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Jornal de Psicanálise

Print version ISSN 0103-5835

J. psicanal. vol.41 no.75 São Paulo Dec. 2008

 

TRABALHOS NÃO TEMÁTICOS

 

A psicanálise como um campo do saber e sua inserção na pesquisa científica

 

Psychoanalysis and research: psychoanalysis as a knowledge field and its insertion in the scientific research

 

Psicoanálisis y la investigación: el psicoanálisis como un campo de conocimiento y su inserción en la investigación científica

 

 

Yone Buonaparte d’Arcanchy Nobrega Nasser*

Membro do LAPSI-UVA

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A psicanálise sempre foi vista como um conhecimento que não podia ser inserido em um lugar já conhecido e estipulado das ciências com as quais convivemos e procuramos desenvolver e organizar de forma sistemática. Como prática clínica, teoria e método, ela acaba por nos conduzir a um mundo diferente do qual estamos acostumados a lidar quando o assunto é pesquisa acadêmica. É fato que esse também é um novo mundo para a própria psicanálise, que nasceu e sustentou suas prerrogativas através da escrita de sua práxis – embasada em pesquisas clínicas e não-clínicas – e no alinhamento dogmático. Há opiniões diversas acerca do tema, mas essas não se colocam como o cerne deste artigo, que pretende apenas levantar a hipótese de o saber psicanalítico ser pesquisado de acordo com uma cientificidade própria e marcante da mudança de paradigma da qual seu desenvolvimento é uma importante referência.

Palavras-chave: Psicanálise, Pesquisa, Conhecimento científico, Saber.


ABSTRACT

Psychoanalysis was always seen as a knowledge that could not be put in the place already known and stipulated of the sciences we live with and work to develop and to organize in a systematic way. As a clinical practice – theory and method – it ends up conducting us to a different world of what we are used to dealing with when the subject in hand is academic research. It’s a known fact that this is also a new world for psychoanalysis itself, considering that it was born and supported by its prerogatives throughout the writing of its praxis – based upon clinic and non-clinic research – and on dogmatic line up. There are several opinions about this matter but those don’t figure as the central concern to this article since its objective is merely to place the hypothesis of the possibility of the psychoanalysis knowledge being researched according to a specific scientifically logic, that marks the changing of paradigm that its development is an important reference.

Keywords: Psychoanalysis, Research, Scientific knowledge, Knowledge.


RESUMEN

El psicoanálisis ha sido siempre considerado como una rama del conocimiento que no podría ser incluida en las ciencias exactas, es decir, se trataría de un campo de investigación que no permitiría una organización o desarrollo sistemáticos. Encuanto a la práctica clínica, la teoría y la metodología, el psicoanálisis nos conduce a un mundo distinto de aquel al cual estamos acostumbrados. Y eso se refleja en la investigación académica, que requiere planteamientos distintos para ser desarrollada. El mismo psicoanálisis ha nacido de manera distinta a las demás ciencias, al ser fundado en la investigación clínica y no clínica – y en la línea dogmática. Y esa particularidad se ha mantenido en sus prerrogativas y a través de su praxis. Sin embargo, en vez de discutir sobre las diferentes opiniones sobre este tema, el enfoque de este artículo se centra en la hipótesis de que el conocimiento psicoanalítico debe ser investigado según un estatuto científico propio y un cambio de paradigma en que su desarrollo es una referencia importante.

Palabras clave: Psicoanálisis, Investigación, Conocimiento científico, El conocimiento.


 

 

O interesse em desenvolver este tema está calcado nas questões relativas à pesquisa científica da psicanálise no ambiente universitário. Acredita-se que por essa via serão permitidas inferências várias que, por desdobramento, poderão compor um material auxiliar para o entendimento da pesquisa em outras vertentes.

A psicanálise, em sua construção, envolveu-se em diferentes questões, tais como a conceituação do inconsciente e de tudo que girava em torno dele. Rompeu barreiras inimagináveis a respeito do conhecimento do indivíduo, seu comportamento, seus desejos e possibilidades enquanto sujeito. Proporcionou a “quebra” de moldes, modificou parâmetros afetivos, pedagógicos, culturais e sociais através de novas propostas a respeito da constituição psico-afetiva da humanidade. Todavia, uma das preocupações de Freud, a princípio, é oferecer à psicanálise um caráter científico – de acordo com o padrão da época – pertencente ao determinismo clássico. Era necessário comprová-los dentro dos parâmetros estabelecidos por apreensões calcadas na racionalidade e quantificação. Isso significa dizer que a psicanálise, em seu despertar, estava bastante envolvida na afirmação de sua identidade pela cientificidade. Essa observação reflete o momento da organização científica natural à época.

Os modelos vigentes cobram, imparcialmente, que todos os saberes se aloquem em algum dos critérios por eles oferecidos. É imprescindível definir aquilo que auxiliará na definição, pesquisa e continuidade da psicanálise, uma vez que ela constitui um dos pilares do pensamento ocidental acerca do sujeito e suas vicissitudes.

A entrada em vigor da psicanálise e de outros saberes no mesmo momento histórico – virada do século 19 para o 20 e décadas subseqüentes – comporta a idéia de que as ciências podem ser diferenciadas e, quiçá, seus métodos avaliativos também edificados de inúmeras formas.

Todavia, recapitulando, de fato não havia uma maleabilidade reconfortante às produções de conhecimento que estavam sendo geradas naquele instante. Na verdade, o que ocorria não significava uma censura, era apenas a necessidade de se organizar os saberes que estavam sendo propostos de acordo com as normas preestabelecidas. Acabava-se por reafirmar que o caminho do reconhecimento dos mesmos teria que ser traçado pelas trilhas do reconhecimento científico, isto é, nos moldes do determinismo clássico. Por outro lado, crescia a obrigatoriedade de oferecer um arcabouço a esses conhecimentos de forma distinta.

Diante da importância do desenvolvimento da psicanálise, Freud acaba por não se prender às questões meramente vinculadas ao cientificismo da época, apesar de, durante certo período, manter uma posição dentro do modelo estabelecido. Através da inscrição da psicanálise nos três registros – tópico, econômico e dinâmico –, torna-se claro seu afastamento do paradigma da modernidade. A partir de 1920, seus textos se mostram definitiv os nesse sentido.

Em termos de pesquisa, quanto à psicanálise, as diferentes correntes psicanalíticas carregam a responsabilidade de desenvolver reflexões acerca dos princípios e das práticas que possibilitem a continuidade dos seus estudos: “...um rigor dito científico (...) na esperança de desenvolver a psicanálise e lhe devolver a unidade a partir da pesquisa” (Botella, C. & Botella, S., 2001/2003, p. 422).

É nesse contexto que a psicanálise demonstra seu vigor enquanto saber específico e diferenciado. Entende-se que a possibilidade de uma voz unívoca em psicanálise acabaria por sugerir refreamento e paralisia sobre seu conteúdo e aplicabilidade e, por extensão, acabaria por representar o impedimento de sua comunicação com outros saberes.

Theodor Lowenkron (2001) considera que a pesquisa em psicanálise deve ocupar a posição primordial em relação aos três sentidos propostos por Freud, que serão apresentados mais adiante. Admite considerar a psicanálise uma ciência empírica, quando remetida ao campo da transferência. Sabe, contudo, que há a definição de pesquisa empírica como: “...um estudo sistemático de qualquer fenômeno realizado por meio de uma metodologia que permita alguma forma de análise estatística e que forneça elementos que possibilitem a outros tentar replicar a experiência” (Cooper citado por Lowenkron, 2001, p. 1).

A partir dessa concepção, cria-se uma polêmica quanto à definição de pesquisa empírica em psicanálise. Lembra ele que Herrmann considera que “...a pesquisa dita empírica em psicanálise é a tentativa de imitação do modelo determinista de erradicação de desvios interpretativos do pesquisador” (Herrmann citado por Lowenkron, 2001, p. 1). O que preside esse tipo de pesquisa é a verificação objetiva e o fascínio por experimentos quantitativos.

Freud, em 1923, para a Encyclopedie de la sexologie humaine – de Max Marcuse (Botella, C. & Botella, S., 2001/2003, p. 426) –, define a psicanálise da seguinte forma:

a) É o nome de um procedimento para a investigação de processos mentais que são de difícil acesso por qualquer outro meio;

b) É o nome de um método de tratamento de distúrbios neuróticos, o qual se baseia nessa investigação;

c) É o nome de uma série de pontos de vista psicológicos adquiridos por essa via, os quais se cruzam progressivamente a fim de se reunir numa nova disciplina científica.

Pela clareza das idéias apresentadas por Freud em sua concepção a respeito da psicanálise, deve ser percebido que, possivelmente, nas inúmeras tentativas de se definir as variadas práticas psicanalíticas, há um equívoco que, certamente, está ligado ao foco.

A colocação de Freud corrobora a postura de se entender a psicanálise como indissociável de um método – e é este que marca a sua fundação: “A teoria psicanalítica é inseparável de sua prática e sua evolução é o fruto das aquisições progressivas a partir de e nos limites do método” (Botella, C. & Botella, S., 2001/2003, p. 426).

Esses autores consideram que a psicanálise, como procedimento para a investigação – que ocorre na sessão – já constitui, aí, uma pesquisa. Acreditam que as dificuldades e os conflitos que se apresentam em torno da pesquisa em psicanálise decorrem da mesma fonte que afeta sua definição. Impossível esgotar, no presente trabalho, toda a complexidade que o assunto envolve. Porém, o exercício contínuo de reflexão é fundamental para que se dê continuidade também ao debate no campo acadêmico.

Deve-se considerar válida a pesquisa em psicanálise diferenciada da realizada em ciências exatas, pois o molde destas últimas era o modelo perseguido pelas ciências de todo tipo. Todavia, um saber que gera conhecimento, práticas, resultados e se insere dentro de outros saberes e ciências requer uma definição mais pronunciada sobre o seu lugar no campo acadêmico e de pesquisa.

Na compreensão aqui estabelecida, não se deve considerar a psicanálise uma ciência experimental, pois é sabido que seu objeto de estudo não é mensurável, quantificável ou mesmo palpável. Não se encaixa, também, dentro dos parâmetros das ciências formais e exatas, como já pronunciado, pois que não há demonstração que constitua regra. O objeto de estudo da psicanálise é constituído pelos inconscientes do observador (analista) – que é também instrumento de observação – e do observado (analisando) e, para completar, pela relação recíproca entre os dois.

No domínio do conhecimento em psicanálise, a teoria e a prática, o pensamento e o psiquismo do analista fazem parte do objeto de estudo; a disciplina e a pesquisa repartem em si os mesmos dados, os mesmos princípios. Seria preferível aceitar sem demora a idéia de que um método de pesquisa psicanalítica jamais poderá coadunar-se com os métodos científicos clássicos (Botella, C. & Botella, S, 2001/2003, p. 425).

Muitos psicanalistas consideram que a pesquisa em psicanálise é inexoravelmente clínica pelos motivos já destacados quanto ao seu objeto e método.

Toda pesquisa em psicanálise é (...) uma pesquisa clínica (...) Na psicanálise há (...) um ‘campo de pesquisa’, que é o inconsciente e que inclui o sujeito. Por isso, a clínica, como forma de acesso ao sujeito do inconsciente, é sempre o campo de pesquisa (Elia, 2000, p. 23).

O mundo acadêmico é, por assim dizer, uma novidade em termos do ensinamento e magistério da psicanálise. A psicanálise costumava ser transmitida através de seminários a respeito de casos clínicos, supervisão sobre os mesmos e análise pessoal do sujeito disposto a se tornar analista. Não é surpresa entender que a pesquisa seja considerada sempre clínica.

Luís Carlos Nogueira aborda o tema da psicanálise dentro do mundo acadêmico. Mostra-se interessante o apontamento de algumas passagens de sua apreensão:

...sobre a pesquisa propriamente analítica, a cultura começou a se dar conta de como aproveitar os conhecimentos advindos da psicanálise fora da relação analítica. (...) testes projetivos psicológicos que têm uma fundamentação psicanalítica. (...) Esta é uma influência psicanalítica no campo do comportamento. Essa é uma possibilidade de pesquisa (...) O que significa fazer pesquisa em psicanálise? Significa que a pesquisa é a própria análise (Nogueira, L. C., 2005, p. 11).

Nogueira faz uma consistente apreciação sobre a psicanálise, enquanto pesquisa acadêmica:

Como podemos aproveitar a experiência analítica na pós-graduação? (...) desenvolver esse trabalho de construção do caso, construção da psicanálise enquanto pesquisa (...) O que significa fazer uma pesquisa em psicanálise? (...) Significa que ela possa ter entrado em contato com a pesquisa de outros analistas [presenciais e em estudo] (...) Isso vai possibilitar a construção de um caso, a redação de um trabalho de pós-graduação, de uma dissertação de mestrado ou de uma tese de doutorado (...): a pessoa pode fazer um trabalho em relação a um caso clínico (...) Isso é uma pesquisa psicanalítica (Nogueira, L. C., 2005, p. 11).

A noção apresentada sobre a pesquisa em psicanálise mostra-se fundamental para se confirmar os trabalhos em psicanálise, em si, como pesquisa. Como transmitir esses saberes? No caso da psicanálise, Nogueira afirma:

O grande problema da transmissão da psicanálise é a sua avaliação (...) não temos essa categoria de certo ou errado porque não temos um objeto que sirva de referência comum (...), mas, se não conceitualizamos (...) a psicanálise não cresce em termos de ciência. Ela fica, digamos assim, paralisada em um ritual, repetitiva (Nogueira, 2005 p. 12).

O ambiente acadêmico é uma nova experiência para a pesquisa em psicanálise e, dentro dele, os métodos para esse fim vão sendo construídos. Mostram ser alternativas para o campo científico correspondente ao movimento de mudança paradigmática ainda em andamento – um século depois de iniciado.

A psicanálise – independentemente de sua condição de saber específico – está constantemente intrincada em outros saberes, tais como a antropologia, a sociologia, a psicologia e a filosofia e, assim, está referida a outros. A pesquisa em psicanálise já nasceu interdisciplinar. Um exemplo disso é o fato de Freud eleger interlocutores – como, por exemplo, Mc Dougall (1871-1938), psicólogo social, e Le Bon (1841-1931), médico e sociólogo – para tratar do entendimento acerca do indivíduo na sociedade pelos ditames psicanalíticos da compreensão do sujeito como tal e como pertencente a uma gama de grupos, tais como o familiar, o social, etc. (Freud, 1921/1976d).

Pensadores e profissionais não-psicanalistas também pesquisam sobre psicanálise e essa pesquisa se torna válida e enriquecedora para a própria prática e pesquisa em psicanálise. A universidade é o agente possibilitador dessa nova experiência abrangente. Neste caso, perde o sentido a discussão a respeito de a pesquisa ser clínica. Ela irá se basear em uma clínica que comprova uma teoria e, nesta, que promove uma clínica. Mas, certamente, não se dará apenas nesses moldes. A psicanálise deve fazer jus ao seu caráter inovador e permitir que sua abordagem seja marcada por uma relevância científica propícia a outros saberes aos quais está atrelada em seu percurso. É isso que contribuirá para a abertura e continuidade de pesquisas inovadoras.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Yone Buonaparte d’Arcanchy Nobrega Nasser
R. Visconde de Pirajá, 35/401 – Ipanema
22410-001 Rio de Janeiro, RJ
Fones: (21) 2523-9338/9661-0949
E-mail: psi.nasser@terra.com.br

Recebido em: 16/09/2008
Aceito em: 21/10/2008

 

 

* Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela UVA-RJ. Especialista em Psicossomática pelo IMPSIS; Saúde Mental Infanto-Juvenil pela PUC-RJ; Psicologia Analítica pelo IBMR-AJB; Membro do LAPSI-UVA.

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