SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.41 issue74The institutional and phantasmal family of the analystPsychoanalysis today: my experience of forty years as a psychoanalyst author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Jornal de Psicanálise

Print version ISSN 0103-5835

J. psicanal. vol.41 no.74 São Paulo June 2008

 

TRADUÇÕES

 

A respeito da análise didática1

 

Concerning training analysis

 

Acerca del analisis del analista

 

 

Abel Mario Fainstein*

Psicanalista da Associação Psicanalítica da Argentina

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Trata-se aqui dos efeitos das identificações imaginárias e da psicologia das massas nas instituições psicanalíticas, sua relação com o processo de transmissão e a possibilidade do fim da análise do analista. Correlacionando-os com suas experiências pessoais, o autor igualmente enfoca as implicações e desdobramentos dos atuais modelos de formação.

Palavras-chave: Fim da análise do analista, Identificações, Instituição psicanalítica, Transmissão da psicanálise, Associação Psicanalítica Argentina.


ABSTRACT

This paper is a warning about the effects of imaginary identifications and of group psychology in psychoanalytic institutions, and its relations with the process of transmission and termination of analysis. It deals with models of education and its implications. Personal experiences are reported.

Keywords: Termination of analysis, Identifications, Psychoanalytic institution, Transmission of psychoanalysis, Argentine Psychoanalytic Society.


RESUMEN

Se trata de advertir acerca del efecto de las identificaciones imaginarias y de la psicologia de las masas en las instituciones psicoanalíticas, y su relación con el proceso de transmisión. Su relación con el fin de análisis del analista. Los modelos de formación y sus implicancias. Experiências personales.

Palabras clave: Fin de Análisis del analista, Identificaciones, Institución psicoanalítica, Transmisión del psicoanálisis, Asociación Psicoanalítica Argentina.


 

 

Interessa-nos pensar como se desenvolvem esses processos analíticos e o contexto cultural e institucional que os enquadra, uma vez que a complexidade da análise de um analista transcende as instituições psicanalíticas.

Moro e trabalho em Buenos Aires, cidade com três instituições psicanalíticas componentes da IPA, a par de aproximadamente 200 pequenos e grandes grupos e sociedades de psicanalistas das mais variadas orientações e com forte peso das orientações lacanianas. Isso constitui um marco singular para a formação e exercício da psicanálise, já que coexistem os mais diversos modelos de formação, se bem que a maioria sustentada no tripé da análise do analista, supervisões e seminários teórico-clínicos.

Temos na APA um modelo segundo o qual a análise de formação acontece dentro da instituição, ao passo que a reanálise dispensa a exigência de um analista da mesma instituição, sendo sabido que muitos de nós a fazemos com analistas de fora, numa realidade diferente da que vigorava vinte ou trinta anos atrás.

Gostaria resgatar a idéia do enquadramento como “ambiente facilitador” e pensar que a instituição, ao menos durante os anos da formação, talvez não seja o ambiente mais facilitador, aquele que pode ser alcançado numa reanálise ou numa segunda análise.

Além de atender ao fim terapêutico indispensável e premissa de toda análise, minha apresentação estará centralizada na análise do analista como processo de transmissão.

Sabemos que esse tema está ligado desde as suas origens à institucionalização da psicanálise e ao debate Freud-Ferenczi. Hoje estamos convictos de que esse debate continua nas nossas instituições e constitui parte dos efeitos de transmissão da psicanálise.

No dizer de Saphouan, em relação ao fim da análise, estamos “advertidos” das implicações da identificação em relação à estrutura das instituições e da formação.

Nesse sentido, o efeito de transmissão somente poderia ser avaliado a posteriori nas respectivas práticas do analista e resultaria em boa parte, seguindo Azouri, dos mal-entendidos e dos resíduos transferenciais, habitualmente reprimidos pela instituição (Azouri, 1991).

Concordamos com Saphouan, quando diz ele que “ser analista é um fato que se prova no discurso que determina a relação do analista com as questões que lhe propõe a experiência do inconsciente” (Saphouan, 1995, p. 48). Discordamos, porém, de que a única razão que justifica a constituição de uma sociedade de psicanálise seja o fato de “tratar-se de interrogantes que um analista sozinho não pudesse responder” (Saphouan, 1995, p. 48). Pensamos a instituição como um lugar de formação continuada, uma experiência sustentada no tripé análise-supervisão-seminários, que se baseia na transmissão, mas que a transcende e não pode prescindir de identificações com a função analítica de analistas, mestres e colegas.

Além do mais, sabemos, desde Freud, que longe de qualquer intenção de normalizar: “A análise deve instaurar as condições psicológicas mais favoráveis às funções do ego” — isso feito, “sua tarefa estaria cumprida”. Tal igualmente se relaciona com mudanças estruturais na dinâmica psíquica, a partir de fazer consciente o inconsciente, ou seja: “Onde estava o id, o ego deve advir”.

No entanto, muitas vezes a intensidade e viscosidade da libido e/ou a estrutura do ego frustram os esforços terapêuticos. Esses elementos geram, freqüentemente, transferências incontroláveis e não-analisáveis, que contradizem a expectativa otimista de Ferenczi a respeito da completa dissolução da transferência e de um final por esgotamento. As relações entre analistas e, sobretudo, entre as nossas instituições são amostras disso.

É conhecido o fato de que Freud era cético em relação à função da análise didática e da ação formativa do training cada vez mais institucionalizada. Sabia dos limites da análise. Concebia a análise didática como um ensaio de prova para demonstrar a existência do inconsciente, objetivo limitado e realizável numa análise breve.

De sua parte, Ferenczi foi o primeiro a alertar a respeito dos limites da necessidade de o analista ter, através da análise, os instrumentos para sua prática, e do quão difícil era alcançar isso em curto tempo. A prática ulterior demonstrou sua veracidade.

Penso que é importante ter experiência pessoal, convicção e respeito aos objetivos terapêuticos da análise. Nesse sentido, a modificação dos sintomas, a angústia ou a culpa e a capacidade de amar e trabalhar não nos resultam indiferentes.

Soma-se a isso a importância de continuarmos, quase cem anos passados, nos interrogando sobre os dispositivos necessários para alcançar um efeito de transmissão. Sabemos que este pode se perder tanto em formalidades burocráticas como em tratamentos alheios ao institucional, mas, em quaisquer dos casos, também à dinâmica do inconsciente.

Longe de pretender uma unificação, nos propomos confrontar permanentemente posições teóricas e práticas, sendo nossa pertinência à IPA uma forma de promover esses debates em outras partes do mundo.

Isso vem acontecendo muito ativamente desde 1974, com a reforma impulsionada na APA por Willy Baranger, Madeleine Baranger e Jorge Mom a respeito da formação psicanalítica. Esta se fundamenta na liberdade curricular, liberdade de ensino, liberdade na escolha do analista — devendo a instituição não exercer nenhuma ingerência nas análises.

Sustentamos, assim, um debate, não isento de polêmicas, acerca da análise, reanálise e, ainda, da auto-análise do analista, com a intenção de hierarquizar os efeitos da prática, além dos regulamentos que a pautam. Retornarei, em breve, a este ponto.

Assim, temos aceitado analistas de outras instituições da IPA como membros, e também analistas inicialmente formados na APA e que se afastaram por varias décadas, continuando sua formação em outros âmbitos. Nesse mesmo sentido, é de se destacar a crescente reanálise de membros com analistas que não pertencem à instituição e a inclusão na formação dos nossos candidatos dos debates institucionais, cujos efeitos são desidentificantes nas análises didáticas.

Não obstante, a pertinência institucional baseia-se no respeito a certas regras que, em nosso caso, regulam a análise sobre a base dos requisitos mínimos impostos pela IPA.

Alberto Cabral (Cabral, 2002) cita que o Manifesto de Candidatos, de 1974, precursor da reforma ocorrida pouco tempo depois, baseava-se na “confiança sólida e no uso responsável...” — sua idéia é que:

“...são tantas e tão variadas as normas, disposições e regulamentações que denunciam os riscos que comportam. Mas são riscos que acompanham ineludivelmente toda empresa humana, enquanto atravessada pelo desejo. Um ideal de assepsia pode malograr o Instituto como caldo de cultura para o desenvolvimento da peste freudiana”.

“A diversidade de resultados é a conseqüência obrigatória da consumação do próprio ser que se deveria esperar de todo fim de análise”. É o fundamento do pluralismo.

“Podemos vislumbrar uma instituição analítica capaz de hospedar, sem pretensão de síntese, essa coleção necessariamente em tensão, de singularidades refratárias aos efeitos da identificação grupal determinados pelo ideal, e balizadas pelo desejo do analista. O laço social não deveria ser com o rótulo do ideal, senão através de uma ética sustentada pelo desejo”.

Por outro lado, é conhecido que Freud era cético a respeito da função da análise didática e da ação formativa do training cada vez mais institucionalizada. Sabia dos limites da análise. Concebia a análise didática, conforme já se disse, como um ensaio de prova para demonstrar a existência do inconsciente, objetivo limitado e realizável numa análise breve.

O Instituto de Berlim inaugurou a regulamentação em 1923, que logo foi reproduzida por outras sociedades. Era uma tentativa de escavar nos fatos a tensão já descrita por Freud e os primeiros analistas entre ensino e transmissão, com forte ênfase no primeiro. Até aquele momento, os que se aproximavam de Freud e de analistas próximos deviam seguir passos particularmente elásticos para se tornarem analistas.

Apesar de Freud ter enfatizado desde o começo a necessidade de uma análise mais prolongada e com maiores ambições terapêuticas, a duração e freqüência dessas análises, incluído seu momento de iniciação em relação ao começo da prática clínica e o montante de ensino teórico que podiam abranger, ficavam liberadas de acordo com os desejos e circunstâncias de cada candidato e, obviamente, à intensidade de sua neurose.

A relação de Freud com o instituto de Berlim era no mínimo ambivalente. Bernfeld lembra que, apesar do constrangimento e obstáculos de suas “autoridades”, Freud manteve suas análises didáticas livres de toda regra ou requisito administrativo. Por essa mesma época, em Análise profana, Freud escreve que um plano de estudos, apto para a formação de futuros analistas, “ainda deve ser criado”. E já há quase dez anos funcionava o Instituto de Berlim.

A ambivalência freudiana foi resgatada por membros do Instituto de Berlim, como Franz Alexandre. Lembrava este os reparos freudianos para evitar que a nova disciplina, pressionada pelas necessidades de seu ensino, pudesse ser precocemente fixada a uma “sistematização escolástica”, o que contribuiria para sua “esclerose”. Um ideal de assepsia pode malograr o Instituto como caldo de cultura para o desenvolvimento da peste freudiana.

Cabral cita Bernfeld, vienense próximo a Freud e residente em São Francisco. Em uma conferência em sua Sociedade, em 1952, referiu-se ele, em tom crítico, e por momentos ácidos, às circunstâncias que rodearam a criação do Instituto de Berlim. Descreveu o Made in Germany das clonagens do Instituto de Berlim. Para ele, a conseqüência mais importante foi transformar em obrigação o que era domínio da opção — e bem sabemos o efeito dessa modalidade obsessiva na mortificação do desejo.

Penso que é interessante contrapor estas idéias às de Freud, em 1927, em O futuro de uma ilusão:

“A cultura deve ser protegida dos indivíduos, e suas normas, instituições e mandamentos cumprem essa tarefa. Não só buscam estabelecer certa distribuição dos bens, como também conservá-los; e, em verdade, devem preservar das moções hostis dos homens tudo quanto serve ao domínio da natureza e à produção de bens”.

Tão imprescindível como a imposição ao trabalho cultural, é o governo da massa por uma minoria, já que as massas são indolentes e carentes de inteligência, não amam a renúncia do pulsional, é impossível convencê-las de sua inevitabilidade mediante argumentos e seus indivíduos corroboram-se uns aos outros na tolerância de seu desenfreio. Apenas mediante a influência de indivíduos arquétipos, que as massas admitem como seus condutores, é possível movê-las à produção de trabalho e à abstinência que a persistência da cultura exige.

Há duas propriedades dos seres humanos, amplamente difundidas, que têm a culpa de que as normas culturais somente possam se conservar mediante certo grau de imposição: espontaneamente, não gostam de trabalhar, e os argumentos nada podem com suas paixões.

Toda cultura apóia-se na imposição ao trabalho e na renúncia ao pulsional e, por isso, inevitavelmente produz oposição nos afetados por essas exigências.

Observamos com surpresa e inquietação que uma enorme maioria de seres humanos somente obedece às proibições culturais correspondentes pressionadas pela imposição externa, vale dizer, somente onde esta possa assegurar sua vigência e durante o tempo que seja temível.

A medida de internalização superegoica é muito diferente para cada uma das proibições pulsionais.

Penso que existe uma inevitável tensão entre essas duas postulações, que não pode reduzir-se a tomar partido por uma delas. O desconhecimento das implicações de abandonar alguma delas não é sem conseqüências.

No meu caso pessoal, aceito em análise didática quem se propõe a cumprir os requerimentos institucionais para seu desenvolvimento. Faço com a convicção, sustentada na minha experiência, de que é o mínimo requerível a qualquer candidato com vocação para a psicanálise, e com a convicção de sua eficácia em termos de transmissão. Por outro lado, a dissociação entre os interesses institucionais e pessoais, inevitavelmente destinada a ser ocultada, penso, tem conseqüências nocivas para um processo analítico e para a instituição, ainda quando se faça em salvaguarda do desejo de analista e paciente.

Devo dizer igualmente que a prática analítica está condicionada pela idéia de cada analista a respeito do inconsciente e dificilmente é unificável.

Há uma inevitável tensão quando essas práticas não se ajustam às normas institucionais. Creio, por isso, que chegará um momento em que as normas serão conseqüentes com essas múltiplas práticas. As recentes mudanças da IPA, ainda longe de conseguir tal intento, vão nesse sentido, ao aceitar três modelos de formação.

Gostaria de recordar agora três momentos de minha própria trajetória psicanalítica institucional. A primeira tem a ver com uma das entrevistas de admissão com um querido mestre de várias gerações de analistas, que muito cordialmente me disse que eu contasse uma história da minha vida e associasse livremente. Ao longo de uma hora, fui associando livremente, com somente alguns assinalamentos de sua parte, posto o que ele deu por terminada a entrevista. Com mais de oito anos de análise, a razão de quatro sessões semanais, foi uma experiência muito significativa em minha própria condição de analista.

A segunda diz respeito à minha decisão de voltar à análise cinco ou seis anos após ter finalizado minha análise didática, buscando para isso &– como muitos outros colegas &–, um analista que não pertencia à APA, pensando que isso favoreceria minha análise, uma vez que sempre me interessou participar da política institucional. Essa decisão não escapou de objeções por parte de muitos colegas fortemente identificados com APA.

A terceira se relaciona com meu trabalho — já faz alguns anos —, dirigindo o Centro Racker, isto é, a clínica psicanalítica da APA. Ali, juntamente com Victoria Korin, desenvolvemos um esquema de trabalho destinado a facilitar a especificidade da prática psicanalítica. Por meio de pós-entrevistas e supervisões, comprovamos quão difícil era para muitos colegas em formação e egressos do Instituto que ali trabalhavam sustentar e dar conta da prática analítica. Nenhum de nós pode estar seguro de garanti-la, pelo que, de fato, requerem-se dispositivos como os assinalados, desenhados para reprocessá-la, o que nem sempre se consegue.

Limitar-se ao conteúdo manifesto do discurso e, ainda, dos sonhos, ou desconsiderar o eixo transferência-contratransferência e a angústia como pivô da sessão, poderiam ser somente alguns dos indicadores do que diagnosticamos. Além do beneficio terapêutico obtido, ali não podemos falar de efeitos de uma análise.

Isto nos leva a concordar com Lacan quando propõe que somente a posteriori podemos dizer se uma análise é didática, já que tê-la feito com um didata não necessariamente a assegura. Aspiramos que a facilite, considerando que se trata de analistas mais experientes, e que para isso aponta nossa proposta institucional de formação continuada.

Trago essas três experiências porque me fazem entender o que podemos exigir do fim da análise de um analista em termos de transmissão.

Isto é, facilitar a relação com o inconsciente, através do que Sandler (1994) denominou uma “estrutura de insight”; deixar aberto o acesso à perlaboração, à auto-análise ou a outras análises, e possibilitar assim a prática da psicanálise. Esses objetivos vão mais além de sustentar a pertinência institucional sobre a base de identificações imaginárias, cabendo a nós considerar o lugar ocupado por nossas instituições.

Para finalizar, e a respeito do que podemos exigir do objetivo da análise de um analista, penso que além de cumprir os objetivos terapêuticos, trata-se especificamente de alcançar efeitos de transmissão, e isso nenhum dispositivo institucional pode garantir. Pode, sim, facilitá-lo ou obstaculizá-lo.

Partindo da premissa de que nossas instituições baseiam-se em ideais comuns, e que necessitamos delas, estar advertidos do peso das identificações imaginárias e da psicologia das massas nos efeitos de transmissão necessariamente singulares, supõe pensar continuamente dispositivos que tentem neutralizá-las.

 

Referências

Azouri, C. (1991). He triunfado donde el paranóico fracasa: Tiene un padre là teoria? [J’ai aussi La oü le paranoiaque echoue. La théorie a-t-elle um père?]. Buenos Aires: Ed. de La Flor.

Cabral, A. (2002). 60 años de psicoanálisis en Argentina: Pasado, presente, futuro: El manifiesto de 1974 y la polaridad enseñanza transmisión en la institución psicoanalítica. Buenos Aires: Ed. Lúmen.        [ Links ]

Sandler, J., & Sandler, A. M. (1994). Psychoanalytic technique and the theorie of psychic change. In M. Horowitz, O. Kernberg, & E. Weinschel (Eds.), Psychic structure and psychic change (p. 57-75). Madison: International Universities Press.        [ Links ]

Saphouan M., Julien P. & Hoffmann C. (1995). El malestar en el psicoanálisis: El tercero en la institución y el análisis de control [Malaise dans La psychanalyse]. Buenos Aires: Nueva Visión.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Abel Mario Fainstein
Av. Santa Fé, 3044, tercer piso
1425 Buenos Aires, Argentina
Fone: (54 11) 4826-8221
E-mail: afainstein@ciudad.com.ar

Recebido em: 06/05/2008
Aceito em: 10/06/2008

 

 

Tradução de Marta Úrsula Lambrecht
* Psicanalista da Associação Psicanalítica da Argentina (APA).
1 Conferência proferida na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, em 6 de junho de 2008.

Creative Commons License