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Psicologia Clínica

versión impresa ISSN 0103-5665versión On-line ISSN 1980-5438

Psicol. clin. vol.33 no.2 Rio de Janeiro mayo/ago. 2021

http://dx.doi.org/10.33208/PC1980-5438v0033n02Edt 

EDITORIAL

 

Editorial

 

 

A revista Psicologia Clínica apresenta seu nº 33.2, intitulado "Maternidade, vicissitudes do desenvolvimento infantil e redes de apoio". Esta publicação se compõe de nove artigos, divididos em duas seções: uma temática e outra livre.

A seção temática leva o mesmo título do fascículo, em reconhecimento aos elementos condutores da maior parte dos trabalhos inclusos nesta edição; em particular, estudos sobre experiências relacionadas ao desenvolvimento da infância e juventude, bem como sobre a maternidade.

A seção temática abre esta edição do periódico, e o primeiro artigo, de autoria de Bruna Holst, Carolina Saraiva de Macedo Lisboa e Wagner de Lara Machado (todos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS) é intitulado Children and adolescents' psychotherapy: Evidences of validity of the Brazilian Portuguese Youth Outcome Questionnaire 2.01. O trabalho, escrito em inglês, em aderência a iniciativas de buscar visibilidade e internacionalização do conhecimento, é um estudo psicométrico sobre um instrumento para avaliação do processo e do resultado da psicoterapia em crianças e adolescentes. O instrumento, chamado Youth Outcome Questionnaire 2.01 também em português brasileiro, apresentou validade, de acordo com o estudo. O estudo aborda, em especial, um aspecto muito relevante da clínica psicológica e, por ser relevante para as vicissitudes da infância e adolescência, abre nosso número e a seção temática.

O segundo trabalho da seção tem o título Infâncias, teorias queer, psicanálises: Para além do princípio do progresso e da heteronormatividade. O artigo tem como autores Daniel Boianovsky Kveller e Léo Tietboehl (ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS) e Rafael Cavalheiro (da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ), e é um estudo teórico sobre a infância, gênero e orientação sexual pelo olhar da psicanálise. É um estudo que revisita aspectos do desenvolvimento psicossexual, questionando posições anteriores que se alinhavam a uma visão heteronormativa, ou seja, reorganizando os conceitos de uma forma ajustada, compreensiva e adequada.

Na sequência, evoluindo cronologicamente após um artigo sobre a infância, apresentamos A consciência do jovem universitário: O grupo ampliando possibilidades de ser, de Carla Cristine Vicente e Bárbara Cecília Lima da Silva (ambas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ). O estudo é uma descrição do acompanhamento terapêutico realizado com jovens universitários por meio da abordagem fenomenológica-existencial. Dessa forma, o estudo apresenta particularidades da experiência clínica em contato com o jovem durante esse período, cada vez mais descrito como de manifestações psicológicas.

O quarto artigo da seção aborda a maternidade. Em particular, o trabalho Estratégias de enfrentamento de mães que tiveram filhos abusados sexualmente, de Francieli Sufredini (University of Technology Sydney, Austrália), Carmen Leontina Ojeda Ocampo Moré e Scheila Krenkel (ambas da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC), investiga como mães enfrentam abusos sexuais sofridos pelos filhos. O estudo qualitativo se debruça sobre as estratégias que essas mães utilizam para lidar com momento tão delicado.

O tema da maternidade também faz parte do quinto artigo deste número. O trabalho das autoras Patrícia Cristine de Farias Guedes Wanderley (do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, IMIP, do Hospital da Mulher do Recife, HMR, e da Faculdade Pernambucana de Saúde, FPS), Ana Rodrigues Falbo (IMIP e FPS) e Clarissa Maria Dubeux Lopes Barros (FPS) é intitulado Vivência materna frente à surdez do filho sob a perspectiva do narcisismo na teoria psicanalítica. No estudo, mecanismos psicológicos, sob a luz da teoria psicanalítica, são utilizados para melhor entendimento da experiência materna com filhos com deficiência auditiva.

Fechando a seção temática, outro artigo com a temática da maternidade e psicanálise: Maternidade e foraclusão: A equação filho-kakon é o título do trabalho de Cristina Moreira Marcos (da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, FAPEMIG), Marconi Martins da Costa Guedes (do Instituto Raul Soares, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, FHEMIG, da Faculdade de Minas, FAMINAS, e da PUC Minas) e Juliana Motta (da PUC Minas). O trabalho se vale de um caso clínico para trazer à discussão o mecanismo de foraclusão durante a gestação.

Três trabalhos de temáticas distintas são apresentados na seção livre. O primeiro, Ferenczi: Por uma multiplicidade de modos de expressão, de Leonardo Câmara (da Universidade Federal de São Carlos, UFSCar) e Regina Herzog (da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ), é um trabalho teórico, que resgata a teoria da expressão, de Sándor Ferenczi.

O segundo trabalho da seção livre leva o título de Acompanhamento Terapêutico e Direitos Sociais: Territórios existenciais e sujeito biopsico-político-social. O trabalho de Daniel Dall'Igna Ecker (da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, SMS/ESP/UDESC) e Analice de Lima Palombini (da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS) se vale de registros do trabalho de acompanhamento terapêutico para levantar o impacto que direitos sociais possam ter sobre processos terapêuticos. Daí emerge o termo sujeito biopsico-político-social.

Fechando esta edição, temos o artigo Depressive symptoms associated with the expectation of social support in the elderly: Data from the FIBRA-RJ study, de Pricila Cristina Correa Ribeiro e Felipe Cordeiro Alves (ambos da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG) e Roberto Alves Lourenço (da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ). O estudo usa os dados de um projeto maior previamente realizado e, com uma amostra considerável, investiga como sintomas depressivos estão associados à expectativa de apoio social, com resultados que revelam a importância de considerar variações de humor no acompanhamento de idosos.

Breno Sanvicente-Vieira

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