SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.53 número98El trabajo soñado de War memoirsTocando la vida con los dedos: reciprocidad en la clínica de adolescentes índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Jornal de Psicanálise

versión impresa ISSN 0103-5835

J. psicanal. vol.53 no.98 São Paulo ene./jun. 2020

 

CHRONOS/KAIRÓS

 

Desbravando vivências mentais primitivas: uma clínica psicanalítica do terror1

 

Revealing primitive mental experiences: a psychoanalytical clinic of terror

 

Descubriendo experiencias mentales primitivas: una clínica psicoanalítica de terror

 

Dévoiler les expériences mentales primitives: une clinique psychanalytique de la terreur

 

 

Edival Antonio Lessnau Perrini

Membro fundador e efetivo com função didática do Grupo Psicanalítico de Curitiba e membro efetivo e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) / Curitiba / edivalperrini@gmail.com

 

 


RESUMO

Este trabalho pretende pensar sobre os desafios da psicanálise contemporânea. A análise da parte primitiva da mente, proposta por Bion com base em ideias desenvolvidas por Melanie Klein, traz novas técnicas para a psicanálise. O autor enfatiza que é na análise pessoal do analista, de seus próprios horrores, que se desenvolvem recursos para que seja possível trabalhar e expandir a mente do analisando, com base na contenção e transformação ativa, pela dupla analítica, dessas vivências primitivas de terror.

Palavras-chave: mente primitiva, estados inacessíveis da mente, análise pessoal do analista, psicanálise contemporânea, vivências psicanalíticas de terror


ABSTRACT

This work intends to think about the challenges of contemporary psychoanalysis. The analysis of the primitive part of the mind, proposed by Bion based on ideas developed by Melanie Klein, brings new techniques to psychoanalysis. The author emphasizes that personal analysis of the analyst's own horrors is developing resources so that it is possible to work and expand the mind of the analysand, from the contention and active transformation, by the analytical pair, of these primitive experiences of terror.

Keywords: primitive mind, inaccessible states of mind, psychoanalysis of the analyst himself, contemporary psychoanalysis, psychoanalytical experiences of terror


RESUMEN

Este trabajo pretende pensar en los desafíos del psicoanálisis contemporáneo. El análisis de la parte primitiva de la mente, propuesto por Bion a partir de ideas desarrolladas por Melanie Klein, aporta nuevas técnicas al psicoanálisis. El autor enfatiza que es en el análisis personal de los propios horrores del analista que se desarrollan los recursos para que sea posible trabajar y expandir la mente del analizando, a partir de la contención y la transformación activa, por el par analítico, de estas experiencias primitivas de terror.

Palabras clave: mente primitiva, estados mentales inaccesibles, psicoanálisis del analista, psicoanálisis contemporáneo, experiencias psicoanalíticas de terror


RÉSUMÉ

Ce travail entend réfléchir aux enjeux de la psychanalyse contemporaine. La psychanalyse de la partie primitive de l'esprit, proposée par Bion à partir des idées développées par Mélanie Klein, apporte de nouvelles techniques à la psychanalyse. L'auteur déclare que c'est dans l'analyse personnelle des propres horreurs de l'analyste que les ressources sont développées de sorte qu'il est possible de travailler et d'élargir l'esprit de l'analysant, à partir de la contention et de la transformation active, par le couple analytique, de ces expériences primitives de terreur.

Mots-clés : esprit primitif, états d'esprit inaccessibles, psychanalyse de l'analyste lui-même, psychanalyse contemporaine, expériences psychanalytiques de terreur


 

 

O que estou sugerindo é que, além dos estados de mente consciente e inconsciente, pode existir algum outro. O mais próximo que consigo, no sentido de oferecer a isto um título provisório, seria um "estado de mente inacessível". Ele pode tornar-se inacessível pelo fato de o feto poder se livrar dele tão logo lhe seja possível. Quer se trate de uma consciência de seu batimento cardíaco, ou uma percepção de sentimentos de terror, de som ou de visão. (Bion, 1997/2016, p. 67)

A tarefa primeira e fundamental que a mente precisa assumir é a natureza catastrófica de sua própria vida. (Eigen, 1985, p. 265, tradução do autor) a própria ocupação ou tarefa psicanalítica está sujeita a estimular sentimentos básicos e primitivos no analista e no analisando. Portanto, caso a técnica que proponho para garantir a apreciação vívida dos fatos emocionais seja tão confiável quanto penso ser, essas características fundamentais - amor, ódio, terror - ficam tão aguçadas a ponto de o par poder senti-las como quase insuportáveis. É o preço que se paga por transformar uma atividade sobre psicanálise em uma atividade que é psicanálise.

(Bion, 1970/2007, p. 76)

Contar-se-ia para sempre que um homem fora condenado a meditar no fundo de um poço durante sete sóis e sete luas e que, apavorado com o escuro, se amigou do próprio medo. Sentindo-lhe carinho.

(Mãe, 2016, p. 141)

 

I

O desafio dessa comunicação caberia melhor em música, poesia ou tela. Mesmo ciente dessa limitação, escreverei com palavras o que, em princípio, sei ser indizível.

Há pelo menos dois universos que se entrelaçam na floresta dessas ideias, e que delimitarei como campo do trabalho.

O primeiro é externo e contempla a ambição, a criatividade e a determinação de analistas que foram relativizando o que se apreende como "inacessível", em psicanálise.

Para Freud, o inacessível chamava-se "neurose narcísica", e todas as pessoas que não conseguiam realizar vínculos de transferência estavam fora do alcance da psicanálise.

Em seu "Mal-estar na civilização", porém, ele reconhece de forma contundente, a sempre presença do primitivo, na vida e na mente humana:

ainda hoje todas as formas simples de vida se acham presentes. Os grandes sáurios se extinguiram e deram lugar aos mamíferos, mas um autêntico representante daquela família, o crocodilo, ainda vive entre nós... Já no âmbito psíquico é tão frequente a conservação do primitivo junto àquilo transformado que dele nasceu, que não é preciso demonstrá-lo mediante exemplos. (Freud, 1930/2010, p. 20)

Melanie Klein, ao iluminar a parte primitiva da mente e brincar com suas crianças, ampliou a observação e a compreensão psicanalítica, e construiu novos acessos para que um número maior de pessoas, até mesmo as crianças, pudessem ser analisados.

O tropismo de Bion pela aproximação e análise da "parte psicótica da personalidade" se percebe desde seus primeiros trabalhos que foram, posteriormente, agrupados e publicados (1967) em Second thoughts. Suas colaborações seguintes, na elaboração da Teoria do Pensar (1962/1988a, 1962/1980 e 1963/2004a), confirmam esse caminho.

Passaram-se 65 anos da publicação de "A interpretação dos sonhos" (1900), considerado o primeiro trabalho psicanalítico de Freud, até vir à luz "Transformações: do aprendizado ao crescimento" (1965/2004b), em que Bion traz uma técnica que busca iluminar o "ser" e ir além do "conhecer".

O desafio contemporâneo é apreender o que seja "ser psicanálise", e não "fazer psicanálise", dentro de um horizonte libertador que respeita as condições pessoais de analista e analisando, e considera a gama de ideias que emergiram antes de outros pensadores, em especial, Freud e Klein. Essa atitude fez sempre parte do desenvolvimento psicanalítico. O que muda é que dispomos de novas ferramentas técnicas.

Uma das minhas leituras da expansão trazida por Bion, a partir de "Transformações", é que sua perspicácia e intuição apontam a proa do trabalho investigativo para a consistente experiência pessoal que pode advir da análise da parte psicótica da personalidade.

Não é difícil sentir, na clínica, o enorme sofrimento, o desamparo e o terror experimentado pelos analisandos às voltas com as armadilhas criadas por essa "areia movediça" - a ação paralisante das partes primitivas da mente -, e que a obrigam a se organizar, desesperada e unicamente, em busca da sobrevivência. Não é difícil, igualmente, sentir na prática as dificuldades do analista em trabalhar com esse material explosivo.

Se pensarmos em um modelo econômico, perceberemos claramente o quanto a energia vital fica consumida nessa obra de sobrevivência, e nos "sintomas" que ela cria. Mas essa busca, muitas vezes, é o único caminho de que a mente dispõe para evitar uma desintegração perigosa e ameaçadora.

Nesse contexto estão impedidas as ações criativas, construtivas, e capazes de nos aproximar de nosso ser verdadeiro, singular, e igualmente plural, no tropismo e na possibilidade de relacionar-se com o outro, diferente de nós.

 

II

O segundo campo é a consideração interna de como nós analistas vamos ampliando a condição de lidar com o "inacessível" de nossos ana-lisandos, com base na possibilidade real de acolher o "inacessível" em nós.

Apreender os sintomas e os comportamentos como sutis expressões de uma mente que se protege como pode de um desastre iminente, e muitas vezes já acontecido (Winnicott, 1963/1994; Ogden, 2016), aumenta nossa condição de acolhimento verdadeiro.

Aqui a música é mais contundente do que a letra.

Estamos diante de uma experiência emocional que toca a dupla analítica ou não a toca.

Essa comunhão é fruto de uma possibilidade que não se apreende dos livros, nem dos trabalhos sobre psicanálise, mas que se desenvolve na experiência vívida de uma análise pessoal do analista que nos sensibiliza, exatamente quando atinge as vivências terroríficas. Esta análise pode nos conter com firmeza e compaixão. É o que sugere claramente a epígrafe de Eigen: "A tarefa primeira e fundamental que a mente precisa assumir é a natureza catastrófica de sua própria vida". Não podendo o analisando "assumir" a catástrofe, o analista - ele próprio trabalhado analiticamente na dimensão desses terrores - pode estar presente, e ocupar o seu lugar com vigor.

Não se trata de convencer ninguém. Trata-se de considerar que a nossa condição de trabalhar analiticamente os transtornos de nossos ana-lisandos é possibilidade construída em uma análise pessoal que abordou os nossos próprios transtornos.

Ter disponível a quantidade de energia criativa libertada de uma análise que trabalha as partes primitivas da mente é o que nos leva em frente, apesar de tantos momentos vividos como insuportáveis. Uma análise intensa assim nos ensina, por exemplo, que é função das sessões ser frequentes. Não se lida com terror à distância.

 

 

"O grito", de Edvard Munch (https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito), é a expressão de experiência terrorífica mais preciosa que conheço. Diante dela podemos sentir ou não sentir, mas dificilmente ficamos indiferentes. Gritos não cabem em explicações. Recorro ao "Grito" de Munch, neste momento e neste trabalho, porque ele sempre se associou a uma das primeiras experiências analíticas malogradas que vivi, no início de minha atividade profissional, como jovem e inexperiente analista.

Cristina era uma jovem universitária que me procurou porque lhe atormentavam pensamentos que ela denominava "obsessivos". Era muito difícil conversar com Cristina. Sua inteligência afinada criava um emaranhado de racionalizações que nos impediam de conversar de uma forma que, naquela época, eu entendia como "analítica". O fato é que ela e eu permanecemos juntos e distantes por mais de dois anos, e atendê-la renovava em mim vivências de frustração e fracasso. Eu não tinha a dimensão de que, por detrás daquelas frases bem organizadas e ditas com clareza e inteligência, havia um enorme desamparo e um inacessível terror. Suas repetições eram uma forma de nos esterilizar, de nos entreter longe do âmago daquele sofrimento: um jeito sutil de manter anestesiados o desamparo e o terror. Como em minha sensação as coisas não se movimentavam, e como eu ia sendo tomado por um pavor que era dela, mas era meu também, um dia acabei gritando com ela. Literalmente. Quis fazer caber nela o que não cabia em nós. Disse-lhe, alto e em bom tom, de sua incapacidade de ser analisada. Cristina, sabiamente, foi embora e nunca mais voltou. Meu grito, porém, ficou comigo. Em todas as análises que vivi depois, ele sempre esteve presente me inquietando, mas me estimulando também a buscar algo que não sabia, mas sentia que precisava alcançar para ser psicanalista. Hoje tenho em mim que o terror de Cristina não poderia ser contido, muito menos trabalhado analiticamente, enquanto eu não pudesse dar conta dos meus próprios horrores.

 

III

A área mental habitada pelo terror é um lugar sem elementos de significação. Bion (1962/1988a, p. 107) chamou a atenção para esse estado em seu trabalho "Uma teoria sobre o processo de pensar", quando apontou a presença de um "terror sem nome" nos bebês no momento em que a "reverie" materna entra em colapso. A palavra e a habitual ideia de "interpretação analítica" têm pequeno efeito aqui: "Sertão é dentro da gente" (Rosa, 1984, p. 289).

O que falar quando estamos dentro desse sertão interno?

O acesso via sonho e sonho-a-dois acaba sendo a oportunidade de construirmos uma fala que, naquele instante, pode comunicar vivências como se analista e analisando fossem uma só mente: o dizer estético promove experiências que mais comumente tocam a dupla analítica.

A experiência estética em psicanálise dá oportunidade a que a vivência emocional possa ser expressa e apreendida (se não estivermos anestesiados) de forma contundente pelo par analítico. Ela facilita viver-se a experiência emocional que põe analista e analisando em comunhão, e permite que o analista saia do papel de intérprete e passe a contracenar com seu analisando. (Cassorla, 2009; Perrini, 2017)

Dessa forma, o que comunicamos passa a ter seu alvo no ser, e não no conhecer. Mostramos algo que seja e não que explique o que está acontecendo (Perrini, 2018, p. 8).

Estar disponível para os sonhos diurnos torna-se, agora, o especial desafio técnico do trabalho analítico. Acolher os grandes espaços de silêncio, permitindo ao analisando sentir-se acompanhado - apesar do silêncio -, é uma rotina só possível quando podemos dar conta dos nossos terrores.

Luiza foi uma analisanda com quem vivi intensos momentos de profundo silêncio e desconforto. Professora universitária, ela "compreendia tudo", e mostrava-se profundamente irritada com suas crises de pânico, seus "terrores sociais absurdos". Sua presença, nas sessões, estimulava em mim a produção de ideias intelectuais, e eu precisava me conter para não nos envolver com explicações sem fim. Numa sessão em que, irritada, não conseguia dizer nada, invadiu-nos um soturno silêncio. Sentia-me totalmente anestesiado, e nada acontecia em mim. De repente, Luiza entrou em agitada "crise de pânico". Nada me ocorria para fazer nem para dizer, apenas o terror da impotência e a enorme ansiedade de "enxergar" com ela seu mundo de horrores. Sufocado pela inusitada crise, subitamente me ocorreu uma frase que aprecio de Clarice Lispector: "era impossível dar-lhe palavra asseguradora que o fizesse não ter medo, consolar coisa que por ter nascido se espanta" (Lispector, 1971/1985, p. 65). Imediatamente, senti-me aliviado e seguro de não precisar ter nada a dizer. Era preciso estar junto com seu pavor. Foi quando me ocorreu fazer-lhe uma pergunta simples: "Luiza, como posso ajudar você?" Ela sorriu, no meio de todo aquele desespero, e disse-me peremptória: "me dê sua mão!" Hesitei, mas pude dizer que não só minha mão, mas todo o meu ser estava ali, junto, e sofrendo aquele terror com ela. Luiza passou o restante da sessão em silêncio. Quando deu o tempo, levantou, apertou minha mão, me olhou profundamente nos olhos e disse "muito obrigada".

A sequência da análise de Luiza transcorreu muito diferentemente. Era como se, agora, tivéssemos alma e espaço comum. Estávamos juntos para conversar sobre coisas impossíveis de ser compartilhadas antes.

 

IV

Alguns momentos podem sintetizar experiências de uma vida inteira.

O analista de Luiza é o analista de Cristina acrescido de muitos anos de análise, mas, principalmente, de uma análise que não poupou o exame e a vivência de um universo transtornado que me habita. Hoje posso reconhecer que o primitivo, priorizado pelo trabalho analítico, acolheu e permitiu desenvolver o analista que posso ser agora. Uma boa análise é um processo de recriação.

Criar passa a ser um desafio para todos nós que vivemos psicanálise: tomar posse do instante, na sessão, na experiência de uma reunião científica, na vida. (Perrini, 2018, p. 13)

A proposta de uma "clínica psicanalítica do terror" está condensada no "Grito" de Munch e na epígrafe de Valter Hugo Mãe, mas também no enfrentamento e acolhimento que possamos viver em nossa análise pessoal. Este trabalho pretende iluminar esse campo.

Tarsila do Amaral, ao criar, em 1928, "Abaporu", sua obra-prima (https://www.culturagenial.com/abaporu/), diz em imagem os mistérios desse universo terrorífico. Em tupi-guarani, abá significa "homem, índio ou pessoa" e porú, "comer carne humana" (Bueno, 1987, pp. 25 e 264). O paradoxo genial do Abaporu é que esse terrível "homem que come carne humana", habitante de nossos terrores vorazes primitivos, não tem boca. O freio diante de um intenso terror paralisa o nosso Abaporu, e nos paralisa, a não ser que possamos romper com esses freios e expressar o terror de forma criativa com alguém capaz de ser continente.

Observo muitas vezes a presença de um emaranhado de angústia, medo, desconforto, pânico, terror, que mobiliza a dupla e provoca no analisando uma automática postura de "frenagem", uma ação espontânea que busca o afastamento do movimento que se forma em direção à "realização", possibilidade de que conteúdos primitivos ganhem significação mental (Bion, 1962/1980 e 1957/1988b). Essa vivência (tirar a boca do Abaporu) lembra a experiência aguda de medo da criança que, brincando de pega-pega, por exemplo, apavorada com a possibilidade de ser apanhada, e não se sentindo em condições de dar conta da frustração (ou de algo muito além de frustração, o desespero de ser excluída), corre com determinação para o pique, onde supõe estar segura e protegida: a qualidade do estado emocional de pavor, medo e desespero aciona o sistema de frenagem, a paralisação da mente, e a busca do pique: ganha segurança, perde a brincadeira (Perrini, 2011, pp. 139-140).

 

 

Acolher terrores deixa de ser um pesadelo, e passa a ser a necessidade da necessidade. Não nos livramos do medo, nem acreditamos fazê-lo desaparecer. Tentamos nos aproximar dele.

Gritar não espanta nenhum fantasma. Apertar uma mão pode confirmar uma vivência que inaugura o acolhimento de terrores.

O medo é uma presença estranha onde todos os caminhos parecem becos sem saída. O desespero só cabe dentro de quem viveu o desespero acompanhado. Amigar-se do próprio medo e até sentir-lhe algum carinho não é apenas uma frase poética, mas o resumo de uma travessia psicanalítica acompanhada.

Grande ser: tão veredas! Percorrer essas veredas juntos. Com todos os barulhos - selvagens, primitivos e genitais - incluídos. Só isso. Tudo isso.

 

Referências

Bion, W. R. (1980). Aprendiendo de la experiencia. Paidós. (Trabalho original publicado em 1962)        [ Links ]

Bion, W. R. (1988a). Uma teoria sobre o processo de pensar. In W. R. Bion, Estudos psicanalíticos revisados (pp. 101-109). Imago. (Trabalho original publicado em 1962)        [ Links ]

Bion, W. R. (1988b). Sobre a arrogância. In W. R. Bion, Estudos psicanalíticos revisados (p. 81- 86). Imago. (Trabalho original apresentado em 1957).         [ Links ]

Bion, W. R. (2004a). Elementos de psicanálise. Imago. (Trabalho original publicado em 1963)        [ Links ]

Bion, W. R. (2004b). Transformações: do aprendizado ao crescimento. Imago.(Trabalho original publicado em 1965)        [ Links ]

Bion, W. R. (2007). Atenção e interpretação. Imago. (Trabalho original publicado em 1970)        [ Links ]

Bion, W. R. (2016). Domesticando pensamentos selvagens. Blucher/Karnac. (Trabalho original publicado em 1997)        [ Links ]

Bueno, S. (1987). Vocabulário tupi-guarani/português (5. ed.). Brasilivros.         [ Links ]

Cassorla, R. M. S. (2009). Reflexões sobre não-sonho-a-dois, enactment e função alfa implícita do analista. Revista Brasileira de Psicanálise, 43(4), 91-120. (Trabalho original apresentado em "Bion in Boston", 2009)        [ Links ]

Eigen, M. (1985). En torno al punto de partida de Bion: de la catástrofe a la fe. Libro Anual de Psicoanálisis, 66,263-274.         [ Links ]

Freud, S. (2010). O mal-estar na civilização. In S. Freud, Obras completas de Sigmund Freud (Vol. 18). Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1930)        [ Links ]

Lispector, C. (1985). Felicidade clandestina (4. ed.). Nova Fronteira. (Trabalho original publicado em 1971)        [ Links ]

Mãe, V. H. (2016). Homens imprudentemente poéticos. Globo.         [ Links ]

Ogden, T. (2016). O medo do colapso e a vida não vivida. Livro Anual de Psicanálise, 30(1),77-93.         [ Links ]

Perrini, E. A. L. (2011). A intensidade da vida psíquica e seus terrores na experiência psicanalítica. Revista Brasileira de Psicanálise, 45(4),139-151.         [ Links ]

Perrini, E. A. L. (2017). "Me alugo para sonhar": algumas ideias sobre sonho e sonhar em psicanálise. Jornal de Psicanálise, 50(93),67-78. (Trabalho original apresentado em Fórum Teórico-Clínico sobre Sonhos na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, 13/3/2014)        [ Links ]

Perrini, E. A. L. (2018). Recordar, repetir e criar na clínica psicanalítica: do lero-lero à pancada de arrepio. Trabalho apresentado no II Encontro de Psicanálise do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Campinas, 18/5/2018.         [ Links ]

Rosa, J. G. (1984). Grande sertão: veredas (21.ª Ed.). Nova Fronteira.         [ Links ]

Winnicott, D. W. (1994). O medo do colapso. Explorações psicanalíticas. Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1963)        [ Links ]

 

 

Recebido em: 1/2/2020
Aceito em: 4/5/2020

 

 

1 Trabalho apresentado no 32º Congresso de Psicanálise da América Latina (FEPAL), 2629/8/2018, Lima, Peru; em Reunião Científica sobre "Demanda Psíquica e Estratégias de Abordagens da Psicanálise Contemporânea", Núcleo de Psicanálise de Marília e Região, 24/8/2019, e na 3ª Jornada do Grupo Psicanalítico de Curitiba (GPC)/Federação Brasileira de Psicanálise (FEBRAPSI), Mesa-Redonda sobre "Psicanálise Contemporânea: Novas Abordagens", 30/11/2019, Curitiba.

Creative Commons License