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Revista Psicopedagogia

Print version ISSN 0103-8486

Rev. psicopedag. vol.37 no.114 supl.1 São Paulo  2020

 

Resumos apresentados no V Simpósio Nacional de Psicopedagogia - ABPp

 

 

07 de novembro de 2020

Realização

RESUMOS APRESENTADOS NO V SIMPÓSIO NACIONAL DE PSICOPEDAGOGIA - ABPp

ABPp 40 anos - do ontem ao amanhã: o que aprendemos hoje?

Realização: 07 de novembro de 2020 - São Paulo/SP

Prezado Leitor,

Publicamos este Suplemento da Revista Psicopedagogia entregando ao leitor os resumos dos trabalhos científicos aprovados e apresentados no V Simpósio Nacional de Psicopedagogia.

Dentre os eixos temáticos aceitos neste simpósio, tivemos: campos de atuação e avanços em Psicopedagogia; a questão da teoria na Psicopedagogia; a formação do Psicopedagogo. Assim, os temas apresentados são variados e de interesse à Psicopedagogia e área correlatas.

Convidamos todos e todas à leitura destes trabalhos que poderá fomentar nossa vontade de seguir aprendendo dia a dia.

Finalizamos agradecendo à Presidente Nacional da ABPp, Dra. Marisa Irene Siqueira Castanho, que presidiu o V Simpósio Nacional da ABPp, desta vez no formato remoto, seguindo as normas de distanciamento social, devido à pandemia de COVID-19, igualmente cumprimentamos a Dra. Leda Maria Codeço Barone, que coordenou a Comissão Científica, atuando diretamente com estes trabalhos e seus respectivos autores.

Atenciosamente,

Luciana Barros de Almeida

Editora da Revista Psicopedagogia 2020/2022

 

 


 

FORMAÇÃO DOCENTE: A RELEVÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

Autoras: Helen Cristina Vieira Costa, Marilia Nogueira Bandeira Cunha, Suelen Vieira Costa

Instituição: FFB - Faculdade Farias Brito (Fortaleza - CE)

RESUMO

Os problemas de aprendizagem enfrentados pelos docentes têm estado cada vez mais presentes no ambiente escolar. Para que consigamos alcançar a qualidade na educação e transformar a relação que estabelecemos com a maneira de ensinar e aprender, é necessário estar constantemente estudando e, consequentemente, aprendendo para que possamos repensar uma prática educativa significativa. Considerando que a escola, principalmente hoje, é a principal responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho advindo do olhar psicopedagógico na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas e dificuldades na aprendizagem. Tendo em consideração os novos desafios que estão se configurando no cotidiano escolar, é essencial a construção permanente de novas posturas e de novos saberes, levando os atuantes em educação a reverem conceitos e ampliarem suas perspectivas teóricas e práticas. Por isso, o presente tem como referência teórica Scoz (2002) e Pimenta & Lima (2009), dentre outros. O objetivo principal concentrou-se em abordar a relevância da formação continuada de educadores, a inserção de estudos vinculados à Psicopedagogia. Tomando por base uma abordagem metodológica qualitativa, a coleta de dados deu-se por meio da aplicação de questionários a professores que se especializaram em Psicopedagogia. Os dados analisados apontaram que a formação em Psicopedagogia traz aspectos relevantes e significativos na formação docente.

Palavras-chave: Psicopedagogia. Formação. Aprendizagem.

 


 

RODA DE CONVERSA: UMA APROXIMAÇÃO ENTRE ALUNOS E PROFESSORES EM AMBIENTE ON-LINE

Autores: Maria da Graça Von Kruger Pimentel, Roger Bernabé Machado, Rubens José Loureiro

Instituição: Emescam - Escola de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Vitória - ES)

RESUMO

Introdução: A Roda de Conversa, estratégia adaptada de Warschauer1 para promover compartilhamento de experiências acadêmicas entre alunos/professores sobre pensamentos/sentimentos presentes na vida acadêmica, abordando questões emergentes, foi desenvolvida nesse contexto de pandemia pela instituição de Ensino Superior. Objetivo: Oportunizar um espaço de troca, de maneira a vivenciar um suporte efetivo, afetivo e possível no momento de afastamento - COVID-19. Método: O Núcleo de Apoio ao Discente (NAD), responsável pelo cuidado/apoio ao aluno, adequou atendimentos, pela Plataforma TEAMS, no período da pandemia. Com a demanda de acolhimento/atendimento crescendo de forma exponencial, foi proposta a realização de uma Roda de Conversa para alunos, para a qual convidamos os professores, com o objetivo de aproximação, interação e integração da comunidade acadêmica, numa dimensão horizontal. Tivemos a surpresa da presença considerável de professores, que participaram de forma ativa e sensível. Segundo Winnicott2, o espaço de confiança torna possível a construção das relações, na busca de transpor as barreiras/imprevistos que surgem. O uso da tecnologia que, paradoxalmente, nos reúne foi só mais um elemento nessa construção. Gradualmente, a presença da tecnologia foi diluída e perdeu o caráter do "afastamento", muitas vezes nomeado. Resultados: O ambiente virtual demandou ajustes para a apreensão e inclusão dos recursos, transformações radicais do nosso ambiente usual de atendimento. Apoiados em Fernandez3, acreditamos que a flexibilidade presente nas interações alunos/professores e a necessidade de apoio para vencer dificuldades - saber fluir com o que vem - criou um campo de troca e crescimento para todos. Conclusões: Professores e alunos buscaram, nesse momento de pandemia mundial, a resposta às demandas de complementação de modelo de relação, o que nos impulsiona a pesquisar novos referenciais, reconhecendo o valor de um ambiente expandido virtualmente.

Palavras-chave: Ambiente Virtual. Saúde Mental. Integração.

REFERÊNCIAS

1. Warschauer C. Rodas em rede: oportunidades formativas na escola e fora dela. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2001.

2. Winnicott DW. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas; 1983.

3. Fernández A. Os Idiomas do Aprendente: Análise de modalidades ensinantes em famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed; 2001.

 


 

FORMAÇÃO PROFISSIONAL E CONTINUADA DO PSICOPEDAGOGO: REFLEXÕES SOBRE A SUPERVISÃO PSICOPEDAGÓGICA

Autora: Magda Rangel Lazarotto Lago

Instituição: Clínica Espaço Memória (Nova Friburgo - RJ)

RESUMO

Introdução/Justificativa: A falta de regulamentação da profissão de psicopedagogo faz com que a formação dos profissionais da área seja não uniforme. Neste contexto, a supervisão por profissionais experientes se torna fundamental. Objetivo: O objetivo desse trabalho é reforçar e divulgar a importância da formação inicial adequada e continuada do profissional de Psicopedagogia, com base nas orientações da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Método: Este trabalho consiste em um relato de experiência da própria autora acerca da formação continuada em Psicopedagogia. É baseado nas impressões obtidas a partir de supervisões psicopedagógicas realizadas em grupo por integrantes da ABPp, prática fundamental para o exercício da profissão1. Vale ressaltar que, devido à pandemia, essa supervisão foi realizada excepcionalmente na modalidade remota. Resultados: A participação nesses encontros de supervisão psicopedagógica trouxe um enriquecimento e segurança com relação ao atendimento clínico. Elucidou uma série de questões que foram abordadas superficialmente na pós-graduação. Bossa confirma a importância da formação da identidade profissional do psicopedagogo2. Esse aprendizado em grupo me propiciou iniciar a atuação na área e me motivou a estudar ainda mais. Conclusão: Enquanto não houver uma regulamentação da profissão de psicopedagogo no Brasil, a formação destes profissionais não será uniforme. A quantidade de horas do curso de pós-graduação e a presença ou não de estágio supervisionado são exemplos dessa divergência. Sendo assim, a supervisão psicopedagógica, além de ser uma prática prevista no código de ética da ABPp, contribui para preencher as lacunas dos que ingressam na área, uniformizando as práticas psicopedagógicas no Brasil.

Palavras-chave: Psicopedagogia. Formação Continuada. Supervisão.

REFERÊNCIAS

1. Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Código de ética do psicopedagogo. 2011. [acesso 2020 Set 1]. Disponível em: http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html

2. Bossa NA. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas; 2000.

 


 

ESTIMULAÇÃO COGNITIVA ON-LINE PARA IDOSOS: UMA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA REMOTA

Autoras: Mônica Andréa Porto Louvem, Nailane Coimbra Deboni

Instituição: ESM - Espaço Saber e Mente (Aracruz - ES)

RESUMO

Introdução: As oficinas de estimulação cognitiva (EC) para adultos acima de 50 anos e idosos saudáveis, há seis anos eram desenvolvidas por nós, de forma presencial. Com a pandemia e a necessidade de isolamento social, principalmente para os idosos, considerados grupos de risco, surgiu a necessidade de um trabalho remoto. A utilização de celular, tablets e computadores com apoio era prática nas nossas oficinas de EC. No entanto, tornar essa utilização autônoma, com a proposta de realizar as oficinas de EC on-line, foi um desafio proposto e realizado. Objetivo: Relatar a experiência de um trabalho psicopedagógico de EC realizado remotamente com adultos acima de 50 anos e idosos ativos, que não evidenciam perdas cognitivas. Método: Realizada na modalidade coletiva, grupos de no máximo 10 pessoas, as oficinas de EC acontecem remotamente uma vez por semana, com a duração de 1 hora e 30 minutos, sendo que 15 minutos antes são destinados para os participantes conversarem, trocarem informações e experiências, enquanto todos acessam a sala virtual. É utilizada a plataforma Microsoft Teams. São realizadas atividades previamente planejadas, das habilidades alvo, apresentadas em slides, com propostas de realização escrita ou orais. Antes do início das oficinas de EC on-line, os participantes foram contactados por telefone e foi realizado o passo a passo para instalação e utilização do aplicativo e, em alguns casos, contaram com a ajuda de um familiar. A interação é realizada pelo WhatsApp ou ligações telefônicas. Semanalmente, são enviadas atividades em PDF que podem ser impressas ou somente visualizadas e realizadas no caderno. Resultados: Acontecendo há dois meses, as oficinas de EC on-line vêm sendo um recurso muito positivo para o desenvolvimento cognitivo dos idosos. É perceptível a familiaridade e a facilidade que passaram a ter em lidar com os dispositivos eletrônicos. Essa nova aprendizagem lança continuamente desafios que acionam as habilidades cognitivas de memória, percepção, atenção, linguagem, funções executivas e coordenação motora. Considerações Finais: A aprendizagem e a utilização de equipamentos eletrônicos e da Internet por si só funcionam como um recurso de estimulação cognitiva. Os idosos vêm demonstrando motivação e entusiasmo em participarem das oficinas on-line, pois, além de estarem desenvolvendo novas aprendizagens, estão interagindo com outras pessoas, amenizando a tristeza e a depressão causadas pelo isolamento social. Podemos afirmar que as oficinas de EC on-line estão contribuindo positivamente para o bem-estar do idoso, tanto para a interação social, entretenimento, para sua aprendizagem e desenvolvimento das funções cognitivas e executivas.

Palavras-chave: Estimulação Cognitiva. Idosos. Equipamentos eletrônicos. Intervenção Psicopedagógica Remota.

REFERÊNCIAS

1. Amodeo MT, Netto TM, Fonseca RP. Desenvolvimento de programas de estimulação cognitiva para adultos idosos: modalidades da literatura e da Neuropsicologia. Letras Hoje. 2010;45(3):54-64.

2. Apóstolo JLA, Cardoso DFB, Marta LMG, Amaral TIO. Efeito da estimulação cognitiva em idosos. Rev Enferm Ref. 2011;3(5):193-201.

3. Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Novas Orientações Para Psicopedagogos em Tempos de Coronavírus. São Paulo: ABPp; 2020. Disponível em: https://abpp.com.br/imagens/COMUNICADO%20CORONA%20VIRUS%20-%202%20-%20190320.pdf

4. Bortolanza ML, Krahl S, Biasus F. Um olhar psicopedagógico sobre a velhice. Rev Psicopedag. 2005;22(68):162-70.

5. Cosenza RM, LB. Neurociência e educação: Como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed; 2014.

6. Dias R, Torres SN. Ebooks Ativamente: Atividades de Estimulação Cognitiva. Rio de Janeiro: Ativamente Cursos e Treinamento; 2019.

7. Flavell JH, Miller PH, Miller SA. Desenvolvimento cognitivo. Porto Alegre: Artmed;1999.

8. Gasparetto SGE, Lasca V. Exercite sua Mente: guia prático para aprimoramento da memória, linguagem e raciocínio. São Paulo: Prestígio; 2005.

9. Gonçalves JE. Psicopedagogia para adultos e idosos: diagnóstico e intervenção. Rio de Janeiro: WAK; 2020.

10. Izquierdo I. Memória. Porto Alegre: Artmed; 2002.

11. Malloy-Diniz LF, Fuentes D, Mattos P, Abreu U. Avaliação neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed; 2010.

12. Malloy-Diniz LF, Fuentes D, Cosenza RM. Neuropsicologia do envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed; 2013.

13. Santos AAS, Santos AIPS, Lourenço NLR, Souza MO, Teixeira VPG. A importância do uso de tecnologias no desenvolvimento cognitivo dos idosos. Gep News (Maceió). 2018;1(1):20-4.

14. Santos FS, Lima-Silva TB, Almeida EB, Oliveira EM. Estimulação cognitiva para idosos: ênfase em memória. Rio de Janeiro: Atheneu; 2013.

15. Santos RF, Almêda KA. O Envelhecimento Humano e a Inclusão Digital: análise do uso das ferramentas tecnológicas pelos idosos. Ciênc Inf Rev (Maceió). 2017;4(2):59-68.

16. Silveira MM, Rocha JP, Vidmar MF, Wibelinger LM, Pasqualotti A. Educação e inclusão digital para idosos. RENOTE Rev Nov Tecnol Educ. 2010;8(2):1-3. Disponível em: https://doi.org/10.22456/1679-1916.15210

 


 

A PERSPECTIVA DE UMA VIDA UNIVERSITÁRIA DE ALUNOS DE UMA REDE PÚBLICA DE ENSINO SOBRE O INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR

Autor: Helder Luiz da Silva

Instituição: UNIP - Universidade Paulista (Sorocaba - SP)

RESUMO

Apesar do aumento do acesso de alunos da rede pública no ensino superior, ainda existem obstáculos ao seu ingresso e continuidade na vida acadêmica. O objetivo da pesquisa foi compreender e analisar os sentidos e significados do ensino superior por alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola estadual na cidade de Salto de Pirapora, no interior de São Paulo. Foram entrevistados 18 alunos em grupo e uma aluna individualmente, ambos no seu espaço escolar, por meio de roteiro semiestruturado, os quais responderam a um questionário socioeconômico e de informações gerais sobre o tema. O campo teórico tem como base a psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky, e os resultados foram organizados e analisados utilizando o referencial metodológico dos Núcleos de Sentidos e Significados1,2. As informações do questionário permitiram traçar um perfil sociodemográfico dos participantes e a leitura dos conteúdos das entrevistas levou à identificação de pré-indicadores, indicadores e, por fim, a zonas de sentidos denominados núcleos de significação. Os sentidos elaborados pelos alunos em relação às suas possibilidades de vir a cursar a universidade circunscrevem-se em uma complexa relação com os demais sentidos em suas vidas, como a escola, a família e o trabalho, e que resultam na ambivalência entre sonhos, idealizações, ansiedade e o medo de um futuro ainda desconhecido. A aproximação dos sentidos e, consequentemente, a compreensão da subjetividade dos alunos podem contribuir em melhores práticas escolares e vivenciais que são fundamentais na vida dos estudantes.

Palavras-chave: Ensino Médio. Universidade. Abordagem Histórico-Cultural.

REFERÊNCIAS

1. Aguiar MWJ, Ozella S. Núcleos de significação como instrumento para apreensão da constituição dos sentidos. Psicol Cienc Prof. 2006;26(2):222-45.

2. Aguiar MWJ, Ozella S. Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Rev Bras Estud Pedagog. 2013;94(236): 299-322.

 


 

ACOMPANHAMENTO SOCIOEMOCIONAL DE ALUNOS DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL

Autoras: Marcela Zina Penitente de Oliveira Simão1,2, Vanessa Samara Alves1,2

Instituição: 1SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (São Bernardo do Campo - SP)

2UNIB - Universidade Ibirapuera (São Paulo - SP)

RESUMO

A pandemia causada pelo vírus COVID-19 nos impôs uma nova realidade. A distância física, resultante do isolamento social, preservou os corpos contra o contágio, porém, expôs nossos alunos a um sofrimento psíquico que teve impacto na aprendizagem escolar. Este trabalho apresenta os resultados preliminares das ações de monitoramento e intervenção socioemocional, realizadas com os alunos dos cursos profissionalizantes da Escola SENAI Mario Amato, em São Bernardo do Campo. Durante as aulas remotas em abril de 2020, professores relataram sinais de desmotivação dos alunos. Sabendo que o ser humano é um ser biopsicossocial (Bossa, 2008) e que o isolamento poderia alterar a condição emocional dos alunos, considerou-se monitorar os sinais de desequilíbrio. Em maio, foi aplicado um questionário com o objetivo de levantar ocorrências de: Ansiedade, Depressão, Pânico, Lesão Autoprovocada e Tentativa de Suicídio. Houve 391 respostas, e 182 alunos apresentaram ao menos uma ocorrência. Destes, 141 relataram unicamente Ansiedade. Nestes casos, foi feito contato abrindo um canal de comunicação e apoio caso desejassem. Com os demais, ocorreu o acompanhamento sistemático quinzenal via telefone e chat com as psicopedagogas da Orientação Educacional; concomitantemente, houve encaminhamento de alguns casos para atendimento psicológico. Em setembro, houve a construção de um mural colaborativo on-line com a comunidade escolar e elaboração de novo questionário (a ser aplicado). O primeiro questionário contribuiu para a visualização do sofrimento psíquico dos alunos, auxiliando no direcionamento das ações da Orientação Educacional. A análise dos resultados das intervenções se dará após a aplicação do segundo questionário, sendo verificado se houve mudança das ocorrências iniciais.

Palavras-chave: Pandemia. Isolamento Social. Intervenção Socioemocional.

REFERÊNCIAS

1. Bossa NA. A emergência da Psicopedagogia como ciência. Rev Psicopedag. 2008;25(76):43-8.

2. Pena AC, Alves G, Primi R. Habilidades socioemocionais na educação atual. Bol Téc Senac (Rio de Janeiro). 2020;46(2):132-6.

3. Rodrigues BB, Cardoso RRJ, Peres CH, Marques FF. Aprendendo com o Imprevisível: Saúde Mental dos Universitários e Educação Médica na Pandemia de Covid-19. Rev Bras Educ Med. 2020; 44(Supl. 1):e149.

 


 

APLICAÇÃO ADAPTADA DO PIAFEX EM TEMPOS DE PANDEMIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autoras: Caroline Alves Aragão, Claudia F. M. de Almeida, Stefânia A. Ferreira Meireles

Instituição: LTES - Let's talk - Educational Services (São Paulo - SP)

RESUMO

Introdução: A intervenção emergencial remota multidisciplinar devido à ausência de aulas em escolas públicas para a Educação Infantil por conta da pandemia. Rastreio de prejuízo acadêmico e análise de funções executivas. Uso adaptado do Programa de Intervenção em Autorregulação e Funções Executivas (PIAFEX). Objetivo: Apresentar relato de experiência da adaptação da aplicação do PIAFFEX no contexto on-line e individual em tempos de pandemia. Método: O relato é conduzido em três etapas com início em março de 2020 e previsão de término em novembro. Na primeira etapa, foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação não restritivos para rastreio: Teste de Atenção por Cancelamento (TAC), Teste de Trilhas para Pré-Escolares (TT-P), Teste de Discriminação Fonológica (TDF), Teste Infantil de Nomeação (TIN), Teste de Repetição de Palavras e Pseudopalavras (TRPP), Tarefa Span de Blocos - Corsi (TSB-C), Tarefa Span de Dígitos (TSD) e atividades qualitativas. Todo o rastreio com os instrumentos não restritivos de avaliação, como já demonstrado pelos autores (Dias et al., 2012), deve ser feito presencialmente, portanto, todas as avaliações foram realizadas na modalidade presencial. A intervenção com o PIAFEX foi realizada remotamente com o auxílio de plataformas digitais e multimodalidade. Além disso, seguindo as orientações de Dias & Seabra (2013, p. 16), considera-se nesta experiência os quatro componentes fundamentais para a promoção das habilidades executivas através do uso das atividades originais e adaptadas. Resultados: R., 5 anos, aluna da educação infantil, de escola pública, com queixas de dificuldades escolares referidas pela família no início da pandemia, apresentou desempenhos muito baixo, baixo e médio para a idade em todos os instrumentos de rastreio. Os instrumentos de avaliação quantitativa levantaram a hipótese de prejuízo no processamento cognitivo. A avaliação multidisciplinar foi fundamental para mapear as dificuldades da criança, levantar hipóteses e evidenciou que R. apresenta dificuldades acadêmicas e defasagens causadas por questões ambientais e o atual momento de isolamento social devido à pandemia. Durante a intervenção, além das orientações para a família, relacionou-se os instrumentos de avaliação com as atividades dos módulos do PIAFEX. É esperado que após a intervenção haja evolução no desempenho cognitivo da criança e minimização dos prejuízos acadêmicos com a reaplicação do rastreio ao final do processo para verificar resultados do uso adaptado online do PIAFEX. Considerações Finais: Após algumas sessões de intervenção sistemática remota, que se encontra em andamento, observou-se melhor resposta cognitiva frente aos estímulos, minimizando os efeitos da pandemia.

Palavras-chave: Diagnóstico Diferencial. Ensino Remoto. Funções Executivas. Referencial Interdisciplinar. Pandemia.

REFERÊNCIAS

1. Dias NM, Seabra AG. Programa de intervenção em autorregulação e funções executivas: PIAFEx. São Paulo: Memnon; 2013.

2. São Paulo. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Educação (SME). Coordenadoria Pedagógica Trilhas de aprendizagens: brincadeiras e interações para crianças de 4 a 5 anos. São Paulo: SME/COPED; 2020.

3. Seabra AG, Dias NM. Avaliação neuropsicológica cognitiva: atenção e funções executivas. São Paulo: Memnon; 2012.

4. Seabra AG, Dias NM. Avaliação neuropsicológica cognitiva: linguagem oral. São Paulo: Memnon; 2012.

5. Seabra AG, Mecca TP. Avaliação neuropsicológica cognitiva: memória de trabalho. São Paulo: Memnon; 2012.

 


 

AS MEDIAÇÕES TECNOLÓGICAS POR MEIO DE JOGOS ELETRÔNICOS EDUCATIVOS NO DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES: O ESTUDO DE UM CASO PSICOPEDAGÓGICO CLÍNICO

Autora: Ana Maria Munhoz Fett

Instituição: USM - Universidade São Marcos (São Paulo - SP)

RESUMO

Este estudo é resultado da dissertação de mestrado da autora, que teve como objetivo analisar a utilização de jogos eletrônicos educativos, por meio do computador, no contexto psicopedagógico clínico, como um instrumento mediador no desenvolvimento das funções psicológicas superiores, como, pensamento, linguagem, emoção, imaginação, percepção, atenção e memória, fundamentado na teoria sócio-histórica de Vygotsky. O caso é de um menino de 11 anos de idade, que se encontrava em atendimento psicopedagógico clínico, e que, apesar de sua tenra idade, já havia frequentado várias escolas e sido encaminhado a diferentes profissionais das áreas da educação e saúde, e que além de ter sido diagnosticado com dificuldades de aprendizagem recebeu também o diagnóstico de psicose infantil. Os dados foram coletados utilizando-se dos seguintes instrumentos: observações e registros dos atendimentos psicopedagógicos com o uso do computador e entrevistas com a família. Foram analisados 13 atendimentos e seu conteúdo caracterizado por unidades de representação significativas e homogêneas. A partir das reflexões embasadas nessa teoria, a autora pôde concluir que as mediações tecnológicas dos jogos eletrônicos educativos por meio do uso do computador, associadas à mediação da psicopedagoga, contribuíram no desenvolvimento das funções psicológicas superiores do sujeito dessa pesquisa, mais expressivamente a atenção, memória, emoção e linguagem. Pôde-se concluir também que o embasamento das concepções vygotskyanas deu suporte para reunir os dados a respeito da história de vida e dos significados que o sujeito atribuiu à aprendizagem, e a importância da relação com o outro, com a família, escola e principalmente a relação que ficou estabelecida com a psicopedagoga. Vale ressaltar que o terapeuta, como mediador da aprendizagem, precisa explorar todos os recursos disponíveis para atuar de forma eficaz com todos os instrumentos oferecidos pelo progresso constante da tecnologia. É preciso que o psicopedagogo tenha claro quais objetivos e pressupostos teóricos utiliza na orientação do diagnóstico e do tratamento psicopedagógico para guiar sua escolha do instrumento a ser utilizado. Importante ressaltar que o uso da tecnologia, seja por meio de computadores, tablets ou celulares com utilização de jogos educativos, não substitui os demais instrumentos durante o atendimento psicopedagógico; mas, em função da aceitabilidade dos aprendizes da atualidade, pode servir como um excelente instrumento mediador no desenvolvimento das funções psicológicas superiores e impulsionar o desenvolvimento da aprendizagem.

Palavras-chave: Estudo de Caso. Mediações Tecnológicas. Psicopedagogia Clínica.

REFERÊNCIAS

1. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições; 1977.

2. Fett AMM. As mediações tecnológicas no desenvolvimento das funções psicológicas superiores: o estudo de um caso psicopedagógico clínico [Dissertação]. São Paulo: Universidade São Marcos; 2003.

3. Vygotsky LS. A Formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes; 2000.

4. Weiss MLL. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A; 2003.

 


 

HABILIDADES PREDITORAS DA LEITURA: REVISÃO INTEGRATIVA

Autoras: Karina Maganha, Fernanda Silva

Instituição: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas - UNICAMP (Campinas - SP)

RESUMO

Introdução/Justificativa: A dificuldade de compreensão leitora pode ser observada tanto em crianças que possuem defasagem nas habilidades do processamento fonológico quanto naquelas em que tais habilidades estão preservadas. Em ambos os casos, há prejuízo na leitura1,2. Objetivo: Investigar as habilidades preditoras da leitura, considerando o envolvimento tanto de processos fonológicos quanto de processos de ordem superior, relacionados à compreensão leitora. Método: Trata-se de revisão integrativa da literatura. Realizou-se busca sistemática nas bases de dados PubMed e Bireme por meio da combinação AND dos descritores comprehension e reading, entre 2 e 30 de janeiro de 2020. Definiu-se como critérios de inclusão artigos em língua inglesa, portuguesa e espanhola, com resumos e textos completos disponíveis, publicados de 2010 a 2020, realizados com crianças e adolescentes, com uso dos termos compreensão, leitura e aprendizagem. Excluíram-se artigos duplicados e relacionados à validação de testes e às discussões especificamente neurológicas. Resultados: Do total de 1541 artigos encontrados, 86 foram pré-selecionados com base no título, dos quais 31 fizeram parte da seleção final, com base na leitura dos resumos. As amostras eram constituídas de crianças do 3o ano escolar, seguidas do 1o e 2o anos, respectivamente, e com uma minoria de pré-escolares. A fluência e a compreensão leitora destacaram-se entre os preditores mais discutidos. Conclusão: Há interdependência entre as habilidades preditoras da leitura, mas a fluência3 e a compreensão leitora destacam-se entre os principais preditores, evidenciando o importante papel das funções executivas neste processo4. A aquisição da compreensão leitora tem relação direta com a progressão e o nível de exigência dos anos escolares, mas seu baixo desempenho nos anos finais do Ensino Fundamental parece ter relação com prejuízos das habilidades fonológicas e do desempenho em linguagem, vocabulário, memória e funções executivas.

Palavras-chave: Leitura. Compreensão leitora. Funções cognitivas. Aprendizagem.

REFERÊNCIAS

1. Martins MA, Capellini SA. Relação entre fluência de leitura oral e compreensão de leitura. CoDAS. 2019;31(1):e20170244.

2. Jordão N, Kida ASB, Aquino DD, Costa MO, Avila CRB. Reading comprehension assessment: effect of order of task application. Codas. 2019; 31(1):e20180020.

3. Li L, Wu X. Effects of Metalinguistic Awareness on Reading Comprehension and the Mediator Role of Reading Fluency from Grades 2 to 4. PLoS ONE. 2015;10(3):e0114417.

4. Bueno GJ, Carvalho CAF, Ávila CRB. Capacity for self-monitoring reading comprehension in Elementary School. CoDAS. 2017;29(3):e20160044.

 


 

A ESTIMULAÇÃO COGNITIVA EM IDOSOS: UMA PERSPECTIVA PSICOPEDAGÓGICA

Autoras: Mônica Andréa Porto Louvem, Nailane Coimbra Deboni

Instituição: ESM - Espaço Saber E Mente (Aracruz - ES)

RESUMO

Introdução: Visando um envelhecimento mais saudável, adultos acima de 50 anos e idosos saudáveis têm buscado atividades cognitivas, a fim de melhorar a atenção, a rapidez de resposta e a memória. É o que nos mostra o trabalho de estimulação cognitiva (EC) com idosos, que vimos desenvolvendo há seis anos. A EC foca no desenvolvimento das habilidades de linguagem, memória, percepção, atenção e funções executivas. Tem seus fundamentos na neurociência, principalmente no conceito de neuroplasticidade cerebral - capacidade de adaptação do sistema nervoso - em que há uma reorganização dos neurônios, alterando as redes de conexões e os níveis estruturais por meio de aprendizagens e vivências. Nesse contexto, a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades são fundamentais para prevenir e atenuar o declínio cognitivo. O psicopedagogo, ao lidar com os processos da aprendizagem, vem sendo um profissional importante no trabalho com idosos, quebrando os paradigmas de que a aprendizagem se dá somente em pessoas mais novas e em contexto escolar/acadêmico. Objetivo: Relatar a experiência psicopedagógica de um trabalho de EC com adultos acima de 50 anos e idosos ativos, que não evidenciam perdas cognitivas, mas que pretendem promover a sua saúde mental e prevenir o declínio cognitivo. Método: Realizada na modalidade coletiva, grupos de no máximo 10 pessoas, as oficinas de EC acontecem uma vez por semana, com a duração de 2 horas. Antes de ingressar, é realizada uma entrevista individual, com o objetivo de conhecer a queixa inicial e identificar a saúde física e mental do idoso, assim como suas expectativas em relação à EC. Durante os encontros, são realizadas atividades previamente planejadas das habilidades alvo, sendo estas escritas ou orais e jogos individuais ou em grupo. Resultados: Esse trabalho vem se mostrando muito eficiente para minimizar o declínio cognitivo dos idosos, o aumento da autoestima, a socialização e a estabilidade de quadros depressivos. A modalidade coletiva aumenta a motivação e a adesão dos participantes. Aproximadamente 90% dos idosos que ingressaram permaneceram na atividade por mais de 2 anos. As evasões se deram em decorrência de mudança de endereço, agravamento na saúde ou problemas financeiros. Alguns que se afastaram durante um período por problema de saúde, e depois retornaram, relataram que por ficarem um tempo sem realizar a EC perceberam que as dificuldades da queixa inicial (esquecimento, raciocínio lento, dentre outros) se evidenciaram novamente. De 2 a 3 meses de retorno na EC, relataram que sentem melhoras nessas habilidades. Para nós, também fica perceptível esse recuo e avanço do desenvolvimento das habilidades cognitivas, levando-nos a pensar que para as pessoas idosas a EC deve ser constante e permanente, assim como a atividade física, para que tenha efeitos positivos e notáveis em suas funções cognitivas e executivas. No entanto, essa é uma questão que merece um estudo específico. Considerações Finais: Essa experiência tem nos revelado que através da estimulação cognitiva os idosos ativos (saudáveis) apresentam melhoras nas funções cognitivas e executivas, com impactos positivos nas suas atividades diárias, na autonomia e na qualidade de vida.

Palavras-chave: Estimulação Cognitiva. Idosos. Psicopedagogia.

REFERÊNCIAS

1. Amodeo MT, Netto TM, Fonseca RP. Desenvolvimento de programas de estimulação cognitiva para adultos idosos: modalidades da Literatura e da Neuropsicologia. Letras Hoje (Porto Alegre). 2010;45(3):54-64.

2. Apóstolo JLA, Cardoso DFB, Marta LMG, Amaral TIO. Efeito da estimulação cognitiva em idosos. Rev Enferm Ref. 2011;(3):193-201.

3. Bortolanza ML, Krahl S, Biasus F. Um olhar psicopedagógico sobre a velhice. Rev Psicopedag. 2005;22(68):162-70.

4. Cosenza RM, LB. Neurociência e Educação: Como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed; 2014.

5. Dias R, Torres SN. Ebooks Ativamente: Atividades de Estimulação Cognitiva. Rio de Janeiro: Ativamente Cursos e Treinamento; 2019.

6. Flavell JH, Miller PH, Miller SA. Desenvolvimento cognitivo. Porto Alegre: Artmed; 1999.

7. Gasparetto SGE, Lasca V. Exercite sua Mente: guia prático para aprimoramento da memória, linguagem e raciocínio. São Paulo: Prestígio; 2005.

8. Gonçalves JE. Psicopedagogia para adultos e idosos: diagnóstico e intervenção. Rio de Janeiro: WAK; 2020.

9. Izquierdo I. Memória. Porto Alegre: Artmed; 2002.

10. Malloy-Diniz LF, Fuentes D, Mattos P, Abreu U. Avaliação neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed; 2010.

11. Malloy-Diniz LF, Fuentes D, Cosenza RM. Neuropsicologia do envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed; 2013.

12. Santos FS, Lima-Silva TB, Almeida EB, Oliveira EM. Estimulação cognitiva para idosos: ênfase em memória. Rio de Janeiro: Atheneu; 2013.

 


 

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE LEITURA E ESCRITA

Autoras: Ediene Fernandes Lopes Leandro1, Priscilla Lorrana Rodrigues Prazeres de Moura2, Edivania Borges Dantas3

Instituição: 1Clínica Stymulos (Goiânia - GO)

2Instituto Federal de Goiás (Goiânia - GO)

3UNADES - Universidad del Sol (Assunção - Paraguai)

RESUMO

Introdução/Justificativa: Esta pesquisa busca relacionar a realidade e os avanços apresentados por educandos com dificuldades de aprendizagem no processo de aquisição de leitura e escrita e possíveis transtornos de aprendizagem, no final do Ciclo I, Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de Educação de Goiânia (GO). Objetivo: Explicar a realidade e os avanços apresentados por alunos com dificuldades de aprendizagem no processo de aquisição de leitura e escrita, final do Ciclo I, de uma escola, na rede pública municipal de Goiânia. Método: Esta pesquisa foi realizada com 6 professores do Ensino Fundamental, da rede municipal de Goiânia. Para a coleta de dados, utilizamos uma entrevista semiestruturada que foi dividida em dois momentos. No primeiro momento foi realizada a identificação e indicação dos envolvidos, buscando dados relevantes e precisos em relação à profissão e formação na área da educação. No segundo momento foi realizada uma entrevista com questões abertas com base nos objetivos do estudo de caso. Resultados: Neste estudo observa-se através dos resultados o grande número de alunos que apresentam dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, tais como: dificuldades na escrita, na leitura, na interpretação, no raciocínio, problemas comportamentais, problemas estruturais, como a falta de acompanhamento da família na vida escolar dos filhos. Em função da falta de incentivo cultural e realidade socioeconômica precária, os alunos não veem a importância da escola para o seu futuro, apresentando desinteresse em aprender os conteúdos ensinados pelo professor. Considerações Finais: Considerando os resultados obtidos, pode-se notar que as dificuldades de aprendizagem não devem ser atribuídas somente a fatores externos, mas também a fatores internos como os métodos de ensino, a falta de materiais didáticos apropriados, condições psicológicas do aluno, entre outros fatores. É necessário um maior incentivo aos educandos por parte das famílias, acompanhamentos psicopedagógicos, professores bem preparados para lidar com as dificuldades e contribuição governamental para minimizar as desigualdades.

Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem. Leitura e Escrita. Ensino Fundamental.

REFERÊNCIAS

1. Assis MBAC. Aspectos afetivos do desempenho escolar: alguns processos inconscientes. Bol Assoc Bras Psicopedag. 1990;20:35-48.

2. Brasil. Ministério da Educação (MEC). Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental: Língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF; 1998. p. 69-70.

3. Fernández A. A inteligência aprisionada; abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas; 1990.

4. Piaget J. Problemas de psicologia genética. Rio de Janeiro: Forense Universitária; 1998.

5. Vygotsky LS. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes; 1998.

 


 

DISLEXIA: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DO NOROESTE PARANAENSE

Autoras: Jordani Carolini dos Santos Dacanal, Lilian Alves Pereira Peres

Instituição: UEM - Universidade Estadual de Maringá (Maringá - PR)

RESUMO

A presente pesquisa relata os resultados obtidos no Projeto de Iniciação Científica do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá - Campus Cianorte/PR. Esta teve por objetivo investigar a percepção dos professores sobre o processo de ensino-aprendizagem de crianças disléxicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A partir do levantamento bibliográfico1-6 realizado passamos a nos indagar qual seria a percepção dos professores sobre o processo de ensino-aprendizagem de crianças disléxicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nossa hipótese era de que os professores conhecem pouco sobre as características da dislexia, bem como têm dificuldades em realizar atendimentos as crianças disléxicas. A pesquisa de campo foi realizada com professoras de uma escola municipal do noroeste paranaense, na qual as mesmas responderam a um questionário sobre aspectos relacionados à dislexia. Ao finalizar o trabalho, retomando os objetivos propostos, verificamos as percepções dos professores sobre o processo de ensino-aprendizagem de crianças disléxicas. Notamos uma falta de conhecimento dos educadores e da comunidade envolvida com esses alunos, observamos que a maioria dos professores possui falta de informação a respeito da dislexia, apresentando dificuldades para identificar uma criança disléxica em sala de aula, acarretando a impossibilidade de auxiliar seus alunos em determinadas atividades. Consideramos que a ênfase psicopedagógica adotada na pesquisa possibilitou a construção por parte da pesquisadora de novas metodologias de ensino de caráter preventivo7-10 às dificuldades de aprendizagem para um melhor êxito do processo de escolarização. Além disso, ressaltamos a importância da formação em Psicopedagogia para os profissionais que atuam na Educação Básica e seu papel na sociedade como ciência que auxilia a realidade educativa dos sujeitos.

Palavras-chave: Educação. Conhecimento em Psicopedagogia. Dislexia. Ensino-Aprendizagem.

REFERÊNCIAS

1. Farrell M. Dislexia e outras dificuldades de aprendizagem específicas. Guia do professor. Porto Alegre: Artmed; 2008.

2. Fonseca V. Dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995.

3. Haase VG, Santos FH. Transtornos específicos da aprendizagem: dislexia e discalculia. In: Fuentes D, Malloy-Diniz LF, de Camargo CHP, Cosenza RM, orgs. Neuropsicologia: Teoria e prática. Porto Alegre: Artmed; 2014. p. 139-53.

4. Muszkat M, Rizzutti S. O professor e a dislexia. São Paulo: Cortez; 2012.

5. Smith C, Strick L. Dificuldades de aprendizagem de A-Z: Guia completo para educadores e pais. Porto Alegre: Penso; 2012.

6. Weiss MLL. Intervenção psicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: Wak Editora; 2015.

7. Oliver L. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Rio de Janeiro: Wak Editora; 2018.

8. Oliveira RM. Intervenções para melhorar dificuldades específicas de compreensão leitora. In: Mousinho R, Mendonça Alves L, Capellini S, orgs. Dislexia: novos temas, novas perspectivas. Volume III. Rio de Janeiro: Wak Editora; 2009.

9. Salles JF, Navas AN. Dislexias do desenvolvimento e adquiridas. São Paulo: Pearson Clinical Brasil; 2017.

10. Orton ST. Contribuições para uma melhor identificação da dislexia no ambiente escolar. São Paulo: Artes Médicas; 2004.

 


 

AS FUNÇÕES EXECUTIVAS E A APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR DURANTE A PANDEMIA

Autores: Ana Paula Soares de Campos, Paola Dimitri Ramos, Dana Baes Gelbaum, M. O. Loureiro

Instituição: UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo - SP)

RESUMO

As funções executivas formam um conjunto de habilidades cognitivas complexas que têm um desenvolvimento maior durante a infância, aprimorando-se ao longo das próximas fases até a idade adulta1,2. Estas funções oportunizam ao indivíduo alternativas frente ao meio em que se vive, possibilitando-o direcionar, organizar, regular, gerenciar e, assim, fazer ações simples, mas indispensáveis no seu dia a dia3. Portanto, são habilidades imprescindíveis no momento em que os alunos do Ensino Superior vivenciam na pandemia4 com as aulas remotas. A presente pesquisa teve como objetivo identificar os possíveis problemas enfrentados pelos alunos com transtornos do neurodesenvolvimento em comparação aos alunos típicos no Ensino Superior de universidades públicas e particulares de São Paulo com relação à aprendizagem, com destaque nas funções executivas durante as aulas remotas na pandemia. Elaborou-se um questionário com 63 perguntas estruturadas de múltipla escolha na plataforma Google Forms, enviado via redes sociais. Totalizou-se em 726 respondentes, que estão entre 92,56% típicos e 7,44% atípicos (TDAH, Dislexia, Discalculia, TEA e outros), compreendendo-se 84,3% da rede privada e 15,7% da rede pública. Vários aspectos foram analisados dos dois grupos (típicos e atípicos) sobre as dificuldades enfrentadas na adaptação aos recursos digitais e como também no manejo de tempo, planejamento e organização das atividades no ensino remoto. Conclui-se que os alunos atípicos tiveram maior dificuldade com as mudanças nas aulas remotas em comparação ao grupo típico, por apresentarem dificuldades com as suas habilidades cognitivas (funções executivas) conforme estudos5 realizados sobre os transtornos de aprendizagem e comportamento.

Palavras-chave: Funções Executivas. Aprendizagem. Ensino Superior. Pandemia.

REFERÊNCIAS

1. Zelazo PD, Carlson SM. Hot and Cool Executive Function in childhood and adolescence: development and plasticity. Child Dev Perspect. 2012;6(4):354-60.

2. Best JR, Miller PH. A developmental perspective on executive function. Child Dev. 2010;81(6): 1641-660.

3. Diamond A. Executive functions. Annu Rev Psychol. 2013;64:135-68.

4. Pericàs JM, Hernandez-Meneses M, Sheahan TP, Quintana E, Ambrosioni J, Sandoval E, et al.; Hospital Clínic Cardiovascular Infections Study Group. COVID-19: from epidemiology to treatment. Eur Heart J. 2020;41(22):2092-112.

5. Carreiro LRR, Reppold CT, Cordova ME, Vieira NSA, Mello CB. Funções executivas e transtornos do desenvolvimento. In: Seabra AG, Laros JA, Macedo EC, Abreu N. Inteligência e funções executivas: avanços e desafios para a avaliação neuropsicológica. São Paulo: MEMNON; 2014. p. 135-73.

 


 

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA APRENDIZAGEM MUSICAL: UM ESTUDO COM PIANISTAS

Autores: Denise Maria Bezerra, Francisco Antonio Pereira Fialho

Instituição: UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis - SC)

RESUMO

Objetivo: Neste trabalho, discutimos a necessidade da intervenção psicopedagógica no processo de aprendizagem do piano em cursos de graduação/bacharelado em instrumento. Método: Realizamos uma oficina de psicopedagogia do piano voltada para alunos matriculados no curso de graduação de uma universidade estadual de música. Ao longo de 8 semanas, foram 6 sessões com duração de 1 hora e meia em grupo operativo com 8 alunos, com idade entre 18 e 39 anos. Foram aplicadas técnicas de autoconhecimento, tais como o eneagrama, a imaginação ativa e mindfulness. Sessões individuais no piano complementaram as atividades. Resultados: Constatamos que a intervenção psicopedagógica proporcionou um espaço inédito de expressão e acolhimento para os sujeitos. A vinculação em grupo1,2 pela tarefa de aprofundar-se no autoconhecimento, desenvolvimento de habilidades metacognitivas3 de automonitoramento, autorregulação e autoavaliação ofereceu suporte para lidar com: (1) a falta de motivação para o estudo, (2) comparação com outros alunos mais considerados mais "talentosos", (3) a pressão psicológica nas apresentações em público, (4) as dificuldades da carreira musical. Os sujeitos passaram a valorizar suas características pessoais e encontraram motivação para desenvolver um estilo próprio de estudo e fortalecer sua identidade artística. Conclusão: Concluímos que a Psicopedagogia oferece substanciais recursos para dar suporte à aprendizagem musical de pianistas em formação profissional, como os alunos do curso de bacharelado em piano. Percebemos a ausência de um espaço de acolhimento dentro da instituição, o que torna esta intervenção um evento inédito, que vem preencher uma importante lacuna na qualificação desses futuros profissionais. Sugerimos que a intervenção psicopedagógica se efetive em cursos de graduação em instrumento, expandindo ainda mais o campo de atuação da Psicopedagogia e consolidando a necessidade dessa área de atuação.

Palavras-chave: Metacognição. Autoconhecimento. Piano. Ensino Superior.

REFERÊNCIAS

1. Pichon-Rivière E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes; 1988.

2. Pichon-Rivière E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes; 1998.

3. Flavell JH, Miller PH, Miller SA. Desenvolvimento cognitivo. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 1999.

4. Jou GI, Sperb TM. A Metacognição como estratégia reguladora da aprendizagem. psicologia. Psicol Reflex Crit. 2006;19(2):177-85.

5. Portilho E. Como se aprende? Estratégias, estilos e metacognição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak; 2011.

 


 

ESTUDO DE CASO DE ALUNOS COM PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM E DISTORÇÃO IDADE/SÉRIE

Autoras: Maria dos Prazeres Neta, Magna Cecília Sobral Silva

Instituição: UNIT - Universidade Tiradentes (Aracaju - SE)

RESUMO

Esta pesquisa descreve a intervenção realizada na turma do 4º B da Escola Municipal P.D.S. A turma apresentou distorção idade/série muito alta, além de indisciplina e dificuldade de comportamento, agressividade e muita desmotivação para aprender. Portanto, foi realizada uma intervenção utilizando diversas ferramentas lúdicas, com uma abordagem reflexiva e questionadora da realidade posta em sala, em que o desafio foi o de transformação, utilizando o diálogo e participação ativa dos alunos. As atividades executadas tiveram como objetivo desenvolver a cultura da paz, a valorização da escola e o desejo de reaprender, possibilitando aos alunos que estão com sucessivas reprovações e distorções de idade/série a descoberta de novas possibilidades de aprendizagem. O projeto "cinema na sala" foi utilizado como ferramenta lúdica para abordar diferentes temas: como violência na escola, solidariedade, amizade, respeito e o combate às drogas, consequentemente, levar o aluno à reflexão através dos filmes, que também abordam questões como a autoestima, o amor, o respeito ao outro, a busca de sonhos pessoais, a não violência, o estímulo à aprendizagem. Também buscando dialogar sobre o que aprenderam, quais lições eles puderam compreender através dos temas abordados. A presente pesquisa caracteriza por básica, pesquisa de campo, exploratória, qualitativa, descritiva e bibliográfica que considerou as vivências práticas e pedagógicas do objeto de estudo sobre os olhares dos autores como Simaia & Sampaio (2011), Porto (2011), Scoz (2013), que nortearam e contribuíram para a atuação e desenvolvimento deste trabalho de intervenção que obteve uma resposta positiva, ao observar a mudança dos alunos em relação à aprendizagem e comportamento. A turma conseguiu melhorar as suas atitudes e valores, os alunos mostraram-se muito mais interessados em aprender em sala de aula, passaram a ajudar uns aos outros em suas dificuldades, cooperando mais e cuidando um do outro em sala e demais alunos da escola.

Palavras-chave: Aluno. Aprendizagem. Cinema. Intervenção.

 


 

CONTRIBUIÇÕES DE REUVEN FEUERSTEIN À PSICOPEDAGOGIA

Autora: Heloísa Amaro de Oliveira Santos

Instituição: UNISA - Universidade Santo Amaro (São Paulo - SP)

RESUMO

Reuven Feuerstein (1921-2014), professor e psicólogo de origem romena, foi o idealizador da Teoria de Modificabilidade Cognitiva, teoria fundamentada na crença de que todo ser humano é capaz de aprender desde que esteja aberto às mudanças, independentemente de sua idade, condição genética ou experiência de vida1. O presente estudo refere-se a uma pesquisa bibliográfica, qualitativa, de caráter exploratório, com intuito de apresentar as contribuições de Reuven Feuerstein à Psicopedagogia quanto ao processo de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. Foram utilizados livros, artigos e teses nacionais e internacionais publicados entre os anos de 1995 e 2019. Feuerstein acreditava que, para aprender, é necessário a existência de um mediador humano que dê significado à aprendizagem2. Através da Experiência de Aprendizagem Mediada como método, buscou desenvolver as capacidades cognitivas dos sujeitos. Observou que os conhecimentos culturais são extremamente importantes para a construção do saber, com isso, conceituou a Transmissão Cultural3 e a Síndrome de Privação Cultural4. Feuerstein contribuiu para que o conceito de inteligência fosse reformulado5 e para que as dificuldades não fossem consideradas única e exclusivamente responsabilidades do indivíduo. A estimulação da inteligência deve ser mediada através da afetividade. Posturas autoritárias e deficitárias presentes nos lares e escolas de nosso país não conduzem os indivíduos à autonomia e a criação de um pensamento crítico. A aplicação prática dessa teoria fornece fundamentação e impacta o trabalho docente, direcionando-o para uma educação mais significativa6.

Palavras-chave: Reuven Feuerstein. Modificabilidade Cognitiva. Aprendizagem Mediada.

REFERÊNCIAS

1. Dalmina RR, Nogaro A, Battestin C. Inteligência, aprendizagem e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural (TMCE). Série Est (Campo Grande). 2016;21(42):201-19.

2. Feuerstein R, Feuerstein RS, Falik LH. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Petrópolis: Vozes; 2014. 259 p.

3. Da Ros SZ. Pedagogia e Mediação em Reuven Feuerstein: o processo de mudança em adultos com história de deficiência. 2ª ed. São Paulo: Plexus; 2002. 130 p.

4. Gomes CMA. Feuerstein e a construção mediada do conhecimento. Porto Alegre: Artmed; 2002. 190 p. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/269989271_Feuerstein_e_a_Construcao_Mediada_do_Conhecimento

5. Fonseca V. Aprender a aprender: a educabilidade cognitiva. Porto Alegre: Artmed; 1998. 341 p.

6. Oliveira MFC. Implicações da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural na Formação de Professores Mediadores na Educação Infantil. In: Reunião Científica Regional da ANPED 2016: Educação, Movimentos Sociais e Políticas Governamentais. Curitiba. Anais da XI ANPED Sul. Curitiba: Setor de Educação da UFPR; 2016. p. 1-18. Disponível em: http://www.anpedsul2016.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2015/11/EIXO6_MARIA-FERNANDA-CUNHA-OLIVEIRA.pdf

 


 

RELATO DE CASO: AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Autores: Valfridia Barbosa e Silva, K. Furlan, K. M. Yoshida, Ana Paula Soares de Campos

Instituição: UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo - SP)

RESUMO

O estudo foi elaborado na disciplina de Psicopedagogia Institucional de uma universidade particular em São Paulo, tendo como proposta desenvolver uma avaliação institucional. Elegeu-se uma escola particular de Educação Infantil na mesma cidade. Os participantes da pesquisa foram 11 pedagogas, sendo uma gestora da instituição, tendo como principais queixas relatadas pela coordenadora o despreparo das profissionais diante das demandas das crianças, principalmente com as que necessitam de cuidados específicos e as dificuldades com as relações intra e interpessoais. Perante estes dados, foram estabelecidos como objetivos para a avaliação identificar e analisar os desafios enfrentados pelas professoras, face a desmotivação e defasagem na formação continuada; verificar o conhecimento das participantes sobre as habilidades socioemocionais1 e sua relevância no ensino, principalmente na Educação Infantil2. A avaliação apoiou-se em uma pesquisa de desenho exploratória pautada na abordagem qualitativa e quantitativa, incluindo três observações in loco e anotações. A coleta de dados se deu mediante um questionário composto por 17 perguntas feitas à gestora e 11 perguntas às professoras, sendo 16 semiestruturadas e 4 de múltipla escolha. Diante da análise dos resultados, observou-se fragilidade nas relações e a falta de clareza quanto à necessidade de se trabalhar as Habilidades Socioemocionais com base nas orientações da BNCC3. A partir dos resultados traçou-se um plano de intervenção4. Concluímos que a Psicopedagogia Institucional é uma importante área de conhecimento para a constatação de uma problemática em ambientes escolares e contribui com mudanças relevantes para a melhor qualidade na atuação dos profissionais que ali trabalham.

Palavras-chave: Psicopedagogia Institucional. Educação Infantil. Avaliação. Formação Continuada. Habilidades Socioemocionais.

REFERÊNCIAS

1. Rabelo ISA, Ramos MN. Competências socioemocionais sob o enfoque da ciência para a educação. In: Dias NM, Mecca TP, orgs. Contribuições da neuropsicologia e da psicologia para intervenção no contexto educacional. São Paulo: Memnon; 2015. p. 107-20.

2. Del Prette ZA, Del Prette A. Psicologia das habilidades sociais na infância: teoria e prática. 6ª ed. Rio de Janeiro: Vozes; 2018.

3. Brasil. Ministério da Educação. A base Nacional Comum Curricular. Educação é a Base. Brasília: MEC; 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

4. Fagali QE. A Relação afetiva na situação de aprendizagem: diferentes significados e formas de atuação. Rev Diálogo Educ. 2007;7(20):51-64.

 


 

DESEMPENHO DE MENINOS E MENINAS EM TESTES DE LEITURA, ESCRITA, ARITMÉTICA, ATENÇÃO E LOCALIZAÇÃO ESPACIAL

Autores: Andréia dos Santos Felisbino Gomes, José Salomão Schwartzman

Instituição: UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo - SP)

RESUMO

Introdução: O presente estudo abordou a diferença dos sexos biológicos1-3, buscando compreender se essa diferença impacta ou não a aprendizagem escolar de meninos e meninas. Objetivo: Comparar o desempenho de meninos e meninas em testes de leitura, escrita, aritmética, atenção e localização espacial. Método: Participaram 61 alunos (33 meninas e 28 meninos) do 4o ano do Ensino Fundamental I, da rede privada no centro de São Paulo. Em 7 semanas, os alunos realizaram os testes: Prova de Escrita sob Ditado (PED-vr), Teste de Atenção por Cancelamento (TAC), Teste Contrastivo de Compreensão de Auditiva e de Leitura (TCCAL), Prova de Aritmética (PA) e um Jogo Virtual de Labirinto chamado Maze King (MK). Resultados: Foram analisados os escores brutos dos testes. No teste de Shapiro-Wilk as variáveis TAC e MK são consideradas normais com valor p superior a 0,05. No teste F o valor de Sig=0,068 é maior que 𝛼=0,05, indicando igualdade nas médias entre os sexos biológicos. No test Statisticsa as médias apresentaram valor de Sig superior ao nível 𝛼=0,05, sem diferenças entre os sexos. Conclusão: Analisando-se cada média em cada tipo de teste, as meninas sempre apresentaram um desempenho ligeiramente melhor que os meninos. Mas, ao aplicar os devidos testes estatísticos, esses valores não apresentam diferença significativa. Houve homogeneidade entre os grupos, logo, não ocorreu diferença de desempenho entre os sexos biológicos nas habilidades testadas neste estudo.

Palavras-chave: Aprendizagem. Desempenho. Meninas. Meninos.

REFERÊNCIAS

1. Kimura D. Sexo e cognição. Lisboa: Gradiva; 2004.

2. Baron-Cohen S. Diferença essencial: a verdade sobre o cérebro de homens e mulheres. Rio de Janeiro: Objetiva; 2004.

3. Alpern DF. Sex Differences in Cognitive Abilities. 4th ed. East Sussex: Psychology Press; 2013. p. 35-6.

 


 

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM COMPETÊNCIA LEITORA COM A UTILIZAÇÃO DE MÍDIAS DIGITAIS

Autoras: Eliane Costa Kretzer1,2, Chris Royes Schardosim1

Instituição: 1IFC - Instituto Federal Catarinense (Camboriú-SC)

2SEFOPPE - SEMEDGASPAR - Serviço de Fonoaudiologia, Psicopedagogia e Psicologia Escolar da Secretaria de Educação de Gaspar (Gaspar-SC)

RESUMO

Numa perspectiva da inclusão de todos e cada um em sua diferença, o trabalho com recursos tecnológicos digitais vem ao longo dos tempos evoluindo em sua aplicabilidade na educação. Considerando a necessidade de encontrar alternativas de intervenção psicopedagógicas que possam contribuir com o desenvolvimento da competência leitora1 de indivíduos com dificuldades de aprendizagem, apresento uma parte da minha pesquisa de mestrado em Educação, pelo Instituto Federal Catarinense. A competência leitora se caracteriza por uma leitura fluente em que o indivíduo entenda o que leu. Com o uso de mídias digitais2 como mediadoras do processo de aprendizagem, esta é de grande valia para a estimulação dos processos cognitivos3 inerentes às tarefas de leitura, possibilitando que estas sejam realizadas de maneira mais lúdica e interativa. A aprendizagem da leitura mediada pelo uso de recursos tecnológicos digitais traz uma construção social e política dos sujeitos envolvidos neste processo, uma vez que tais recursos podem romper barreiras físicas. Emergem de uma relação entre sociedade e cultura digital, potencializando as trocas e integração. As mídias digitais podem fornecer aspectos motivacionais em relação às dificuldades na leitura. Podem proporcionar o interesse, facilitando assim a aprendizagem4. No objetivo de investigar a contribuição do uso de recursos tecnológicos digitais para a promoção da fluência na leitura em indivíduos com dificuldades de aprendizagem na intervenção psicopedagógica em processos de leitura propõe-se investigar o uso de recursos tecnológicos digitais na intervenção psicopedagógica de indivíduos na faixa etária de 7 a 12 anos com dificuldades de aprendizagem na leitura da rede pública de ensino - Gaspar/Santa Catarina. A pesquisa situa-se no campo teórico-metodológico da aprendizagem com foco na leitura, numa tentativa de perceber a relação da utilização de recursos tecnológicos digitais na melhora da fluência na leitura. Serão utilizados como mídias físicas principais um tablet, um Ipad e o computador de mesa; como mídias digitais aplicativos gratuitos, animações em vídeo e editores de slides e textos. Serão aplicados testes psicopedagógicos de leitura de palavras (TLP) e de leitura de texto (TLT)5 para a análise quantitativa dos resultados e as observações das sessões irão gerar os dados qualitativos de análise para a ampliação da investigação e das correlações psicopedagógicas. Espera-se inferir uma análise sobre alguns indicativos relacionados à competência leitora, na melhor das hipóteses de melhora na compreensão leitora. Considera-se, em relação ao uso da tecnologia na intervenção psicopedagógica, que tanto psicopedagogos como professores possam compreender que as mídias digitais podem exercer um papel significativo no desenvolvimento da competência leitora. Ao se proporcionar aos indivíduos com dificuldades na leitura um universo de estratégias e atividades dinâmicas capazes de promover a automatização dos processos de decodificação que perpassa a fase inicial da leitura, bem como no decorrer destes processos possa evoluir para uma leitura fluente. Que a partir dos resultados desta pesquisa se possam embasar práticas pedagógicas e psicopedagógicas6 inovadoras e beneficiar, ainda que indiretamente, muitos outros indivíduos que apresentem dificuldades nas habilidades de leitura.

Palavras-chave: Psicopedagogia. Leitura. Mídias Digitais. Inclusão.

REFERÊNCIAS

1. Zorzi J. Falando e escrevendo: desenvolvimento e distúrbios da linguagem oral e escrita. Curitiba: Melo; 2010.

2. Martino LMS. Teoria das Mídias Digitais: linguagens, ambientes e redes. 2ª ed. Petrópolis: Vozes; 2015.

3. Daheane S. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso; 2012.

4. Moran JM, Masetto MT, Behrens MA. Novas Tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus; 2013.

5. Kretzer EC, Vieira GV. Dislexia e Competência leitora: uma investigação sobre a contribuição das mídias digitais. PSIQUE. 2019;15(1):42-65.

6. Weiss ML. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 10ª ed. Rio de Janeiro: DP&A; 2004.

 


 

A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA DE ROGERS NA PRÁTICA DA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

Autora: Alessandra de Oliveira

Instituição: UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau (Recife-PE)

RESUMO

Introdução: Na relação ensinante e aprendente, existe um sujeito único, que se autoconstrói, autorregula, que é criativo, que por meio desse processo constrói e reconstrói o sentido e o significado da construção do conhecimento e da aprendizagem. Essa perspectiva vem ao encontro da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), corrente psicológica desenvolvida por Carl Ransom Rogers, psicólogo americano, que apresenta uma perspectiva diferente de compreender a aprendizagem. Ele destaca que todo sujeito aprendente possui potencialidades para aprender, e é por meio de uma comunicação empática, uma relação de consideração positiva incondicional, e sendo congruente o psicopedagogo age como um facilitador para o aprendizado e a mudança do sujeito aprendente. Objetivo: Descrever como os psicólogos psicopedagogos vêm utilizando a Abordagem Centrada na Pessoa na prática da Psicopedagogia Clínica. Método: Pesquisa exploratória com abordagem qualitativa e procedimento de campo. Participaram duas psicólogas com mais de 6 anos de formação, com especialização em Ludoterapia, Abordagem Centrada na Pessoa e Psicopedagogia em andamento. Foi realizada entrevista com 12 perguntas. Resultados: No processo de avaliação, intervenção e reavaliação, a confiança no indivíduo é condição básica oferecida pelo psicopedagogo, criando uma atmosfera que irá favorecer o desenvolvimento do sujeito aprendente e familiares. Essa condição permitirá a todos a abertura à experiência, que ocorre em virtude dos familiares e sujeito aprendente não experienciarem sentimentos de ameaça, opondo-se à atitude de defesa. Nessa relação de consideração positiva incondicional, congruência e empatia, o sujeito aprendente vai modificando a percepção de si (self), identificando suas dificuldades, potencialidades, empenhando-se na transformação de si e da sua realidade. Considerações Finais: O psicopedagogo, por meio do seu fazer, imprime seu jeito de ser, na sua prática, que é singular. No processo de avaliação, acompanhamento e reavaliação são utilizados instrumentos disponíveis na área, ou elaborados de acordo com a necessidade do sujeito aprendente. A Abordagem Centrada na Pessoa está presente em todo o processo, tendo em vista que o pressuposto está na relação que o psicopedagogo desenvolve com sujeito aprendente, familiares, escola e demais profissionais, criando um ambiente que proporciona ao indivíduo apropriar-se de si mesmo e de sua realidade, adaptando-se e desenvolvendo suas potencialidades.

Palavras-chave: Psicopedagogia. Abordagem Centrada na Pessoa. Avaliação. Intervenção.

REFERÊNCIAS

1. Bower MCVB. Psicoterapia: o processo, a aprendizagem. In: Santos AM, Rogers CR, Bower MCVB, orgs. Quando Fala o Coração: a essência da psicoterapia centrada na pessoa. São Paulo: Vetor; 2004.

2. Rogers CR. Terapia Centrada no Cliente. São Paulo: Martins Fontes; 1992.

3. Rogers CR. Tornar-se pessoa. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes; 2017.

 


 

ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM REMOTO

Autora: Teresinha de Jesus de Paula Costa1,2

Instituição: 1ETEP - ETEP Centro Universitário (Jacareí-SP)

2IMI Joana Mattar de Oliveira - Instituto Materno Infantil Joana Mattar de Oliveira (São José dos Campos-SP)

RESUMO

Introdução: No enfrentamento das diversidades é que aparecem as grandes soluções. No momento atual enfrenta-se a pandemia do COVID-19. Por conta disso, a sociedade está se transformando, havendo mudanças em todos os setores, e a educação é um deles. Historicamente ocorria na unidade escolar1. As famílias tiveram que se adequar à permanência das crianças em casa, assim como, a organizarem-se para a Educação Remota, conforme embasa a Portaria nº (343/17/03/20)2. Isso está exigindo a colaboração de muitos profissionais da área da saúde e educação, como é o caso do psicopedagogo (Código de Ética da Psicopedagogia, 2019)3. Objetivo: Com objetivo de refletir sobre a contribuição do psicopedagogo no ensino remoto, nesse momento de pandemia, optou-se por fazer um levantamento sobre a dinâmica do processo de ensino e aprendizagem atual, e as possíveis dificuldades decorrentes de mudança de contexto educacional. Método: Para tanto, fez-se uso da pesquisa exploratória, focando na dinâmica do processo de ensino e aprendizagem remoto, conforme Portaria no (343/17/03/20)2. Resultados: Independentemente da idade dos filhos, houve necessidade de as famílias organizarem-se para a continuidade do processo de ensino e aprendizagem. O mesmo aconteceu com as escolas e, principalmente, com os professores. Além da aquisição ou adaptação dos equipamentos tecnológicos, houve necessidade de adequação dos espaços de ensino e aprendizagem, de recursos materiais pelos virtuais. Considerações Finais: Diante de tamanhas mudanças, e dos problemas dela decorrentes, o psicopedagogo ganhou lugar de destaque para a intervenção junto ao estudante, à família e ao professor, facilitando o processo de ensino e aprendizagem, prestando atenção, conforme afirma Fernandez4, nos envolvidos no novo processo educacional. A mudança de paradigma educacional despertou nos docentes e até mesmo no psicopedagogo novas competências e habilidades, como ressaltam Perrenoud5 e Beauclair6. Com isso, tiveram que apropriar-se do uso de recursos tecnológicos que antes não faziam parte da sua rotina. Nesse sentido, a mudança brusca acabou por contribuir para dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, sendo necessário o apoio de um profissional qualificado, o psicopedagogo. Considera-se que o psicopedagogo é profissional de suma importância para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem remota, tanto para atuar junto à criança e às famílias quanto à instituição escolar, contribuindo com os docentes e equipe de coordenação. Para sua atuação, o uso de ferramentas tecnológicas será imprescindível, como aplicativos para reunião on-line, videoconferências, contatos individuais com cliente e/ou seus familiares. Contudo, atuará pautando-se no Código de Ética da Psicopedagogia respeitando a sua área de atuação, o cliente, sua família e instituições de ensino.

Palavras-chave: Ensino Remoto. Psicopedagogo. Aprendizagem.

REFERÊNCIAS

1. Pinto A. Cadê? Achou!: educar, cuidar e brincar na ação pedagógica da Creche. Curitiba: Positivo; 2018.

2. Brasil. Ministério da Educação. Portaria Nº 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19. Brasília: Diário Oficial da União; 2020.

3. Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Código de Ética da ABPp. Conselho nacional do Triênio 2008/2010 e 2011/2013. Revisão Triênio 2017/2018. São Paulo: ABPp: 2019.

4. Fernandez Al. Atenção aprisionada: psicopedagogia da capacidade atencional. Porto Alegre: Penso; 2012.

5. Perrenoud P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed; 2000.

6. Beauclair J. Psicopedagogia: Trabalhando Competências, Criando Habilidades. Rio de Janeiro: Walk; 2011.

7. Bossa NA. A psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática. Porto Alegres: Artes Médicas; 2007.

8. Brasil. Ministério da Justiça. CORDE, Comitê de Ajudas Técnicas. Portaria que institui o Comitê. Disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/comite_at.asp

 


 

LINGUAGEM E MATEMÁTICA: REFLEXÕES ENTRE A FONOAUDIOLOGIA E A PSICOPEDAGOGIA

Autoras: Sonia Sellin Bordin, Priscila Mara Ventura Amorim Silva, Adriana Coelho Braga

Instituição: IBFE - Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (Campinas-SP)

RESUMO

Introdução: O estudo realizado na área da Fonoaudiologia pretende refletir sobre dificuldades de aprendizagem matemática de crianças do Ensino Fundamental I. Como o aprendizado do sistema simbólico matemático se mostra dependente daquele já constituído pela criança? Como ajudá-la a atribuir sentido a esse novo sistema simbólico? Quais estratégias viabilizam a memória deste sistema? Quando a dificuldade da aprendizagem matemática se torna um diagnóstico de discalculia? Objetivo: O escopo teórico tem base na Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Matemática, Linguística e Neurociência buscando aproximar a concepção da aprendizagem matemática à aquisição de uma língua. Processo que mantém relações com a língua materna, o acesso ao vocabulário matemático, a interpretação de texto e funções neurofuncionais especificas1,2. Método: Para corroborar a aplicação da argumentação teórica, optamos pela análise de casos hipotéticos advindos de evidências acadêmicas e interdisciplinares da Fonoaudiologia, Psicopedagogia e Pedagogia. Resultados: Como resultado temos a compreensão de que a interrelação entre a aprendizagem da língua matemática e língua natural do falante envolve o aprendizado linguístico na primeira infância, a profícua relação da matemática informal e formal, a significação do vocabulário matemático na interpretação de textos em diferentes disciplinas e desempenho das funções executivas3-5. Considerações Finais: Neste contexto evidenciou-se também a relevância da interdisciplinaridade entre a Fonoaudiologia e a Psicopedagogia.

Palavras-chave: Fonoaudiologia. Aprendizagem. Língua Materna. Matemática. Psicopedagogia.

REFERÊNCIAS

1. Vygotsky LS. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes; 2007.

2. Luria AR. Fundamentos de neuropsicologia. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1981.

3. Machado NJ. Matemática e língua materna: análise de uma impregnação mútua. 4ª ed. São Paulo: Cortez; 1998.

4. Lorenzato S. Educação infantil e percepção matemática. Campinas: Autores Associados; 2006.

5. Corrêa RA. Linguagem matemática, meios de comunicação e educação matemática. In: Nacarato AM, Lopes CE, orgs. Escritas e leituras em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica; 2009. p. 93-100.

 


 

REVISITANDO TEORIAS DE SARA PAÍN E ALÍCIA FERNÁNDEZ A PARTIR DA PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA NA PANDEMIA DE COVID-19

Autoras: Kelly Soares Rosa1,2,5, Patrícia Maria Castello Branco Lopes3,4,5

Instituição: 1UFU - Universidade Federal de Uberlândia (Uberlândia - MG)

2UNIMINAS - União Educacional Minas Gerais (Uberlândia - MG)

3PUC-SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (São Paulo - SP)

4USP - Universidade de São Paulo (São Paulo - SP)

5E.Psi.B.A - Espaço Psicopedagógico de Buenos Aires (Buenos Aires, Argentina)

RESUMO

Introdução/Justificativa: O artigo problematiza e discute a importância do "fazer psicopedagógico", ante a impossibilidade da presença física, no contexto da pandemia de COVID-19. Objetivo: Promover o olhar, a escuta e o espaço psicopedagógicos, mesmo que na assistência virtual, possibilitando a vinculação e a afetividade, que sustentam e desencadeiam o processo de ensino e aprendizagem para os sujeitos participantes. Método: Pesquisa qualitativa e exploratória, a partir da formação em Psicopedagogia Clínica em E.Psi.B.A, ministrada por Alícia Fernández. Utilizando de nossas memórias e vivências, registros de relatos e reflexões teórico-práticas, sedimentando e comparando as autoras Alícia Fernández e Sara Paín, propomos uma análise reflexiva das experiências advindas da prática de assistência virtual com atitude psicopedagógica e dos relatos de aulas on-line, fornecidos pelos atendidos e suas famílias, durante a pandemia. Resultados: As questões e desafios encontrados no desenvolvimento do trabalho psicopedagógico, durante a pandemia de COVID-19, geraram muitas reflexões e releituras das teorias de Alícia Fernández e Sara Paín, associando-as a outras atuais. Com isso, foi possível tecer ideias e estímulos ao nosso seguir em frente, na busca de alternativas à construção de uma prática psicopedagógica, que qualifique a subjetividade humana, aceite as diferenças e trabalhe de modo no qual todos possam estar incluídos na magia do aprender e do ensinar. Considerações Finais: Quando buscamos nossas recordações e dividimos espaços, podemos criar momentos fecundos, de intercâmbio com os outros, até mesmo em contextos de "exílio" e isolamento social. Assim, exercitamos a inteligência conforme propõe Alícia Fernández, como uma "adaptação criativa". Aos psicopedagogos(as), incumbe-se o "re pensar", o "re ver", e o "re escutar", adaptando-se mediante a imaginação e criatividade.

Palavras-chave: Fazer Psicopedagógico na Pandemia. Assistência Virtual Psicopedagógica. Olhar/Escuta Psicopedagógica na Contemporaneidade. Rede de Sustentação Teórica do Psicopedagogo.

REFERÊNCIAS

1. Associação Brasileira de Psicopedagogia. Carta: Novas orientações para psicopedagogos em tempos de coronavírus. São Paulo: Associação Brasileira de Psicopedagogia; 2020.

2. Fernández A. A atenção aprisionada: Psicopedagogia da capacidade atencional. Porto Alegre: Penso; 2012.

3. Fernández A. Cuerpo, aprendizaje y creatividad en los tempos de la informática y la telemática. Rev EPsiBA Psicopedag. 1998;6:40-50.

4. Morin E. Amor, poesia, sabedoria. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 1998. 59 p.

5. Paín S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas; 1989.

6. Paín S. Subjetividade e objetividade: relação entre desejo e conhecimento. São Paulo: CEVEC; 1996. p. 24-5.

 


 

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DE DISCALCULIA EM CRIANÇAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

Autoras: Sabrina Cardoso Tavares, Ana Carla Vieira Ottoni

Instituição: UNISAGRADO - Centro Universitário Sagrado Coração (Bauru-SP)

RESUMO

A Discalculia do Desenvolvimento é um Transtorno Específico da Aprendizagem1 que acomete de 3% a 6% das crianças em idade escolar2. Seu processo avaliativo deve ser multiprofissional e a Psicopedagogia é uma das áreas que contribuem para este processo3. A pesquisa investigou a produção literária acadêmica produzida nos últimos dez anos acerca dos instrumentos de avaliação da Discalculia do Desenvolvimento. Por meio de revisão sistemática de literatura4, foi feito levantamento de artigos publicados nos principais bancos de dados de pesquisa científica sobre a temática: Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, SciELO, SCOPUS e Periódicos CAPES. Após utilizar os critérios de inclusão e exclusão, selecionou-se o total de dez artigos. A partir de categorias de análise pré-definidas foram analisados os artigos. Observou-se que o Teste de Desempenho Escolar (TDE) é o principal instrumento avaliativo das habilidades matemáticas escolares. Porém, em um dos estudos, houve a proposta do Teste de Habilidade Matemática (THM), elaborado a partir de documento oficial referência para os currículos escolares do Ensino Fundamental até 2017, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Destaca-se ainda o uso da Escala de Ansiedade à Matemática (EAM) como medidor de aspecto emocional em relação à matemática. Conclui-se que o psicopedagogo pode atuar na avaliação da discalculia a partir das habilidades matemáticas escolares e dos aspectos emocionais em relação às dificuldades matemáticas do discalcúlico, não sendo atribuição do psicopedagogo avaliar habilidades e condições neurocognitivas. A limitação do estudo foi o número baixo de artigos analisados e a escassez de instrumentos avaliativos próprios da área da Psicopedagogia, elucidando a necessidade de maiores estudos na área.

Palavras-chave: Psicopedagogia. Avaliação. Transtornos Específicos da Aprendizagem. Discalculia do Desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

1. American Psychiatric Association (APA). DSM-5. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.

2. Shalev RS. Developmental dyscalculia. J Child Neurol. 2004;19(10):765-71.

3. Weiss MLL. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 14ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina; 2016.

4. Lakatos EM, Marconi MA. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicação e trabalhos científicos. 4ª ed. São Paulo: Atlas; 1992.

 


 

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA NA APRENDIZAGEM DOS NÚMEROS RACIONAIS

Autora: Romênia Silva Cordeiro

Instituição: UECE - Universidade Estadual do Ceará - Campus do Itaperi (Fortaleza-CE)

RESUMO

Considerando os desafios de ensinar e aprender os Números Racionais, um novo conteúdo matemático que requer o desenvolvimento de novas estruturas lógico-matemáticas, por parte dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, de acordo com Kamii1 (2012), exigindo um maior nível de abstração, nesta pesquisa buscou-se, como objetivo principal, compreender como a Psicopedagogia pode contribuir no processo de ensino e aprendizagem dos Números Racionais nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A pesquisa tornou-se oportuna para promover reflexões sobre as possíveis dificuldades de aprendizagem dos alunos nesse conteúdo, a partir de estudos de diversos autores2-6, estabelecendo relações com a prática docente e a importância do trabalho do psicopedagogo nesse processo, no ambiente escolar. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi de cunho exploratório, aprofundando o tema através de levantamento bibliográfico, em uma abordagem qualitativa. Os resultados da pesquisa demonstraram que o processo de ensino e aprendizagem dos Números Racionais nos anos iniciais do Ensino Fundamental requer a compreensão sobre o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático dos alunos, por parte do professor, para a escolha de metodologias de ensino adequadas, que considerem o nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, permitindo a compreensão e a aprendizagem dos mesmos. Desse modo, constatou-se o relevante papel da Psicopedagogia, através do trabalho do psicopedagogo nesse processo, pois foi demonstrada a necessidade do trabalho desse profissional, na escola, como conhecedor do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades, no apoio ao professor de matemática, em sua prática docente. Nesse sentido, conclui-se que o psicopedagogo pode contribuir, no ambiente escolar, com a conscientização e orientação de práticas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem dos alunos sobre os Números Racionais, na tentativa de minimizar e até superar as possíveis dificuldades de aprendizagem apresentadas, garantindo que a aprendizagem significativa dos alunos, de fato, ocorra.

Palavras-chave: Psicopedagogia. Números Racionais. Ensino. Aprendizagem.

REFERÊNCIAS

1. Kamii C. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação de escolares de 4 a 6 anos. Tradução: Regina A. de Assis. 39ª ed. Campinas: Papirus; 2012.

2. Ferraz AA, Tassinari RP. Como é possível o conhecimento matemático: as estruturas lógico-matemáticas a partir da Epistemologia Genética. São Paulo: Cultura Acadêmica; 2015.

3. Nacarato AM, Mengali BLS, Passos CLB. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender. Belo Horizonte: Autêntica; 2011.

4. D'Ambrósio U. Educação Matemática: Da teoria à prática. Campinas: Papirus; 1996.

5. Bossa NA. Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak; 2011.

6. Bock AMB, Furtado O, Teixeira MLT. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva; 2005.

 


 

RELATO DE CASO INSTITUCIONAL - AVALIAÇÃO DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Autores: Juliana Olmedo Consul Metidieri, Gabriela Lopes Paproschi, Edemi Soares da Silva Filho

Instituição: UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo - SP)

RESUMO

O estudo foi desenvolvido no curso de Psicopedagogia de uma universidade particular de São Paulo, que propõe um estágio em uma instituição escolar ou não para avaliar e intervir nos problemas relacionados aos aspectos psicopedagógicos do local1-3. Os objetivos são investigar a queixa, avaliar1 a instituição, analisar os dados2 e propor uma intervenção3 para solucionar o problema. O local escolhido foi uma escola particular da cidade de São Paulo. Os participantes foram 21 professores e 1 membro da equipe gestora. O protocolo de avaliação foi um questionário elaborado especialmente para esta escola no Google Forms com 18 questões, sendo 17 objetivas e 1 aberta sobre as queixas pontuadas através da entrevista inicial com a direção. A ferramenta para o envio do questionário foi via WhatsApp. Através das respostas geradas foram feitas as análises quantitativas e qualitativas para entender as possíveis dificuldades enfrentadas pelos funcionários da escola. Os resultados obtidos foram: falta de apoio dos pais/familiares com os alunos, falta de conhecimento em transtornos do neurodesenvolvimento por parte da equipe escolar e como fazer a adaptação dos materiais didáticos. A partir destes resultados, foi organizada uma proposta de intervenção, autorizada pela direção, que será feita com os professores na modalidade de videoconferência no 2º semestre de 2020. Será organizada uma oficina com trocas de conhecimentos e experiências, entre os professores e a equipe gestora do colégio. A oficina também propiciará orientações para confecção de materiais adaptados para serem usados com os alunos de inclusão.

Palavras-chave: Avaliação Psicopedagógica. Intervenção Psicopedagógica. Educação Inclusiva. Formação Continuada.

REFERÊNCIAS

1. Sánchez-Cano M, Bonals J. Avaliação Psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed; 2008.

2. Pontes IAM. Atuação psicopedagógica no contexto escolar: manipulação, não; contribuição, sim. Rev Psicopedag. 2010;27(84):417-27.

3. Carvalho LA, Abreu RG. Avaliação Psicopedagógica Institucional e Políticas Educacionais. Rev Educ. 2011;14(18):87-102.

 


 

APRENDIZADO DA LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES SOBRE O SOFTWARE ABC BEBELÊ

Autores: Cecília Cordeiro Burla de Aguiar Nicolau, Annabell Del Real Tamariz, Leonard Barreto Moreira

Instituição: UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Campos dos Goytacazes-RJ)

RESUMO

A leitura e a escrita são capacidades básicas e imprescindíveis para o aprendizado de outras complexas habilidades, indispensáveis à aquisição dos conhecimentos acadêmicos. O desenvolvimento da consciência fonológica permite o acesso consciente ao nível fonológico da fala e essa ação cognitiva é responsável tanto pelo aprendizado da leitura quanto para o incremento da escrita1. A integração da tecnologia da informação e comunicação (TIC) à metodologia utilizada favorece aos profissionais, facilitando e inserindo, de forma consciente, a aquisição do conhecimento4,5. Esse trabalho teve como objetivo geral analisar o software ABC BEBELÊ e seu auxílio no desenvolvimento da consciência fonológica e como objetivos específicos descrever as etapas do aprendizado da leitura e da escrita e o desenvolvimento da consciência fonológica como habilidade incipiente a este aprendizado e discutir sobre a influência do uso do ABC BEBELÊ no desenvolvimento da consciência fonológica. Optou-se por fazer uma pesquisa qualitativa de revisão de literatura sobre dois eixos temáticos: desenvolvimento da consciência fonológica como habilidade necessária ao aprendizado da leitura e escrita e o uso das TICs como instrumento auxiliar nesse processo. A busca foi realizada em livros e em bases de dados como SciELO, Capes, Scholar, DBLP, BDB, IEEE através dos descritores: "Alfabetização e Letramento", "Alfabetização e Consciência Fonológica", "Tecnologia da Informação e Aprendizagem" e "Tecnologia e Aprendizagem" nos últimos 20 anos. Foram incluídos artigos primários e revisões disponíveis na íntegra. Foram excluídos os artigos internacionais relacionados ao tema alfabetização e letramento em função do contexto abordado, os artigos em repetição nas bases de dados e os que não se relacionavam com os eixos temáticos. Como resultado esclarece que o aprendizado da leitura e da escrita perpassa por diversos processos cognitivos que atuam como constructos envolvidos na compreensão2. Pesquisas em consciência fonológica comprovam que crianças expostas a estímulos para o desenvolvimento de suas habilidades de consciência fonológica aprendem a ler com maior facilidade. Aquelas que possuem dificuldades de aprendizagem, quando expostas a esses estímulos, melhoram sua capacidade e fluência leitura1-3. A mídia digital, como ferramenta do ensino, retira o aluno da posição de espectador e o coloca como partícipe ativo do seu processo de aprendizagem4,5. O uso do software "ABC BEBELÊ" auxilia o usuário no desenvolvimento de sub-habilidades da consciência fonológica; entre estas, a aliteração, a consciência silábica, a consciência da palavra e a consciência fonêmica. Oportuniza ao usuário mais uma ferramenta na construção de sua aprendizagem da leitura e escrita.

Palavras-chave: Leitura e Escrita. Consciência Fonológica. Tecnologia da Informação e Comunicação.

REFERÊNCIAS

1. Capellini AS, Silva C. Programa de Remediação Fonológica - Proposta de Intervenção Fonológica para Dislexia e Transtornos de Aprendizagem. São José dos Campos: Pulso Editorial; 2011.

2. Pereira RS. Ler: Leitura, escrita e reeducação. Rio de Janeiro: Wak; 2013.

3. Seabra AG. A criança com dislexia: conceituação teórica e direcionamento para avaliação e intervenção. Temas Desenvolv. 2011;18(103):121-32.

4. Kenski VM. Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação. 8ª ed. Campinas: Papirus; 2012.

5. Prensky M. Digital natives, digital immigrants. On Horizon. 2001;9(5):1-6.

 


 

 

RESUMOS APROVADOS PARA O V SIMPÓSIO NACIONAL DA ABPp

07 de novembro de 2020

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