narrativas psicanalíticas igualmente têm o mérito de valorizar o encontro inter-humano estabelecido entre pesquisadores e participantes, sobretudo a propósito da utilização do PDE-T, o que constitui mais um argumento favorável a elas.

O achado concernente à quarta dimensão analítica demonstra que os procedimentos de análise de dados adotados nas referências envolveram o recurso à interpretação psicanalítica, o que já era esperado. Conforme Laplanche e Pontalis (2000), por meio da interpretação psicanalítica tenciona-se, basicamente, elucidar as possíveis significações latentes das produções do inconsciente. Para tanto, a manutenção da atenção flutuante é imprescindível. Trata-se de uma atitude equivalente àquela adotada pelo psicanalista no setting clínico para se eximir de prejulgamentos e não imputar importância particular a conteúdos selecionados a priori dentre aqueles apresentados pelo paciente. Porém, faz-se necessário mencionar que a utilização da interpretação psicanalítica em pesquisas cuja coleta de dados não foi realizada no âmbito de um dispositivo de tratamento psicanalítico tradicional - ou, mais especificamente, em uma sessão analítica - ainda é vista com ressalva em alguns círculos psicanalíticos conservadores, como será detalhado mais adiante.

É interessante observar que a interpretação psicanalítica foi empreendida de modo mais livre em algumas referências, como aquelas de autoria de Miranda, Serafini e Baracat (2012) e de Silva e Peres (2016). Em contrapartida, outras referências - Ávila, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2008); Pontes, Cabrera, Ferreira e Aiello-Vaisberg (2008); Russo, Couto e Aiello-Vaisberg (2009); Gallo-Belluzzo, Corbett e Aiello-Vaisberg (2013); Cambuí e Neme (2014); Fialho, Montezi, Ambrosio e Aiello-Vaisberg (2014); e Simões, Ferreira-Teixeira e Aiello-Vaisberg (2014) - seguiram especificamente as diretrizes estabelecidas por Herrmann (1979), para quem o método psicanalítico - e a interpretação psicanalítica, por conseguinte - pode ser desmembrado em três etapas básicas, a saber: (1) "deixar que surja"; (2) "tomar em consideração"; e (3) "completar o desenho". Por intermédio delas, o psicanalista (ou o pesquisador) se deixa afetar pelo material apresentado pelo paciente (ou participante da pesquisa), associa livremente a partir de tal material e procura captar suas bases simbólicas não conscientes.

A propósito da quinta e última dimensão analítica, os principais resultados obtidos pelas referências selecionadas serão sucintamente apresentados a seguir, buscando-se aglutinar aqueles que dialogam mais diretamente entre si. As referências que abordaram questões relativas à parentalidade demonstraram que o imaginário coletivo sobre as figuras materna e paterna - e os papéis que supostamente lhes competiriam - é atravessado por diferentes formas de idealização, em função das quais a interrupção da gestação, quando supostamente provocada pela própria gestante, é qualificada como uma monstruosidade, ao passo que a ocorrência de uma gravidez precoce representaria uma punição para as meninas, mas não para os meninos (Pontes, Barcelos, Tachibana & Aiello-Vaisberg, 2010; Granato, Tachibana & Aiello-Vaisberg, 2011; Tachibana, Ambrosio, Beaune & Aiello-Vaisberg, 2014; Granato & Aiello-Vaisberg, 2016).

As referências que trataram de tópicos que dizem respeito, em sentido amplo, à inclusão tornaram patente a predominância de preconceitos ancorados em posturas defensivas ou narcisistas em relação a pessoas com necessidades especiais e a crianças que sofreram rompimento precoce de vínculos afetivos (Ávila, Tachibana & Aiello-Vaisberg, 2008; Pontes, Cabrera, Ferreira & Aiello-Vaisberg, 2008; Russo, Couto & Aiello-Vaisberg, 2009). Já as referências de autoria de Silva e Peres (2016); Simões, Ferreira-Teixeira e Aiello-Vaisberg (2014); e Fialho, Montezi, Ambrosio e Aiello-Vaisberg (2014) se ocuparam de distintos recortes do processo saúde-doença-cuidado. A primeira delas verificou que a coexistência de sentimentos de receio e comiseração define o imaginário coletivo de agentes comunitárias de saúde sobre a "loucura" e os "loucos". E por meio da segunda e da terceira foram captadas imagens que, respectivamente, associam o envelhecimento a perdas, dificuldades e solidão, e atrelam a vida saudável a iniciativas individuais, como a prática de atividades físicas, desconsiderando o papel do ambiente.

A crença nas figuras do "paciente ideal" e do "terapeuta ideal" e a eclosão de um sentimento de realização pessoal ofuscado por ansiedades e inseguranças quando da realização do primeiro atendimento clínico sobressaíram no imaginário coletivo de estudantes de Psicologia, conforme Ribeiro, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2008) e Gallo-Belluzzo, Corbett e Aiello-Vaisberg (2013). As referências de autoria de Cambuí e Neme (2014) e de Corbett, Ambrosio, Gallo-Belluzzo e Aiello-Vaisberg (2014), que também foram desenvolvidas junto a tal público, revelaram o enquadramento da solidão e de fatores fisiológicos como as raízes fundamentais do sofrimento psíquico contemporâneo e das dificuldades sexuais, respectivamente.

Cumpre assinalar que três referências se distinguiram por terem focado em fenômenos mais específicos. Barreto e Aiello-Vaisberg (2010) identificaram que, para adolescentes interioranos, a perspectiva da saída da casa paterna é temida, visto que a vida adulta é percebida, de modo não consciente, como problemática e desvantajosa. Por seu turno, Montezi, Zia, Tachibana e Aiello-Vaisberg (2011) observaram que o imaginário coletivo de professores é marcado pela equivalência entre a adolescência e um universo "vazio", caracterizado pela profusão de festas, namoros e aparelhos eletrônicos. Já conforme Miranda, Serafini e Baracat (2012), para médicos no exercício da reprodução assistida o resultado negativo do teste de gravidez de uma paciente é emblemático de uma situação de difícil manejo, devido ao contato com o sofrimento emocional alheio.

Em suma, quando tomados em conjunto, os resultados reportados pelas referências que constituíram o corpus deste estudo evidenciam que a exploração psicanalítica do imaginário coletivo é capaz de trazer à tona elementos constituintes da subjetividade grupal de distintos públicos a respeito de uma ampla gama de fenômenos, o que sugere a plasticidade do conceito em questão para captar uma diversidade de processos psicológicos que, ao mesmo tempo, são individuais e sociais. É indubitável que os referidos elementos não derivam de uma atividade meramente cognitiva - razão pela qual não equivalem à opinião pessoal - mas, sim, resultam de elaborações que se configuram coletivamente, ou seja, nas experiências que são compartilhadas em determinados grupos sociais. Outrossim, não resta dúvida de que o imaginário coletivo é conformado por crenças, imagens e sentimentos que ultrapassam o plano da consciência, pelo que, de modo inadvertido, podem sustentar simbolicamente práticas estereotipadas e até mesmo segregadoras. Com base nessas constatações, torna-se evidente a relevância, bem como a complexidade, da exploração psicanalítica do imaginário coletivo.

Para complementar, parece pertinente assumir o risco de ultrapassar os limites de uma revisão integrativa e apresentar aqui algumas breves considerações sobre um movimento de resgate da cena social como locus possível para o trabalho do psicanalista. Isso porque as referências selecionadas refletem esse movimento, ainda que especificamente no que tange à pesquisa. Faz-se necessário explicitar que a opção pelo substantivo "resgate" decorre da intenção de colocar em relevo o fato de que, no desenvolvimento da Psicanálise ao longo do tempo, identifica-se uma certa descontinuidade ou, em outros termos, uma trajetória atravessada por linhas de força que determinaram desvios em relação ao itinerário que se vislumbrava de início. Obviamente, porém, não se trata de uma exclusividade da Psicanálise, pois, em maior ou menor grau, em diversas disciplinas científicas se distinguem etapas marcadas pelo predomínio de posicionamentos que emergiram em oposição àqueles que se mostravam hegemônicos anteriormente.

Uma das maneiras de circunscrever a referida descontinuidade é sublinhar que, no transcurso da história, a maioria dos psicanalistas acabou por se confinar no setting clínico. Ocorre que este encastelamento contrasta com o que seria esperado, a julgar por certas coordenadas estabelecidas na obra freudiana. Serão arrolados a seguir dois argumentos básicos em defesa desta tese. O primeiro argumento passa pelo reconhecimento de que Freud jamais qualificou a Psicanálise exclusivamente como uma terapêutica, como frisou Enriquez (2005). Afinal, quando solicitado a redigir um verbete sobre Psicanálise para uma atualização da 11ª edição da Encyclopaedia Britannica, Freud (1923[1922]/1996) definiu sua revolucionária criação intelectual como uma disciplina científica que fundamenta teoricamente um método que se presta tanto ao tratamento de distúrbios neuróticos quanto à investigação de processos psicológicos, nomeadamente os inconscientes.

O segundo argumento a ser arrolado diz respeito ao fato de que a obra de Freud evidencia o quão ricas podem ser as aplicações sociais da Psicanálise. Diversos de seus textos são emblemáticos nesse sentido. Basta lembrar que Moral sexual 'civilizada' e doença nervosa moderna (Freud, 1908/1996) se notabiliza por apontar a "repressão nociva" ocasionada por exigências sociais como a raiz de muitas neuroses, e Totem e tabu (Freud, 1913[1912]/1996) articula a história de cada indivíduo à repetição da história da humanidade como um todo. O mal-estar na civilização (Freud, 1930[1929]/1996), por seu turno, postula que as restrições impostas pelo conjunto de regulamentos e realizações que diferenciam o ser humano enquanto espécie se afiguram como uma das principais fontes de sua infelicidade. Estes exemplos podem ser considerados suficientes nessa oportunidade, na medida em que conferem sustentação ao ponto de vista de Ávila (2009), por meio do qual, como já mencionado, o autor destaca que a Psicanálise não subscreve a abordagem de qualquer sujeito como um autônomo.

O mesmo ponto de vista, a propósito, também é defendido por Enriquez (2005), ao afirmar que Freud, por compreender o homem como um ser social por definição, concebeu a Psicanálise como a ciência tanto dos processos psicológicos individuais quanto das interações que se estabelecem entre diversos sujeitos na cena social. Vale recordar que, em Psicologia de grupo e análise do ego, Freud (1921/1996) afirmou, textualmente, que a psicologia individual é, ao mesmo tempo, também psicologia social, o que corrobora de modo inequívoco a afirmação de Enriquez. Fica claro, então, que as resistências às incursões psicanalíticas para além do setting clínico se devem mais aos discípulos de Freud do que ao próprio ou à Psicanálise per se. Mas o que motivaria essas resistências? Rosa (2004) formula uma resposta profícua a tal pergunta.

Para a autora, a utilização da Psicanálise na investigação de objetos externos à situação analítica enseja oposições baseadas, principalmente, na atribuição de uma suposta "fragilidade epistemológica" ao emprego da interpretação psicanalítica fora do setting clínico. Rosa (2004) esclarece ainda que tais oposições seriam cabíveis se as produções do inconsciente apenas se manifestassem no âmbito de um dispositivo de tratamento psicanalítico tradicional. Todavia, a obra freudiana fornece fartas evidências - Sobre a psicopatologia da vida cotidiana (Freud, 1901/1996) é prova cabal disso - de que essa restrição não procede, pois o inconsciente pode assumir roupagens diversificadas e irromper nas mais variadas circunstâncias, sendo sempre potencialmente interpretável. E parece razoável propor que tal premissa - apesar de o imaginário coletivo se afigurar como um inconsciente relativo, e não como o inconsciente propriamente dito - legitima o recurso à interpretação psicanalítica nas referências selecionadas e, assim, talvez pudesse ter sido nelas explicitada.

Por fim, há que se ponderar que, somando-se àqueles que assinam as referências selecionadas, outros autores - como Zugueib Neto e Cremasco (2013), Coelho (2012), e Oberg e Vilhena (2011) - também têm se valido da cena social como locus para a realização de pesquisas psicanalíticas no país, inclusive, em certos casos, com uma proposta interventiva. Contudo, um número ainda relativamente reduzido de pesquisadores se dispôs a enfrentar essa empreitada no âmbito nacional. Os resultados auspiciosos já atingidos sinalizam que a reversão desse cenário poderia produzir diversos benefícios, até mesmo no sentido de fortalecer a presença da Psicanálise nas universidades brasileiras. Isso porque, como defendeu Michael Rothberg no segmento de sua responsabilidade em um recente artigo de autoria múltipla (Chaudhary et al., 2018), a Psicanálise, quando não reduzida exclusivamente a uma terapêutica, fomenta o pensamento crítico que se costuma cultivar nas universidades, em especial na esfera das ciências humanas e sociais. E não seria esse pensamento crítico essencial para que o Brasil possa enfrentar suas mazelas sociais?

 

Considerações finais

Parece razoável concluir que o presente estudo respondeu à questão que o norteou. Para consubstanciar tal conclusão, cabe recapitular que os achados relativos à primeira e à segunda dimensões analíticas dão conta de que as referências selecionadas contemplaram fenômenos e públicos diversificados, o que foi qualificado como positivo. Quanto às demais dimensões analíticas, é válido reforçar que o corpus evidenciou que a exploração psicanalítica do imaginário coletivo admite certas variações em termos das estratégias de coleta e análise de dados e tem lançado luz sobre uma gama de produções imaginativas que não se distanciam da vida concreta, na medida em que ensejam atuações no mundo externo ou delas representam um momento inicial. Basta relembrar que, conforme uma das referências selecionadas, usuários de saúde mental eram temidos por serem rotulados, de forma não consciente, como instáveis e perigosos por parte de um grupo de agentes comunitárias de saúde. Neste cenário, obviamente o poder vinculador destas profissionais encontrará mais dificuldades para ser exercido.

Avançando em relação à questão norteadora, neste estudo ainda foram tecidas, com a brevidade que se impunha aqui, considerações a respeito da retomada do interesse pela cena social como locus para a pesquisa psicanalítica. Procurou-se sublinhar que a Psicanálise, conforme definida por seu próprio criador, não deve ser compreendida apenas como uma terapêutica e, logo, não se justifica sua restrição ao setting clínico. Freud, inclusive, se empenhou em abarcar ao longo de sua obra diferentes produções do inconsciente e reconheceu a permeabilidade existente entre elas. E as referências selecionadas endossam a capacidade de a interpretação psicanalítica - quando direcionada corretamente apenas ao material que admite significações latentes - levar à emergência de insights valiosos. Uma delas, por exemplo, o fez ao apontar que, em virtude de sentimentos que perpassavam o imaginário coletivo de uma equipe de Enfermagem Obstétrica, a interrupção da gestação, quando supostamente provocada pela própria gestante, era qualificada como uma monstruosidade, sendo que até uma eventual malformação do bebê natimorto tendia a ser creditada à alegada desumanidade materna.

O presente estudo tem seu alcance determinado, sobretudo, pelos procedimentos metodológicos adotados para a localização das referências. Todavia, o corpus de muitas revisões integrativas é constituído por artigos publicados em periódicos veiculados nas bases de dados em questão ou outras equivalentes. Ademais, o fato de o conceito em questão ter nascido no Brasil justifica o interesse em mapear a produção científica no âmbito nacional. Ressalte-se também que, a julgar pela breve história do conceito de imaginário coletivo, o número de referências que dele se ocuparam e que foram avaliadas neste estudo pode ser considerado expressivo. Diante do exposto, é possível afirmar que já existe um corpo de conhecimentos com base no qual parece apropriado inferir que o conceito de imaginário coletivo se afigura como um importante e promissor acréscimo ao vocabulário psicanalítico contemporâneo. Pesquisas futuras dedicadas à temática em pauta, portanto, poderão viabilizar a identificação de processos que ensejam preconceitos e estereótipos que ainda vigoram no país em face de fenômenos que não foram suficientemente compreendidos até o momento.

 

Referências

Aiello-Vaisberg, T. M. J.; Ambrosio, F. F. (2006). Imaginários coletivos como mundos transicionais. In: Aiello-Vaisberg, T. M. J.; Ambrosio, F. F. (org.). Cadernos ser e fazer: imaginários coletivos como mundos transicionais, p. 5-8. São Paulo: IPUSP.         [ Links ]

Aiello-Vaisberg, T. M. J.; Ambrosio, F. F. (2013). Rabiscando Desenhos-Estórias com Tema: pesquisa psicanalítica de imaginários coletivos. In: Trinca, W. (org.). Procedimento de Desenhos-Estórias: formas derivadas, desenvolvimentos e expansões, p. 277-302. São Paulo: Vetor.         [ Links ]

Aiello-Vaisberg, T. M. J.; Machado, M. C. L. (2008). Pesquisa psicanalítica de imaginários coletivos à luz da Teoria dos Campos. In: Monzani, J.; Monzani, L. R. (org.). Olhar: Fábio Herrmann - uma viagem psicanalítica, p. 311-324. São Carlos: Pedro & João.         [ Links ]

Ávila, C. F.; Tachibana, M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2008). Qual é o lugar do aluno com deficiência? O imaginário coletivo de professores sobre a inclusão escolar. Paidéia, 18(39), 155-164.         [ Links ]

Ávila, L. A. (2009). O Eu é plural - grupos: a perspectiva psicanalítica. Vínculo, 6(1), 39-52.         [ Links ]

Barreto, M. A. M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2010). O tornar-se adulto no imaginário coletivo de adolescentes interioranos. Psicologia em Revista, 16(2), 310-329.         [ Links ]

Bleger, J. (1989). Psicologia da conduta, 2ª ed. (trad. E. O. Diehl). Porto Alegre: Artes Médicas (Original publicado em 1963).         [ Links ]

Broome, M. E. (2000). Integrative literature reviews for the development of concepts. In: Rodgers, B. L.; Knafl, K. A. (org.). Concept development in nursing: foundations, techniques and applications, p. 231-250. Philadelphia: W. B. Saunders.         [ Links ]

Cambuí, H. A.; Neme, C. M. B. (2014). O sofrimento psíquico contemporâneo no imaginário de estudantes de psicologia. Psicologia: Teoria e Prática, 16(2), 75-88.         [ Links ]

Chaudhary, Z.; El Shakry, O.; Frosh, S.; Kafka, B.; Lane, C.; Makari, G.; Parkinson, A. M.; Robcis, C.; Rothberg, M.; Taylor, B.; Walton, J.; Zaretsky, E. (2018). What is the future of Psychoanalysis in the academy? Psychoanalysis and History, 20(1), 23-35.         [ Links ]

Coelho, D. (2012). A psicanálise na pesquisa em Psicologia Social. Estudos Contemporâneos da Subjetividade, 2(2), 248-259.         [ Links ]

Corbett, E.; Ambrosio, F. F.; Gallo-Belluzzo, S. R.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2014). Produções imaginativas sobre dificuldades sexuais: um estudo psicanalítico. Psicologia & Sociedade, 26(3), 756-765.         [ Links ]

Enriquez, E. (2005). Psicanálise e ciências sociais. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 8(2), 153-174.         [ Links ]

Ercole, F. F.; Melo, L. S.; Alcoforado, C. L. G. C. (2014). Revisão integrativa versus revisão sistemática. Revista Mineira de Enfermagem, 18(1), 9-11.         [ Links ]

Fialho, A.; Montezi, A. V. M.; Ambrosio, F. F.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2014). O imaginário de estudantes de educação física sobre vida saudável. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 36(3), 626-631.         [ Links ]

Freud, S. (1901/1996). Sobre a psicopatologia da vida cotidiana (trad. V. Ribeiro). In: Salomão, J. (org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 6. Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1901).         [ Links ]

Freud, S. (1908/1996). Moral sexual 'civilizada' e doença nervosa moderna (trad. M. A. M. Rego). In: Salomão, J. (org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 9, p. 165-186. Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1908).         [ Links ]

Freud, S. (1913[1912]/1996). Totem e tabu (trad. O. C. Muniz). In: Salomão, J. (org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 13, p. 12-163. Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1913[1912]).         [ Links ]

Freud, S. (1921/1996). Psicologia de grupo e análise do ego (trad. E. A. M. Souza). In: Salomão, J. (org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 18, p. 77-154. Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1921).         [ Links ]

Freud, S. (1923[1922]/1996). Dois verbetes de enciclopédia (trad. E. A. M. Souza). In: Salomão, J. (org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 18, p. 283-312. Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1923[1922]).         [ Links ]

Freud, S. (1930[1929]/1996). O mal-estar na civilização (trad. J. O. A. Abreu). In: Salomão, J. (org.). Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 21, p. 65-153. Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1930[1929]).         [ Links ]

Gallo-Belluzo, S. R.; Corbett, E.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2013). O primeiro atendimento clínico no imaginário de estudantes de psicologia. Paidéia, 23(56), 389-396.         [ Links ]

Granato, T. M. M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2016). Narrativas interativas na investigação do imaginário coletivo sobre a maternidade. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(1), 25-35.         [ Links ]

Granato, T. M. M.; Tachibana, M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2011). Narrativas interativas na investigação do imaginário coletivo de enfermeiras. Psicologia & Sociedade, 23(n.spe.), 81-89.         [ Links ]

Herrmann, F. (1979). O método psicanalítico. São Paulo: Brasiliense.         [ Links ]

Laplanche, J.; Pontalis, J. B. (2000). Vocabulário da psicanálise, 3ª ed. (trad. P. Tamen). São Paulo: Martins Fontes.         [ Links ]

Mendes, K. D. S.; Silveira, R. C. C. P.; Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, 17(4), 58-64.         [ Links ]

Miranda, K. L.; Serafini, P. C.; Baracat, E. C. (2012). O cuidado psicológico em reprodução assistida: um enquadre diferenciado. Estudos de Psicologia (Campinas), 29(1), 71-79.         [ Links ]

Montezi, A. V.; Zia, K. O.; Tachibana, M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2011). Imaginário coletivo de professores sobre o adolescente contemporâneo. Psicologia em Estudo, 16(2), 299-305.         [ Links ]

Oberg, L.; Vilhena, J. (2011). Psicologia Comunitária: a clínica ampliada na localidade de Muzema. Psico, 42(3), 401-408.         [ Links ]

Pontes, M. L. S.; Barcelos, T. F.; Tachibana, M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2010). A gravidez precoce no imaginário coletivo de adolescentes. Psicologia: Teoria e Prática, 12(1), 85-96.         [ Links ]

Pontes, M. L. S.; Cabrera, J. C.; Ferreira, M. C.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2008). Adoção e exclusão insidiosa: o imaginário de professores sobre a criança adotiva. Psicologia em Estudo, 13(3), 495-502.         [ Links ]

Ribeiro, D. P. S. A.; Tachibana, M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2008). A experiência emocional do estudante de psicologia frente à primeira entrevista clínica. Aletheia, 28, 135-145.         [ Links ]

Rosa, M. D. (2004). A pesquisa psicanalítica dos fenômenos sociais e políticos: metodologia e fundamentação teórica. Revista Mal-Estar e Subjetividade, 4(2), 329-334.         [ Links ]

Russo, R. C. T.; Couto, T. H. A. M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2009). O imaginário coletivo de estudantes de educação física sobre pessoas com deficiência. Psicologia & Sociedade, 21(2), 250-255.         [ Links ]

Silva, M. A. B. P.; Peres, R. S. (2016). O imaginário coletivo de agentes comunitários de saúde em relação a usuários de saúde mental. Vínculo, 13(2), 55-65.         [ Links ]

Simões, C. H. D.; Ferreira-Teixeira, M. C.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2014). Imaginário coletivo de profissionais de saúde mental sobre o envelhecimento. Boletim de Psicologia, 64(140), 65-77.         [ Links ]

Tachibana, M.; Ambrosio, F. F.; Beaune, D.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2014). O imaginário coletivo da equipe de enfermagem sobre a interrupção da gestação. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 17(2), 285-297.         [ Links ]

Trinca, W. (2013). Apresentação do Procedimento de Desenhos-Estórias. In: Trinca, W. (org.). Formas compreensivas de investigação psicológica: Procedimento de Desenhos-Estórias e Procedimento de Desenhos de Família com Estórias, p. 11-30. São Paulo: Vetor.         [ Links ]

Turato, E. R. (2011). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas, 5ª ed. Petrópolis: Vozes.         [ Links ]

Zugueib Neto, J.; Cremasco, M. V. F. (2013). A clínica social em situações extremas: o trauma na dimensão coletiva. In: Zugueib Neto, J.; Cremasco, M. V. F. (org.). Trauma, traços e memória, p. 63-86. Curitiba: CRV.         [ Links ]

 

 

Recebido em 01 de fevereiro de 2018
Aceito para publicação em 10 de maio de 2018

 

 

Este estudo teve financiamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais).

Creative Commons License