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Jornal de Psicanálise

versión impresa ISSN 0103-5835

J. psicanal. vol.44 no.81 São Paulo dic. 2011

 

BREVES ESCRITOS

 

Freud e o Prêmio Goethe

 

Freud and the Goethe Prize

 

Freud y el Premio Goethe

 

 

Mariangela Oliveira Kamnitzer Bracco1

Instituto de Psicanálise "Durval Marcondes" da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo SBPSP

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Em 1930 Freud recebeu o prestigioso Prêmio Goethe da cidade de Frankfurt, fato que lhe trouxe grande alegria pois, até então, não havia recebido nenhuma homenagem pública. Inicio este trabalho esclarecendo o significado dessa premiação que muitos pensam ser literária. Desfeito esse equívoco, faço um breve relato histórico da concessão desse prêmio, em que fica evidente o singular papel de Goethe na cultura alemã. A seguir escrevo sobre a premiação de Freud e seus bastidores. O psicanalista Thomas Plänkers, que examinou as atas de reuniões dos curadores do prêmio, revelou que acaloradas discussões precederam a escolha do nome de Freud. Tal polêmica se viu refletida na pequena margem de votos com que foi escolhido: 7 a 5. Finalizo o texto reproduzindo interessante consideração de Plänkers a respeito dessa divergência em torno de Freud, tendo como pano de fundo a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha.

Palavras-chave: Prêmio Goethe, Goethe, Cultura alemã, Freud.


ABSTRACT

In 1930 Freud received the prestigious Goethe Prize from the city of Frankfurt, which gave him great joy, since he hadn't got any official homage until that date. I start this work explaining the meaning of this prize, often mistaken as a literary one. After I demystify this misunderstanding, I talk briefly about the historical awarding of this prize, in which the singular role of Goethe in the German culture becomes evident. Next, I write about Freud's award and its offstage. The psychoanalyst Thomas Plänkers, who examined the meeting minutes of the prize curators, revealed that heated discussions preceded Freud's nomination. This controversy is reflected in the slight advantage of votes, with which he was chosen: 7 to 5. I conclude this text reproducing Plänk's interesting reflection about this controversy over Freud, having as backdrop the rise of national-socialism in Germany.

Keywords: Goethe Prize, Goethe, German culture, Freud.


RESUMEN

En 1930 Freud recibió el prestigioso Premio Goethe de la ciudad de Frankfurt, hecho que le trajo gran alegría, pues hasta entonces, no había recibido ningún homenaje público. Comienzo este trabajo aclarando el significado de esta premiación que muchos piensan ser literaria. Deshecho ese equívoco, hago un breve relato histórico de la concesión de ese premio, donde evidencia el singular papel de Goethe en la cultura alemana. A seguir escribo sobre la premiación de Freud y sus entretelones. El psicoanalista Thomas Plänkers que examinó las actas de las reuniones de los curadores del premio, reveló que acaloradas discusiones precedieron la elección del nombre de Freud. Tal polémica se vio reflejada en el pequeño margen de votos con que él fue elegido: 7 a 5. Finalizo el texto reproduciendo interesante consideración de Plänkers a respecto de esa divergencia en torno de Freud, teniendo como telón la ascensión del nacionalsocialismo en Alemania.

Palabras clave: Premio Goethe, Goethe, Cultura alemana, Freud.


 

 

O Prêmio Goethe, ao contrário do que muitos pensam, não é literário. Embora a maioria dos agraciados com essa distinção tenham sido escritores e poetas, o prêmio já foi concedido ao arquiteto Walter Gropius (1961), ao cineasta sueco Ingmar Bergman(1976) e à dançarina e coreógrafa Pina Bausch (2008), entre outros. Instituído em 1927, na cidade natal do poeta, Frankfurt am Main, é uma das mais importantes premiações culturais da Alemanha. Destina-se a "reconhecidas personalidades, cujas realizações criadoras são dignas de honrar a memória de Goethe" (Plänkers, 1993, p. 169). Um grupo de intelectuais que compõem o Kuratorium, conselho de curadores, é que decide quem faz jus a essa honraria, que é entregue no dia 28 de agosto, data de nascimento de Goethe.2 O primeiro a ganhar o prêmio foi o poeta Stefan George, o segundo, o médico, músico e filósofo Albert Schweitzer, que assim se manifestou por ocasião de sua premiação em 1928:

Ora, neste momento, peço-vos permissão para dizer, em rápidas palavras, por que circunstâncias fui levado a Goethe e o que aprendi com ele. Com isso desejo iniciar uma tradição, a saber, que todos quantos no futuro forem, aqui, distinguidos com este prêmio, igualmente prestem o seu depoimento, testemunhando o que aprenderam com Goethe e quais os laços espirituais que com ele continuam mantendo. (Schweitzer, 1950, p. 58)

Assim como Albert Schweitzer, vários outros intelectuais, entre eles Freud, sentiram um "parentesco espiritual" com Goethe. Ele, além de ser o maior poeta de língua alemã, tinha interesses diversificados; realizou estudos em botânica, mineralogia, física (teoria das cores), tendo exercido também importante cargo administrativo, junto ao duque de Weimar. Freud comparou o talento multifacetado de Goethe com o do mestre renascentista Leonardo da Vinci, que também foi artista e pesquisador. O poeta americano T. S. Elliot afirmou: "pode-se dizer que não poderemos compreender o século XIX, se não formos capazes de compreender Goethe" (Elliot, citado por Paul Bishop, 2010, p. 40). Como expoente máximo da cultura alemã clássica, Goethe tornou-se um símbolo. No início do século XX a exaltação de Goethe cresceu extraordinariamente, a ponto de alguns historiadores e germanistas se referirem àquele período como os anos de culto a Goethe. Como símbolo idealizado, muitos grupos e partidos políticos procuraram se associar à sua imagem em busca de reconhecimento e afirmação.

A ideologia nazista, muito antes de Hitler ter ascendido ao poder, já se havia infiltrado nas instituições da Alemanha, e procurou se apossar do legado de Goethe, também através do prêmio que levava o seu nome. Depois de 1933, o poderoso ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, tornou-se membro do Kuratorium, e, assim, a partir desse ano, todos os agraciados com o prêmio só podiam ser simpatizantes do regime nazista.

Durante os três últimos anos da Segunda Guerra Mundial a concessão do prêmio foi suspensa, tendo sido restabelecida surpreendentemente ainda em 1945 – apenas alguns meses após o fim da guerra. O país, derrotado, destruído, execrado pelas barbaridades cometidas durante o regime nazista, recorreu aos seus clássicos, universalmente reconhecidos. Mozart, Bach, Beethoven, Schiller, e sobretudo Goethe, foram convocados para reavivar a alma do povo alemão e mitigar sua culpa. O ganhador de 1945 foi o físico Max Planck, autor da teoria quântica. A entrega do prêmio passou a ocorrer na "Paulskirche", igreja de São Paulo, uma vez que a casa em que Goethe nasceu havia sido bombardeada. Os ganhadores dos anos seguintes foram o filósofo Karl Jaspers e o escritor Hermann Hesse, ambos escolhidos cuidadosamente como personalidades "cujas ideias contribuíam para a reconstrução espiritual do país" (Haydu, 2002, p. 196).

Em 1949, tanto a Alemanha Ocidental como a Oriental, que eram ocupadas militarmente por forças estrangeiras, foram constituídas política e juridicamente como República Federal da Alemanha, de regime capitalista, e, República Democrática Alemã, de regime comunista. Começou então uma disputa entre as duas Alemanhas pelo legado de Goethe. Foi instituído um segundo Prêmio Goethe na Alemanha Oriental. Vale lembrar que a cidade de Weimar, onde o poeta passou a maior parte de sua vida, se encontrava em seu território. Também em 1949, o grande romancista alemão Thomas Mann, que desde 1933 havia se autoexilado, primeiro na Suíça, e, depois, nos Estados Unidos, retornou à Europa para uma visita. Nas duas Alemanhas comemorava-se o bicentenário do nascimento do poeta. Tanto em Frankfurt como em Weimar Thomas Mann recebeu os respectivos Prêmios Goethe. Nas duas cidades leu o mesmo discurso, em que evocava Goethe como um elemento de união de um povo política e ideologicamente dividido. Donald Prater, biógrafo de Thomas Mann, pergunta: "E para isso quem seria melhor que um escritor independente, cuja terra natal é a língua alemã inalterada pela divisão entre duas zonas?" (1995, p. 518).

Em um mundo polarizado entre Estados Unidos e União Soviética, capitalismo e comunismo, o Muro de Berlim, erguido em 1961, tornou-se o símbolo da fratura e do equilíbrio frágil entre as duas superpotências. A Alemanha Ocidental, sob patrocínio americano, prosperou. Os movimentos políticos de liberalização do comunismo culminaram com a queda do muro de Berlim e a reunificação da Alemanha em 1990. Penso que, ao longo desse processo em que o país recuperou sua unidade política e geográfica e também sua autoestima, foi possível se libertar da tutela da imagem idealizada de Goethe.

Feita essa pequena digressão histórica, retornemos a 1930. Freud, com 74 anos, já bastante doente, foi informado por meio de uma carta do Sr. Alfons Paquet, escritor e influente secretário do Kuratorium, de que receberia o Prêmio Goethe. Respondeu que seu estado de saúde não lhe permitiria viajar até Frankfurt, e que sua filha iria representá-lo na solenidade. E, com humor, acrescentou: "a plateia nada perderá com isso, minha filha Anna é certamente mais agradável de ver e ouvir do que eu" (Freud, 1930, p. 357). No discurso lido por sua filha, Freud não se ateve à sugestão de Albert Schweizer, transcrita anteriormente, e preferiu assinalar que várias das ideias psicanalíticas estavam em consonância com o pensamento de Goethe. Também procurou defender-se da acusação de ter faltado com o devido respeito ao "grande homem", o qual tentara algumas vezes analisar. Associando a psicanálise à pessoa de Goethe, Freud esperava amenizar a hostilidade da elite intelectual alemã para com as ideias de um médico judeu, vienense, que inovou de forma revolucionária o modo de ver a sexualidade humana. De fato, ele assim se expressou:

Acho que ele não rejeitaria inamistosamente a psicanálise, como fazem tantos de nossos contemporâneos. Achava-se próximo dela em vários pontos, discerniu muitas coisas que desde então pudemos confirmar, e várias concepções que atraíram sobre nós a crítica e o escárnio são por ele defendidas com naturalidade. (Freud, 1930, p. 359)

Entretanto, Freud não manteve ilusões quanto a essa premiação; sabia da ambivalência dos seus contemporâneos em relação à Psicanálise. Escreveu a Ernest Jones:

Creio que esse episódio surpreendente não terá consequências no que refere ao Prêmio Nobel ou à atitude geral na Alemanha quanto à análise. Pelo contrário, não me surpreenderia se a resistência aumentasse ainda mais.3 (Freud, 1930, citado por Plänkers, 1993, p. 176)

Duas semanas mais tarde, respondeu à carta do escritor Arnold Zweig que o havia cumprimentado:

É interessante observar o comportamento das pessoas que querem agora se ressarcir do constrangimento de ter que aceitar a homenagem feita a minha pessoa em Frankfurt. Em vários jornais alemães e estrangeiros surgiu a notícia de que adoeci irremediavelmente de câncer na língua. Por isso estou recebendo tantas condolências e sugestões de tratamento, quantas foram as congratulações que recebi na última semana. (Freud, 1930, citado por Plänkers 1993, p.176)

Contudo a premiação trouxe algum contentamento para Freud, quanto mais não fosse pela recompensa monetária, que embora módica, não era desprezível.

O psicanalista alemão Thomas Plänkers, que pesquisou as atas das reuniões do Kuratorium, fez um relato bastante interessante das acaloradas discussões que precederam a escolha de Freud para o Prêmio Goethe. Os que se opunham ao seu nome alegaram que suas ideias não se coadunavam com o pensamento de Goethe – o que na verdade era um pretexto, que encobria uma idealização do poeta e uma mistura de desconhecimento e desprezo pela psicanálise. Mas Plänkers não se limitou a reproduzir a polêmica, fez também uma instigante análise dela à luz do momento histórico da época. Na Alemanha pós-imperial, a República de Weimar não havia se consolidado. Além da instabilidade política, havia inflação, desemprego em massa e um crescente antissemitismo fomentado pelos nazistas. Dentro desse quadro, onde uma situação de deterioração da sociedade se anunciava, Plänkers aponta como digno de nota o fato dos textos culturais de Freud: "Futuro de uma ilusão", de 1927, e "Mal estar na cultura", de 1930, terem sido ignorados pelos membros do Kuratorium em sua apreciação de Freud. Nesses textos haviam sido expostas suas ideias a respeito da hostilidade à cultura e da pulsão de morte. Plänkers reflete:

Fica-se com a impressão de que os membros do Kuratorium frente a essa situação sociopolítica se agarraram mais intensamente à imagem idealizada de Goethe e identificaram o abismo para o qual a sociedade caminhava com a pessoa de Freud. (1993, p. 176)

Assim, a discussão apaixonada, polarizada entre os membros do Kuratorium, impedia um julgamento racional tanto de Goethe como de Freud, e, dessa forma, refletia o movimento regressivo da sociedade alemã. Três anos mais tarde, em 1933, os textos de Freud eram queimados em praça pública pelos nazistas.

Entretanto, graças ao grande empenho de Alfred Döblin4 e Alfons Paquet junto aos demais membros do Kuratorium, foi possível que Freud recebesse os votos necessários para ser eleito. Já no ano anterior, o seu nome tinha sido sugerido para o prêmio e rejeitado pela maioria.5 Um argumento importante para convencer alguns dos renitentes opositores foi ressaltar que Goethe e Freud, embora muito diferentes, eram figuras emblemáticas para suas respectivas épocas. Outra estratégia foi ressaltar o aspecto literário de suas obras e a influência de suas ideias sobre os escritores do século XX. Assim, na menção honrosa assinada pelo prefeito de Frankfurt, transparece essa solução de compromisso; Freud é enaltecido tanto como criador da psicanálise, tanto como escritor:

Com o rigoroso método científico, ao mesmo tempo interpretando as estórias cunhadas pelos escritores, Sigmund Freud abriu caminho até as forças motrizes da alma, e assim criou a possibilidade de se reconhecer o surgimento e a construção das formas culturais e de se curar algumas de suas enfermidades… A psicanálise não só estimulou e enriqueceu a ciência médica, mas também o mundo mental do artista e do pastor, do historiador e do pedagogo… A Freud, grande erudito, escritor e lutador, tinham sido negadas todas as honras externas… (1930, citado por Plänkers, 1993, p. 175)

Entretanto, num discurso de rádio proferido naquele mesmo dia, Alfons Paquet volta a realçar que a escolha de Freud não decorreu das suas qualidades literárias, mas sim em virtude de seus grandes méritos pessoais. E chega a aplicar a Freud o que Napoleão Bonaparte disse de Goethe: "Voilà un homme!"6 (Paquet, 1930, citado por Plänkers 1993, p. 175)

 

Referências

Bishop, Paul (2010). The unconscious from the Storm and Stress to Waimer Classicism: the dialetic of time and pleasure. In A. Nicholls e M. Liebscher (Orgs.), Thinking the Unconscious Nineteenth-Century German Thought, (p. 40). Cambridge University Press.         [ Links ]

Freud, S. (2010). Carta ao Dr. Alfons Paquet. In S. Freud, Obras Completas (P. C. Souza, trad., vol. 18, pp. 357). São Paulo: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1930)        [ Links ]

Freud, S. (2010). Discurso na casa de Goethe em Frankfurt. In S. Freud, Sigmund Freud Obras Completas (P. C. Souza, vol. 18, pp. 359). São Paulo: Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1930 )        [ Links ]

Haydu, M. (2002). Du hast einen anderen Geist als wir: die grosse Kontroverse um Thomas Mann 1945-1949 (Você tem um pensamento diferente de nós: sobre a controvérsia em torno de Thomas Mann 1945-1949). Tese de doutorado, Universidade Justus Liebig, Giessen, Alemanha.         [ Links ]

Paquet, Alfons (1930). Zum Goethepreis [A respeito do Prêmio Goethe]. (Discurso proferido na rádio Südwestdeutschen Rundfunk em 28/08/1930 em Frankfurt am Main.) In Die psychoanalytische Bewegung (O movimento psicanalítico). Viena: International Psychoanalytic Verlag.         [ Links ]

Plänkers, Thomas (1993). Vom Himmel durch die Welt zur Hölle: Zur Goethe-Preisverleihung an Sigmund Freud im Jahre 1930 (Do céu através da terra até o inferno: a respeito da entrega do Prêmio Goethe à Sigmund Freud no ano de 1930). In Jahrbuch der Psychoanalyse, 30, 167-180.         [ Links ]

Prater, Donald (2000). Thomas Mann: uma biografia (Luciano Trigo, trad.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.         [ Links ]

Schweizer, Albert (1950). Goethe quatro discursos (Pedro de Almeida Moura, trad.). São Paulo: Melhoramento.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Mariangela Kamnitzer Bracco
Al. Rio Negro, 911, cjto 610 | Alphaville
06474-160 Barueri, SP
E-mail: mkb@bracco.com.br

Recebido em: 21/10/2011
Aceito em: 3/11/2011

 

 

1 Membro filiado do Instituto de Psicanálise "Durval Marcondes" da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo SBPSP.
2 A premiação, que era feita anualmente na casa onde Goethe nasceu, passou a ocorrer regularmente a cada três anos a partir de 1961. Consiste numa declaração escrita em pergaminho e numa premiação monetária de 50.000 euros, em valores atuais.
3 Em 1927 o escritor Stefan Zweig e o psicanalista Heinrich Meng do Instituto de Psicanálise de Frankfurt, haviam empreendido uma campanha para indicar o nome de Freud para o Prêmio Nobel.
4 Alfred Döblin era o representante da Academia de Artes da Prússia para a arte poética. Ficou conhecido pelo seu livro Berlin Alexanderplatz, que foi filmado por Rainer Marie Fassbinder em 1980.
5 Em 1929 o próprio Alfons Paquet havia se manifestado contra Freud. Heinrich Meng, que com Karl Landauer dirigia o Instituto de psicanálise de Frankfurt, foi o responsável pela mudança de opinião de Paquet em relação à psicanálise.
6 "Eis aqui um homem"! Assim Napoleão Bonaparte saudou Goethe, quando em 1808, de passagem por Erfurt, na Turíngia, foi conhecer o poeta que tanto admirava. Nessa ocasião Napoleão convidou Goethe a acompanhá-lo até Paris e assumir a função de autor de tragédia. Esperava que Goethe consagrasse sua presença na literatura universal. O poeta, embora também admirasse o imperador, declinou do convite.

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