SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.50 issue92My experience at IPAWorldwide values of didactic psychoanalysis author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Jornal de Psicanálise

Print version ISSN 0103-5835

J. psicanal. vol.50 no.92 São Paulo June 2017

 

NOTAS INTERNACIONAIS

 

A formação pelo mundo - ideias, modelos e possibilidades de acesso

 

The worldwide training on psychoanalysis - ideas, models, and possibilities of access to psychoanalytic training

 

La formación psicoanalítica en el mundo - ideas, modelos y posibilidades de acceso

 

La formation par le monde - des idées, des modèles et des possibilités d'accès

 

 

Vera Regina Jardim Ribeiro Marcondes Fonseca

Membro efetivo e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, SBPSP. Diretora do Instituto de Psicanálise "Durval Marcondes" da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, SBPSP, São Paulo. veraregina.fonseca@gmail.com

 

 


RESUMO

Começando com um relato autobiográfico, a autora desenvolve considerações sobre a importância de se incluírem contingentes mais amplos de pretendentes à formação psicanalítica, possibilitando que o critério econômico não funcione como um gargalo que impediria a chegada de jovens promissores para nosso Instituto. Um inquérito realizado em 2012 entre os candidatos da APSA é usado para exemplificar como os problemas encontrados durante a formação são, em grande parte e não apenas no Brasil, de ordem econômica e podem impedir a qualificação final do psicanalista. Se a psicanálise pretende ser inovadora e romper o rótulo de elitista, deverá refletir seriamente a respeito de como possibilitar o acesso de pessoas não provenientes dos estratos mais ricos à formação. A autora finaliza formulando algumas propostas práticas para atender tal objetivo.

Palavras-chave: formação psicanalítica, elitismo, seleção econômica


ABSTRACT

The author starts this paper from a self-biographic report. She makes considerations about the importance of increasing the number of applicants for psychoanalytic training by enabling promising young people, who could not afford an expensive training, to be part of our Institute. In other words, the author believes that economic factors should not stop good candidates from applying for psychoanalytic training. The author illustrates this issue with an inquiry from 2012 among the candidates to APSA. The results reveal that economic factors are a significant obstacle to overcome in order to accomplish psychoanalytic training, not only in Brazil, but also in the United States. If the psychoanalytic community intends to preserve the innovative character of psychoanalysis and wants to reject the label of elitist, it is vital to study ways to enable more people - other than only the economically privileged candidates - to access the psychoanalytic training. In the conclusion of the paper, the author suggests some practical measures in order to achieve her purpose.

Keywords: psychoanalytic training, elitism, economic status selection


RESUMEN

Comenzando con un relato autobiográfico, la autora desarrolla consideraciones sobre la importancia de que se incluyan contingentes más amplios de pretendientes a la formación psicoanalítica, para que el criterio económico no funcione como un impedimento para la llegada de jóvenes promisores a nuestro Instituto. Utiliza una encuesta realizada en 2012 entre los candidatos de la APSA como ejemplo para mostrar que los problemas encontrados durante la formación son en gran parte de orden económica, no sólo en Brasil, y pueden impedir la calificación final del psicoanalista. Si el psicoanálisis pretende ser innovador y romper con el rótulo de ser elitista, debe reflexionar seriamente en lo que respecta a posibilitar el acceso a la formación de personas que no provienen de los estratos más ricos. La autora finaliza aportando algunas propuestas prácticas para alcanzar este objetivo.

Palabras clave: formación psicoanalítica, elitismo, selección económica


RÉSUMÉ

Tout en commençant par un récit autobiographique, l'auteur développe des considérations sur l'importance d'inclure des contingents plus importants de prétendants à la formation psychanalytique, en créant des conditions pour que le critère économique ne fonctionne pas comme un goulot capable d'empêcher l'arrivée de jeunes prometteurs à notre institut. On emploie une enquête mené en 2012 entre les candidats de l'APSA pour exemplifier comment les problèmes retrouvés pendant la formation sont, en grande partie, et non seulement au Brésil, d'ordre économique, et comment ils peuvent empêcher la qualification final du psychanalyste. Si la psychanalyse prétend être innovatrice et faire disparaître la désignation d'élitiste, elle devra réfléchir sérieusement sur la façon de permettre l'accès à la formation aux personnes qui ne sont pas issues des couches sociales les plus riches. L'auteur termine en présentant quelques propositions pratiques pour atteindre cet objectif.

Mots-clés: formation psychanalytique, élitisme, sélection économique


 

 

Começo minha exposição com um breve relato autobiográfico. Desde cedo, na Faculdade de Medicina, eu sabia que a psiquiatria seria meu campo de trabalho; era lá que estava meu interesse, que incluía uma grande simpatia pela psicanálise, ainda que eu conhecesse dela relativamente pouco. Na residência, entretanto, eu me vi desorientada e pouquíssimo equipada para dar algo além da farmacoterapia para meus pacientes, psicóticos em sua grande maioria. Nem mesmo as medicações, no fim dos anos 1970, ofereciam muitas alternativas. Podia-se apenas inovar nas doses, progressivas e muito altas, ainda que não houvesse ensaios clínicos que justificassem essa alternativa custosa (para os pacientes).

Como é que alguém poderia compreender a experiência interna desses pacientes, o que se passava em suas mentes, como eles viam o mundo e, mais ainda, como ajudá-los?

Frieda Fromm-Reichmann foi um achado para mim, um raio de luz na escuridão, parafraseando Grotstein (2007), em seu livro sobre Bion. Ela contemplava a possibilidade de que houvesse luz algum dia, mas mesmo a leitura de seus textos me trazia um alívio muito fugaz, pois mais me fazia constatar meu desconhecimento nessa terra (que eu julgava) tão estrangeira.

E assim fui cavando alguns caminhos e me espantando com algumas coisas que surgiam: uma delas foi a informação de que seria possível fazer análise... sim, análise, uma prática que, para meus ouvidos de classe média média, com salário de médica assistente de um hospital público e uma clínica incipiente, com duas filhas (na época), parecia completamente fora do alcance. Acabei começando com alguém pouco experiente e, uns poucos anos depois, quis voar mais alto: enviei meu currículo para o Instituto. Após a aprovação, ao fazer as entrevistas com didatas, percebi, para minha decepção, que bem mais da metade de minha entrada iria para a formação. Já com três filhos, dividindo as despesas com o marido, que trabalhava até mais que eu, não pude dar prosseguimento ao projeto. Dois anos depois fui procurar outra análise, e entre didatas e quase didatas, fiquei com um destes últimos, com três sessões semanais. Passaram-se mais três anos até ele tornar-se didata, e eu começar os cursos, aumentando a frequência das sessões para quatro. Assim, em minha trajetória, tive experiências em vários âmbitos normalmente discutidos no que diz respeito à análise didática: preço, época de vida, número de sessões, escolher só entre didatas... cada um encontra e faz seu caminho.

Mais uma vez vou voltar atrás no tempo, ainda na linha autobiográfica. Na época de faculdade, envolvida com a militância na política estudantil, eu sofria com o que temia (e me diziam) ser um paradoxo: "como você pode ser de esquerda (ou seja, privilegiar a democracia, a distribuição de riquezas e de terra, de saúde etc.) e admirar uma prática completamente elitista?" Um colega mais radical chegava a dizer que apenas a reflexologia soviética (nascida da psicologia objetiva) seria aceitável, chegando a acusar a psicanálise de "pedagógica", uma coisa que me soava muito ofensiva, mesmo se eu então não me julgasse com argumentos suficientes para calar de vez as acusações. Eu tinha dúvidas... não me sentia inclinada à saúde pública, era o desvelamento da mente que me interessava - provavelmente da minha em primeiro lugar, mas também das outras. Como fazer? A psiquiatria social, as comunidades terapêuticas me pareciam uma solução de compromisso.

Ainda hoje, 40 anos depois, tenho os mesmos princípios políticos e mantenho uma relação de companheirismo e profundo respeito com a psicanálise.

Mas apenas quando passei a me envolver de modo mais intenso com a vida acadêmica e depois com a vida institucional, é que foi "caindo a ficha": por que a psicanálise é, por natureza, elitista? Mesmo que se considere que ela nunca será uma prática de massas, por sua própria essência, de onde vem a ideia de que ela não será aplicada à área do atendimento em saúde mental? Aliás, não é isto que acontece desde o século passado? De fato, vemos o quanto a psicanálise vem dando bases para a compreensão do funcionamento mental coletivo e se associando com outras perspectivas, muitas das quais também foram, em seus inícios, influenciadas pelos pressupostos psicanalíticos.

Assim sendo, será que não podemos questionar a crença de que a SBPSP é mesmo um lugar de elite, e assim será para sempre? Não haverá espaço para certa abertura diante desta afirmação?

Pode-se com certeza pensar ser esta formulação demagógica e não factível. Vou expor minhas razões para acreditar que não só é factível, como justa, e um dos caminhos para manter a vivacidade e o vigor do pensamento psicanalítico. Quanto à demagogia, nada posso fazer para convencer os que assim pensarem.

Na busca de documentos e textos sobre o tema de hoje, deparei com um inquérito nacional voltado para candidatos da American Psychoanalytic Association (APSA), publicado em 2012 (Katz, Kaplan e Stromberg, 2012).

Tratava-se de um inquérito anônimo para todos os candidatos que constavam da lista de e-mails dos anos 2009-2010, baseado em 24 perguntas com respostas na escala Likert 5 pontos e várias questões abertas. O objetivo da investigação era compreender melhor os fatores que motivam os candidatos a fazer a formação e quais os obstáculos encontrados.

Os resultados foram divididos em 6 tópicos:

1. Descobrindo e decidindo pela formação,

2. Interessando outros clínicos na formação psicanalítica,

3. Obstáculos à formação,

4. Ideias sobre como os institutos podem melhorar a formação,

5. Sobre como as organizações nacionais podem aumentar o interesse pela psicanálise,

6. Ideias adicionais (comentários a respeito das influências negativas ou positivas que interferiram na decisão de realizar a formação).

Os resultados confirmaram a preocupação dos candidatos com o risco de não terem recursos para a formação psicanalítica no atual clima econômico.

Salientam que

o modelo para a formação nos institutos foi desenvolvido em uma época em que havia listas de espera para potenciais candidatos e para pacientes interessados em serem analisados ... os analistas já qualificados tinham seus consultórios cheios e se mantinham adequadamente ... aceitação de terapias de curta duração, os tratamentos farmacológicos e falta de reembolso mudaram completamente a base de tal modelo. (Katz, Kaplan e Stromberg, 2012, p. 1035)

Por outro lado, em novo estudo dos mesmos autores, evidencia-se o interesse que vários residentes de psiquiatria têm na psicanálise e psicoterapia dinâmica, ainda que a maioria tenha dúvidas sobre sua capacidade de custear uma formação. Os autores concluem o inquérito com a seguinte afirmação:

Tais achados sugerem que os residentes de psiquiatria são um grupo viável de postulantes à formação psicanalítica e que os psicanalistas deveriam devotar mais esforços para aumentar o interesse dentro de tal grupo. (Katz e Kaplan, 2010, p. 947)

Outro ponto importante focalizado no estudo de 2012 foi como a instituição poderia ajudar o candidato a encontrar casos psicanalíticos, um tópico particularmente útil de ser discutido em qualquer instituto de formação psicanalítica. Uma interessante e variada bibliografia a respeito do tema é citada nas referências daquele artigo (vide, em particular, Rothstein, 2010).

Independentemente das possíveis incompletudes ou falhas em tais trabalhos, é animador pensar que em vários centros esses problemas ligados à formação estão sendo discutidos em nível mais amplo, estimulando publicações que nos podem ser úteis.

Trago a seguir, na Tabela 1, a lista de "Obstáculos à formação" citados pelos candidatos.

 

 

Por essa exposição, vinda de um estudo que acredito possa ser replicado em nosso Instituto para trazer dados importantes sobre a realidade atual da formação, vemos que os custos e a criação de uma clínica psicanalítica são pontos centrais, o que corrobora vários comentários de membros filiados e docentes da SBPSP.

Acho que devemos nos debruçar sobre os dois itens para estudá-los mais detidamente, ainda que saibamos não haver solução definitiva e cabal.

Antes de passar para as propostas objetivas, gostaria de me deter um pouco no assunto abordado por um artigo recente da norte-americana Elizabeth Corpt (2013) e na resposta suscitada por este.

No artigo, a autora se propõe a

explorar a relevância da classe social como um aspecto dinâmico da experiência subjetiva e relacional. Quando paciente, analista e a própria profissão recusam as complexidades de classe social, conflitos e prejuízos importantes acabam por ser negligenciados e, desta forma, ficam indisponíveis para compreensão analítica. (Corpt, 2013, p. 66)

Ela expõe sua crença de que os analistas norte-americanos negam as questões referentes a classe social e raça, mantendo pontos cegos na clínica, estimulando assim um funcionamento cindido dentro da própria profissão, abdicando de trazer à discussão aberta "uma voz poderosa e necessária no atual clima social, cultural e econômico".

Ao relatar sua experiência durante a formação, lembra-se de um episódio em que levou para o seminário clínico grupal seu primeiro caso de supervisão oficial, um paciente de origem pobre e poucos meios materiais. Apesar de ter demonstrado curiosidade e talento em abordar seu próprio mundo interno ao longo de sua análise, ele não era o típico paciente universitário privilegiado, de classe média alta. Um dos colegas então comenta: "você está tentando transformar uma orelha de porco em bolsa de seda?"1

O artigo de Corpt estimulou uma resposta, escrita por Donna M. Orange, na qual é levantado um aspecto bastante interessante, que desejo citar:

quero sugerir que, ainda que não nos demos conta, nossa presença como pessoas de classe mais baixa nessa profissão privilegiada pode também ser um presente para esta ... E se nós, intrusos, estivermos em uma posição única para convocar a psicanálise para sua postura ética? ... Talvez a vergonha de classe ... nos roube algumas riquezas devido a uma dissociação forçada não apenas pessoal, mas da sociedade. Talvez por medo de contaminação não possamos ver e sentir as contribuições daqueles que têm menos. Similarmente, a psicanálise da alta classe média apagou a história traumática da escravidão ... trabalhamos a serviço de restaurar a dignidade humana, do modo que for possível para cada um de nós ... Vamos escutar a bolsa de seda dentro de cada uma de nossas orelhas de porco! (Orange, 2013, p. 74)2

 

Depoimento e proposta

Tendo exposto essas citações da rica literatura sobre o tema, gostaria de voltar agora para nossa realidade, a SBPSP.

Desde há anos vejo alguns colegas preocupando-se com a situação caracterizada pelo aumento da idade de início de formação em nossa Sociedade. Vou citar o depoimento de Izelinda Garcia Barros:

A começar por mim mesma e muitos dos meus colegas de formação, na década de 1970, a idade média dos candidatos para o Instituto era de 35 anos, mas ao longo de quase 30 anos como analista didata fui notando que a idade média dos candidatos subiu bastante, quase 10 anos a mais. Essa mudança me preocupa - quantos jovens capazes e muito interessados em psicanálise se afastaram da Sociedade? Quantos poderiam ter começado 10 anos antes sua formação?

Ainda que outros fatores além do econômico possam ter tido um papel em tal mudança, o valor das análises didáticas é, segundo a colega, de grande importância. Ela também pondera que várias sociedades psicanalíticas praticam um valor diferenciado para as análises didáticas.

Afirmando seu grande apreço pela formação em nossa Sociedade, ela acredita que agora talvez se possa começar a trabalhar no sentido de transformar em realidade uma experiência de se oferecer alguma possibilidade de análise didática de menor custo.

 

Proposta

Associando-me a tal projeto, também me senti entusiasmada ao saber da oferta de bolsas para a formação psicanalítica, em alguns institutos do exterior. Assim, poderíamos delinear alguns itens que mereceriam nossa atenção como membros da SBPSP:

A. Projeto-piloto

Criação de um projeto-piloto com os didatas interessados em atender membros filiados por um preço diferenciado.

Estabelecer com os aderentes um valor mínimo possível por sessão, assim como critérios de seleção (econômica) para os postulantes à formação que seriam incluídos no projeto.

Discussão e avaliação periódicas dos resultados, obedecendo aos critérios de anonimidade de todos os envolvidos no projeto.

B. Outros recursos

Bolsas para formação com recursos captados de fontes externas. Como foi escrito acima, ambos implicariam uma seleção econômica prévia.

Como exemplo de tais possibilidades, desde 2004 a IPA apela para a provisão de fundos visando oferecer empréstimos a candidatos pretendendo nela ingressar, e, desde então, a quantia disponível aumentou consideravelmente. O mesmo valor é alocado para cada uma das três regiões. Os empréstimos variam de US$ 1,000 a US$ 5,000, podendo ser usados para qualquer propósito ligado à formação.

O pagamento do empréstimo, livre de juros, normalmente se inicia um ano após a qualificação. Os pedidos são mantidos em completo sigilo.

Citando apenas mais um exemplo, entre vários outros, temos o Center for Psychoanalytic Training and Research da Universidade Columbia (2017), que dispõe de ajuda financeira para os candidatos por meio dos seguintes fundos:

• The Roger A. Mackinnon, M.D. Scholarship Fund

• Adele R. Levy Loan Fund

• Poe Loan Fund

• American Psychoanalytic Association Candidate Assistance Fund

• Federal Direct Unsubsidized Stafford Loan And Graduate Plus Loan Programs

 

Considerações finais

Tenho uma profunda convicção de que a análise pessoal oferecida por analistas qualificados, dentro de um setting que inclua alta frequência, está na base da criação de uma identidade psicanalítica sólida e de um "objeto interno psicanalítico" robusto, que possa sobreviver às mudanças culturais sem se deformar nem se cristalizar.

Acredito, assim, que será a possibilidade de nos abrirmos para contingentes humanos mais amplos, e não de cedermos em nossa essência, que possibilitará que o vigor da psicanálise se mantenha nos tempos futuros.

 

Referências

Columbia University Center for Psychoanalytic Training and Research (2017, 25 de abril). Tuition and Financial Aid. Recuperado em 6 de maio de 2017 de http://psychoanalysis.columbia.edu/inside-center/candidates/tuition-and-financial-aid.         [ Links ]

Corpt, E. (2013). Peasant in the Analyst's Chair: Reflections, Personal and Otherwise, on Class and the Forming of an Analytic Identity. International Journal of Psychoanalytic Self Psychology, 8(1),52-69.         [ Links ]

Grotstein, J. (2007). A Beam of Intense Darkness: Wilfred Bion's Legacy to Psychoanalysis. London: Karnac.         [ Links ]

Katz, D. A.; Kaplan, M.; Stromberg, S. E. (2012). A National Survey of Candidates: II. Motivations, Obstacles, and Ideas on Increasing Interest in Psychoanalytic Training. J. Amer. Psychoanal. Assoc., 60,1015-1055.         [ Links ]

Katz, D. A.; Kaplan, M. (2010). Can Psychiatry Residents Be Attracted to Analytic Training? A Survey of Five Residency Programs. J. Amer. Psychoanal. Assoc., 58,927-952.         [ Links ]

Orange, D. M. (2013). Unsuspected Shame: Responding to Corpt's "Peasant in the Analyst's Chair: Reflections, Personal and Otherwise, on Class and the Forming of an Analytic Identity". International Journal of Psychoanalytic Self Psychology, Vol. 8,70-76.         [ Links ]

Rothstein, A. (2010). Developing Psychoanalytic Cases and the Candidates Who Will Analyze Them: An Educational Initiative. J. Amer. Psychoanal. Assoc., 58,101-136.         [ Links ]

 

 

Recebido em: 25/4/2017
Aceito em: 25/4/2017

 

 

1 No original: Are you trying to make a silk purse out of a sow's ear? É um antigo provérbio inglês que significa que não se pode tornar valioso ou interessante algo que é basicamente inferior.
2 No original: Let's hear it for the silk purse inside every one of our sow's ear.

Creative Commons License